SOUTO, Dr. Rocha - ELEMENTOS PARA A HISTÓRIA DO RADIOAMADORISMO : 1912/1982. Associação de Radiomadores da Amadora-Sintra. [S.l.], A. R. A. S. [Composto e impresso no Gabinete Técnico da Junta de Freguesia da Venteira], [1982]. In-8.º (21 cm) de [2], 58 p. ; B.
1.ª edição.
Interessante subsídio para a história do radioamadorismo em Portugal, desde os seus primórdios - com especial relevevância para o período da Grande Guerra (1914-1918) - até à época em que foi compilado - 1982.
Obra rara, batida à máquina e policopiada.
"O Radioamadorismo Nacional surgiu, como é do conhecimento geral, em consequência do progresso das comunicações de Telegrafia Sem Fios, verificado em todos os países civilizados, e sobretudo na Itália, Inglaterra, Alemanha, Estados Unidos da América do Norte, França e Rússia, nos princípios deste século.
Dois acontecimentos dramáticos tiveram, porém, uma importância decisiva, e de natureza psicológica, na determinação de todos os governos de adoptarem as mais eficazes medidas na instalação da T. S. F. para as comunicações entre a costa e os navios no alto-mar, e para a comunicações dos mesmos entre si.
Com efeito, ainda hoje se recorda a importância que a T. S. F. assumiu no salvamento de vidas, aquando do naufrágio do "Titanic", em Abril de 1912, e do "Volturno", em Outubro de 1913."
(Excerto de 70 anos de radioamadorismo português)
"Desde 14 de Maio de 1915 que uma das mais importantes e enérgicas figuras da Marinha de Guerra Portuguesa era constituída pelo Capitão-de-Fragata Comandante Jaime Daniel Leote do Rêgo, um dos mais entusiásticos defensores do auxílio de Portugal à Grã-Bretanha em 1915, e um dos organizadores dos Serviços de Contra-Espionagem Portuguesa.
Em Junho de 1915, e por solicitação do Governo de Sua Magestade Britânica - segundo tudo vem pormenorizadamente relatado na monumental obra do Sr. General Ferreira Martins, "Portugal na Grande Guerra", - "os nossos navios começaram a ser empregados em serviço de vigilância dos submarinos alemães na costa, para impedirem que eles comunicassem com quaisquer embarcações", tornando-se portanto absolutamente essencial o mais absoluto sigilo sobre as comunicações dos navios da Armada Portuguesa pela T. S. F.
No mês seguinte por Portaria de 5 de Julho de 1915, foi por sua vez criada a "Divisão Naval de Defesa e Instrução", inicialmente composta pelo Cruzador-Couraçado "Vasco da Gama" e por outras unidades, entre as quais submersível "Espadarte".
A "Divisão" era comandada pelo referido Sr. Capitão Leote do Rêgo - que içava o respectico distintivo de Comandante a bordo do Couraçado "Vasco da Gama" e que assim assumia a responsabilidade de chefia das manobras da Marinha Portuguesa.
Em fins de Julho de 1915 realizavam-se Exercícios Navais - preparatórios de uma possível intervenção de Portugal na Grande Guerra - e mais uma vez se constatava a importância da supressão, na medida do possível, de todas e quaisquer fontes de indiscrição, sobre as comunicações realizadas entre a Marinha e o Posto do Arsenal pela T. S. F."
(Excerto de À Marinha de Guerra Portuguesa torna-se necessária, em 1915, a suspensão da T. S. F. dos amadores)
Índice:
[Justificação/Agradecimento] | I Parte - Elementos para a história do radioamadorismo português: 70 anos de radioamadorismo português | Alberto Carlos de Oliveira, o 1.º radioamador nacional | CT1DX em Cabo Verde, Madeira e Continente | O gosto pela telegrafia sem fios - e os livros da T. S. F. em 1916 | A radiotelefonia, e a invenção da radiodifusão | Um radioamador origina a radiodifusão, em 1920 | Repercussão europeia da radiodifusão, em 1920 | O radioamadorismo em Portugal, e a radiodifusão, por 1920 | O primeiro rádioamador emissor português do continente de 1925 - hoje CT1AB | O Sr. José Joaquim, de Sousa Dias Melo, e o progresso das comunicações | Os antigo conceitos oficiais sobre propagação das rádio-ondas | As grandes "fábricas" de T. S. F. de 1920 | Aos radio-aficionados norte-americanos - é atribuída a "terra-de-ninguém" dos 200 metros | O Eng.º Luís de Sousa Oliva Júnior promove o radioamadorismo, de 1909 a 1916 | A regulamentação da T. S. F. nos diversos países, no começo deste século | A regulamentação da T. S. F., no começo deste século (continuação) | A regulamentação da T. S. F. em Portugal, anteriormente a 1916 | A defesa da licitude da utilização dos receptores da T. S. F., antes de 1915 | As apreensões dos receptores de T. S. F., em 1915; seus antecedentes | À Marinha de Guerra Portuguesa torna-se necessária, em 1915, a suspensão da T. S. F. dos amadores | Quatro amadores de T. S. F. são presos, na Calçada do Combro | As primeiras investigações demonstram a inocência dos quatro semfilistas | É apreendido outro posto de amador - "tão perfeito como o do Arsenal de Marinha" | O terceiro posto apreendido em Lisboa: do distinto radioamador Sr. Dionísio da Câmara Lomelino | A aparelhagem receptora de Dionísio da Câmara Lomelino - em 1916 | II Parte - Algumas notas sobre os princípios do radioamadorimo em Portugal: O que é o radioamadorismo | O primeiro período do radioamadorismo em Portugal | A emissão e recepção | Os primeiros amadores receptores | Criação da "Rede dos emissores portugueses" | Acção do Sr. Eng.º Oliva Júnior - e permissão do radioamadorismo | 2.º período dos amadores emissores. | Cronologia.
Exemplar brochado, preso por agrafes, em bom estado geral de conservação. Contracapa com pequenos orifícios.
Raro.
Com interesse histórico.
30€
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