31 março, 2022

CARVALHO, Rozendo Antonio de - POESIAS. De... Obra pósthuma precedida d'uma nota biographica sobre o auctor. Coimbra, Livraria de José Mesquita, 1866. In-8.º (20,5 cm) de 16 p. ; B.
1.ª edição.
Poeta natural da Bairrada, cirurgião num regimento na guerra com os franceses, "trocou a arte de tirar dentes e de compor canellas, pela de versejar" em Coimbra, sua cidade por adopção.
"O empenho que o publico tem mostrado em ler e possuir as poesias do famoso Rozendo nos fez conceber a empreza de as colligir e publicar.
Não consta que o nosso poeta tivesse reunido em um só corpo os ricos productos do seu raro talento; era generoso e desalinhado, predicados caracteristicos da maior parte dos grandes poetas. Contava com a sua fecundidade, e feliz inspiração, não enthesourava; este encargo deixava-o, com nobre orgulho, ao zelo dos seus admiradores. Rozendo improvisava, e com este sublime dote attrahia energicos applausos dos seus ouvintes estupefactos. [...]
A rapaziada academica considerava o poeta Rozendo como um dos primeiros elementos das suas patuscadas, e o appelidavam causa Nostra Lætitiæ. O que na verdade era uma autonomasia gloriosa.
Conversando fóra de delirio poetico não desdizia de razão, mas tornava-se um perfeito maniaco logo que se convencia, ou fingia convencer-se, de que tinha inspirações sublimes. Então as idéas perturbavam-se e affluiam-lhe essas rajadas de absurdos, bem ou mal metrificados - Rozendices - que os ouvintes applaudiam com estrepitosas gargalhadas. Rozendo, sem falta de senso comum, fazia o que um homem com perfeito juizo, ainda mesmo depois de grande esforço, não seria capaz de fazer. Eis aqui o principal merecimento de Rozendo."
(Excerto da Advertencia e noticia biographica do auctor)
 
"Estas maldictas freiras
Que fogem da sua cella,
Para jogarem a péla
Com aboboras porqueiras,
São por certo chocolateiras
Para fazerem café.
Cantando, dó, mi, fá, ré
Com garbo e galantaria
Toca piano uma enguia,
Tomando cachimbo e rapé."

(Excerto de V - Dedicadas ás freiras do convento de Cellas)

Exemplar brochado em bom estado geral de conservação. Capas frágeis com pequenos defeitos.
Raro.
A BNP dá notícia da obra com a indicação "sem informação exemplar".
35€

30 março, 2022

BASTOS, José Gabriel Pereira - PORTUGUESES CIGANOS E CIGANOFOBIA EM PORTUGAL.
(Org.)... com a colaboração de Manuel Mendes e Elsa Rodrigues
. [Lisboa], Edições Colibri : CEMME - Centro de Estudos em Migrações e Minorias Étnicas : Faculdade de Ciências Sociais e Humanas-Universidade Nova de Lisboa, 2012. In-4.º (23 cm) de [2], 436, [2] p. ; [4] p. il. ; B.
1.ª edição.
Importante ensaio histórico, etnográfico e sociológico sobre a etnia cigana em Portugal - trabalho académico, por certo com tiragem reduzida.
Livro ilustrado no texto com gráficos, quadros, tabelas e mapas, e em separado, com 4 páginas pejadas de fotografias a cores.
"A história das relações inter-étnicas dos Europeus com os «seus» Ciganos é longa e variada. No Ocidente, tiveram direito a um período inicial de integração religiosa - apresentavam-se como «peregrinos católico» que se dirigiam a Santiago de Compostela, rompendo com a conversão forçada ao Islão, do qual fugiam para o Ocidente cristão, e como tal foram ajudados ao longo do século XV.Uma vez caída essa identidade, seguiram-se três séculos de perseguições que visavam, para além da expulsão nacional e do degredo para as colónias, duas formas diferentes de genocídio, a extinção física ou a assimilação cultural forçada, com destruição das famílias ciganas e dos seus costumes.
A partir do movimento iluminista, no final do século XVIII, e durante longas décadas, introduzindo novas formas de perseguição e de marginalização, a questão cigana tornou-se uma curiosidade histórica (que língua era aquela que falavam? de onde seriam originários?), a qual, mais tarde, se transformou em curiosidade etnográfica ou, mais precisamente,  Folk-lórica (quais eram os costumes deste povo?)."
(Excerto de Uma introdução : Os ciganos europeus em eras de perdição e de curiosidade científica)
Índice:
Portugueses ciganos e ciganofobia em Portugal: uma introdução. | Actores, história(s) e factores da vida cigana em Portugal. | Estratificação social e formas de vida. | Debates identitários virtuai: o não-diálogo intercultural. | Vozes de um  mundo distante: os Roma na Roménia.
José Gabriel Pereira Bastos (19423-2021). "Antropólogo, Psicanalista, Investigador sénior (CRIA-FCSH), co-fundador do Núcleo de Estudos Ciganos do CEMME (Centro de Estudos de Migrações e Minorias Étnicas, 2000-2008). Co-autor de As minorias étnicas em Portugal (1997), de Portugal Multicultural (1999), de Filhos Diferentes de Deuses Diferentes (2006), de Sintrenses Ciganos (2007), de Que futuro tem Portugal para os Portugueses Ciganos? (2007) e de “A questão cigana”, in Portugueses Ciganos e Ciganofobia em Portugal (2012)."
(Fonte: https://visao.sapo.pt/autores/jose-gabriel-pereira-bastos/)
Exemplar em brochura, bem conservado.
Muito invulgar.
Indisponível

29 março, 2022

LIVRO GENEALOGICO DOS CÃES PENINSULARES.
Propaganda da Revista A CAÇA
. Lisboa, Typ. e Lith. de A. E. Barata, 1901. In-8.º (18 cm) de 31, [1] p. ; il. ; B. Col. Bibliotheca do sportsman e do agricultor - N.º 1
1.ª edição.
Importante subsídio para a história do cadastro canino em Portugal. Livrinho publicado em 1901, nos alvores do registo e certificação dos animais entre nós, actividade desenvolvida por alguns poucos entusiastas - proprietários e criadores amadores. Com indubitável relevância e interesse histórico.
Julgamos que se terá publicado apenas este número 1, de uma colecção que prometia divulgar assuntos relacionados com o mundo da agricultura e da caça desportiva.
Inclui o Regulamento do Livro Genealogico dos Cães Peninsulares, seguindo-se até final, a lista de inscrições no Livro Genealogico, sendo nela mencionado o nome dos cães, características morfológicas, data de nascimento, proprietário e origem, com informações pertinentes sobre a "linhagem" dos animais.
Livro ilustrado ao longo das páginas de texto com fotogravuras de exemplares de diversas raças caninas.
"Nenhum dos meios empregados até hoje para conservar na sua pureza as raças dos animaes uteis ao homem, como o cão e o cavallo, tem sido mais proficuo do que os livros das suas genealogia. Nos paizes onde este nosso fiel, submisso, e dedicado companheiro é apreciado conforme o seu valor e os serviços que nos presta, desde muito que grandes fidalgos e ricos proprietarios ruraes, distinctos amadores da caça, comprehenderam que era indispensavel fundar um registro, por elles garantido, onde se inscrevessem, com a genealogia dos seus progenitores, os cães que, pela sua belleza das sua formas, e pelas suas faculdades especiaes, representassem typicamente as raças a que pertenciam, merecendo ser considerados como padrões, aptos,a reproduzil-as e mantel-as. A inscripção nestes livros - kennel stud book lhes chamam os inglezes - constitue o brasão dos animaes que nelle são admittidos, e é portanto a fiança da nobresa do seu sangue.
Estes livros de origens, propriedade da redacção de jornaes da especialidade, de grandes sociedades, ou de grupos de amadores, que se dedica, á creação e aperfeiçoamento das raças, constituem hoje uma especie de Registro official, cuja auctoridade é reconhecida e respeitada das exposições, nos concursos, nos field-trials, finalmente em todos os logares em que ha premios a disputar, e rivaes a vencer, tendo grande valor os seus attestados em todas as transacções em que figura este sympathico e prestadio animal."
(Stud book)
Exemplar em brochura, bem conservado.
Muito raro.
Sem registo na Biblioteca Nacional.
Peça de colecção.
Indisponível

28 março, 2022

DIPLOMA DOS CIDADÃOS. Relato da Sessão da Colónia da Guiné de 20 de Setembro de 1946 e Comentários Publicados no Boletim da Agência Geral das Colónias N.º 268 de Outubro de 1947. 
[Diploma legislativo da Colónia da Guiné n.º 1.346 de 7 de Outubro de 1946]
. Bissau, [s.n. - Composto e impresso na Sociedade Industrial, Limitada - Lisboa], 1947. In-4.º (23,5 cm) de 23, [1] p. ; B.
1.ª edição.
Documento histórico. "Marcello Caetano, enquanto Ministro das Colónias de 1944 a 1947, prosseguira (já então) uma política de «evolução na continuidade» da colonização portuguesa, cujos factores inovadores eram, por um lado, a progressiva autonomia administrativa e o desenvolvimento económico e social das colónias e, por outro, a cautela perante a conjuntura internacional do pós-guerra e a ascensão das forças anticolonialistas, especialmente norte-americanas. Ora, a colónia da Guiné foi escolhida como primei­ro campo de ensaio destes novos rumos da política colonial portuguesa." [...] Entre outras medidas significativas, foi aprovado o "Diploma dos Cidadãos, como ficou conhecido o Diploma Legislativo n.º 1364, de 7 de Outubro de 1946, que reformava o chamado «Diploma dos Assimilados» (Diploma Legislativo n.º 535, de 8 de Novembro de 1930), o qual, por sua vez, estabelecera as condições em que os natu­rais das colónias podiam passar à condição de «assimilados a europeus», definindo, desse modo, um estatuto pessoal, étnico e hereditário, no caso aplicável aos guineen­ses de origem mas não aos caboverdianos (que nunca estiveram sujeitos ao regime de indigenato). Na Guiné, a partir de 1946, passaram, portanto, a distinguir-se relati­vamente aos «indivíduos de raça negra, ou dela descendentes» apenas duas categorias - os indígenas e os cidadãos (ou «civilizados») -, abolindo aquela terceira categoria de «assimilado». Eram considerados indígenas os indivíduos de raça negra ou dela des­cendentes que não preenchessem conjuntamente as seguintes quatro condições: a) falar, ler e escrever português; b) dispor de rendimentos suficientes ao sustento fami­liar; c) ter bom comportamento; d) ter cumprido os deveres militares. As condições de passagem à condição de cidadão português (ou seja, de «civilizado») eram enun­ciadas pelos artigos 2.º e 3.º, sendo o bilhete de identidade o «o único documento com­provativo da qualidade adquirida de não indígena» (artigo 4.º). A verdade é que este regi­me só em 1954 seria aplicado em Angola e Moçambique pelo novo «Estatuto dos Indígenas», desenvolvendo a filosofia de assimilação que enformara a revisão constitucional de 1951 e sendo o próprio Sarmento Rodrigues Ministro do Ultramar. O referido Diploma dos Cidadãos, disse-se então, era «o mais importante no género do Império Colonial Português»."
(Fonte: https://journals.openedition.org/cea/1236)
Livro muito valorizado pela dedicatória autógrafa do Dr. Álvaro Tavares, administrador colonial português natural de Ponta do Sol, Cabo Verde.
"Pelo presente diploma reforma-se o diploma legislativo n.º 535, de 8 de Novembro de 1930, que estabelece as condições que devem caracterizar os indivíduos naturais das Colónias para serem considerados assimilados a europeus. [...]
Sendo da essência orgânica da Nação Portuguesa civilizar as populações indígenas dos domínios ultramarinos, deve, por essa superior razão, encarar-se com verdadeiro júbilo o reconhecimento de todos os progressos - honestos, graduais e seguros - verificados nesse campo. Por cada novo cidadão responsável que se desprenda do indigenato, é mais um esforço civilizador que se consagra e uma ambição, bem justificada, que se preenche."
(Excerto do Diploma)
Exemplar em brochura, bem conservado.
Raro.
Com interesse histórico.
Indisponível

27 março, 2022

COSTA, Daniel - AMOR NA GUERRA
. Alcochete, Alfarroba, 2010. In-8.º (21 cm) de 99, [5] p. ; il. ; B.
1.ª edição.
Curioso livro de memórias do autor sobre a sua estadia em África, desde os primeiros de meses de 1962 até Abril do 1964, - "enquanto militar mobilizado em comissão de serviço no norte de Angola a fim de combater na guerra colonial" -, reproduzindo  um conjunto de crónicas em jeito de "diário", anteriormente publicadas no Jornal da Amadora. "Todo o descritivo situa-se na ambiência geográfica. [...] O acervo de dados a partir do Esquadrão 297 é impressionante: o real quotidiano, as obrigações de guerrilha, o outro. O alojamento, os acampamentos, as refeições, o convívio entre militares, o lazer, as madrinhas de guerra. Os desfiles. A sexualidade na ambivalência das recordações femininas e as "derivações" na mulher africana.".
Livro ilustrado com fotogravuras ao longo do texto.
"Com a chegada de oficiais de Cavalaria ao Regimento em Estremoz, em Agosto de 1961, sob o comando do então Tenente-Coronel Spínola, formando o Batalhão 345, onde Daniel Costa foi incorporado, este ficou com a certeza da sua mobilização para a Guerra do Ultramar.
Logo aí o autor decidiu anotar diariamente todas as incidências.
Depois de algum tempo a pertencer àquele batalhão, no Esquadrão 297 avançou, adido, para o quartel de Faro, onde ficaria a aguardar embarque.
A 11 de Janeiro de 1962, partindo já de Faro, o 297 foi juntar-se, no cais da Rocha Conde de Óbidos, ao Batalhão 350, comandado pelo franzino Tenente-Coronel Costa Gomes. Ali embarcou para Angola.
Sempre o diário foi acarinhado. Apesar do autor ter sido jornalista e editor de uma revista mensal durante 30 anos, nunca tinha havido tempo para concretizar a compilação e edição do diário."
(Retirado da badana posterior)
"A quatro de Fevereiro de 1961, grupos de guerrilheiros protagonizaram ataques à Casa de Reclusão, ao quartel da P.S.P. e à Emissora Oficial de Angola. Actos que passaram a ser considerados o início da guerra em Angola.
Os canais de informação de que dispunha o Estado indiciavam que ia começar uma luta sem quartel,  para libertação de todo o Ultramar, administrado pelo Governo Português.
Foi já nessa conjuntura que, em 1959 teve lugar a minha inspecção militar. Confesso que me agradou o apuramento para "todo o serviço", à época a passagem pela vida  militar para quem viva como trabalhador rural, era considerada assim como uma "Universidade", visto que traria um certo desenvolvimento para o intelecto."
(Excerto do Prólogo)
Exemplar em brochura, bem conservado.
Invulgar.
10€

26 março, 2022

CARDIA, Dr.ª Amélia - VISIONÁRIO : romance psicológico. Lisboa, Edição da Autora, 1932. In-8.º (19cm) de XII, 196 p. ; [1] f. il. ; B.
1.ª edição.
Interessante romance "psicológico", dedicado pela autora à memória de seu falecido filho.
Ilustrado extra texto com um retrato de Amélia Cardia.
Exemplar da tiragem de trinta exemplares, numerados, em papel especial. O presente leva o n.º 20.
Muito valorizado pela dedicatória autógrafa da autora.

"«Ao escritor da hora presente», - deixei-o dito há muito - «incumbe orientar as vagas tumultuosas do pensamento incerto dos novos, empunhando o facho que deve iluminar a derrota a esses mareantes sem bússula.»
Penetrada desta convicção, jamais esqueço o cumprimento de tão sagrado dever em tudo quanto escrevo para ser interpretado: «Por aqui» - quer seja para entregar à publicidade, quer para ficar inédito entre a papelada dispersa, de poucos lida, que nenhum valor tem a não ser a coerência das afirmações que nela se encontram com a norma prescrita pela voz da Realidade Espiritual que vem ditar a cada um de nós a lei da nossa peculiar actuação no mundo, norteando-nos pelo ideal do bem comum, no grupo social de que fazemos parte.
É assim que nos integramos harmonicamente no complexo dinamismo do Universo.
Quando, pelo exercício das faculdades superiores do nosso espírito - núcleo de forças de um potencial espantoso - atingimos o conhecimento da nossa telepatisação com a ambiência etérica do meio em que banham todos os seres, de contínuo atravessado pelas suas ideias, as suas sensações, as suas volições, é que nos apercebemos da reciprocidade das acções telepáticas, moderadoras acidentalmente da corrente de perpétuo movimento em que se revela a Vida. [...]
Resultou destas considerações a contextura do presente romance «VISIONÁRIO» personalidade de alma cândida e generosa que na perfeita integração do seu dever moral e cívico de homem, desenvolveu, mercê de circunstâncias imperiosas, tendências congénitas intelectuais e sensitivas que o divinisariam se tivesse vindo ao mundo em tempo próprio."
(Excerto do prólogo - Á guisa de prólogo)
Amélia Cardia (Lisboa, 1855 - Lisboa, 1938). "Médica e escritora. Dedicou-se ao estudo dos clássicos e da filosofia, após o que se formou em Medicina com brilhantes classificações, tendo sido a primeira mulher licenciada em Medicina em Lisboa e a primeira mulher interna nos Hospitais Civis. Fundou uma casa de saúde na Estrela, que abandonou passados oito anos para se dedicar a estudos de filosofia e espiritismo. Pertenceu à Associação das Ciências Médicas e à Federação Espírita Portuguesa. Colaborou assiduamente em diversos jornais e revistas - Ilustração Portuguesa, O Século, Revista de Espiritismo, Diário de Notícias, etc. –, tendo dirigido O Mensageiro Espírita."
(Fonte: Dicionário Cronológico de Autores Portugueses, Vol. II, Lisboa, 1990)
Exemplar em brochura, bem conservado. Capas levemente oxidadas.

Raro.
35€

25 março, 2022

MOERS, Walter - O CARA DE CU.
Tradução de Luís Filipe Coelho. 1
. Lisboa, Publicações Dom Quixote, 1994. In-fólio (30,5 cm) de 48 p. ; todo il. ; C. Col. Humor com humor se paga, 37
1.ª edição.
Álbum de banda desenhada composto por 14 histórias protagonizadas por um personagem abjecto e safado, sendo a primeira o momento do seu nascimento. Curioso e muito engraçado. Cremos que, sobre este "herói", apenas se terá publicado o n.º 1 nesta conhecida colecção.
Walter Moers (n. 1957). "Nasceu em 1957 e vive em Monchengladbach. Os seus trabalhos aparecem regularmente nas revistas satíricas Titanic e Kowalski. É autor e desenhador de livros para crianças e de livros para adultos, de filmes de animação para televisão e autor de séries radiofónicas. É o pai das figuras Kapt' n Blaubar e de Kleines Arschloch (O Cara de Cu). Este seu personagem de B. D. tem sido um enorme êxito na Alemanha (Kleines Arschloch), em França (Le Petit Connard) e na Grâ Bretanha (Little Asshole). Na Alemanha foram já vendidos 300.000 exemplares deste álbum e existem disponíveis no mercado muitos e diversificados produtos de merchandising."
(Retirado do verso da f. rosto)
Exemplar cartonado em bom estado de conservação.
Muito invulgar.
20€

24 março, 2022

S. CARLOS, PORTUENSE - Fr. Ignacio de - DISCURSO MORAL, E POLITICO SOBRE OS CONTRABANDOS, OFFERECIDO ao Ill.mo, e Ex.mo senhor LUIS MAXIMO ALFREDO PINTO DE SOUZA COUTINHO, VISCONDE DE BALSEMAÕ, DO CONSELHO DE S. A. R., e da Sua Real Fazenda, Senhor Donatario dos Conselhos de Ferreiros, e Tendaes, Alcaide Mór de Castello Mendo, Commendador de S. Martinho de Lordello do Ouro na Ordem de Christo, Cavalleiro de Devoçaõ da Sagrada Religiaõ de S. Joaõ de Jerusalem &c. &c. Por... Franciscano, dos Observantes de Portugal. PORTO: Na Typog. que foi de Antonio Alvarez Ribeiro, 1814. Com licença da Mesa do Desembargo do Paço. In-8.° (15 cm) de [14], 220, [10] p. ; B.
1.ª edição.
Importante subsídio para a história do protecionismo industrial e comercial implementado em Portugal no período que se seguiu às Invasões Francesas.
"Meditando por muitos annos sobre quanto lia, e via praticar-se ácerca de Contrabandos, me vi como obrigado a formar a este melindrozo respeito huma Memoria particular, para me servir, como tem servido, de regra no Tribunal onde se naõ mente. Nunca temi por isso as oppoziçoens, que se me enrostavaõ, fundadas em AA., que sempre caracterizavaõ de melhor nota: bem presuadido de fraqueza de meus principios, e constantes na certeza, e segurança dos meus, rezolvia, sem hezitar, contra todos os argumentos contrarios. Ainda hoje conservaria em silencio  este sistema, se ainda hoje me fossem, como foraõ até agora, indifferentes as ultimas palavras do Epigrafe, que tanto Os Encyclopedistas, como os seus fieis Copistas, inseríraõ em humas mesmas Obras com differentes titulos, sobre o assumpto. Contudo: aquelle Epigrafe, se á força de maior reflexaõ naõ excitou o meu pejo, por naõ entender já mais comigo, excitou a minha rezoluçaõ para manifestar aos Ministros do Santuario, e aos meus Nacionaes, os meus muito antigos sentimentos. Naõ os considero absolutamente izentos de censura; basta ser o primeiro, que fallo na materia, para logo a merecer: mas o momento, em que me convencerem, será tambem o momento da minha pública, e sincera retractaçaõ."
(Excerto da introdução - "Aos Portuguezes")
Sobre esta obra, publicou a «Gazeta de Lisboa» de sexta-feira, 21 de Maio de 1819, um pequeno artigo:
"Sahio á luz: Discurso Moral, e Politico sobre os Contrabandos, composto por Fr. Ignacio de S. Carlos, Portuense, Obra original nestes Reinos, e de todo o interesse não só para os Theologos, mas para os Jurisconsultos, pela allegação de todas as Leis Civis Patrias atégora promulgadas, e pela noticia dos mais celebres Publicistas, que tratão da materia. Hum volume em 8.º Vende-se na Loja de Carvalho defronte da rua de S. Francisco, e no Porto, em as lojas principaes de Livros."
Encadernação coeva inteira de pele com rótulo e dourados na lombada. Com defeitos.
Exemplar em bom estado geral de conservação. Miolo irrepreensível.
Raro.
45

23 março, 2022

DA VINCI, Leonardo - NOTAS DE COZINHA DE LEONARDO DA VINCI.
Notas de Leonardo Da Vinci sobre o cozinhar e o estar à mesa. Lisboa, Temas da Actualidade, [1995]. In-8.º (20,5 cm) de 173, [3] p. ; il. ; C.
1.ª edição portuguesa.
Curiosíssimo tratado de cozinha atribuído ao mestre do Renascimento - Leonardo Da Vinci (1452-1519).
Livro profusamente ilustrado no texto com reprodução de gravuras, desenhos e esboços do Mestre - alguns em página inteira.
"Poucos leitores saberão que Leonardo Da Vinci foi mestre de banquetes na corte de Ludovico Sforza durante mais de trinta anos; e poucos conhecerão o seu trabalho como chefe de cozinha na taberna Os Três Caracóis."
(Retirado da contracapa)
"Este extraordinário pequeno livro resulta de um conjunto de notas atribuídas a Leonardo da Vinci – o chamado Codex Romanoff - e lança nova luz sobre a personalidade caleidoscópica do gigante do renascimento, um homem aparentemente inesgotável, que se interessou por uma variedade de assuntos tão vasta que várias vidas pareceriam necessárias para a abarcar.
Leonardo devotou um interesse muito particular pela alimentação, não tivesse ele sido criado por um padrasto pasteleiro e acabado por legar uma parte significativa da sua herança à sua cozinheira.
Esta faceta mais desconhecida do respeitado génio atesta o seu amor pela vida e pelos prazeres da mesma. «Notas de cozinha» revela uma plêiade de episódios ao longo dos quais a existência do mestre se desenrolou e em que obras tão conhecidas como a «Última Ceia» ou «Mona Lisa» surgem como realizações acessórias e singelas consequências dos seus desaires gastronómicos.
A paixão de Leonardo pela cozinha revelou-se igualmente num interesse maníaco pelos alimentos, forma de os preparar e apresentar, tendo Leonardo desbaratado a clientela das tavernas para as quais trabalhou por ter ousado apresentar pratos de refinada apresentação e escasso valor calórico, que fazem dele o precursor da nouvelle cuisine.
«Notas de cozinha de Leonardo da Vinci» começa por apresentar uma «Nota introdutória» pelo Doutor Marino Albinesi, promotor de justiça em Roma e presidente do «Circolo Enogastronomico d’Italia», seguindo-se-lhe «Leonardo da Vinci na cozinha – um esboço da sua “Vida Gastronómica”», pelos autores, Shelagh e Jonathan Routh. A estes textos introdutórios, de grande interesse e prazerosa leitura, seguem-se as «Notas de cozinha» propriamente ditas.
Receitas, apontamentos relativos à etiqueta e boas maneiras e as mais díspares considerações, acompanhados de inúmeras reproduções dos desenhos de projectos de Leonardo, tais como as ilustrações das várias formas de dobrar guardanapos, do assador automático, de moinhos de pimentas ou do cortador de ovos em rodelas, fazem deste livro um precioso e ao mesmo tempo supremamente divertido documento, sob o ponto de vista do conhecimento acerca de Leonardo da Vinci e da história da gastronomia."
(Retirado da apresentação da obra na net)
"Inspecionando as toalhas de mesa do Senhor Ludovico, meu Amo, após os seus comensais terem abandonado a sala dos repastos, depara-se-me uma tal cena de caos e depravação - a nada mais semelhante do que ao rescaldo de uma batalha - que considero uma prioridade, antes de qualquer Cavalo ou Retábulo, encontrar uma alternativa.
Já disponho de uma. Penso que deveria ser dado a cada um dos comensais um pedaço de pano individual, que uma vez sujo por mãos e facas, poderia ser dobrado, de modo a não conspurcar a aparíncia da mesa com as suas imundícies. Mas que nome dar a estes panos? E como apresentá-los?"
(Excerto de Acerca de uma alternativa a toalhas de mesa sujas)
"Àqueles convidados que sofrem da mais terrível das doenças e por isto não entendo a peste, mas a escrófula ou varíola, tal como aos que são dados à perda de peso, assim como a outros cobertos de chagas e feridas abertas, não devem ser atribuídos lugares junto do Senhor Ludovico, meu Amo (a menos que sejam filhos de Papas ou sobrinhos de altos cardeais), mas a sua companhia é apropriada para outros de classe inferior e para notáveis estrangeiros entre os quais podem tomar assento.
No respeitante aos que são afectados por soluços, aos que fungam constantemente, aos afligidos por tremores e espasmos e a outros com alucinações, o meu Amo prefere que se sentem longe dele (a menos que sejam filhos de Papas ou sobrinhos de altos cardeais importantes) porque, com eles, a conversação corre o risco de ser fsatidiosa. [...]
Mas convidados furunculosos, anões, corcundas e coxos, assim como aqueles que não se podem deslocar por sua própria vontade e que têm mister de ser transportados para a mesa, assim como os que têm cabeças inchadas ou mirradas, encontram aceitação por parte do meu Amo e são bem-vindos a seu lado."
(Excerto de Como dispor correctamente à mesa os comensais doentes)
Índice:
Agradecimentos. | Nota Introdutória, pelo Doutor Marino Albinesi - Promotor de Justiça, Roma; Presidente do Circolo Enogastronomico d'Italia Leonardo na Cozinha. | Um esboço da sua vida "Gastronómica". | O Codex Romanoff de Leonardo Da Vinci [Receitas, Conceitos e Etiqueta].
Encadernação cartonada do editor revestida por sobrecapa policromada.
Exemplar em bom estado de conservação.
Muito invulgar na edição original.
20€

22 março, 2022

RODRIGUES, M. M. Sarmento - A VIDA HERÓICA DE NELSON. [Por]... (Capitão-de-Mar-e-Guerra). Lisboa, [Ática], MCMLV [1955]. In-4.º (23 cm) de 34, [2] p. ; B.
1.ª edição.
Conferência proferida na Associação Comercial do Porto em 16 de Maio de 1940, no começo da Segunda Guerra Mundial.
Ilustrada com um retrato de Nelson da autoria de Abbott, no National Maritime Museum, Greenwich.
Livro valorizado pela dedicatória autógrafa do autor.
"Nelson era um fogo que ainda hoje abrasa. Quem friamente fosse capaz de examinar a sua vida, a sua acção, decompô-la e dissecá-la, certamente haveria de lhe fazer graves reparos. Mas raros conseguiriam não se deixar empolgar por esta vida febril, turbilhonante, irresistível."
(Excerto da introdução)
Exemplar em brochura, bem conservado.
Pouco comum.
15€

21 março, 2022

REGULAMENTO DA PESCA NO RIO MINHO.
Approvado por Decreto de 17 de maio de 1897 - Ministerio da Marinha e Ultramar
. Lisboa, Imprensa Nacional, 1897. In-8.º (22,5 cm) de 16 p. ; B.
1.ª edição.
Documento histórico. O registo das pesqueiras existe desde 1897, ano do primeiro regulamento de pesca do troço internacional do rio Minho - o presente. Desde então, por não ser permitida a construção de novas, "estão registadas 656, mas apenas 161 licenciadas para a pesca".
"Tendo sido elaborado por delegados dos governos de Portugal e Hespanha, em vista do disposto no artigo 5.º do appenso 6.º ao tratado de commercio e navegação de 27 de março de 1893, um regulamento para o exerciocio da pesca no rio Minho: hei por bem approvar o mencionado regulamento, que faz parte d'este decreto e baixa assignado pelo ministro e secretario d'estado dos negocios da marinha e do ultramar, e ordenar que comece a vigorar no dia 1 de julho do corrente anno."
(Excerto do Decreto)
Matérias:
Decreto. | I - Da industria da pesca e da inscripção dos barcos. II - Dos apparelhos de pesca. III - Das epochas de pesca. IV - Dos lanços das redes. V - Dos turnos. VI - Policia da pesca. VII - Construcções fixas para a pesca. VIII - Das penalidades. IX - Disposições geraes.
Exemplar brochado em bom estado geral de conservação. Capa apresenta tonalidades diferentes por acção da luz. Opúsculo frágil, com defeitos, e pequenas falhas de papel nas capas.
Raro.
Com interesse histórico e regional.
35€

20 março, 2022

PARREIRA, Dr. Ludgero Lopes - ALIMENTAÇÃO NAS CANTINAS DA M. P. [MOCIDADE PORTUGUESA]
. [S.l.], [Mocidade Portuguesa], [19--]. In-8.º (20 cm) de 50, [2] p. ; il. ; B.
1.ª edição.
Publicação da Mocidade Portuguesa. Interessante trabalho sobre a a "dieta" a implementar nas cantinas dos liceus e institutos politécnicos do país, para uma alimentação equilibrada dos jovens, incluindo cerca de 50 receitas nutritivas compostas por sopas, pratos e sobremesas. Raro e muito curioso.
Livro ilustrado ao longo do texto com quadros e tabelas.
Valorizado pela dedicatória autógrafa do autor.
"Ao publicarmos o trabalho sobre alimentação nas cantinas, não nos moveu o desígnio de estabelecer doutrina ou de apresentar um estudo que esgotasse  matéria em causa. O próprio autor, Dr. Lopes Parreira, Médico Escolar do Porto, a quem a Mocidade Portuguesa muito agradece, não teve tal ideia em mente.
Antes pretendemos pôr em relevo o valor da alimentação no desenvolvimento das massas escolares, divulgando normas racionais e práticas para a confecção das ementas. À frente das cantinas dos Liceus e das Escolas Técnicas, se muitas vezes pode estar um médico especialista em assuntos alimentares, o que seria ideal, pode também encontrar-se um licenciado em letras ou ciências, por exemplo, o que é mais frequente, e, então, as coisas já não tomam o mesmo aspecto; e não devemos esquecer que, por razões de ordem vária, são frequentes vezes as ementas feitas pelo próprio pessoal menor."
(Excerto do preâmbulo)
"Desnecessário é encarecer os benefícios que das Cantinas advêm para os alunos, muitos dos quais teriam, sem elas, ou de se sujeitar a uma merenda fria e insuficiente, trazida de casa e ingeridas por vezes no ambiente deletério de qualquer taberna vizinha, ou de galgarem granes percursos para irem almoçar precipitada e atabalhoadamente às suas casas distantes. Para mais, o ambiente novo, entre comensais da mesma idade, é útil aos rapazes. É da observação corrente uma criança fastienta na casa paterna comer melhor quando muda de mesa. Isso sob o aspecto da higiene física e também moral. [...]
Se as Cantinas têm uma função educativa que ultrapassa o âmbito do indivíduo, a alimentação racional posta, por seu intermédio, à disposição de milhares de pessoas na fase mais crítica da sua vida - a do crescimento - tem um alcance profundamente social."
(Excerto do Cap. 1 - Função educativa e social das Cantinas)
Matérias:
[Introdução.] | 1 - Função educativa e social das Cantinas. 2 - As nossas necessidades. 3 - Composição dos Alimentos. 4 - Modificações culinária dos alimentos. 5 - Tipos de sopas e pratos. 6 - Constituição e valor das Ementas-tipo. 7 - Merendas. 8 - Estudo especial dos principais alimentos e bebidas. 9 - Alterações dos alimentos. 10 - Custo dos géneros alimentícios. 11 - Palavras finais. | Bibliografia.
Exemplar em brochura, bem conservado.
Raro.
Com interesse histórico.
Indisponível

19 março, 2022

INSTRUCÇOENS // PRATICAS // SOBRE OS RITOS, // E // CEREMONIAS // DA // MISSA // PRIVADA, // Nas quaes se dá aos Sacerdotes hum methodo facil, // e abreviado para celebrar com perfeiçaõ, e // uniformidade os Sagrados Mysterios. // Ordenadas para o uso do // SEMINARIO // DE // J. M. J. // DA // CIDADE DE COIMBRA, // E para o mais Clero do mesmo Bispado; com huma // Carta Pastoral do Excellentissimo, e Reverendis- // simo Senhor Bispo Conde, na qual exorta // ao mesmo Clero a conformar-se a este // methodo. //
COIMBRA: // Na Offic. de Luis Secco Ferreira, Anno de 1761; // Com todas as licenças necessarias.
In-8.º (15 cm) de [22], 368, [2] p. ; E.
1.ª edição.
Curioso manual de procedimentos para a correcta prática do cerimonial da Missa.
Precede as Instruções uma missiva preambular do Bispo Conde D. Miguel da Anunciação (1703-1779) - conhecido prelado, bispo de Coimbra, neto materno de D. Miguel Carlos de Távora, e por questões de apelido, perseguido pelo Marquês de Pombal - com o título Carta Pastoral e Exhortatoria de S. Excellencia Reverendissima, D. Miguel da Annunciaçaõ, Conego Regular de S. Agostinho da Congregaçaõ Reformada de Santa Cruz, Bispo de Coimbra, Conde de Arganil, Senhor de Côja do Concelho de S. Magestade Fidellissima, &c., datada de 15 de Agosto de 1761, e propositadamente redigida por D. Miguel para apresentar a presente obra.
"Pelas presentes Instrucçoens vos offerecemos Irmaõs Charissimos hum argumento mais do nosso paternal afecto, hum socorro à vossa memoria para naõ vos esquecerem as Ceremonias Sagradas da Missa, e o mais proporcionado meio para se conservar huma perfeita uniformidade nos Veneraveis Ritos deste Sobrerano, e Augusto Sacrificio, e de exercitardes naõ sómente com decencia, mas com perfeiçaõ, e dignidade o vosso ministerio na presença de Deos, dos Anjos, e dos homens.
Lede com o mais attento cuidado esta Instrucçaõ breve, e adverti que naõ ha Ceremonia que naõ encerre algum Mysterio, ou à Religiaõ, e a Piedade naõ descubra algum Sacramento, que excite se se considera à nossa devoçaõ, o nosso respeito, e o nosso amor para com o mesmo Deos, que nos dá no Santo Sacrificio o memorial perenne da sua paixaõ, o Thesouro das suas riquezas, e o Compendio das suas maravilhas."
(Excerto da Carta Pastoral, por D. Miguel Bispo Conde)
"O Sacerdote, que houver de celebrar o Sacrosancto Sacrificio da Missa (tendo recitado ao mesno Matinas, e Laudes, expiado antes de se revestir, com a confissaõ Sacramental, se della necessitar) se preparará tendo por algum espaço de tempo Oraçaõ mental, e dizendo antes (de se vestir) a Antifona Ne reminiscaris, com os Psalmos, Versos e Oraçoens, que o Missal no principio aponta, e ordena."
(Excerto da Instrucçaõ I - Da preparaçaõ para celebrar Missa)
Index das Instrucçoens que se contèm neste livro:
[Licenças]. | [Carta Pastoral]. | I - Da preparação do Sacerdote para celebrar a Missa. II - Do principio da Missa até o Canon. III - Do Canon até o fim da Missa. IV - De algumas advertencias, que deve ter o Sacerdote a respeito da Missa. V - Da Missa de Requiem privada. VI - Das Missas Votivas. VII - §. I. Em que se mostra qual, e quam grande seja o Sacrificio da Missa; §. II. Em que se mostra quaes se dizem ser neste Sacrificio os principaes Offerentes; §. III. Da virtude, e força efectiva deste Sacrificio; §. IV. Do valor, e fructos do Sacrificio; §. V. Da fórma que se ha de guardar na applicaçaõ da Missa; §. VI. Da necessidade da preparaçaõ; §. VII. Como se ha de fazer a Confissaõ Sacramental; §. VIII. Do modo de Confessar; §. IX. Oratio ante Confessionem, Actus Contrictionis; §. X. Oratio post Confessionem; §. XI. Praeparatio ad Missam pro oportunitate Sacerdotis facienda; §. XII. Directio intentionis ante Missam; §. XIII. Deprecatio pro omnium necessitatibus; §. XIV. Oratio ad B. Virginem; §. XV. Oratio ad Sanctos Angelos; §. XVI. Da proxima disposiçaõ da Missa; §. XVII. Das Sagradas vestiduras; §. XVIII. Do acesso do Sacerdote ao Altar; §. XIX. Do principio da Missa até o Introito; §. XX. Do Introito até á Epistola; §. XXI. Da Epistola, Evangelho, e Credo; §. XXII. Do Offertorio até o Canon; §. XXIII. Do Canon até á Consagraçaõ; §. XXIV. Da Consagraçaõ até o Padre nosso; §. XXV. Da Oraçaõ do Padre nosso até á Communhaõ; §. XXVI. Da Communhaõ; §. XXVII. Da ultima parte da Missa até o fim; §. XXVIII. Do apartamento, que o Sacerdote faz do Altar, e alguns exercicios para depois da Missa; §. XXIX. Gratiarum actio post Missam; §. XXX. Insinua-se a razaõ porque muitos aproveitaõ pouco no frequente exercicio da Missa; §. XXXI. Em que se expoem a praxe de celebrar quando o Sacerdote se naõ póde dilatar na fórma prescripta; §. XXXII. Da celebraçaõ da Missa; § XXXIII. Da Acçaõ de graças. | Indez racional em que se expoem as significaçoens mysticas, e origem das ceremonias, que se contèm nas Instrucçoens antecedentes, com alguns casos practicos, que pódem acontecer a respeito das mesmas.
Encadernação inteira em pele mosqueda com dourados gravados na lombada.
Exemplar em bom estado geral de conservação. Pequeno trabalho de traça, junto do canto superior direito, visível nas primeiras folhas do livro, junto com mancha de humidade desvanecida.
Raro.
A BNP refere a obra, com a indicação "sem informação exemplar."
Indisponível

18 março, 2022

COSTA, Filho, Gômes da - PORQUE CEGOU CAMILO?... Estudo retrospetivo da cegueira do mártir de S. Miguel de Seide.
[Por]... Oftalmologista
. Poços de Caldas : Brasil, Instituto Dr. Gômes da Costa, 1950. In-4.º (24 cm) de 32, [2] p. ; B.
1.ª edição.
Conferência proferida na 7.ª Sessão Científica do Instituto Dr. Gômes da Costa, na noite de 10 de novembro de 1950.
Estudo oftalmológico sobre a cegueira de Camilo Castelo Branco, apresentado em conferência pelo autor. Trata-se da primeira edição absoluta, originalmente impressa no Brasil. Posteriormente, foi publicada entre nós uma segunda edição do estudo (1955).
Exemplar n.º 370 de uma tiragem não declarada rubricada pelo autor.
"É muito natural que aos estudiosos das vidas dos homens ilustres passem despercebidos, tanta vez, certos aspectos. Mas, para o oftalmologista, entretanto, a questão que logo sobreleva, se impõe e apaixona, é uma só: porque cegou Camilo?...
Quais foram os primeiros sintomas da sua enfermidade ocular?!...
Em que consistiu, afinal, a molestia que vitimou seus ólhos e quais os recursos empregados para o lenitivo e cura, se possível, de tão preciosa visão?!...
Eis, aqui, simples perguntas de um oftalmologista e que nos atormentava o espirito naquela manhã de Julho, quando decidimos completar nossos estudos sobre a cegueira do mártir de S. Miguel de Seide."
(Excerto da Conferência)
Exemplar em brochura, bem conservado.
Raro.
25€

17 março, 2022

MARTINS, A. Santos - DE COIMBRA A CHERINGOMA
. [Coimbra], [Edição do Autor com o patrocínio de Feira Permanente do Livro], 2006. In-8.º (21,5 cm) de 109, [3] p. ; B.
1.ª edição.
Memórias do tempo passado em Moçambique - onde o autor foi colocado no início da Guerra Colonial - com partida de Coimbra. Interessante conjunto de episódios, pincelados com notas históricas sobre a gesta portuguesa em África.
"Depois de passarmos ao largo do 'rio do Infante', da celebrada navegação de Bartolomeu Dias - aquela que, pela primeira vez, em 1487/88, ligou o Atlântico e o índico - a nossa viagem prosseguiu pela Costa do Natal - outro nome que ficou desde Vasco da Gama e da Viagem de Descoberta do Caminho Marítimo para a Índia (1497/98). Em meados de Dezembro, o transporte de tropas escalava finalmente o porto da cidade de Lourenço Marques, que em poucas décadas fora transformado num dos mais importantes do Continente Negro (como outros portos de Moçambique).
Não longe do cais de acostagem, num bar de uma das 'ruas da perdição' - e não a Rua Araújo dos 'dancings', mas a Rua... Salazar -, umas morenas ofereceram-nos, a mim e ao 'China' (que também é de Coimbra), alguns copos de cerveja que mandaram 'meter na conta' de uns embarcadiços nórdicos muito loiros e já àquela hora da tarde muito bêbados."
(Excerto de As generosas mulatas das 'ruas da perdição')
Armando dos Santos Martins (n. 1944). Natural de Coimbra. "Depois dos seus estudos como Aluno Salesiano, Armando dos Santos Martins ingressou na Força Aérea Portuguesa e partiu para Moçambique em Dezembro de 1963, integrado, como voluntário, nas forças expedicionárias que foram combater a subversão armada naquela antiga Província portuguesa do Índico. Já como profissional da Imprensa («Notícias») e Rádio (foi director do ER de Tete do RCM)), em Moçambique, actuou várias vezes como Correspondente de Guerra (tem muitas reportagens publicadas no «Notícias»), cobrindo acções militares com tropas especiais nos distritos flagelados pelo conflito armado (Cabo Delgado, Niassa e Tete). Regressou a Portugal em 1976 e, nesse ano, trabalhou como redactor no 'Diário de Coimbra'.
A Capital do Mondego está sempre presente nos seus livros, mesmo nos que tratam das Descobertas e Expansão.
É autor de numerosos trabalhos e já no século XXI editou, entre outros, os livros «História da Casa do Minho» (dois volumes); «Sofala - O Primeiro Templo da Igreja Católica na África Oriental»; «De Coimbra a Cheringoma»; «Beira Púngoè - Salazar enfrentou aqui os Ingleses à mão armada»; «Cabora Bassa - A Última Epopeia».
Fundou em Moçambique o primeiro Jornal que houve ao longo do rio Zambeze («Leão do Zambeze»), editado na cidade de Tete."
(Fonte: wikipédia)
Exemplar em brochura, bem conservado.
Invulgar.
20€

16 março, 2022

BRAGA, Theophilo - O VELHO DO RESTELO : poemeto.
Por... Lisboa, Editores - Libanio & Cunha, 1898. (23,5 cm) de [2], 27, [1] p. ; il. ; B.
1.ª edição.
Poema patriótico sobre a gesta dos descobrimentos.
Ilustrado com duas gravurinhas, uma no início, e outra no final do livro.

"Surgindo, Tejo acima, embandeiradas
Vêm de volta da India as Náos ovantes,
Depois de affrontar ríspidas rajadas,
Parcéis e abysmos das regiões distantes;
Maravilhas das terras ignoradas,
Até onde ninguem chegára de antes,
Patenteando, e o mysterio do Oriente
Aberto á acção da portugueza Gente."

Soube o rei Dom Manuel da nova boa,
De Cintra parte com a fidalguia,
Quer a entrada triumphal vêr de Lisboa,
Corre á Casa da Mina; n'esse dia
Presente engrandecer-se-lhe a Corôa,
E olhando a barra ao longe se sorria,
Por vêr emfim realisado o sonho
Que era o agouro popular medonho."

(Excerto do Poema)

Exemplar brochado em bom estado geral de conservação. Capas algo sujas.
Raro.
20€

15 março, 2022

O VERDADEIRO LIVRO DE BENZEDURAS.
Preço Esc. 5$00
. [S.l.], [s.n.], [194?]. In-8.º (16 cm) de 16 p. ; B.
1.ª edição.
Folheto composto por 23 "benzeduras" - as mais extravagantes - para aplacar todos os tipos de maleitas, e contra o inevitável mau olhado.
São muito curiosos e invulgares estas colectâneas de ladainhas, exemplo maior da crendice e superstição em que o nosso país sempre foi pasto fértil. De realçar o preço do livrinho - 5 escudos - que representaria uma aquisição dispendiosa na época.
"As pessoas que rezarem e trouxerem consigo estas orações estão livres de tentações diabólicas e de todos os males que afligem a humanidade.
Amén eterna vida na carne da Ressurreição na pecados dos remissão na Santos dos Comunicação na Católica Igreja Santa na Espírito Santo no creio mortos os e vivos os julgar a vir há-de onde Poderoso todo Padre Deus de direita mão à sentado está. Céus aos subiu mortos dos ressurgiu dia terceiro ao inferno ao desceu sepultado e morto crucificado foi Pilatos Pôncio de poder sob padeceu Virgem Maria de nasceu Santo Espírito do concebido foi qual o Senhor Nosso Filho seu só Cristo Jesus em terra da e Céu do Criador Poderoso todo Padre Deus em Creio."
(O Padre Nosso e o Credo às avessas)
Rezas:
Benzedura para exagre, cobro e fogo | Benzedura do possanto | Benzeduras da iterícia | Benzedura e oração da úlcera | Benzedura para as pessoas desmanchadas| Benzedura da benta | Benzedura da constipação | Modo de benzer a picada de ar | | Benzedura e esconjuração do flato nervoso | Benzedura do farpão nos olhos | Benzedura da calma | Benzedura e oração para o mau olhado | Benzedura da Rosa | Benzedura dum nervo torcido | Benzedura da Erisipela | Benzedura da dor ciática | Benzedura da dor de barriga | Benzedura do Afíto | O Padre Nosso e o Credo às avessas | O Padre Nosso às avessas| Benzedura do ar | Benzedura da impingem negral e alvar | Benzedura da Herpes.
Exemplar em brochura, bem conservado. Frágil, com vincos.
Raro.
Com interesse histórico e etnográfico.
Sem registo na BNP.
Indisponível

14 março, 2022

VICENTE, Ana - AS MULHERES PORTUGUESAS VISTAS POR VIAJANTES ESTRANGEIROS :
Séculos XVIII-XIX-XX
. Lisboa, Gótica, 2001. In-4.º (23,5 cm) de 319, [1] p. ; LII estampas ; B.
1.ª edição.
Curioso ensaio "acerca das representações das mulheres portuguesas - escritas e iconográficas - propostas nas narrativas de viagem de autores estrangeiros, redigidas nos séculos XVIII, XIX e XX.
Livro impresso em papel de superior qualidade - graficamente atraente -, ilustrado com 52 belíssimas estampas a cores e p.b. separadas do texto, que reproduzem gravuras, aguarelas, desenhos e fotografias.
"As portuguesas são bastante amáveis, espirituosas e muito vivas. Não são tidas como ariscas mas poucas ocasiões se lhes oferecem para o provarem, porque quer os pais quer os maridos ou mesmo os irmãos são invulgarmente zelosos, exercendo sobre elas uma fiscalização aturada. De casa só saem para ir à igreja ou para fazer visitas. (César de Saussure, Cartas escritas de Lisboa no Ano de 1730)" (Retirado da capa)
"Como é que as mulheres portuguesas são vistas - na forma escrita e visual - por viajantes estrangeiros? Aliando um levantamento exaustivo da literatura de viagens em Portugal a uma análise crítica dos seus discursos sobre as mulheres, este livro constitui uma outra visão do país nos séculos XVIII, XIX e XX, que nos fascina, entretém, esclarece e ilumina.
Os excertos referentes a cada século são apresentados em conjunto, por ordem cronológica, precedidos de um texto da autora sobre as histórias das mulheres portuguesas daquele período, sobre as características dos viajantes e das viagens e uma análise das representações dominantes das narrativas seleccionadas.
O olhas, quase sempre masculino, do viajante, diz-nos muito sobre identidades - femininas e masculinas - mas também sociais e nacionais.
Este estudo é um contributo para a história das mulheres, para a história da literatura de viagens, mas, sobretudo, para a história de Portugal."
(Retirado da contracapa)
Índice: Introdução. | Viajantes, viagens, narrativas, imagens. | Século XVIII - As mulheres, os viajantes, as representações. Excertos de livros de viagens do século XVIII. | Século XIX - As mulheres, os viajantes, as representações. Excertos de livros de viagens do século XIX. | Século XX - As mulheres, os viajantes, as representações. Excertos de livros de viagens do século XXI. | Conclusão. | Notas biográficas acerca de alguns dos autores dos excertos transcritos. | Bibliografias: Livros de viagens de que são publicados excertos ou reproduzidas imagens; Livros de viagens analisados de que não são publicados textos ou reproduzidas imagens; Bibliografia geral. | Índice onomástico e toponímico.
Exemplar brochado em bom estado de conservação. Dedicatória autógrafa (não da autora) na f. ante-rosto.
Invulgar.
Com interesse histórico e sociológico.
15€

13 março, 2022

MACEDO, José de -
MEIOS DE DESENVOLVER A RIQUEZA PUBLICA NO PORTUGAL CONTINENTAL, AÇORES E MADEIRA. Terceira Tese. Relator... Ob.. da LOJ.. SOLIDARIEDADE. Congresso Maç.. Nacional. Lisboa, Tipographia Bayard, [1913]. In-8.º (21 cm) de 11, [1] p. ; B.
1.ª edição.
Tese apresentada ao Congresso Maçónico Nacional por José de Macedo, obreiro da Loja Solidariedade.
O autor propõe uma série de conceitos programáticos para o desenvolvimento e sustentação da Riqueza Pública.
"O desenvolvimento da riqueza publica em Portugal depende de vário factores, os quaes não podem ser suficientemente estudados sem a analise detida e circunstanciada da economia nacional.
A engrenagem economica dum paiz é duma grande complexidade para que a possamos deixar sem estudo metodico e completo.
Todo o trabalho que não fôr baseado em dados positivos cae pela base, porque nada pode perdurar sem que uns alicerces firmes nos deem a exata impressão de que o edificio que vai erguer-se pode ser feito com a devida segurança."
(Excerto da Tese)
Exemplar em brochura, bem conservado.
Raro.
Com interesse histórico.
15€

12 março, 2022

1.ª EXPOSIÇÃO NACIONAL DE FLORICULTURA -
Tapada da Ajuda : Junho 1940. [Lisboa], [Câmara Municipal de Lisboa], 1940. In-8.º (23x15 cm) de [42] p. ; il. ; B.
1.ª edição.
Livro ilustrado ao longo do texto com desenhos e fotogravuras, assim como os brasões de alguns municípios participantes no certame. Inclui ainda, no final, publicidade alusiva ao tema.
"A I Exposição Nacional de Floricultura, que terá lugar no dia 2 de Junho, na Tapada da Ajuda, por iniciativa do Município de Lisboa, com a colaboração do Instituto Superior de Agronomia, representa um acontecimento de grande interêsse nacional.
Durante muitos anos assistiu-se em Portugal à destruição de maravilhosas matas, parques e jardins que constituíram, em épocas passadas, motivos de rara beleza. [...]
Nos parques, jardins e arruamentos as plantas típicas da nossa flora têm sido substituídas, em grande parte, de acôrdo com os gostos da moda, por espécies exóticas, algumas das quais de diminuto valor ornamental.
Contudo, o povo continua ainda a ter pela árvore e pelas flores o maior interesse. O gôsto e o sentido estético com que a mulher portuguesa compõe o quadros garridos de muitas sacadas, varandas e janelas, das cidades, vilas e aldeias de Portugal, demonstram bem que não está apagado no espírito da grei o amor pelas plantas ornamentais."
(Excerto de Duas palavras)
Exemplar em brochura, bem conservado.
Invulgar.
Indisponível