1.ª edição.
Curioso livro de memórias do autor sobre a sua estadia em África, desde os primeiros de meses de 1962 até Abril do 1964, - "enquanto militar mobilizado em comissão de serviço no norte de Angola a fim de combater na guerra colonial" -, reproduzindo um conjunto de crónicas em jeito de "diário", anteriormente publicadas no Jornal da Amadora. "Todo o descritivo situa-se na ambiência geográfica. [...] O acervo de dados a partir do Esquadrão 297 é impressionante: o real quotidiano, as obrigações de guerrilha, o outro. O alojamento, os acampamentos, as refeições, o convívio entre militares, o lazer, as madrinhas de guerra. Os desfiles. A sexualidade na ambivalência das recordações femininas e as "derivações" na mulher africana.".
Livro ilustrado com fotogravuras ao longo do texto.
"Com a chegada de oficiais de Cavalaria ao Regimento em Estremoz, em Agosto de 1961, sob o comando do então Tenente-Coronel Spínola, formando o Batalhão 345, onde Daniel Costa foi incorporado, este ficou com a certeza da sua mobilização para a Guerra do Ultramar.
Logo aí o autor decidiu anotar diariamente todas as incidências.
Depois de algum tempo a pertencer àquele batalhão, no Esquadrão 297 avançou, adido, para o quartel de Faro, onde ficaria a aguardar embarque.
A 11 de Janeiro de 1962, partindo já de Faro, o 297 foi juntar-se, no cais da Rocha Conde de Óbidos, ao Batalhão 350, comandado pelo franzino Tenente-Coronel Costa Gomes. Ali embarcou para Angola.
Sempre o diário foi acarinhado. Apesar do autor ter sido jornalista e editor de uma revista mensal durante 30 anos, nunca tinha havido tempo para concretizar a compilação e edição do diário."
(Retirado da badana posterior)
"A quatro de Fevereiro de 1961, grupos de guerrilheiros protagonizaram ataques à Casa de Reclusão, ao quartel da P.S.P. e à Emissora Oficial de Angola. Actos que passaram a ser considerados o início da guerra em Angola.
Os canais de informação de que dispunha o Estado indiciavam que ia começar uma luta sem quartel, para libertação de todo o Ultramar, administrado pelo Governo Português.
Foi já nessa conjuntura que, em 1959 teve lugar a minha inspecção militar. Confesso que me agradou o apuramento para "todo o serviço", à época a passagem pela vida militar para quem viva como trabalhador rural, era considerada assim como uma "Universidade", visto que traria um certo desenvolvimento para o intelecto."
(Excerto do Prólogo)
Exemplar em brochura, bem conservado.
Invulgar.
10€
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