30 setembro, 2014

ASSIS, José Bento d'Araujo - SERÕES LITTERARIOS. Com duas cartas do Ex.mo Sr. Camillo Castello Branco. Lisboa, Typographia Universal de Thomaz Quintino Antunes, 1869. In-8º (18cm) de 375, [5] p. ; B.
1.ª edição.
Dedicatória impressa do autor a Camilo que classifica de "fecundo e notavel romancista da peninsula".
Colecção de curiosas crónicas e histórias publicadas em jornais e periódicos, reunidas pelo autor neste volume. Contém contos de cariz histórico.
"Com quanto o meu genero especial de leitura sejam velharias, assim que vejo romance trajado á moderna e de escriptor novo, leio, pelo menos, as primeiras paginas. Se elle me sae verosimil e portuguez, leio-o todo, e leio sempre que o mesmo nome me convida. É o que me succedeu, ainda bem, com os folhetins do sr, Araujo Assis."
(excerto da carta de Camilo)
Indíce:
 - Amores que a morte coroou. - Os tres amores de Simplicio. - Biographia da actriz Luiza Leopoldina Fialho. - O filho do mysterio. - De Lisboa ao Porto. - Uma historia completa. - Derradeira homenagem. - Mais vale quem Deus ajuda, do que quem muito madruga. - Cousas que pertencem ao dominio da fé. - Biographia do actor Joaquim Antonio Rodrigues Rollão. - Memorias de um homem que não apanhou a sorte grande dos cinco contos. - O luxo e o ouro. - Amor velho n'um peito joven. - Não leiam. - Scenas innocentes da comedia humana. - Os litteratos. - Carta a um amigo - Atribulações de espirito. - Pela bocca morre o peixe. - A Pedinte - historia dos sinos da Bemposta. - Historia d'uma mosca. - Uma consulta. - A liberdade. - O chapéo de chuva. - Ricardo José Fortuna.
Exemplar brochado em bom estado geral de conservação. Capas frágeis, com defeitos. Falha de papel na lombada e no canto inferior dto da capa.
Muito invulgar.
Indisponível

29 setembro, 2014

LUSITANO. O Cavalo ancestral do Sudoeste da Europa : Coudelarias de Portugal. Ensaio histórico de João Costa-Ferreira. Estrutura e textos de Pedro Castro Henriques. Fotografia de Francisco Matias, Pedro Bettencourt, Pedro Ferreira Miguel Serradas Duarte. Lisboa, Iconom, 2001. In-fólio (32cm) de 369, [7] p. ; mto il. ; E.
1.ª edição.
Muito ilustrada com desenhos e fotografias a cores, no texto e em página inteira. Impressa em quadricromia, com tecnologia CTP e acabamento e verniz de máquina, sobre papel Creator Silk de 150gr.
Obra de fôlego sobre o Cavalo Lusitano. São 376 páginas que representam a maioria das coudelarias portuguesas criadoras de cavalo lusitano. A paginação cria um ritmo variado e garante diversidade a cada criador, numa publicação cujo tema é constante. Além dos separadores por região, cada criador foi retratado em 4 páginas, onde se procurou manter uniforme a componente tipográfica da abertura, mas onde a fotografia foi enquadrada das mais diversas formas.
"Foi necessária muita persistência e um grande esforço para reunir nesta obra o essencial acerca das coudelarias portuguesas onde se cria o "Lusitano", o cavalo ancestral do sudoeste da Europa.
Para além de muita andança - percorreram-se mais de 150.000 km para se obterem alguns milhares de imagens das quais se seleccionaram cerca de setecentas - dos inúmeros contactos com os criadores..."
(excerto da nota do editor)
Encadernação editorial.
Exemplar em bom estado de conservação.
Invulgar e muito apreciado.
45€

28 setembro, 2014

LIMA, J. I. de Abreu e - COMPENDIO DA HISTORIA DO BRASIL. Pelo General... natural da Provincia de Pernambuco, Membro honorario do Instituto Historico e Geographico Brasileiro, Autor do Bosquejo historico, politico e litterario do Brasil e memorias sobre o Guano e sobre a Elephancia. Nova edição em um volume continuada até aos nossos dias. Rio de Janeiro, H. Laemmert & C., 1882. In-8º (18,5cm) de VI, VII, [1] 431, [1] p. ; [1] f. il. ; E.
Com um retrato do Imperador D. Pedro II em extratexto.
"Offerecemos ao publico uma nova edição do Compendio da Historia do Brasil, do general J. I. de Abreu e Lima, dedicado a S. M. o Imperador. Era primitivamente este compendio uma obra em dous volumes, ornada de sete estampas finas e repletas de notas e documentos destinados a corroborar as asserções contidas no texto, e não podia, quer por causa do tamanho, quer por causa do preço, aspirar á circulação que tinhamos em vista conciliar em proveito da divulgação da historia patria.
Como desejassemos tornar o conhecimento do passado do Brasil accessivel ao publico em geral, e principalmente á mocidade estudiosa, tratámos de organizar, sob o ponto de vista didactico, o livro actual, que, sem omittir facto algum importante, torna-se recommendavel pela exposição clara e concisa de todos os acontecimentos que se derão no Brasil. [...]
uma outra circumstancia, para a qual chamamos a attenção do publico, é a continuação da exposição historica até aos nossos dias, confeccionada por um distincto litterato nacional. Era uma lacuna geralmente observada em quasi todos os compendios da Historia patria, que quando muito attingião ao periodo regencial e á inauguração do reinado actual. Podemos affirmar que é a primeira vez que em um livro escolastico se depara com a narração breve e conscenciosa dos feitos memoraveis que assignalão o longo e prospero reinado de S. M. o Sr. D. Pedro II."
(excerto da advertência)
"A nação portugueza, fraca no principio, chegou pela sua grande energia, e pela sabedoria de suas leis, ao mais elevado gráo de poder a que era possivel attingir, ficando triumphante e senhora absoluta de um immenso imperio, cuja riqueza parecia convida-la a gozar os attractivos do fausto e todos os generos de gloria. O monarcha, os grandes e o povo, inflammados do amor dos descobrimentos e da sêde das riquezas, assignalárão por emprezas atrevidas os primeiros ensaios da navegação moderna, e com prodigios de valor souberão abrir caminho para todas as partes do mundo."
(excerto da introdução)
José Inácio de Abreu e Lima (1794-1869). “Militar e pensador brasileiro nascido em Recife, Estado de Pernambuco, herói militar de duas bandeiras - espanhola e portuguesa - cujos estudos buscavam traçar um perfil da evolução histórica brasileira. Filho natural do Padre José Inácio de Abreu e Lima, conhecido como Padre Roma, líder político atuante durante a revolução pernambucana (1817). Cursou a Academia Militar do Rio de Janeiro (1812-1816) saindo como capitão da artilharia. Como capitão de artilharia, foi preso em Recife (1816) como insubordinado e responsável por desordem e por aderir à rebelião. Enviado preso para a Bahia a fim de cumprir pena, foi obrigado a presenciar a execução por fuzilamento de seu pai, condenado por conspirar na mesma revolução (1817). Libertado, exilou-se nos Estados Unidos, onde ouviu notícias das lutas de Simón Bolívar pela independência da América hispânica. Escreveu ao general oferecendo seus serviços militares e, aceito, partiu para a então Grã-Colômbia, atual Venezuela, Colômbia e Equador. Chegando à Venezuela, alistou-se (1818) nas tropas de Simón Bolívar, participando das batalhas e das campanhas pela independência dos três países. Destacou-se como estrategista, o que lhe garantiu a patente de general e o título de Libertador da Nova Granada, e chegou a chefe do estado-maior do exército libertador. Permaneceu ao lado de Bolívar até a morte deste (1831), chegando ao generalato e recebendo o título de Libertador de Nova Granada. Após a morte do Libertador e depois de 12 anos na América hispânica, foi expulso por intrigas de militares. Após a morte do Libertador, mudou-se para a Europa, onde em Paris (1831) conheceu D. Pedro I, que abdicara ao trono e a quem prestou solidariedade. De volta ao Brasil, defendeu a volta de Pedro I ao trono por considerar o monarca, que havia proclamado nossa independência, uma espécie de Bolívar português e foi recebido com muitas críticas negativas, inspirando piadas e até comédias. No mesmo ano, Januário da Cunha Barbosa escreveu a peça A rusga da Praia Grande, ou O quixotismo do general das massas, em que parodiava o herói latino-americano. Voltou ao Brasil (1832) e foi reintegrado no Exército como general. Já dedicado fervorosamente a pesquisa historiográfica filiou-se ao Partido Restaurador e defendeu pela imprensa a volta de D. Pedro I. Lançou Compêndio de história do Brasil (1843) pela editora Laemmert, contando o seu descobrimento até o majestoso ato da coroação e sagração do Sr. D. Pedro II, em dois volumes. Polémica a obra foi avaliada pelo Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro, e foi considerada plágio de Alphonse Beauchamp, já acusado de copiar Robert Southey. O autor refutou a acusação por meio da Resposta do General J. I. de Abreu e Lima ao Cônego Januário da Cunha Barbosa ou análise do primeiro juízo de Francisco Adolfo de Varnhagen. O inquieto militar não se limitou às Letras e (1848), participou da Revolução Praieira, em sua terra natal. Conhecido como o General das massas e Herói das Duas Américas, manteve até o final sua conhecida conduta provocadora, desafiando nos últimos anos o Clero pernambucano, especialmente por ser defensor da liberdade de culto para os protestantes. Assim, quando morreu (1869), a Igreja Católica, através do bispo de Olinda, proibiu que seu corpo fosse sepultado no cemitério público da cidade por ter se envolvido em algumas polémicas com o clero local e, por isso, foi enterrado em um cemitério anglicano dos Ingleses, em Santo Amaro. […] Também escreveu Sinopse cronológica da história do Brasil (1844), a primeira coleção de efemérides brasileiras (1550-1842), História universal, em dois volumes (1847), O socialismo (1855), As Bíblias falsificadas (1867) e O Deus dos judeus e o Deus dos cristãos (1867).
(in www.dec.edu.br)
Encadernação coeva em meia de tela com ferros gravados a ouro na lombada. Sem capas de brochura.
Exemplar em bom estado geral de conservação. Pastas cansadas; lombada com defeitos. Carimbo de posse na f. rosto.
Raro.
40€

26 setembro, 2014

SYNOPSE DO PRONUNCIAMENTO NACIONAL EM SANTAREM. Lisboa: Typographia de P. A. Borges, 1846.
e
DIAS, Dr. Miguel Antonio - ALLOCUÇÃO AOS ELEITORES DO DISTRICTO DE SANTAREM. Recitada Pelo... em Assemblea Geral de 27 de Setembro de 1846. Lisboa. Typographia Neryana, 1846.
Inclui o Programma, ou Principios Geraes que os Deputados do Circulo Eleitoral de Santarem devem sustentas nas Cortes de 1847 (19-22 pp).
2 vols juntos, in-8º (21cm) de 163, [1] p. e 22, [2] p. ; B.
Interessante contributo coevo, em duas obras independentes, ambas da autoria de Miguel António Dias (a primeira saiu sob anonimato), sobre o conturbado período nacional conhecido pela Revolução da Maria da Fonte, revolta popular, resultante das tenções sociais remanescentes das Guerra Liberais, que viria a dar origem a mais uma guerra civil - A Patuleia -, protagonizada por Cartistas e Setembristas, e que se prolongaria por cerca de 8 meses, entre 1846 e 1847.
                                 .....................................
"É de todos bem sabido que os Cabraes perderam, e quasi que venderam, o malfadado Portugal; e que a providencia houve por bem preparar a reacção do Minho para elle ser regenerado, e para deitar fóra de si aquelles bandoleiros politicos.
Tambem todos sabem que reduziram o exercito portuguez a um estado rude e vendavel, porque era, em geral, composto de máos officiaes; e que os povos, que lhes haviam págo e dado armas para sua defeza e guarda, tiveram de lutar contra elles de braço a braço!
Nunca os portuguezes hão mostrado melhores desejos, nem mais acrisolado patriotismo, do que na emancipação actual; mas em vez de encontrarem homens, que bem os dirigissem, não tiveram, em geral, senão chefes pouco expertos, e que enganados tambem os enganáram! Mas confiando na emenda, e na vontade dos povos, ainda esperamos pelo remedio; e, em quanto este não chega, trataremos do pronunciamento de Santarem.
Com a suppressão da liberdade de imprensa, decretada pelos Cabraes, mal se podiam transmitir noticias pelo paiz; e a não ser o major Avila, que, no transito do Minho para Lisboa, escreveu de Rio-Maior para Santarem, só mui tarde os Santarenos teriam verdadeiras instrucções ácerca da Revolta."
(excerto da introdução da Synopse..., Ao Leitor)
                                  ......................................
"Eis-nos, pois, Senhores, chegados á nossa época actual: é a época do Pronunciamento Nacional, e da Maria da Fonte.
Sim , Senhores, esta matrona, tenha ou não existencia real, merece a nossa apotheóse: deve ser posta no numero dos Deoses; porque foi ella o astro brilhante que nos conduzio á gloria e á salvação.
Apenas a Maria da Fonte la no Minho arvorou, em vez da dourada bandeira, a sua rude mas temerosa fouce, todos os Patriotas, os de pé descalço (acceittamos o epigramma, porque exprime maravilhosamente o misero estado, em que nos deixárão os contrários!...) Repitto, Senhores: Apenas a Maria da Fonte ousou levantar o estandarte da Revolta, todos os Povos descontentes e opprimidos corrêrão a prestar-lhe voluntario auxilio.
O movimento foi rapido como a faisca electrica; porque a anciedade publica era geral por todo o Paiz: O movimento foi Nacional; porque foi geralmente abraçado pelo pobre, pelo rico, pelo ignorante e pelo sabio, pelo plebeu e pelo nobre."
(excerto da Allocução)
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Exemplares em bom estado de conservação. Sem capa frontal. Nome do autor da Synopse (Miguel António Dias) manuscrito na f. rosto deste volume.
Pela importância e raridade a justificar encadernação.
Raros.
Com interesse histórico, em particular para a região escalabitana.
Indisponível

25 setembro, 2014

ARTE DA AGRICULTURA PALMARICA : em que se ensina o modo de plantar as palmeiras, conservar e grangear os palmares, conforme foi impressa no n.º 8 (Janeiro de 1855) do Boletim e Annaes do Conselho Ultramarino. Lisboa, Imprensa Nacional, 1855. In-8.º (15,5cm) de VI, [2], 49, [3] p. ; B.
1.ª edição.
Curioso manual de plantação de palmeiras, especialmente impresso para a divulgação do seu cultivo na África portuguesa.
"Entre as numerosas producções com que a mão do Creador enriqueceu a Zona intertropical, poucas são talvez tão preciosas, como em geral são as diversas especies da numerosissima familia das palmeiras."
(excerto da introdução)
"A arte que se vai lêr, é o fructo do trabalho e longa experiencia de um Leigo Jesuita, que esteve á testa das grandes e numerosas fazendas, que aquella riquissima ordem possuia na Provincia de Salsete. Não consta que fosse impressa, a não ser que ha pouco tempo se estamparam algumas paginas. Só existe na mão de alguns curiosos, mas tão inçada de erros dos copistas ignorantes, que verdadeiramente a tornam inintelligivel em muitas partes. Não fiz portanto mais do que, confrontando varias copias, purga-la d'estas manchas grosseiras; e explicar em notas especialmente alguns nomes e termos usados na India e em Gôa, e que debalde se procurarão nos Diccionarios de lingua portugueza."
(Advertência ao leitor)
Exemplar brochado em bom estado geral de conservação. Capas frágeis, com defeitos. Carimbo de oferta do Ministério da Colónias na f. rosto.
Invulgar.
Indisponível

23 setembro, 2014

TOURADAS E TOUREIROS : paginas soltas - Publicação Quinzenal. 1895 : Lisboa, 14 de abril : N.º 1. [Dir. Carlos Abreu]. Lisboa, [s.n.], 1895. In-4º (22,5cm) de 16 p. ; il. ; B.
Publicação tauromáquica. Saiu apenas o 1.º número. Ilustrado nas páginas do texto.
"Aqui está mais uma publicação tauromachica. Logar para ella, senhores, porque se não traz desembainhado o fino estoque de Guerrita ou de Mazzantini, se não se apresenta com as bandarilhas em punho, como Roberto ou Calabaça, traz enrolado no braço, de envolta com o capote, um programma que não é muito longo, mas é sincero.
Discutirá e apreciará a tauromachia, com imparcialidade, mas com desassombro. E, á semelhança dos artistas, quando sentem o primeiro toque para a sahida do bicho, procurará tomar no campo onde se vae collocar, sem perder a serenidade tão precisa n'esta lucta impiedosa e ingloria, onde ha que arcar com obstaculos que aos profanos parecem de pouca monta, mas que aos aficionados se antolham difficeis e por vezes insupperaveis.
Correcta, sem que uma phrase escripta n'estas paginas tenha o fito de melindrar alguem, esta publicação occupar-se-ha unica e exclusivamente de assumptos tauromachicos, como o seu titulo indica, publicando em cada numero um retrato, pelo menos, e respectiva biographia, artigos criticos e profissionaes, poesias, contos, etc., de maneira a formar um volume no fim de cada época.
está soando o clarim... Já saltou para o redondel o primeiro touro, nervoso, bonita estampa, os olhos cheios de laivos vermelhos, e as narinas fremendo como que em procura do inimigo...
Vae começar a corrida... Por isso está apresentada a publicação."
(Apresentação, Duas Palavras)
Exemplar brochado, por abrir, em bom estado de conservação.
Raro.
Sem indicação de registo na Biblioteca Nacional (BNP).
Peça de colecção.
40€

22 setembro, 2014

MAGALHÃES, Matheus de - MULHER FUNESTA. HOMEM FUNESTO. Lisboa, Editor Silva Junior & C.ª, 1866. In-8º (17cm) de XIV, [2], 202, [2] p. ; E.
1.ª edição.
Muito valorizada pelo extenso prefácio de Luís Augusto Rebelo da Silva (12 p.).
Obra composta por duas novelas independentes; em comum, a crueldade e a morte, no feminino e no masculino.
"Quem passasse defronte da residencia do prior de Alhos-Vedros, do dia 12 de março de 18..., das dez para as onze horas da manhã, havia de estranhar o desusado movimento que lá ia.
Á porta estava parado um arrieiro guardando duas cavalgaduras. Em cima, perpassando pelas janellas, avistava-se de quando em quando o vulto melancolico e triste do padre João Caetano, o prior."
(excerto do início da novela Mulher Funesta)
"Barnabé Pinto da Fonseca, moço bem parecido e trajando com muito primor, era tido entre os rapazes de Lisboa, no anno de 184..., pouco mais ou menos, por modelo de elegantes no vestir e no modo de se apresentar.
Tinha elle sua poisada no hotel da Europa, onde se banqueteava com amigos que eram mancebos da mais escolhida sociedade. Nunhum d'elles, porém, lograva atinar com as verdadeiras razões que a Lisboa o prendiam; posto que muitos ajuizando do que poderia ser, affirmavam umas vezes que era coisa de paixão amorosa, outras que motivos occultos o retinham na capital.
Eram as damas quem mais fallava de Barnabé, e todas á uma ambicionavam que lh'o designassem quando no theatro ou em outro publico ajuntamento apparecia a deshoras."
(excerto do início da novela Um Homem Funesto)
Mateus Luís Coelho de Magalhães (1837-?). Filho natural de José Estevão (1809-1862), famoso político e tribuno português. De Mateus de Magalhães, pouco foi possível apurar, para além da existência de uma outra obra da sua autoria registada na base de dados da BNP, Receita para curar paixões (1865), ao contrário da presente, que não consta na lista da BNP.
Encadernação coeva em meia de pele com ferros gravados a ouro na lombada. Sem capas de brochura.
Exemplar em bom estado geral de conservação. Manuseado, com defeitos; folha de rosto algo suja.
Raro.
Sem indicação de registo na Biblioteca Nacional (BNP).
Indisponível

21 setembro, 2014

SANTOS, Ary dos - NÓS, OS ADVOGADOS. [Prefácio de Ramada Curto]. Lisboa, [Edição do Autor], 1934. In-8.º (19 cm) de 261, [3] p. ; B.
1.ª edição.
Curioso livro de crónicas sobre o Direito e a advocacia.
"O que se tem escrito sôbre ao advogados, Santo Deus!
O que vale, porém, é que se há quem tenha dito o pior, há também quem tenha dito o melhor, aliás como em tôdas as coisas.
Napoleão classificava-os de facciosos, artífices de crimes e de traições, avisando terrivelmente que, enquanto a espada lhe pendesse do cinturão lusido, nunca assinaria o decreto criador da Ordem. [...]
Se me passasse pela cabeça - e seria uma pretensão louca - transcrever ou falar de tudo quanto a propósito de nós, Advogados, se tem escrito, êste pobre volume de crónicas teria, pelo menos, os milhares de fôlhas da colecção do Diário do Govêrno de há uns anos a esta parte."
(Excerto do texto, Nós, os advogados)
Matérias:
- Dedicatória. - Prefácio do Dr. Ramada Curto. - Carta a meu filho. - Nós, os Advogados. - Na Boa Hora o diga. - Onde elas se fazem, e onde elas se pagam. - Mas não se há-de rir de mim. - À graça de Cunha e Costa. - Cortesia, Servilismo &C,ª. - Pequenos delitos. - Como se defende o nosso direito. - Grandes figuras do fôro. - Lamentações dum velho lenho. - Duas lápides. - Feira da Ladra. - Vós, as Advogadas. - O reclame. - Do direito de destruir e recompor as obras de arte. - Velharias. - Um Juiz. - A filosofia de António Vicente. - A anarquia da toga. - Carta aos Juízes de Portugal.
Alfredo Ary dos Santos (1903-1975). Advogado lisboeta. Politicamente, definia-se como de extrema direita. Publicou diversas obras de índole jurídica sobre temas sociais e outros, e o polémico D. Quixote Bolchevick sobre a Guerra Civil de Espanha.
Exemplar brochado em bom estado de conservação. Capa apresenta pequena falha de papel no canto inferior dto. 
Muito invulgar.
Indisponível

20 setembro, 2014

NEMÉSIO, Jorge - A OBRA POÉTICA DE FERNANDO PESSOA. Estrutura das Futuras Edições. Edição conjunta com Universidade da Bahia. Salvador-Bahia, Aguiar & Souza Ltda. : Livraria Progresso Editora, 1958. In-8º (18,5cm) de 189, [3] p. ; B.
1.ª edição.
Estudo sobre a obra poética de Pessoa.
"O crítico português Jorge Nemésio dá, neste trabalho, uma contribuição valiosa para a organização definitiva da obra completa de Fernando Pessoa, segundo julga seria do desejo do grande poeta, manifestado explícita ou implicitamente."
(excerto da apresentação)
Exemplar brochado em bom estado de conservação. Capa apresenta pequena falha de papel no canto inferior direito. 
Invulgar.
Indisponível

19 setembro, 2014

FERREIRA, Eduardo da Costa - ELOGIO HISTÓRICO DO GENERAL BERNARDINO DE FARIA. Proferido pelo Prof. Major de Artilharia,... Padrões da Grande Guerra. Porto Lito. Nacional, 1928. In-4º (24,5cm) de 78, [2] p. ; [1] f. il. ; B.
Contém em extratexto reprodução de uma fotografia do General, em traje civil, com fac-símile da sua assinatura.
Edição numerada: exemplar n.º 71 de uma tiragem desconhecida,  seguramente reduzida. Impressa em papel de superior qualidade.
Muito valorizada pela dedicatória manuscrita do autor a Henrique José Monteiro de Mendonça.
Homenagem à memória do General Bernardino de Faria, organizada pela Comissão dos Padrões da Grande Guerra, apresentada pelo General (à época coronel) Ferreira Martins, num elogio proferido pelo Major Costa Ferreira, seu subordinado durante anos no Regimento de Artilharia de Abrantes e seu adjunto no C. E. P. em campanha.
"O clarim do armistício soara, entretanto, pondo termo à guerra.
Não importa!
A quási totalidade da 1.ª Divisão do C. E. P. encontra-se em armas. Andou em contacto com o inimigo. Sentiu-o. Segui-o de perto. Participou do impulso que o escorraçou de terra francesa, assistiu à sua capitualção em terra belga. Sofreu perdas, viveu a guerra.
Quam longe nos achamos nêste alegre de 11 de novembro de 1918 dos taciturnos dias de setembro em que o snr. General Bernardo de Faria e Silva assumira o comando da Divisão! Paira no ambiente a alegria da victória e esses bons soldados que sentiram a crueldade do abandono moral a que os votaram saúdam neste momento o chefe eminente que lhes inoculara a fé perdida! Glória eterna ao nome do snr. General Bernardo de Faria, obreiro do milagre!"
(excerto do texto)
Exemplar brochado em bom estado de conservação. F. rosto apresenta trabalho de traça marginal e um pequeno orifício, sensívelmente a meio. 
Invulgar.
Indisponível

18 setembro, 2014

SANTA RITA, Guilherme de - O SONHO DO HEROE. Poemeto em cinco cantos commemorativo do Centenario da India. Lisboa, Typographia do Commercio, 1898. In-8º (17cm) de 72 p. ; B.
1.ª edição.

"Sentado, El-Rey medita. É grande essa janella,
Domina o Tejo, o sul. A noite vem. E é bella
Essa noite de maio!... Os laranjaes, em flôres,
Enviam pelo azul uns languidos olores...
Ha caricias no ar, murmurios e segredos,
Trilos de ave que voa que voa, anceios vagos, medos..."

(excerto do Canto Primeiro, A Sombra)

Exemplar brochado em bom estado geral de conservação. Capas com defeitos. Falta a f. rosto.
Raro.
10€

17 setembro, 2014

QUENTAL, Antero de - OS SONETOS COMPLETOS DE... publicados por J. P. Oliveira Martins. Segunda edição, augmentada com um appendice contendo traducções em allemão, francez, italiano e hespanhol. Porto, Livraria Portuense de Lopes & C.ª - Editores, 1890. In-8.º de 51, [1], 184, VI, [2] p. ; E.
Edição dos Sonetos de Antero, valorizada pela extensa introdução de Oliveira Martins, e pelo Apêndice de 60 páginas, exclusivamente elaborado para esta 2.ª edição, e que a distingue da 1.ª, publicada em 1886.
"Reimprimindo em edição menos luxuosa os Sonetos do snr. Anthero de Quental, cuja primeira edição se acha esgotada, pareceu-nos que augmentariamos ainda o interesse d'esta obra, que tão favoravel acolhimento encontrou no publico, juntando-lhe agora em appendice as traducções de grande numero de sonetos, feitas em allemão, italiano, hespanhol e francez, e sobre as quaes daremos aqui uma breve noticia.
As traducções allemans são todas do snr. Guilherme Storck..."
(excerto da advertência dos editores)
"Escrevendo estas breves paginas á frente dos Sonetos de Anthero de Quental tenho a satisfação intima de cumprir o dever de tornar conhecida do publico a figura talvez mais caracteristica do mundo litterario portuguez, e decerto aquella sobre que a lenda mais tem trabalhado."
(Excerto da introdução de Oliveira Martins)
Encadernação editorial em tela vermelha com ferros gravados a ouro na pasta frontal e na lombada.
Exemplar em bom estado de conservação. Assinatura de posse na f. rosto.
Invulgar.

Indisponível

16 setembro, 2014

BASTOS, Leite - AS TRAGEDIAS DE LISBOA. Edição Illustrada. Volume I [II, III, e IV]. Lisboa, Typographia das Horas Romanticas, 1878-1879. 4 vols in-8º (19,5cm) de 444, [4] p. ; [6] f. il. (I), 436, [4] p. ; [6] f. il. (II), 412, [4] ; [6] f. il. (III) e 466, [6] p. ; [9] f. il. ; E. Horas Romanticas : Bibliotheca Selecta Illustrada
1.ª edição.
Ilustrada com belíssimas gravuras desenhadas por Manuel de Macedo, e superiormente executadas pelos gravadores Alberto, Pastor e Severini. As estampas encontram-se impressas em folhas separadas das páginas de texto, ao longo dos 4 volumes que compõem a obra.
Conjunto de novelas policiais, em 4 volumes, na sua edição original. Trata-se da obra de fôlego de Leite Bastos, justamente considerado um dos precursores da Ficção Policial em Portugal.
Novelas que integram a obra:
- O Homem-demonio. - O Invisiveis de Lisboa. - Proezas de Satan. - Pactos de crime. - Nas espheras douradas. - O testamento do millionario. - O club dos gravatas lavadas. - O cadaver do Rio Secco. - Proezas de Wassily. - O segredo do maçon. - As memorias do finado. - Gloria ao amor.
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"Era o club dos Gravatas lavadas uma associação temivel e poderosa, que mais tarde, nos seus periodos de decadencia, deu o processo celebre, conhecido pela designação Olho vivo.
Dirigida por um conselho secreto, nem sempre os seus associados conheciam o segredo e fins da instituição a que estavam ligados.
Para esses, não passava de uma loja maçonica, como tantas outras que então havia, sem constituição legal, e que trabalhavam para fins exclusivamente politicos.
Mas os verdadeiros intuitos do club, segundo a sua constituição secreta, eram bem diversos.
Elles apoderavam-se de heranças importantes, simulando testamentos, e inventando herdeiros, propunham demandas, a fim de obterem uma conciliação rendosa; e para que nenhum ardil escapasse ao seu fim exclusivo de roubar a toda a gente, dispunham tambem de certa classe de mulheres que sabem insinuar-se no animo de pessoas poderosas, por dinheiro e posição, e lhes eram de grande auxiliar.
Esta associação fôra constituida por Thadeu Jacob, seguido de um grupo de dissidentes que se desligaram da loja Abnegação, a que presidia Camillo de Magalhães, o merceeiro da Praça da Figueira."
(excerto do texto, O club dos gravatas lavadas)
Francisco Leite Bastos (1841-1886). Jornalista, autor de contos e romances policiais, dramas e comédias. Colaborou no Diário de Notícias e em vários jornais literários. "É considerado um dos precursores da Ficção Policial portuguesa. Além de romances, também se dedicou à narração de crimes célebres e da vida e punição dos seus autores."
Encadernações coevas em meia de pele com ferros gravados a ouro nas lombadas. Sem capas de brochura.
Exemplares em bom estado de conservação.
Raro.
Indisponível

14 setembro, 2014

AGUILAR, Eduardo de - TRAGEDIAS DE ROMA : romance original. De... Lisboa, Edição do Autor, Setembro 1913. In-8.º (19 cm) de 631, [3] p. ; E.
1.ª edição.
Romance histórico sobre o Império Romano; retrata o período conturbado que se seguiu ao suicídio de Nero.
"Naquela noite, nas ruas estreitas de Roma, travara-se uma luta sangrenta entre os escravos de duas casas e, quando o dia surgiu, varios corpos se viam, cobertos de sangue e de lama, caidos aqui e ali, com os craneos ou os peitos abertos a golpes, certeiros e brutaes, de afiados gladios.
Os habitantes, apesar dos gritos dos vencidos e dos vencedores, não ousavam sair de suas casas, pois sabiam que, muitas vezes, o imperador, disfarçado em escravo, se envolvia nas desordens, instigando os partidarios, animando a carnificina, seguro sempre pelas espadas dos pretorianos que, perversos e a soldo, lhe serviam de escudo formidavel para as suas degradações."
Eduardo de Aguilar (1875-1942). Escritor português. Além dos anos do seu nascimento e morte, não foi possível apurar outros dados biográficos. Publicou romances e peças de teatro. Tem cerca de 15 obras registadas na Biblioteca Nacional.
Encadernação cartonada em meia de percalina. Sem capas de brochura.
Exemplar em bom estado geral de conservação. Pequena mancha de humidade visível na parte superior das 3 últimas folhas de texto.
Invulgar.
Indisponível

13 setembro, 2014

BABO, Carlos - A SOMBRA DE D. MIGUEL. Lisboa, Portugal - Brasil Limitada ; Rio de Janeiro, Companhia Editora Americana : Livraria Francisco Alves, [19--]. In-8.º (19 cm) de 275, [5] p. ; B.
1.ª edição.
Romance histórico.
"Por uma noite de meados do outono de 1844, um homem, embrulhado num grande capote de tres cabeções, estava recostado numa poltrona em frente de uma secretaria cheia de papeis, cartas, jornaes portuguezes, hespanhoes, francezes e inglezes. As paredes do amplo aposento tenuemente alumiado por um candeeiro de tres bicos de azeite, ostentavam grandes quadros imponentes, emergindo-os numa penumbra dôce."
(1.º parágrafo da obra)
Carlos Cândido dos Santos Babo (1882-1957). Historiador, jornalista, escritor e político português. Frequentou a Faculdade de Direito, em Coimbra, em 1898 e acabou a formatura em 1904. A 6 de Outubro aceitou o cargo de chefe de Gabinete no Ministério do Interior que acumulava com o da Instrução. Intervêm na Repartição Pedagógica da Instrução Primária e foi Secretário-geral do Ministério da Instrução que foi iniciado em 1913. Trabalhador incansável, traduziu autores estrangeiros e publicou ensaios e romances da sua lavra, alguns históricos. Escreveu também para jornais e revistas.
Exemplar brochado, por abrir, em bom estado geral de conservação. Capas frágeis com defeitos, sobretudo a contracapa que apresenta falha de papel no canto superior esquerdo.
Invulgar.
Indisponível

12 setembro, 2014

CATECISMO DA DOUTRINA CHRISTÃ DA DIOCESE DO FUNCHAL. Lisboa, Typographia do Annuario Commercial, 1917. In-8º (15,5cm) de 288, IV, [2] p. ; il. ; E.
Catecismo muito ilustrado com bonitas gravuras ao longo do texto e em página inteira.
"No uso das edições antigas deve têr-se em vista as alterações que se fizeram na presente edição para que a doutrina exposta ficasse perfeitamente de harmonia com alguns Decretos e decisões recentes da Santa Sé.
Na explicação do 5.º e 7.º mandamentos da Lei de Deus e do 2.º e 3.º mandamentos da Santa Igreja, a propósitodo homicidio, do fogo posto com intenção de causar damno grave e do não cumprimento do preceito paschal durante o tempo fixado, façam saber os Rev.os Párochos e os Catechistas que são esses os peccados reservados diocesanos, de que só podem absolver ordináriamente os confessôres que tiverem especial auctorisação nossa ou da Santa Sé. E da mesma forma devem proceder quando tenham de referir-se a peccados reservados por lei geral da Egreja, para que os fieis o saibam e tenham por elles o horror que merecem."
(excerto da introdução de António, Bispo de Funchal)
Encadernação cartonada em meia de percalina. Cansada. Sem capas de brochura.
Exemplar em bom estado de conservação. Carimbo de livraria na f. rosto e assinatura de posse na f. anterrosto.
Invulgar.
15€

11 setembro, 2014

MEMORIAL DO PRODUTOR DE TRIGO. Edição Comemorativa do XX Aniversário da F. N. P. T. Lisboa, Federação Nacional dos Produtores de Trigo, 1953. In-8º (15cm) de 248 p. ; [16] p. bco ; [10] p. il. ; [2] desd. ; B.
Curiosa agenda agrícola, pejada de quadros e todo o tipo de informações úteis para o agricultor.
Ilustrada com fotogravuras a p.b. em separado.
"A F. N. P. T. ao editar o «Memorial do Produtor de Trigo» pretende pôr à disposição da Lavoura agremiada um elemento de informação de cujo interesse e objectividade não é licito duvidar. Não são frequentes, entre nós - contràriamente ao que sucede lá por fora - publicações desta natureza que, se numa apreciação superficial podem ser consideradas de valor secundário, constituem, na realidade, preciosos auxiliares de quem, absorvido pela dispersiva faina de administração da casa agrícola, necessita, por vezes, de recorrer, sem perda de tempo, à consulta de elementos relativos às disposições legais e regulamentares e seu cumprimento ou de ordem técnica."(excerto da introdução)
Exemplar brochado em bom estado de conservação.
Invulgar.
10€

10 setembro, 2014

CAMILO CASTELO BRANCO (grande escritor português) - Dactilografia Artística : 1927. [S.l.], [s.n.], 1927.
1 estampa : verde ; 24,5x16 cm
Capa (brochada) : carmim ; 25x17 cm
Estampa foto-mecânica - protegida por f. papel vegetal - incluída em capa original de cartolina.
"Êste retrato, feito para a capa do livro «A Linguagem de Camilo», do Dr. Cláudio Basto, foi desenhado exclusivamente à máquina de escrever por Ildefonso Rosa, Mestre de Caligrafia, Estenografia e Dactilografia na Escola Industrial e Comercial de Viana-do-Castelo."
O verso do retrato encontra-se assinado pelo autor, com o n.º 26 manuscrito, exemplar de uma tiragem indefinida, seguramente reduzida.
Valorizado ainda pela dedicatória autógrafa do autor, no verso da capa, a Alfredo Assumpção Santos.
Raro.
A Biblioteca Nacional possui 2 exemplares.
Peça de colecção.
Com interesse camiliano.
Indisponivel

08 setembro, 2014

MAGALHÃES, Pavia de - O TORNEIO MEDIEVAL. Lisboa, Livraria J. Rodrigues & C.ª, Editores, 1935. In-8º grd. (23cm) de 47, []1] p. ; il. ; B.
1.ª edição.
Ilustrada com bonitos desenhos da autoria de Martins Barata.
Estudo sobre "o passatempo predilecto e belicôso dos senhores feudais".
Descrição dos torneios medievais, das regras e preceitos observados, o equipamento, etc., com relato de alguns episódios da cavalaria portuguesa.
"Justifica-se absolutamente a necessidade de tão violentos exercícios num período quási permanente de guerras. Os torneios foram, para os tempos medievais, o mesmo que para os nossos dias são as manobras de qualquer unidade militar; com a diferença de que: nos torneios , muito embora sem aversão, combatia-se até matar."
(excerto do texto)
Exemplar brochado em bom estado de conservação. Levemente manchado no pé ao longo das primeiras páginas do livro.
Invulgar e muito curioso.
15€

07 setembro, 2014

PINTO, Julio Lourenço - O BASTARDO : scenas da vida contemporanea. Porto, Typographia do Commercio do Porto, 1889. In-8º (21cm) de 338, [2] p. ; E.
1.ª edição.
Valorizada pela oferta autógrafa do autor à Sociedade Camillo Castello Branco.
Romance naturalista.
"Após alvoraçada e jubilosa lide as duas irmãs davam o ultimo retoque com esmero e amoravel correcção ao arranjo decorativo no aposento destinado ao hospede querido, desejado como filho prodigo que se repatria ao lar paterno. Esta actividade jovial de Branca, a mais velha, expandia-se methodica, ordeira, toda repassada de meiga placidez; na luminosa serenidade dos seus sorrisos nunca se apagavam de todo uns laivos do ar seriosinho e comedido que era o seu traço mais caracteristico, em vivo contraste com a Christina, a mais nova, irrequieta e fogosa sob o aguilhão do sangue azougado e fervido que dava uns tons quentes á sua esplendida carnação de nympha."
(1.º parágrafo da obra)
Júlio Lourenço Pinto (1842-1907). "Bacharel em Direito Pela Universidade de Coimbra (1864), fez a sua estreia literária no Comércio do Porto, jornal em que publicou uma série de artigos, sob o título "Revistas semanais", e outra colaboração sobre diversos temas. Como ficcionista, foi autor dos romances "Margarida" (1880), "Vida Atribulada" (1880),"O Senhor Deputado" (1882), "O Homem Indispensável" (1883) e "O Bastardo" (1889), subordinados ao título genérico de Cenas da Vida Contemporânea, e do livro de contos "Esboços do Natural" (1885). A "Estética Naturalista" (1884) é a reunião dos artigos dados à estampa na "Revista de Estudos Livres" (1883-1887), terceiro e último órgão do movimento positivista português, editada em Lisboa por iniciativa de Teófilo Braga e Teixeira Bastos, que compartilharam a sua direcção com Sílvio Romero e outros dois intelectuais brasileiros. Com esta obra de teorização estética, Júlio Lourenço Pinto faz jus a que o seu nome figure na não muito numerosa galeria dos nossos doutrinadores literários."
Encadernação coeva em meia de pele com ferros gravados a ouro na lombada. Sem capas de brochura.
Exemplar em bom estado geral de conservação. Tem um selo numerado na lombada. Pastas cansadas, sobretudo nas margens e nos cantos. Carimbo posse de biblioteca (2) na f. rosto. Derradeiras folhas do livro apresentam, marginalmente, ténues sinais de humidade.
Raro.

Indisponível