31 outubro, 2018

LAND, Carsten & HÜCKING, Klaus J. & TRIGUEIROS, Luiz - ARQUITECTURA EM LISBOA E SUL DE PORTUGAL DESDE 1974 : ARCHITECTURE IN LISBON AND THE SOUTH OF PORTUGAL SINCE 1974. Lisboa, Editorial Blau, Lda., 2005. In-fólio (15x30cm) de 719, [2] p. ; mto il. ; E.
1.ª edição.
Exaustiva pesquisa de referência que apresenta mais de 630 obras e projectos de arquitectura, sistematizando os autores e as obras de várias gerações activas desde 1974 até 2005.
Encadernação do editor em tela vermelha gravada a seco com sobrecapa policromada. Excelente exemplar.
Esgotado.
35€

 

30 outubro, 2018

ABRAM OS OLHOS! 2.ª edição (aumentada). [S.l.], Oficinas Gráficas da Companhia Editora do Minho - Barcelos, 1949. In-8.º (18,5cm) de 68, [1] p. ; B.
Folheto de propaganda anti comunista, publicado pouco após o final da 2.ª Guerra Mundial, numa época em que a União Soviética procurava expandir a sua influência planetária.
"Portugueses. O folheto que ides ler deverá esclarecer-vos, abrindo bem os vossos olhos à luz da Verdade.
Vereis como é preciso desconfiar de quantos, ao falar-se de perigo comunista, dizem, sorrindo, que tal perigo não existe em Portugal.
Os que assim falam, procedem como servidores do comunismo e, como tais, os deveis tratar, não esquecendo que os comunistas dirigentes de maior categoria nunca dizem que o são, até negam.
Desconfiar, também, de quantos dizem não querer saber de política, que querem estar bem com todos, que respeitam todas as ideias e atitudes. É outra forma de servir o Inimigo.
Desconfiar, ainda, dos que mudam de assunto quando são comentadas atitudes comunistas ou comunisantes e, quando não podem deixar de ouvir os comentários, se retraem ao silêncio.
Desconfiar mais, se mais é possível, de quantos se dizem católicos, até ostensivamente praticantes de culto externo, e acrescentam, intencionalmente, nada ter a religião com a política, e que toda a política é legítima aos católicos desde que respeite a religião dentro do campo das crenças, único próprio da religião. [...]
O comunismo apresenta-se como democratismo, que, na verdade, é caminho para ele.
Ainda há poucos meses em Portugal o vimos. O democratismo português é tão aliado do comunismo que até por este é absorvido.
Por isso desconfiar dos que se afirmam só democráticos mas, pràticamente, são servidores do comunismo com o qual estão aliados na luta contra o Estado Novo português.
E os aliados estão incursos na mesma condenação do Santo Padre."
(Excerto da introdução)
Matérias:
 - [Preâmbulo]. - «Se eles vencessem»... : O que eles já teriam feito em Portugal, Artigo de Correia Marques. - Se eles vencessem... : Pior que a Gestapo. O Conselho Superior de Defesa da RRepública com poderes descricionários e «livre trânsito» iniciaria o trabalho de depuração política, tanto nos sectores oficiais como particulares. - Se eles vencessem... : Preparava-se a perseguição civil e religiosa em todos os ponto do País e em todas as províncias ultramarinas. A igreja seria submetida a um regime especial muito parecido ao que impuseram os déspotas de Praga e Budapeste. O governo nomearia os funcionários que quisesse e escolheria os altos postos do Exército, da Armada e da Justiça. Para preenchimento das «vagas» seriam nomeados em chusma os perfeitos republicanos. Voltaria a vigorar com todo o seu rigor a lei de separação, a lei de «garras e colmilhos». - Continua o perigo! : A Hidra das Sete Cabeças jactando-se de que são a maior e melhor força anti-fascista organizada. - Se eles vencessem... : Reflexos & Reflexões. - Texto do Decreto do Santo Ofício sobre os católicos e o comunismo. - A Igreja perante o comunismo : Incorrem "ipso facto" no perigo de excomunhão os católicos que professem as doutrinas materialistas e anticristãs do comunismo e especialmente os que as defendem e propagam. - Contra a grande heresia do nosso tempo : Ser comunista para os católicos equivale a abandonar voluntariamente a Igreja. - Segundo a interpretação dada no Vaticano à recente decisão do Sumo Pontífice,o decreto do Santo Ofício não excomunga apenas os católicos comunistas mas também os católicos que apoiarem o comunismo embora não filiados no Partido. - O Santo Padre dirigiu a palavra aos berlinenses "Os Estados não erigidos na crença em Deus estão destinados a cair". - O que eles chamam paraíso : "O trabalho forçado" na Russia Soviética. - O que lá acontece. Como é a vida. Coisas do mundo. - Cuidado com as infiltrações e as máscaras! O inimigo espreita... Lavradores do Alentejo e Ribatejo, alerta! - As mulheres do Partido : não as haverá entre as mulheres que conheceis? Nos bastidores de uma tenebrosa organização. Sequestradas do mundo, terrivelmente escravizadas ao Partido as mulheres comunistas perguntam impacientes: - Quando é que as mulheres deixam de depender dos homens?!!! - Os novos expedientes de Moscovo : O Movimento pela Paz representa tentativa comunista destinada a enfraquecer a resistência dos países do Ocidente. - Os comunistas vistos de perto : Documento Sensacional dos processos usados pelo Partidos para a escravização dos seus filiados. - Novo organismo comunista - MDN - destinado a substituir o MUD e o MUNAF pretende a unidade da Oposição - dizendo-se independente em religião política - mas foi organizado pelo Cominforme e só obedece a Moscovo. - Preciosas confissões... : No seu manifesto mais recente o Partido Comunista Português confessa «ser a alma das oposições democráticas». - O Cominforme faz projectos para a Península Ibérica para chefiar os comunistas portugueses e espanhóis. - Reflexos & Reflexões : Em Portugal, democracia quer dizer Cavalo de Tróia. - Tácticas comunistas... «Adormecer a desconfiança dos comerciantes médios, dos proprietários e dos lavradores médios». - Abram os olhos!
Exemplar brochado em bom estado geral de conservação.
Raro.
Com interesse histórico.
Indisponível

29 outubro, 2018

MONTEIRO, Rafael - ALGUNS MAREANTES DESCONHECIDOS DA TERRA DE SESIMBRA. (Comunicação apresentada ao Congresso Internacional de História dos Descobrimentos - Lisboa, 1960). Sesimbra, [Edição do Autor - Composto e impresso na Neogravura, Lda., Lisboa], 1962 [na capa, 1961]. In-4.º (25cm) de 37, [3] p. , [1] f. il. ; B.
1.ª edição.
Livro valorizado pela dedicatória autógrafa de Rafael Monteiro ao "Boletim da Descendência Portuguesa de Ex-Libris. 
Ilustrado com uma fotogravura do "Velho Arrais de Sesimbra", impressa sobre papel couché.
Edição de 300 exemplares não destinados à venda.
"Animou-nos, neste estudo, o desejo de, no ano da evocação do Infante, associar Sesimbra à obra daqueles que, como cantou o poeta, andaram mar inteiro / sem achar mar que bastasse! Infelizmente a memória deles não mereceu então (nem mereceu ainda!) ao Município de Sesimbra a glorificação que ajudasse a despertar a consciência da Terra e da Raça a que pertencemos, nos ensinasse a continuar."
(Excerto da introdução)
"Ao estudo objectivo da história - compilando datas, discutindo a hora de determinado acontecimento, corre paralelo o estudo subjectivo - montrando-nos as raízes últimas, profundas do caso histórico: tudo, afinal, quanto importa conhecer. Só assim poderemos encontrar a «linha de rumo» [...]
O que de Sesimbra conhecemos, o já conhecido, mostra-nos essa linha, a profanos oculta: «linha de fé, usando a terminologia singular e simbólica dos nossos navegadores.
Não há hoje sombra de dúvida de que o povo sesimbrense foi - muito antes da nacionalidade - povo de navegadores: homens fortes e livres, ùnicamente sujeitos a Deus - a quem serviam, e ao Mar - que submetiam. Desse povo nasceram os mareantes dos descobrimentos; deles descendem, sem quebra de linha varonil, os velhos «arraizes» de hoje - caso particular no agregado português, que em outras regiões encontra paralelo, mas não identidade."
(Excerto do preâmbulo)
Matérias:
- Preâmbulo. - Espaço e tempo. - Portugalidade. - Universalidade. - Mareantes do século XV. - Mareantes do século XVI. - Mareantes do século XVII. - Conclusão. - Anotações.
Exemplar brochado em bom estado de conservação.
Raro.
Com interesse histórico e regional.
25€

28 outubro, 2018

ANTUNES, João - O OCULTISMO E A SCIENCIA CONTEMPORANEA. Notas, teorias, documentos e factos. Com uma carta-prefacio do Dr. Gerard Encausse. Lisboa, Livraria Classica Editora de A. M. Teixeira, 1914. In-8.º (19cm) de 93, [3] p. ; B. Colecção "Psicologia Experimental", VII
1.ª edição.
Inclui em duas páginas o "Diagrama da constituição humana segundo os vários tradicionalismos herméticos".
"A colecção «Psicologia Experimental» tem por fim a vulgarização dos dados actuais das sciencias de observação no ramo momentoso da Psicologia. Vultos de primeira grandeza se têm notabilizado nestes estudos transcendentais e interessantes, William Crookes, Zoner, C. Flammarion, C. Lombroso, Aksakoff, Perty, Minot Savage, etc., lançando o seu contributo de luz sobre sobre uma fenomenologia obnubilada pelo mistério. A hipnologia e a magnetologia integraram nos seus limites, definidos á luz clara do experimentalismo, a grande maioria dos factos considerados hermetistas, por inexplicaveis. As sciencias denominadas ocultas começam a despir-se dos seus atavios misteriosos e a estudar-se em face do rigido positivismo da observação imediata e concreta."
(Excerto da nota do Editor)
"A Historia no seu evoluir secular através de mil gerações, objectivou o principio de que o homem é o asintota da Verdade. Caem os imperios e as raças numa derrocada fragosora e surgem as civilizações, de civilizações extintas e ele, o judeu errante do espaço, obsidiado pela eterna aspiração de palpar a razão intima e ultima das cousas aparece-nos como um caminheiro audaz empolgado de desilusões, sedento e faminto em busca daquela Verdade imanente e fugidia que não atingirá jamais. [...]
Uma das hipoteses mais interessantes que emergem deste complexo de conhecimentos indubitavelmente incompleto é se ha lados ignorados da Historia. A duvida tem um assentimento mental imediato. Os lados ignorados da Historia surgem a cada passo nos periodos contemporaneos com não hão de eles pulular nos periodos mais reconditos da Historia!
Ora um sistema filosofico que se oraganizou resultante da mise-en-science de todas as teorias, de todas as tradições, de todos os factos que se prendem por uma intensa afinidade ao transcendental e que assumiu o nome de Ocultismo, tenta apresentar criterios coordenativos e explicativos da filosofia da Historia. Não se poderá, dizer que seja um sistema simplesmente esporadico e isolado. A corrente demolidora do Enciclopedismo cedeu com uma certa passividade perante as teorias transcendentais e perante as tradições escatologicas. O problema do Transcendental existe,"
(Excerto de A hipotese hermetica)
Índice:
- [Nota do Editor acerca da Colecção]. - Carta-prefacio do Dr. Gerard Encausse. - Duas palavras. - A hipotese hermetica. - As teorias do Ocultismo. - A metafisica do ocultismo e o maravilhoso pré-scientifico. - A integração de certos dados hermeticos nas sciencias classicas. - De alguns fenomenos do Ocultismo.
Exemplar brochado em bom estado de conservação. Capas com manchas.
Raro.
Indisponível

27 outubro, 2018

CARDOSO, Dr. Julio - ENFERMAGEM DE CRIANÇAS. Lições feitas no Dispensario do Porto para Crianças Pobres, ás alunas do curso de 1929-1930. Porto, Edição do Dispensario do Porto para Crianças Pobres, 1930. In-8.º (19cm) de [8], 189, [3] p. ; [1] f. desd. ; B.
1.ª edição.
Com uma folha desdobrável, separada do texto, contendo um quadro com as principais doenças da época - Varicela, Rebeola, Sarampo, Trazerolho, Escarlatina, Varíola, Tifoide e Coqueluche -, incluindo os dias de incubação, os dias de doença durante os quais há erupção, a quarentena e o período de infecção.
"É certo que nas doenças dos filhos ninguem, como a mãe, pode desempenhar a função de enfermeira. Só ela sabe adivinhar a sua linguagem confusa, dar valor aos seus gestos, vencer os seus caprichos, ameigá-los, acalentá-los, adormecê-los. Mas para desempenhar o papel de enfermeira é preciso mais alguma coisa do que ser mãe carinhosa. É Preciso ter força, saude, inteligencia, aptidão, conhecimentos, boa vontade e serenidade de animo.
Não é só o muito amor, a muita amizade e a muita dedicação pelos filhos que pode fazer de uma mãe um precioso auxiliar do medico, o seu colaborador indispensavel na conquista da perdida saude do filho; é necessario tambem que ela saiba cumprir inteligentemente as ordens do medico, colher serenamente, durante a ausencia deste, os elementos indispensaveis de que ele carece para seguir, passo a passo, a marcha da doença e contra ela orientar convenientemente a luta; cercar o doente de todos os cuidados higienicos; numa palavra, colaborar com o medico e pôr nesta colaboração toda a sua boa vontade, todo o seu esforço, todo o seu carinho e todo o seu saber.
Este curso aproveitará a todas aquelas pessoas que desejem seguir a profissão de enfermeiras de crianças, porque, depois dele concluído, ficarão com uma boa soma de conhecimentos especiais e poderão substituir, numa doença grave e prolongada, a mãe que não possa, que não queira, ou que não saiba fazer a enfermagem do filho ou que, pelo excesso do seu amor, perturbe tudo, complique tudo a ponto de desorientar o medico com os seus gritos, as suas lagrimas, a sua falta de serenidade e até com a sua ignorancia. Uma criança doente precisa de ter junto de si uma enfermeira inteligente, instruída, solicita e dedicada."
(Excerto da Primeira lição)
Índice:
Primeira lição - Qualidades que deve ter uma enfermeira de crianças. Conhecimento das necessidades das crianças e modos praticos de vencer os seus caprichos e as suas teimosias. Algumas doenças dos pais que influem na saude dos filhos - a sífilis, o alcoolismo e a tuberculose. Segunda lição - Principios da higiene infantil: o quarto, o leito, o vestuario e o banho. Terceira lição - Alimentação da criança sã e doente. Alimentação ao seio e alimentação ao biberão. Quarta lição - Principios gerais de culinaria infantil. Quinta lição - Noções muito sumarias sobre a anatomia e fisiologia da criança. Sexta lição - A doença. Indicações gerais a preencher antes da chegada do medico. Conhecimento rapido dos principais sintomas das doenças. O choro e sua significação. Setima lição - A doença (continuação). Acidentes que acompanham com mais frequencia as doenças e modo de os remediar. Doenças agudas, cronicas e infecto-contagiosas. Cuidados especiais para cada classe de doenças e gerais para todas. Oitava lição - A doença (continuação). Como proceder á desinfecção depois duma doença contagiosa. Os agentes de infecção e modo de impedir que eles cheguem ao contacto das feridas. Nona lição - A doença (continuação). A lavagem das cavidades: boca, garganta, nariz, olhos, ouvidos, estomago e intestino. Decima lição - A doença (continuação). O valor da febre como sintoma de doença. O termometro. Como se toma a temperatura e como se faz um grafico. Decima primeira lição - A doença (continuação). Cuidados a ter com as feridas. Maneiras de executar um penso e elementos que entram na sua composição. Decima segunda lição - Os remedios. Como vencer a repugnancia das crianças em os tomar e os cuidados que exige a sua aplicação. Os remedios externos (cataplasmas, pomadas, compressas, banhos, etc.); os remedios internos (vermifugos, purgantes, vomitorios, tisanas, etc.). Decima terceira lição - Os remedios (continuação). Injecções hipodermicas, intra-musculares e intra-venosas. Decima quarta lição - Meio de remediar alguns pequenos acidentes. Decima quinta lição - As vacinas e os soros. Modo de aplicar umas e outros. - Conclusão.
Exemplar brochado, por aparar, em bom estado de conservação. Capas manchadas.
Raro.
Sem registo na BNP.
Indisponível

26 outubro, 2018

IGNOTUS - O ACORDAR DUM SONHO. Dedicado aos valentes portuguezes que, ao lado dos aliados, defendem os direitos, liberdade e progresso dos povos. Lisboa, Tip. da Livraria Ferin, 1916. In-8.º (15,5 cm) de 18, [2] p.
1.ª edição.
Obra poética da autoria de José Nunes da Matta, publicada sob pseudónimo, dedicada aos combatentes lusos que integraram as forças aliadas ainda antes da participação oficial portuguesa no conflito.
No final do opúsculo está impressa a seguinte declaração: "Emquanto durar a actual guerra, o preço liquido da venda é todo destinado aos nossos valentes conterraneos que se encontram no campo de batalha."

"Aos valentes herois da Lusitania,
Da guerra nos perigos esforçados,
Que contra os feros povos da Germania
Se uniram aos homericos aliados,
A combater a revoltante insania
Dos que os querem escravos degradados,
O nosso preito imenso bem sentido
E alto louvor eterno merecido."

(Salve!)

Exemplar desencadernado em bom estado de conservação. Sem capas. Rubrica de posse na f. rosto.
Raro.
Peça de colecção.
A BNP tem apenas um exemplar registado na sua base de dados.
Indisponível

25 outubro, 2018

MEDICINA HOMŒOPATHICA. Compilada dos melhores praticos d'este systema, contendo, alem do calendario e tudo mais proprio d'um almanach, o elogio de Samuel Hahnemann, o immortal inventor da homœopathia, pelo dr. A. M. Rebello da Silva, um artigo sobre a utilidade d'esta medicina e o meio pratico, ao alcance de todos, de tratar um grande numero de doenças que infelizmente affectam a humanidade. Preço 240 réis. Lisboa, Typ. da Bibliotheca Universal de Lucas & Filho, [na capa, Bibliotheca Horas de Recreio], 1876. In-8.º (15 cm) de 120 p. ; E.
1.ª edição.
Curioso manual de homeopatia, medicina alternativa em voga na época da sua publicação, com um número crescente de adeptos, incluindo reputados médicos. Contém um largo conjunto de práticas alternativas para tratamento dos mais diversos padecimentos.
Inclui, em duas páginas, lista dos médicos, consultórios e farmácias homeopáticas de Lisboa e do Porto.
"Na immensa e indifinida evolução do entendimento applicado á natureza humana, Hippochrates preludiou Samuel Hahnemann; em muitos pontos das obras do venerando patriarcha da medicina official bebemos em cheio a sciencia homœopathica; os seus trabalhos testemunham um vasto entendimento, porém imperfeitamente difinido e accentuado; ha n'elles oscilações e por vezes a balança, onde a razão pondéra os factos, pende em sentidos oppostos. A homœopathia nasceu na inspirada razão do venerando auctor dos aphorismos; mas, similhantemente a todos os productos em sua infancia, accusa-se-nos sujeita á lei da instabilidade; decorreram 2500 annos e a grande ideia, a grande verdade encontrou sómente no prodigioso cerebro de Samuel Hahnemann o alento para se desenvolver, o molde para se formular e o genio para lhe assignalar e apontar o seu alto destino. As verdades são eternas, como a natureza, e para esta se formular e definir, servem-lhe de centros, reguladores e moderadores na sua existencia supremamente variada! A verdade muitas vezes occulta no immenso turbilhão dos phenomenos cosmicos, entrega-se aos espiritos avidos da verdadeira sciencia, sómente depois d'elles terem percorrido, domado e submettido as leis, o oceano da vida!"
(Excerto do Elogio, por A. M. Rebelo da Silva)
Encadernação coeva em meia de pele com dourados na lombada. Conserva a capa frontal.
Exemplar em bom estado de conservação. Pastas apresentam "esfoladelas" nos cantos. Páginas algo oxidadas.
Antes da introdução, o editor incluiu uma observação onde remete para a página 121 o nome das doenças por ordem alfabética. O livro não contém essa página - não foi encadernada com as restantes, ou nunca terá chegado a existir.
Raro.
Sem registo na BNP, e sem notícia de qualquer outra fonte bibliográfica.
Indisponível

24 outubro, 2018

CASTELO BRANCO, Holbeche - PORQUE ADMIRO A ALEMANHA. Da teoria aos factos. Lisboa, [s.n. - Composto e impresso na Imprensa Barreiro, Lisboa], 1940. In-8.º (18 cm) de 26, [2] p. ; B.
1.ª edição.
Opúsculo pró regime nazi. O autor foi um conhecido germanófilo.
"Atingimos a altura de atacar de frente o assunto que nos levou a escrever o presente folheto.
Referimo-nos à Nova Ordem Económica que a Alemanha promete estabelecer na Europa, logo que termine a guerra a favor das suas armas. Dela, da nova ordem, vamos dar uma ideia que, embora resumida, servirá para elucidar quantos, de boa fé, fazem apreciações injustas em conseqüência do desconhecimento dos factos."
(Excerto do texto)
Exemplar brochado em bom estado de conservação. Com alguns sublinhados a lápis no texto.
Invulgar.
Indisponível

23 outubro, 2018

FERNANDES, Vasco da Gama - ADVOCACIA. Claros-escuros duma profissão. (Conferência proferida no Instituto da Conferência da Ordem das Advogados, em Coimbra, na noite de 27 de Abril de 1957). [2.ª edição prefaciada pelo bastonário Doutor Pedro Pitta]. [S.l.], [s.n. - Comp. e imp. na Gráfica Santelmo, Lda., Lisboa], 1963. In-4.º (23,5cm) de 43, [1] p. ; B.
Conferência dedicada pelo autor ao "colega e amigo Manuel João da Palma Carlos, na viva e sentida homenagem às suas qualidades de advogado indomável e indomado".
"Caminho para o quarto de século da minha profissão. E ponho-me a recordar a hora em que atravessei a porta principal do velho pardieiro do Campo de Santana e, em plena rua, me senti licenciado em Direito pela Universidade de Lisboa...
Atrás de mim, em anos bem difíceis e temerosos, ficara uma juventude que nunca se comprometera e que, num levante de pureza, procurara na luta contra a maioria dos mestres a melhor forma de fazer o Direito, já que o Direito, segundo Bernardino Machado, não é aquele que se escreve, mas sim que se pratica.
Ora eu sentira que o ensino do Direito no velho pardieiro do Campo de Santana negava, na sua essência, todas as veras conquistas romanas da legalidade e assistia, indignado e estupefacto, à série infinita de mistificações e desfeiteamentos que transformavam a velha loba do Lácio num podengo sem categoria, cansado, exausto, correndo atrás do dono na mira do osso compensador. E que osso!"
(Excerto da Conferência)
Vasco da Gama Fernandes (1908-1991). "Foi advogado e político. Destacou-se desde os tempos de estudante como opositor ao Estado Novo, tendo sido por diversas vezes preso pela polícia política. Na década de 30 adere à Aliança Republicana e Socialista (ARS), em 1943, ao Movimento de Unidade Nacional Antifascista e, dois anos mais tarde, é um dos fundadores do Movimento de Unidade Democrática (MUD). Em 1947 colabora na fundação do Partido Trabalhista e, em 1973, na do Partido Socialista (PS). Após a Revolução de 25 de Abril de 1974, foi eleito Deputado pelo Partido Socialista (PS), Vice-Presidente da Assembleia Constituinte e, quando reeleito Deputado, foi o primeiro Presidente da Assembleia da República. Em 1979, demitiu-se do PS, aderindo depois à Frente Republicana e Socialista (FRS) e, mais tarde, funda o Partido Renovador Democrático (PRD). Por este partido, foi eleito Deputado nas eleições legislativas de 1985 e 1987."
(Fonte: https://www.parlamento.pt/VisitaParlamento/Paginas/BiogVascoGamaFernandes.aspx)
Exemplar brochado em bom estado de conservação.
Invulgar.
15€

21 outubro, 2018

HYMNO DO ENTERRO DO GRAU. Letra de Gomes da Silva (Quartanista de Direito). Música para piano de Henrique L. Doria Homem Côrte-Real. [S.l.], [s.n.], [1905?]. In-4.º (27cm) de 4 p.
1.ª edição.
Folheto raro e muito curioso, impresso no início do século passado, com interesse histórico para a bibliografia académica coimbrã. Consta da letra e da partitura musical compostas para o Hino do Grau.
O "Enterro do Grau", era uma tradição académica sobre a extinção do grau de bacharel, tendo especial relevância no cerimonial a participação do aluno e do lente mais antigo presente.
"O grau de bacharel era um título científico conferido solenemente pela universidade, até 1905, obtida a aprovação no penúltimo ano (em Direito, concluído o 4.º ano), e até 1910, depois da aprovação no exame de todas as cadeiras do curso." (Alberto de Sousa Lamy - A Academia de Coimbra)
Segundo Rodrigues Costa (blog A' Cerca de Coimbra), "a Tradição Académica encontra-se associada a diversas celebrações que pontuam o calendário estudantil. Em Coimbra, as primeiras manifestações deste tipo remontam aos festejos do centenário da sebenta, aos que marcavam o início e o fim das aulas, aos do enterro do grau, etc.".

"Requiesce in pace,
Nas sempiternas alturas,
Velho Cabo Tormentoso
Das antigas formaturas.

Cáia o pranto derradeiro
Na sepultura do Grau.
Morreu mais triste e secco
Do que um secco bacalhau.

Requiesce in pace,
Nas sempiternas alturas, etc...."

(Excerto do Hino)

Exemplar brochado em bom estado de conservação.
Raro.
Peça de colecção.
Sem registo na BNP, ou em qualquer outra fonte bibliográfica.
Indisponível

20 outubro, 2018

HAMOND, Charles - A VOLTA AO MUNDO EM 16 HORAS : romance de aventuras. Versão livre de José Rosado. [Lisboa], Edição Romano Tôrres, [1944]. In-8.º (19 cm) de 102, [2] p. ; B. Colecção «Romance de Aventuras», N.º 171
1.ª edição.
Curioso romance de ficção científica nacional, publicado na popular Colecção Salgari da Romano Torres.
De acordo com a Biblioteca Nacional, o autor do livro é José Rosado, o "tradutor", que utiliza o pseudónimo Charles Hamond.
"Em plena «Broadway» - no coração de Nova-Iorque - no décimo-quinto andar dum dos seus edifícios, encontra-se instalado o «Clube dos Inventores» - uma das mais originais agremiações particulares de todo o mundo. Reúnem-se ali, tôdas as noites, os mais estranhos personagens da grande metrópole americana, divagando sôbre os temas mais extraordinários que possam despertar a curiosidade crescente do mundo científico.
Além dos trinta mil associados inscritos no «Clube dos Inventores», dos quais fazem parte as maiores sumidades da Engenharia mundial, contam-se ainda duas dezenas de milhares de sócios beneméritos.
Ao entrar nas salas daquela colectividade científica tem-se a impressão do contacto com um mundo diferente em que nos habituamos a viver, porque, ali, tudo é estranho e novo.
Começaremos por dizer que, no «Clube dos Inventores», não há criados; e, contudo, quem lá entra não deixa de ser atendido convenientemente, como se estivesse num dos melhores clubes mundanos.
Tudo - ou quási tudo - é automático.
Botões eléctricos espalhados por tôda a parte, ao receberem o contacto dos dedos, fazem accionar mil-e-um aparelhos das mais variadas configurações e que se prestam aos mais caprichosos serviços."
(Excerto do Cap. I, O Clube dos Inventores)
Índice:
I - O Clube dos Inventores. II - Um almôço original. III - O Lago Salgado. IV - O «Ponto de Exclamação». V - Rankin entra de novo em cena. VI - Um adiamento inesperado. VII - Depois da tempestade. VIII - A largada. IX - Onde aparece Rankin. X - A grande etapa. Epílogo duma grande aventura.
Exemplar brochado em bom estado geral de conservação. Capas frágeis com defeitos.
Muito invulgar.
20€

19 outubro, 2018

A VIDA FEMININA - Revista quinzenal de educação artistica, intellectual, profissional, physica e domestica da mulher. Directora - Maria d'Eça de Mello. Propriedade da Empreza de "A Vida Feminina". ANNO I : Lisboa, 15 de Outubro de 1910 : NUMERO 1. In-fólio (30,5 cm) de 8 p. ; il. ; B.
1.ª edição.
Revista efémera, ilustrativa do papel reservado à mulher na época. Impressa em papel couché, com apurado sentido gráfico e estético. Cremos que, apenas este n.º 1 terá saído dos prelos. Curiosamente, foi publicado poucos dias após a revolução republicana, sendo talvez essa a causa principal para a sua curta vida.
Summario:
- A Vida Feminina, por C. d'Eça de Mello. - Lavores, illustrado. - Ao Correr da Penna. - Soneto, por Maria O'Neill. - Chronica Intima, illustrado, por Baroneza Luiza. - Russas e Americanas, illustrado. - Chronicas da Moda, illustrado. - Lições, photo-pintura.
"Não é este titulo bem suggestivo, e não segreda elle á leitora mil promessas de que a Revista, que hoje apparece pela primeira vez, só terá em mira proporcionar á mulher, rica ou pobre, habitando palacios, ou modestas moradias, conselhos para dar á vida toda a sua belleza?
Toda a mulher póde, e deve dar á sua casa o confortable - roubemos aos inglezes a sua expressão favorita - e a elegancia que a torne attrahente e hospitaleira.
É esse o seu papel nas sociedades modernas e todas temos a responsabilidade da alegria e felicidade d'aquelles que nos rodeiam seja qual fôr a condição da mulher, a graça, o arranjo, a artistica disposição dos moveis, emfim; tudo quanto depende do gosto, e seu apanagio.
As mulheres ricas podem, e devem, educar o seu espirito para não preferirem, por capricho ou indiferença objectos vulgares, pois animando a producção d'elles em detrimento desses que simples e baratos têem comtudo um cunho de arte, commetem uma falta contra a sua verdadeira missão e contra o gosto.
Aquellas a quem a fortuna não collocou de forma a poderem dar esse impulso á arte, cumprem da mesma forma a sua missão de cultoras do Bello quando dêem, a tudo quanto as rodeia, uma disposição sympathica."
Exemplar brochado em bom estado de conservação.
Rara.
Indisponível

18 outubro, 2018

MATOS, João Xavier de - RIMAS // DE // JOÃO XAVIER // DE MATOS // ENTRE OS PASTORES // DA ARCADIA PORTUENSE // ALBANO ERITHREO // DEDICADAS Á MEMORIA // DO GRANDE // LUIZ DE CAMÕES // PRINCIPE // DOS POETAS PORTUGUEZES // DADAS Á LUZ // POR // CAETANO DE LIMA // E MELLO // PORTO // Na Officina de CLAMOPIN DURAND, // Groureau, e Companhia. Anno de 1773 // Com licença da Real Meza Censoria. In-8.º (16,5cm) de [6], 312, [4] p. ; E.
1.ª edição.
Obra poética de João Xavier de Matos (1730/35-1789), pastor da Arcádia Portuense, agremiação "de vaga existência e escassa importância", fundada por dissidentes das Arcádias principais (Lusitana e Nova Arcádia), cujos principais intérpretes seriam, para além de Xavier de Matos, o abade de Jazente, Paulino António Cabral. A obra é composta por sonetos, odes, canções, éclogas e epístolas.
"Judicioso Leitor, as Poezias de João Xavier de Matos tão conhecidas, e estimadas dos nossos Portuguezes, são as que offereço neste pequeno volume á tua curiosidade: elle poderia ser maior, se fora vencivel o pouco apreço, que faz o Author das suas admiraveis composições, tanto em prejuizo dos que amão a bella simplicidade, e prézão mais os vestidos proprios da natureza, do que os adornos emprestados da Arte: Tu, que devo suppôr deste numero, não desaprovarás o trabalho, que tomei, para dar-te a ler em hhum só livro os Teocritos, os Lobos, e os Bernardes."
(Prologo)
Encadernação coeva inteira de carneira com dourados na lombada.
Exemplar em bom estado geral de conservação. Pastas cansadas com "esfoladelas". Algumas páginas apresentam letras preenchidas com tinta de cor vermelho ou azul, trabalho infantil, por certo.
Raro.
Indisponível

17 outubro, 2018

HITLER, Adolf - A MINHA LUTA : MEIN KAMPF. Comentários de: Prof. A. H. de Oliveira Marques; José Martins Garcia; Rolão Preto; Sanches Osório. [Lisboa], Fernando Ribeiro de Mello / Edições Afrodite, 1976. In-8.º (21cm) de LIII, [3], 510, [6] p. ; B.
1.ª edição.
"Em 1 de Abril de 1924, o Tribunal Popular de Munique ordenava o meu encarceramento em Landsberg-am-Lech.
Pela primeira vez, após anos de trabalho incessante, eu tinha assim a possibilidade de me entregar a uma obra que muitos instavam comigo para que escrevesse e que eu próprio sentia oportuna para a nossa causa. Decidi-me, então, nestes dois volumes (a edição original alemã saiu em Munique, em dois volumes publicados respectivamente em 1925 e 1927), a expor não só os objectivos do nosso movimento, mas ainda a sua génese. Uma tal obra será mais fecunda do que um tratado puramente doutrinário.
Além disso, tinha assim a ocasião de mostrar a minha própria formação, tanto mais que isso é necessário para a compreensão do livro, e quanto pode servir para a destruição da lenda construída em torno da minha pessoa pela imprensa judaica.
Não me dirijo, aqui, a estranhos, mas a esses militantes do movimento que a ele aderiram de todo o coração e cujo espírito procura agora uma explicação mais aprofundada.
Não ignoro que é pela palavra muito mais do que por livros que se ganha os homens: todos os grandes movimentos que a história registou ficaram a dever muito mais aos oradores do que aos escritores.
Mas nem por isso é menos verdade que uma doutrina não pode salvaguardar a sua unidade e a sua uniformidade se não for fixada por escrito duma vez para sempre. Estes dois volumes serão as pedras com que contribuo para o edifício comum.
O autor"
(Prefácio)
Índice:
Tomo primeiro - Balanço: I - A casa familiar. II - Anos de estudos e de sofrimentos em Viena. III - Considerações políticas gerais sobre a minha estada em Viena. IV - Munique. V - A Guerra Mundial. VI - Propaganda de guerra. VII - A revolução. VIII - O começo da minha actividade política. IX - O partido trabalhista alemão. X - As causas da ruína. XI - O povo e a raça. XII - A primeira fase do desenvolvimento do partido operário alemão nacional-socialista.
Tomo segundo - O Movimento Nacional-Socialista: I - Opinião filosófica e partido. II - O Estado. III - Súbditos do Estado e cidadãos. IV - A personalidade e a concepção racista do Estado. V - Concepção filosófica e organização. VI - A luta dos primeiros tempos - O valor da palavra. VII - A luta com a frente vermelha. VIII - O forte é mais forte quando fica só. IX - Do significado e da organização das secções de assalto. X - O federalismo não passa de uma máscara. XI - Propaganda e organização. XII - A questão sindical. XIII - A política alemã das alianças pós-guerra. XIV - Orientação para leste ou política de leste. XV - O direito da legítima defesa. Conclusão.
Exemplar brochado em bom estado de conservação. Alguns (poucos) sublinhados e anotações nas margens a tinta vermelha ao longo do texto.
Invulgar.
Com interesse histórico.
40€

16 outubro, 2018

GARRETT, J.-B. de Almeida - DISCURSO DO SR. DEPUTADO PELA TERCEIRA..., NA DISCUSSÃO DA RESPOSTA AO DISCURSO DA COROA, pronunciado Na Sessão de 8 de Fevereiro de 1840. Lisboa, Na Imprensa Nacional, 1840. In-8.º (20cm) de 35, [1] p. ; B.
1.ª edição.
"Este discurso, que ficou por muito tempo celebre sob a designação allusiva de Porto-Pyreu, e na opinião de um dos biographos do poeta (ou talvez na sua propria), o mais vigoroso e eloquente que até 1844 se havia pronunciado na tribuna portugueza. «Tem periodos que não envergonhariam a Demosthenes, ou a Cicero, e conceitos que os primeiros oradores de França e da Inglaterra folgariam de tomar por seus»."
(Inocêncio III, p. 315)
"A discussão vai larga e degenerada, ja principia a cansar a Camara, e ha muito que enfastiou a Nação. E comtudo, eu espero d'ella um grande fructo, uma utilidade immensa, inappreciavel, com que não só a Camara mas toda a Nação hade ganhar muito: - a próva indirecta, o testimunho irrefragavel, a convicção unanime de que não era este o modo, de que não era certamente este o stylo de discutir a resposta a um discurso da Coroa."
(Excerto do Discurso)
Exemplar em brochura, por abrir, em bom estado de conservação. Capas simples, cortadas no pé, mais curtas que os cadernos.
Invulgar.
Indisponível

14 outubro, 2018

SILVA, M. L. Coelho da - CODIGO DOS CEMITERIOS. Por... Bacharel formado em Direito pela Universidade de Coimbra, Socio do Instituto da mesma cidade, Conego-Professor de Direito Canonico, Provisor e Vigario Geral da Diocese do Porto. 2.ª edição. Porto, Typographia de José Fructuoso da Fonseca, 1902. In-8.º (22,5cm) de 135, [1] p. ; E.
Importante estudo jurídico e religioso sobre os cemiterios e o sepultamento.
"Nos primeiros seculos tinham os christãos, para sepultar os seus defunctos, logares especiaes que se denominavam coemeteria (dormitorios) ou cryptas.
Mais tarde, no 4.º seculo, gosando de ppaz e liberdade, edificaram grande numero de egrejas juncto dos monumentos dos martyres, e n'ellas começaram a fazer-se os enterramentos. Abriram o exemplo primeiro os imperadores e reis, depois os bispos e os de mais ecclesiasticos e por fim todos os fieis, de modo que era essa a regra geral pelo fim do seculo 9.º.
Não deixou, porém, de se reconhecer que a pratica dos enterramentos nas egrejas podia prejudicar a saude dos povos. Por isso desde o pontificado de S. Gregorio Magno até ao Concilio de Trento geralmente os Padres e os Concilios propugnaram pelo estabelecimento dos cemiterios. O Concilio de Braga celebrado no anno de 561 foi um dos que expressamente prohibiram o enterramento nas egrejas.
Actualmente o direito canonico admitte o enterramento nas egrejas, mas prefere que seja feito nos cemiterios. «Ubi viget antiqua consuetudo sepeliendi mortuos in coemiteriis, relineatur; et ubi fieri poteste, restituatur», dispõe o Ritual Romano no tit. 6, cap. 1 n.º 9. Vid. Const. do Bispado do Porto l. 4, t. 12, c. 1.
Antes de 1835 não havia entre nós cemiterios publicos. Os enterramentos eram todos feitos nos recintos das egrejas ou nos adros. Fóra d'ahi apenas eram permittidos nos cemiterios privativos dos hospitaes militares.
Além d'estes estabelecimentos, tambem algummas comunidades de religiosos e religiosas gosavam, por concessões especiaes, do privilegio de dar sepultura aos seus membros nos claustros ou nas cercas dos conventos."
(Excerto do preâmbulo)
Indice Geral:
I - Estabelecimento de cemiterios: a) Escolha, approvação e acquisição do terreno; b) Condições de construcção; c) Benção. II - Inhumação: a) Verificação do obito; b) Conducção e retribuição; c) Lugar do enterramento; d) Tempo e forma do enterramento. III - Jazigos e sepulturas privativas. IV - Exhumação e trasladação. V - Transferencia de cemiterios. VI - Direitos dos parochos. VII - Administração e policia: a) Camaras municipaes e juntas de parochias; b) Administradores e guardas dos cemiterios; c) Subdelegados de saude e administradores de concelho; d) Regedores de parochia. VIII - Disposições penaes. Nota A - Signaes de morte: a) Suspensão funccional do systema nervoso; b) Suspensão funccional da circulação; c) Suspensão funccional da respiração. Nota B - Promiscuidade de sepultura de catholicos e não catholicos. Nota C - Recusa de sepultura ecclesiastica. Nota D - Direitos dos parochos relativamente a funeraes: a) Jus funerandi vel sepeliendi; b) Jus efferendi vel levandi; c) Jus associandi; d) Jus emolumenta percipiendi; e) Outros direitos. Legislação mais importante.
Encadernação em meia de pele com cantos e ferros gravados a ouro na lombada. Sem capas de brochura.
Exemplar em bom estado geral de conservação.
Invulgar.
Com interesse histórico.
Sem registo na BNP.
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13 outubro, 2018

OLIVEIRA, Suzel Corrêa d' - A «FEIRA VELHA» (S. Pedro do Sul). Separata da Revista «Beira Alta». [S.l.], [s.n.], 1952. In-8.º (21,5cm) de [2], 8, [2] p. ; [1] f. il. ; B.
1.ª edição independente.
Curiosa obra poética.
Valorizada pela dedicatória autógrafa da autora.
Livrinho ilustrado em separado com uma vista parcial de S. Pedro do Sul.

"A feira começou de manhãzinha,
Ainda o Sol em casa de Deus vinha
Com seu alacre e rútilo fulgor...

Dalém, [Manhouce], duma distante serrania,
Vieram moças de cintura esguia,
Esbeltas, donairosas e fem feitas:
- Bustos fartos de rola, ancas estreitas,
Os rostos claros de apuradas linhas;
Olhos da cor das ondas traiçoeiras,
- Nem verdes, nem azuis, -
Ágeis, ligeiras,
E nas bocas pequenas, arqueadas,
Duas belas, riquíssimas fiadas
De dentes pequeninos,
Que oo sorriso descobre a cada instante...

E os moços, eles!
Que belas esculturas
De rústicos Apolos! Que elegante,
Esbelta arquitectura a dessa gente..."

(Excerto do poema)

Exemplar brochado em bom estado de conservação.
Raro.
Indisponível

12 outubro, 2018

ALMEIDA (Visconde da Lapa), Manuel de - MEMORIA SOBRE O MODO DE FORMAR HUM PLANO DE STATISTICA DE PORTUGAL. (Impressa no Tomo V. das Memorias Economicas da Academia Real das Sciencias.). [S.l.], [s.n.], [1815?]. In-8.º (19,5cm) de 17, [3] p.
1.ª edição independente.
Importante exercício apresentado à Academia das Ciências, na Sessão de 25 de Janeiro de 1812. Publicado mais tarde, em 1815, no vol. V das Memórias Económicas da mesma Academia, viria a ser vertido, ponto por ponto (em número de 43) para opúsculo, em jeito de separata, com a alocução integral do Visconde da Lapa, Manuel de Almeida, entusiasta e principal patrocinador do método estatístico.
Inclui no final, distribuído por duas páginas, um esboço esquemático do plano estatístico para Portugal abrangendo todas as áreas relevantes.
Salvo melhor opinião, trata-se do primeiro trabalho que sobre este assunto se publicou entre nós.
"Sendo a Statistica a Sciencia que nos offerece principios para o calcular, elle he neste momento a que mais contemplação nos deve merecer: e sendo de summa difficuldade concluir huma Statistica perfeita, emprehendendo desde logo a de todas as Possessões vastas, e distantes, que constituem a Monarquia Portugueza; parece mais proprio principiar pela destes Reinos. São infinitos os erros, que os Estrangeiros nas suas Statisticas geraes publicão relativamente a Portugal, e são taes que atacando o credito de bem reputados Escritores, provão a sua ignorancia relativamente a este Paiz. Infelizmente idéas erradas, e supposições falsas são espalhadas, e repetidas por nomes respeitaveis; que innocentemente, e mal guiados manchão o credito da Nação, e denigrem o seu merecimento; e com grande prejuizo trabalhão por lhe diminuir o interesse, que elle tem grangeado, e sabido sustentar."
(§. VII)
"O conhecimento perfeito do Estado he o que essencialmente concorre, para que se aproveitem os recursos, e se descubrão, e fação renascer os que faltarem por descuido ou realmente, sendo então necessario cogitar nos meios de os supprir: e por tanto abrange este estudo huma infinidade de ramos, e dados certos, que só os Empregados do Estado podem franquear. A compilação de principios certos daquelles, cujas circumstancias lhes permittirem tão preciosas communicações, he o que poderá esperançar a Nação de ter huma Statistica perfeita, e completa."
(§. VIII)
Exemplar desencadernado em defeituoso estado de conservação. Manchado de humidade; com acentuado esboroado no canto inferior direito ao longo do livro, sem no entanto prejudicar a mancha tipográfica. Para restaurar.
Muito raro.
Com interesse histórico.
Sem registo na Biblioteca Nacional.
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11 outubro, 2018

PESSOA, Alberto - GUIA DE TÉCNICA POLICIAL. Coimbra, Imprensa da Universidade, 1929. In-8.º (20,5cm) de IX, [1], 183, [1] p. ; [18] p. il. ; [1] f. desd. ; B.
1.ª edição.
Importante estudo de investigação criminal, inovador na época.
Ilustrado em separado com inúmeras fotogravuras, distribuídas por 18 páginas impressas sobre papel couché, exemplificando os diversos "momentos" da investigação.
"Do conhecimento da posição ocupada por um cadáver no momento em que foi encontrado; da sua situação em relação aos objectos que o cerquem; da qualidade dêsses objectos e da forma como estejam ordenados; da natureza das manchas dispersas pelo chão, pelas paredes, pelas roupas, etc.; da verificação das impressões deixadas pelos pés, pelas mãos ou pelos dedos nas superfícies em que se apoiaram; dos sinais de efracção que se encontrem nos móveis, nos cofres-fortes, nas portas ou nas janelas, etc., etc.; de tudo isto podem resultar, como é sabido, elementos da mais alta importância, não só para reconstituir o caso que no local se passou, mas ainda para reconhecer ou procurar o criminoso ou os criminosos, quando os haja.
Mas, para poder tirar proveito dêstes diversos dados, importa manifestamente que, até à chegada dos magistrados ou dos peritos, tudo se mantenha sem qualquer alteração. [...]
Para o bom exito das pesquisas, seria portanto desejável, tentar fazer, antes de mais nada, a educação dos agentes da autoridade e do público, espalhando largamente umas Instrucções, mandadas elaborar por quem de direito, onde claramente se mostrasse a enorme vantagem que há, nas primeiras horas em seguida há descoberta dum crime, em nada deslocar, nada limpar, nada tocar, nada pisar no local em que o delito foi praticado e ainda numa certa área em tôrno; onde se dissesse mais que, numa sala ou numa casa onde se cometeu um crime, ninguém deve andar a entrar e a sair, nem mesmo os donos ou os habitantes do prédio; onde se afirmasse ainda a inconveniência de andar a passear, quando se trate de crimes praticados ao ar livre, numa zona bastante larga em tôrno do lugar onde tenham sido encontrados os vestígios manifestos do caso, etc., etc. [...]
Mas, seja qual fôr o estado em que as coisas se encontrarem, chegados ao local do crime, deverão os magistrados ou os peritos fazer um exame tão completo quanto possível de tudo quanto por lá houver, registando duma maneira exacta os resultados do que observarem, visto muitas das disposições, existentes no momento, tenderem a desaparecer com o tempo.
De facto, a necessidade de remover o cadáver para ser autopsiado e depois enterrado; a necessidade de mandar para um laboratório, onde possam ser estudados, os objectos com manchas, impressões ou outros vestígios; a necessidade de adaptar o local a novos usos bastariam para modificar por completo o aspecto que as coisas tinham na ocasião dêste primeiro exame, mesmo que outras causas não interviessem. [...]
Neste pequeno Manual, com efeito, descrevem-se alguns processos técnicos, suficientes para resolver a maioria dos casos correntes, cuja execução exige apenas uma meia dúzia de coisas que, mais ou menos, se têm sempre à mão."
(Excerto da introdução, Do conhecimento da posição ocupada)
Alberto Cupertino Pessoa (1883-1942). "Nasceu em Coimbra (freguesia de Santa Cruz) em 31.5.1883 e na mesma cidade faleceu em 21.4.1942. Filho de Alberto Pessoa e Maria da Luz Barbosa Cupertino Pessoa, licenciou-se em Matemática e Filosofia (1899) e Medicina (1903). Na UC lecionou Anatomia Patológica e Medicina Legal (1911-29) e Patologia Geral (1929-41), como professor auxiliar.
Em 1908 começou a exercer como médico do partido de Verride (Montemor-o-Velho), sendo exonerado em 1912. Prestou serviço militar de 1.10.1917-10.5.1918 como Alferes médico do Corpo Expedicionário Português e foi vogal efectivo do Conselho de Arte e Arqueologia da 2ª Circunscrição (Coimbra) em 1919. Membro da Associação dos Médicos do Centro de Portugal, dela foi ainda Presidente (1922-25). Oficial da Ordem de Santiago de Espada em 1926. Autorizado em 20.10.1928 a estudar na Espanha, França e Bélgica a organização dos serviços de criminologia e policia técnica. Presidente do Conselho de Arte e Arqueologia da 2ª Circunscrição em 6.12.1930-1932. Oficial da Ordem da Instrução Pública de França em 1931. Regeu os cursos livres de Toxicologia Forense, Dermatologia Profissional e (1936) História da Medicina. Regeu também as cadeiras de Psicologia Judiciária, Polícia Científica e Antropologia Criminal do Curso Superior de Medicina Legal. Medalha de prata das campanhas do Exército Português e Medalha da Vitória. Membro da Sociedade de Ciências Médicas de Lisboa, da Sociedade de Medicina Legal de Lisboa, da Sociedade Anatómica Portuguesa, da Associação dos Arqueólogos Portugueses, etc. Sócio do Instituto de Coimbra.
Foi 1º assistente interino do Laboratório de Anatomia Patológica (1912), do Instituto de Medicina Legal (1912-14), do Instituto de Anatomia Patológica (1913), secretário do Instituto de Medicina Legal (4.2-2.5.1919). Médico do Instituto de Medicina Legal (4.2.1919-10.4.1931) foi ainda Director da 1ª Secção do Instituto de Criminologia (1927-1931).
Colaborou em revistas científicas, como O Instituto, Coimbra Médica, Revista da Universidade de Coimbra, Medicina Contemporânea, Seara Nova, Folia Anatomica Universitatis Conimbrigensis, Petrus Nonius e Arquivo de Medicina Legal. Publicou ainda: A prova testemunhal (estudo de psicologia judiciária). Coimbra, 1913; Simples noções de dactiloscopia. Coimbra, 1921; J. J. da Gama Machado. O homem e a obra. O legado à Universidade de Coimbra. Coimbra, 1926; Guia de técnica policial. Coimbra, 1929; As imagens dos SS. Cosme e Damião existentes em Coimbra. Coimbra, 1930."
(Fonte: pesquisa.auc.uc.pt)
Exemplar brochado em bom estado de conservação. Com sublinhados a vermelho na primeira parte do livro.
Iinvulgar e muito curioso.
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