31 agosto, 2021

VII RECENSEAMENTO GERAL DA POPULAÇÃO.
Instruções para a realização de recenseamento geral da população do continente e ilhas
. [Lisboa], Imprensa Nacional de Lisboa, 1940. In-8.º (17,5 cm) de 52 p. ; [1] f. desdob. ; B.
1.ª edição.
Edição histórica, publicada no decorrer da Exposição do Mundo Português, - impressionante realização cultural, patriótica e propagandística do Estado Novo, - que coincidiu com as comemorações do duplo centenário da independência nacional (1140/1640).
Este livrinho serviu de "cartilha" aos funcionários que participaram na recolha dos dados estatísticos para o censo de 1940, com as instruções e os procedimentos a observar no desempenho da sua tarefa. A Biblioteca Nacional não dispõe de qualquer exemplar registado na sua base de dados.
Inclui um folheto desdobrável colado na folha inicial do capítulo Instruções para a realização do Recenseamento dirigido ao "Recenseador" com conselho e instruções para "cumprir bem a sua missão".
"Este foi o primeiro censo efetuado pelo Instituto Nacional de Estatística e é aceite como um marco na história dos recenseamentos portugueses.
Pela lei 1.911, de 23 de maio de 1935, a Direção Geral de Estatística cedeu o lugar ao Instituto Nacional de Estatística ao qual, nos termos da mesma lei, foram atribuídas as funções de notação, elaboração, publicação e comparação dos elementos estatísticos referentes aos aspetos da vida portuguesa que interessam à Nação, ao Estado ou à Ciência.” (Lê-se na Memória descritiva do Censo de 1940).
O VIII Recenseamento Geral da População teve ainda por base a Carta de Lei de 25 de agosto de 1887, o Decreto-Lei n.º 29.750, de 14 de julho de 1939, que manda executar e, a regulamentação é definida pelo Decreto n.º 31.110, de 6 de dezembro de 1939.
Adotou-se uma nova metodologia de execução: passou a ser o concelho a base e unidade territorial de realização e a ser atribuída aos Presidentes das Câmaras Municipais a direção das operações censitárias locais.
Para determinar corretamente a população residente e presente, passou a precisar-se o momento censitário: 0 horas do dia 12 de dezembro de 1940.
Houve uma grande campanha publicitária em todos os meios de comunicação: imprensa, rádio, cartazes, cinema, etc.
Pela primeira vez foram publicados volumes de dados distritais e também um Relatório (volume de análise de dados) e uma Memória Descritiva (volume de metodologia e descrição da operação).
Houve um esforço no sentido de se definirem os conceitos com exactidão e os dados recolhidos foram exaustivamente explorados e publicados.
Foram introduzidos novos elementos, que se traduziram em novas variáveis e numa melhor especificação de variáveis já recolhidas anteriormente.
Assim, foi definido o grau de instrução, para além de se continuar a recolher a instrução (sabe ler/não sabe ler). No grau de instrução distingue-se o primário, secundário e superior e em cada grau conta-se a população que está a frequentar e a que completou o respetivo grau.
Os prédios e as convivências foram classificados segundo a sua utilização.
Quanto à família publicou-se informação sobre os casais segundo o n.º de filhos e a duração do casamento e apurou-se o número de pessoas a cargo dos chefes de família ativa.
Nas variáveis de caraterização socioeconómica, caraterizou-se a população desempregada segundo o tempo de duração do desemprego; distinguiram-se os ramos de atividade e a profissão; cruzou-se a situação na profissão com o ramo de atividade.
A variável “meio de vida” foi recolhida pela primeira vez e foi definida como “o meio por que o recenseado provia normal e principalmente à sua subsistência e à das pessoas a seu cargo”.
O Censo de 1940 contou 7.755.423 indivíduos residentes e o número médio de pessoas por família era de 4,2.
(Fonte: https://censos.ine.pt/xportal/xmain?xpid=INE&xpgid=censos_historia_pt_1940)
"De acôrdo com as maiores exigências da hora actual, o recenseamento de 1940 será incomparàvelmente mais completo do que os anteriores.
Para além da população residente e da população presente, do número de famílias, da nacionalidade, da naturalidade, do sexo, do estado civil e da idade dos indivíduos, do número de analfabetos, dos grupos profissionais em que se reparte a população activa e das entidades para quem ela trabalha e do número de cegos, surdo-mudos e alienados, êle abrangerá:
os prédios e os fogos; a constituïção das famílias; a natureza e a composição dos agrupamentos de pessoas que não tenham carácter familiar; a residência habitual e o título de nacionalidade; o grau de instrução; a profissão individual; a situação na profissão; a categoria; a classe e a sub-classe da actividade económica; os meios de vida; o tempo de permanência em Portugal dos estrangeiros; o tempo de desemprêgo dos desempregados; a invalidez para o trabalho; a duração; a fecundidade e o número de filhos dos casamentos actuais; o número de orfãos de pai;, da mãi e pai e mãi; a situação militar, e a religião.
Tudo isto será objecto de preguntas nos boletins censuários e terá nos apuramentos a discriminação a as combinações devidas.
Poder-se-á assim avaliar a importância decisiva que os seus resultados terão para a solução dos vários problemas da governação e da administração pública.
Nêles encontrará o Estado Novo todos os elementos de que necessita pata o estudo das condições de vida do País nos seus múltiplos aspectos e para o prosseguimento da sua obra de reconstrução nacional.
Mas ao recenseamento de 1940 está reservado um papel ainda maior. [...]
Será um censo universal que valerá cumulativamente como homenagem de gerações passadas, como exemplo de vindouras e sobretudo como inventário das possibilidades portuguesas nesta hora de ressurgimento.
"
(Excerto do Cap. 3. - O recenseamento de 1940)
Matérias:
Importância e características do recenseamento português de 1940: 1. - Os recenseamentos em Portugal. 2. - A importância dos recenseamentos. 3. - O recenseamento de 1940. 4. - O recenseamento na metrópole. | Instruções para a realização do recenseamento. Elaboradas pelo Instituto Nacional de Estatística em conformidade com a autorização conferida pelo artigo 55.º do decreto n.º 30:110 [28 artigos] + Folheto desdobrável dirigido ao Recenseador. | Anexos: N.º 1 - Família. N.º 2 - Chefe de família. N.º 3 - Convivência. N.º 4 - Chefe de convivência. N.º 5 - Residência habitual. N.º 6 - Profissão individual. N.º 7 - Situação na profissão. N.º 8 - Ramo de actividade. N.º 9 - Meios de vida. N.º 10 - Decreto n.º 30:110: - Reconhecimento e divisão do território; - Âmbito e forma do recenseamento; - Propaganda e organização; - Das operações do recenseamento; - Remuneração dos serviços; - Transgressões e penalidades; - Despesas; - Disposições gerais.
Exemplar brochado em bom estado de conservação.
Raro.
Sem registo na BNP.
Com interesse histórico e sociológico.
Peça de colecção.
30€

30 agosto, 2021

MONTEIRO, Armenio - COIMBRA EM FRALDA.
Original de... 1.º volume da Collecção de leituras impressivas
. Lisboa, Editora A Polycommercial, [1914]. In-8.º (21,5 cm) de 184 p. ; E.
1.ª edição.
Interessantíssimo romance naturalista, levemente erótico, cuja acção decorre em Coimbra.
Capa muito bela de autor não identificado.
"Começa este livro em epoca já distante, em que Coimbra apresentava ao visitante aspecto bem diverso do actual."
(Excerto de Symphonoa de Abertura)
"N'um predio de aspecto exterior menos que o vulgar, e n'um confortabilissimo gabinete, onde, por duas largas sacadas entre a luz a jorros e a vida se espraia na contemplação da paisagem campesina mais amoravel que é dado imaginar-se.
Dois amigos, dois homens na força da vida, discutem com certo calor...
- Pois meus caro, declaro-te peremptoriamente que não sou da tua opinião!
A honra, amigo meu, tem valor variavel: é como todas as coisas de valor convencional e que estão á mercê do primeiro que precisa vendel-as ou adquiril-as.
A Viscondessa foi honesta até ao momento em que appareceu quem lhe prejudicasse o regular funccionamento cerebral, depois...
Quem tinha obrigação de prevêr essa débacle, era o Visconde. E o que fez o Visconde? Amancebou-se com a Pepa e despresou-a; ella, consequencia logica, procurou suprir-lhe a falta...
Ha lá nada mais logico! Eu creio que não; embora brigue com os preceitos da Santa Madre Egreja e do nosso joven Codigo Civil!
Convence-te, pois, que nada lucras em avisar o Visconde, que vaes sem proveito para ninguem trantornar-lhe o dolce-farniente...
- És um degenerado! [...]
Virgilio accendeu, vagaroso, um dos cahrutos e quedou-se a contemplar as espiraes de fumo que os seus labios deixavam evolar-se, pensando talvez que logica havia abandonado o cerebro do seu interlocutor, pois não comprehendia como quizessem que a milher devessa á sociedade mais considerações que o homem.
Paulo, por seu turno, passeava descompassadamente pelo confortavel gabinete, no qual o bom gosto e o luxo se davam as mãos.
Aproveitemos este silencio para dizer quem são os dois - Paulo de Mello e Virgilio Borges.
Paulo, o proprietario do gabinete, é banqueiro; da nacionalidade brasileira, sendo comtudo seu pae de origem portugueza, e sua mãe brazileira legitima e até da capital federal.
Aos 13 annos soffreu o maior prejuizo que uma creança póde ter - a perda de sua carinhosa mãe. Desde esse dia definhou, tornou-se rachitico e como o depurativo Dias Amado e a Emulsão de Scott ainda estavam por apparecer, a mudança de ares era uma das grandes armas da medicina.
Veio para Portugal. Foi Coimbra a tterra escolhida para residencia do joven brasileiro.
Cursou o lyceu, passou ao capitolio de Minerva, e quando, com distincção, havia conciliado o 2.º anno, recebeu de chofre novo e cruciante golpe - a noticia da morte do seu progenitor.
Voltou á America, liquidou os negocios da casa paterna, e novamente estava em Coimbra aos vinte e oito annos, cheio de recordações e saudades dos que lhe haviam dado o ser e lhe legaram importante fortuna.
Fez-se então banqueiro.
Virgilio Borges, o outro dos nossos personagens, é natural do Porto, onde cursou os lyceus e foi considerado um bom estudante.
Veio para Coimbra, e ahi, longe das vistas paternas, deu largas á sua veia jovial e de «cabula irreductivel», como galhofeiramente se intitulava.
O primeiro anno foi de fio a pavio uma pandega rasgada: serenatas, noitadas pelo areal do rio em ceias de bohemios, etc. Os dias passava-os na cama retemperando as forças.
Á Universidade ia de visita de quinze em quinze dias, e quando tinha quasi a certeza de não era chamado.
Nas ferias grande voltou ao Porto, ou antes, a Mattozinhos, onde vivia seu pae, antigo negociante da rua dos Inglezes, local em que conseguira juntar uns cabedaes razoaveis em quarenta annos de comercio activo por conta propria.
Amarguradas ferias! Tormentozos mezes! Por toda a parte o acompanhava a respeitavel figura do bacalhoeiro, seu pae.
Quando, saindo de Mattozinhos, enveredavam direitos ao Porto pela margem do Douro, tornava-se então o castigo um verdadeiro supplicio...
A rua dos Inglezes era o Monte Olivete do pobre rapaz!
- Ao passares aqui, repetia o velhote pela vigessima vez e com as lagrimas a brotar dos olhos, descobre-te respeitoso perante esta velha porta; fixa no teu cerebro, renitente desde que frequentas Coimbra, o numero de policia - é o 69!
Repara bem que á sombra d'elle trabalhei quarenta annos para ganhar dinheiro que ha-de fazer de ti um doutor e talvez - quem sabe? - um dos grandes homens da nossa patria!...
Que isso...
E lá vinha outra lufada de rethorica á conta da rapoza, a que Virgilio respondia tambem pela vigessima vez com o único argumento que tinha, aquelle que nunca falha a quem nada mais tem que objectar - não fui eu só!"
(Excerto de O escandalo)
Capítulos:
Symphonia de Abertura. | O escandalo. | Ente Sylla e Charibides. | Os privilegios da carne... | Grotesco! | Leão e Sendeiro... | Advogado dos Sapatos. | Murros providenciaes... | Mãe! | Ministro! | A morte! | Epilogo!
Arménio Monteiro (ca. 18--). "Autor de Contos da carochinha (1912; 1914), Coimbra em fralda (1916) [1914] e Conselheiro Dr. António Teixeira de Sousa (1937), fora colaborador literário no semanário monárquico Papagaio Real, de 1914. Revelou neste jornal trechos de um livro a publicar, Ultimatum."
(Fonte: http://hemerotecadigital.cm-lisboa.pt/FichasHistoricas/AMonarquia.pdf) 
Encadernação em meia de pele com ferros gravados a ouro na lombada. Conserva a capa de brochura frontal.
Exemplar em bom estado geral de conservação. Cansado. Pasta anterior apresenta falta de papel que a reveste; com pequenas falhas de pele na lombada.
Raro.
A BNP dispõe de apenas um exemplar registado na sua base de dados.
75€

29 agosto, 2021

HISTORIA DAS MULHERES QUE SE TEM TORNADO CELEBRES POR SEUS AMORES, GALANTARIAS, FRAQUEZAS, E CAPRICHOS, ETC. Paris, Au De'pot de la Bibliothe'que Recreative. 1837. In-8.º (15 cm) de 144 p. ; B.
1.ª edição.
Curioso conjunto de curtas biografias de mulheres viciosas condenadas pela Hitória.
"Messalina era bisneta de Octavia, irmã de Augusto, e filha de Valerius Messalinus Barbastus, e de Emilia Lépida. Nesta familia a lubricidade era de alguma maneira tradicional, pois que Lépida tinha sido accusada pela voz publica de entreter commercio incestuoso com seu irmão! Estava porem reservado a Messalina excêder sua mãi nos prazêres da voluptuosidade. Suas anticipadas disposições para a libertinagem tinhão resfriado o ardor daquelles que poderião pertender sua mão. Houve só Claudio seu parente que esgotou n'uma paixão brutal a coragem de arrostar a opinião publica desposando-a!
Este principe que a historia tem com justiça ultrajado, possuia um certo ar de nobreza e dignidade. Sua figura era agigantada. Era bastante encorpado, seus cabello brancos davão á sua fysionomia um certo ar de belleza; mas tinha pouca firmeza em seu andar; sua alegria era ignobil, sua colera horrenda, porque babava e espumava ao mesmo tempo... Acrescentai a isto um gaguejar continuo e um tremor de cabeça que se augmentava ao menor movimento.
Claudio esposou Messalina em quintas nupcias. Ella tomou um grande imperio sobre o caracter fraco deste principe, descobrindo lhe uma conspiração cuja importancia teve o cuidado de exagerar, depois ligou-se com os libertos que governavão o Imperador, e desde então deu um livre curso ás suas paixões. Era bella e é a isto sobre tudo que se deve atribuir a grande influencia que tinha sobre seu esposo imbecil."
(Excerto de Messalina)
Biografadas:
Messalina. | Cleopatra. | Marion de l'Orme. | Catherina segunda. | Maintenon. |  Ninon de Lenclos. | Sophia Arnoult. | Madama de Pompadour. | Madama du Barri. | Madama Foure's. | Madama Revel. | Madama du Cayla.
Encadernação "caseira", cartonada, com as pastas revestidas de cetim rosa, tendo "Mulheres Célebres" escrito na pasta frontal.
Exemplar em bom estado geral de conservação. Sem f. anterrosto.
Raro.
35€

28 agosto, 2021

SILVA, Professor Joaquim Morais da - O HIPNOTISMO AO ALCANCE DE TODOS.
Obra profusamente ilustrada
. Leiria - (Portugal), Tipografia Leiriense, Limitada, 1931. In-8.º (19 cm) de 79, [1] p. ; il. ; B.
1.ª edição.
Curioso manual de hipnotismo. Nada foi possível apurar acerca do autor dado não existirem referências biográficas, a não ser que será, talvez, natural da região de Leiria - todos os seus livros foram impressos na Cidade do Lis; em termos bibliográficos, a Biblioteca Nacional dá notícia de duas obras da sua autoria - Os milagres de Lourdes (1927); O hipnotismo ao alcance de todos (1931), e uma tradução - Universalidade da Sociedade Vedanta (1931). Tem ainda uma outra obra que não consta na base da BNP, disponível neste blogue: Alguns fenómenos de levitação (1928).
Livro ilustrado ao longo do texto com desenhos e fotogravuras, sendo alguns deles impressos sobre papel couché em página inteira.
"Há ainda quem creia que o Hipnotismo é obra de demónios e que, quem o pratica, tem pacto com o diabo. A superstição há-de sempre existir com o homem. É mesmo uma tara difícil de extirpar.
O sono hipnótico não é mais do que o resultado patológico de umas práticas, ditas hipnóticas, tendentes a paralizar certas partes do cérebro, e o sono assim provocado vem tão naturalmente como quando, depois de um longo percurso a pé, nos deitamos para descansar. Não ocultamos, no entanto, os perigos que podem advir do mau emprêgo desta ciência, mas só o abuso - de qualquer forma que se queira interpretar o vocábulo - os pode justificar."
(Excerto de Preliminares - Hipnotismo)
Índice:
Prefácio. | Preliminares. | I - O olhar e a sua cultura. II - O poder do olhar entre os animais. III - A voz e a sua cultura. IV - Consciente e subconsciente. V - Processos neuroscópicos. VI - O reconhecimento duma fôrça. O magnetismo animal. VII - Como desenvolver o poder hipno-magnético. VIII - A concentração. IX - O sono hipnótico. X - Como despertar um paciente. XI - Condições para hipnotizar. XII - Processos hipnóticos. XIII - As zonas hipnogénicas. XIV - Meios mecânicos. XV - Como mudar o sono natural em sono hipnótico. XVI - Hipnotismo experimental. XVII - Hipnoterapia geral. XVIII - A influência pessoal.
Exemplar em brochura, bem conservado.
Raro.
A BNP dispõe de apenas um exemplar no seu acervo.
Indisponível

26 agosto, 2021

AUGUSTO, Jerónimo - O CÃO DA SERRA DA ESTRELA.
[Ilustrações executadas para esta obra: Pintor Isolino Vaz]
. Porto, [Publicação do Autor], 1987. In-4.º (25 cm) de 128 p. ; mto il. ; C.
1.ª edição.
Interessante monografia sobre o Serra da Estrela, cão pastor originário da serra que lhe dá o nome.
Livro impresso em papel de superior qualidade, ilustrado com mapas, desenhos e e fotografias a p.b. e a cores de belíssimos exemplares da raça ao longo do texto.
"Parece estranho que um livro sobre o cão da Serra da Estrela consagre as primeiras páginas ao elogio do cão, valendo-se de testemunhos já velhos de milénios e de depoimentos de homens de letras cujo humanismo celebrou a figura benfazeja deste fiel e dedicado animal doméstico. A estranheza, porém, desaparece se pensarmos que um livro sobre o cão deve ser, simultaneamente, um livro sobre o comportamento do homem e o seu modo de sentir e apreciar o valor e a excelência deste animal. À educação do homem contemporâneo não deve ser alheia a preocupação pela ecologia e pelo desenvolvimento do modo de ser afectivo, que define o tratamento humano dos animais. Para além deste apontamento formativo, estas linhas despretensiosas brotaram de uma profunda estima e particular apreço pelas características e qualidades invulgares do nosso cão da Serra da Estrela, que o impõem no país e no estrangeiro. Assim, no segundo capítulo, traçámos um breve resumo da história desta raça, realçando o seu lugar na sensibilidade portuguesa e distinguindo as suas características condizentes com as agruras, a dureza e o frio inclemente do seu habitat - a Serra da Estrela. Visando um amplo público interessado, reunimos no capítulo terceiro um feixe de considerações sobre a criação, o tratamento, a disciplina e o adestramento do cão da Serra da Estrela, que podem ser úteis para eventuais donos ou criadores. Por outro lado, não se pode omitir o papel ímpar da canicultura na defesa e na propagação desta raça em Portugal e no estrangeiro e, por isso, lhe dedicámos o capítulo quarto. Finalmente, propomos que o tipo ideal do Serra da Estrela se deve procurar a partir das suas características naturais, fora de abastardamentos e cruzamentos inter-rácicos.
No regresso às raízes da pureza sadia da Serra e à sua melhor expressão viva, que é o cão, ameaçado de desnaturalização, está o sentido fundamental deste livro modesto mas penetrado de sinceridade e dedicação de quem, há longos anos, dedica ao Serra da Estrela as horas disponíveis do seu lazer."
(Prefácio)
Matérias: Prefácio. | 1 - Elogio do cão. 2 - História de uma raça: - Incerteza das origens. - O «Serra» na sensibilidade portuguesa. - O Cão da Serra da Estrela: Características; Estalão do Cão da Serra da Estrela: I. Aspecto geral e aptidões; II. Cabeça; III. Tronco; IV. Membros anteriores e posteriores; V. Pelagem; VI. Altura; VII. Andamentos; VIII. Defeitos; IX. Tabela de pontos. - A serra como habitat. 3 - Criação e treino: - Criação; - Tratamento; - Disciplina; - Adestramento. 4 - A canicultura e o «Serra»: - Em Portugal: Manteigas e Covilhã; - No estrangeiro. 5 - À procura do tipo ideal.
Encadernação do editor cartonada, policromada.
Exemplar em bom estado de conservação.
Muito invulgar.
Indisponível

25 agosto, 2021

A. N. - A GUERRA DE ESPANHA : as operações militares.
Separata da Revista Infantaria
. [S.l.], [Revista de Infantaria], 1940. In-4.º (24 cm) de [4], 173, [3] p. ; il. ; B.
1.ª edição independente.
Importante subsídio militar coevo sobre a Guerra Civil de Espanha, trabalho desenvolvido sob o ponto de vista estratégico e operacional.
Elaborado por um perito português que assina o estudo com as inicias "A. N.", nada foi possível apurar acerca da sua identidade, limitando-se os dados bibliográficos conhecidos ao registo de um exemplar na base de dados da BNP.
Livro ilustrado ao longo do texto com fotogravuras a p.b., mapas e croquis.
"Publicou a Revista Infantaria durante o conflito que ensangüentou o paiz vizinho, uma série de artigos nos quais se fazia uma análise das operações militares que se iam desenrolando.
O seu Autor, oficial estudioso e culto, imprimiu ao seu trabalho um cunho fundamentalmente militar, analizando com inteligente visão as acções principais que se desenrolaram, procurando, numa isenção absoluta, mostrar factos concretos e apresentar elementos que foram os dados nêsse xadrez de que saiu victorioso o Exército Nacional da Espanha, à frente do qual se encontra o Generalíssimo Franco.
Foi essa análise conscienciosa, que os leitores da Infantaria tiveram ocasião de apreciar mez a mez nas páginas da sua Revista e que agora, satisfazendo numerosos pedidos, a mesma Revista resolveu complilar num volume que será um repositório, não de páginas de jornalismo nem de romanceados feitos, mas simples e ùnicamente dos capítulos duma campanha militar moderna de características especiais, onde podem estudar-se também as fôrças psicológicas dos elementos em lucta, trabalho que merece ser recapitulado, para que possa demorada e criteriosamente avaliar-se do esfôrço militar dessa campanha vista por um técnico de indiscutível valor.
Infantaria satisfaz assim a vontade de muitos dos seus Assinantes e a sua, apresentando o estudo que se vai seguir, num volume único, para melhor ser apreciado o trabalho dum camarada modesto, estudioso, bem conhecedor das coisas militares e que observou de perto alguns aspectos da sangrenta lucta."
Índice: O valor dos ensinamentos da guerra de Espanha. | Causas e influências: Características geográficas da península ibérica; Os factores económicos na guerra de Espanha; Situação política, social e militar da Espanha em Julho de 1936; Factores militares e políticos na guerra de Espanha. | O movimento militar: O plano de revolta; A revolta; A situação depois da revolta; Período inicial da guerra de movimento; A luta pelas comunicações; A marcha sôbre Madrid. | O assalto a Madrid: A frente estabiliza; A luta na frente de Madrid; A conquista de Málaga; Jarama e Guadalajara; A ofensiva a sudeste de Madrid; A ofensiva de Guadalajara; A ofensiva nacionalista no norte e a diversão de Brunete; Teruel e a batalha do Alfambra; A marcha para o Mediterrâneo; A batalha do Ebro; A batalha da Catalunha. | Madrid!
Exemplar em bom estado geral de conservação. Capas levemente oxidadas.
Raro.
Com interesse histórico.
50€

24 agosto, 2021

ARAÚJO, Padre Joaquim de - Hipnotismo, Espiritismo, Feitiçaria, Exorcismo
. Porto, Edições do Litoral, 1993. In-8.º (21 cm) de 185, [7] p. ; il. ; B. Colecção Os Protagonistas/2
1.ª edição.
Obra interessante e muitíssimo curiosa do Pe. Joaquim de Araújo, antigo pároco de S. Pedro da Afurada (Vila Nova de Gaia).
"Um livro surpreendente, recheado de experiências e casos verídicos protagonizados por um padre". - "Sempre gostei de ver, com os meus próprios olhos, mais do que outros viram e escreveram, mas que nem sempre dão uma ideia semelhante àquela que nós formamos, quando vemos por nós próprios".
Ilustrado no final com fotografias de sessões de hipnotismo dirigidas pelo autor na E. P. E. de Tancos.
"Cada assunto que eu pretendo tratar neste livro era matéria mais que suficiente para um livro completo, pois são tão interessantes e curiosos que dava muito gosto escrever. E assim, eu não poderia escrever só um livro, mas teria de escrever quatro, pois tantas são as matérias sobre as quais me proponho escrever para os Leitores.
Contudo, eu não posso ter ilusões quanto à duração da minha vida e, por isso, como não devo ter tempo para escrever quatro livros, terei de escrever um só, reunindo nele os quatro temas.
"Hipnotismo" que eu pratiquei mais de trinta anos e que é um tema sobre o qual adoro falar e escrever.
"Espiritismo", tema que eu gosto de abordar e sobre o qual já fui entrevistado, tanto na Rádio como na Televisão.
"Feitiçaria", sobre cujo tema já apresentei um trabalho em 1990, no Congresso de Medicina Popular, em Vilar de Perdizes, concelho de Montalegre.
"Exorcismo", tema tão falado, mas ainda mais desconhecido e de que tanto se abusa indevidamente, até mesmo os sacerdotes, que se deixam comparar a simples feiticeiras."
(Excerto de Razão de ser deste livro)
Padre Joaquim de Araújo (1918-1999). "Nasceu na freguesia de Friande, no concelho de Felgueiras, em 24 de Maio de 1918. Fez a quarta classe na Escola Primária de Felgueiras, em 1931, data em que entrou para o Seminário de Vilar, da Diocese do Porto. Após concluir o Ciclo Preparatório, em 1936, passou para o Seminário da Sé, onde tirou o curso de Filosofia e Teologia, terminado em 1942. No dia 19 de Dezembro desse ano, foi ordenado sacerdote. [...]
Entretanto, dedicou-se ao estudo e prática da Hipnose, conseguindo-o com grande profundidade. Realizou mesmo experiências em várias razões, nomeadamente em todos os quartéis da Segunda Região Militar, em Tomar. Através das experiências de Hipnose, penetrou, facilmente, nas forças ocultas da Natureza, estudando o Espiritismo e a Feitiçaria.
Solicitado para várias entrevistas e debates nos Orgãos de Comunicação Social - Televisão, estações de Rádio e jornais - os temas que aborda estão relacionados, normalmente, com o demónio, o espiritismo e problemas da dor."
(Retirado da contracapa)
Exemplar em brochura, bem conservado.
Invulgar.
25€

23 agosto, 2021

DUMAS, Alexandre - A MÃO DO FINADO.
Segunda parte do Conde de Monte-Christo. Por... Edição illustrada para Portugal e Brazil
. Rio de Janeiro : Lisboa, Editora - Empreza Litteraria Fluminense de A. A. da Silva Lobo, [18--]. In-4.º (23,5 cm) de [2], 366, [4] p. ; [8] f. il. ; E.
Anunciado como a continuação do Conde de Monte Cristo, e dada por inúmeras fontes bibliográficas como mais um romance de Dumas, a presente obra foi afinal escrita pelo portuguesíssimo Alfredo Hogan a instâncias de um editor - também ele português - pouco escrupuloso no que à questão dos direitos de autor diz respeito, como aliás era usual na época. Originalmente publicado em 1853 (e traduzido para o francês(!) no mesmo ano), A mão do Finado é uma verdadeira pérola para os apreciadores do romance de "capa e espada", bem como da obra de Hogan (ainda pouco divulgada), e porque não dizê-lo, de Alexandre Dumas, autor de culto da literatura romântica-histórica, cuja produção atingiu o apogeu em meados do século XIX com a publicação dos conhecidos romances Os três Mosqueteiros (1844) e O Conde de Monte Cristo (1844-46), e que terá tentado - sem sucesso - junto de algumas editoras internacionais desmentir a paternidade deste título. Resta dizer que, posteriormente, seriam publicadas outras sequelas do best seller de Dumas, sendo a mais conhecida O filho do Monte Cristo (1881), de Jules Lermina, com tradução para o português (1897).
Esta versão - não datada (anos 80/90 do século XIX) - é uma variante ilustrada com 8 belíssimas estampas em folhas separadas do texto - 3 a p.b. e 5 coloridas.
"Quando a desgraça e a fatalidade nos opprimem, não falta quem venha, como o sorriso nos labios e o prazer n'alma, para nol-o fazer compartir, se a miseria não quebrou positivamente o prestigio dos nossos antigos haveres.
É esse prestigio o que attrae ao nosso lado todas as pessoas que nos conheceram e vêem vergados ao peso da fatalidade.
A baroneza Danglars, se bem que houvesse soffrido esse peso formidavel, reunia ainda em sua casa os principaes cavalheiros do Gand e tinha o prazer de ouvir nomear as suas douradas salas em Paris, como as que melhor sabiam receber e accomodar, por espaço de algumas horas, a todos esses impios elegantes do panno verde, a quem parece nunca faltar o ouro e a vontade de jogar, comtanto que não se procure conhecer os variados systemas da sua vida privada.
O espirito de orgulho e ambição da interessante baroneza Danglars, a sua figura esbelta e o seu rosto aristocraticamente pallido, onde brilhavam ou se amorteciam dois bellos olhos negros, conforme aquelle seio de rijas carnes se dilatava com a expansão d'um brando sentimento, ou se comprimia dominado pela ambição, não era o que menos attrahia numerosa concorrencia ás suas salas.
Aos que vivem de commoções fortes, nunca desagrada uma mulher como a baroneza Danglars. As suas risadas de orgulho, o seu gesto determinado e arrogante, mas submisso e meigo quando se deixava vençer, o seu olhar eloquente e sagaz, a sua extrema verbosidade, tudo concorria para que os mancebos do tom a inscrevessem no rol da leôas, apezar de ter passado já a primavera da vida.
Tal era a consideração em que estava a baroneza Danglars no anno de 1837."
(Excerto do Cap.I - Quem já havia jogado na alta e baixa dos fundos)
Alfredo Possolo Hogan (1830-1865). "Nasceu e faleceu em Lisboa. Funcionário dos correios, cultivou a literatura negra, tornando-se um romancista e um dramaturgo bastante popular em Lisboa. Nas suas obras notam-se influências de Eugène Sue e Alexandre Dumas. Escreveu vários romances históricos, como Marco Túlio ou o Agente dos Jesuítas (1853), Mistérios de Lisboa (romance em 4 volumes, 1851), Dois Angelos ou Um Casamento Forçado (romance em 2 volumes, 1851-1852), etc. Das peças de teatro, destacam-se: Os Dissipadores (1858), A Máscara Social (1861), Nem Tudo que Luz É Oiro (1861), A Vida em Lisboa (em parceria com Júlio César Machado, 1861), O Dia 1º de Dezembro de 1640 (1862), As Brasileiras; Segredos do Coração e O Colono. Foi-lhe atribuída a autoria do romance A Mão do Finado (1854), publicado anonimamente em Lisboa, pretendendo ser a continuação de O Conde de Monte Cristo de Alexandre Dumas."
(Fonte: http://alfarrabio.di.uminho.pt/vercial/hogan.htm)
Alexandre Dumas (1802-1870). "Nasceu em Villers-Cotterêts, Aisne, França. Foi um romancista e dramaturgo francês, autor das obras Os Três Mosqueteiros e O Conde de Monte Cristo, clássicos do romance de capa e espada de grande aceitação popular. Em 1818, passando por dificuldades financeiras, trabalhou num cartório da cidade. Conheceu Adolphe von Leuven, nobre sueco refugiado em França. Em 1821, junto com o amigo Leuven, escreveu a peça O Major de Strasburgo. Em 1823, foi morar em Paris. Em busca de emprego foi recebido pelo General Foy, amigo de seu pai, que ao ver a sua bela caligrafia concluiu que Dumas poderia secretariar o Duque de Orléans, futuro rei Luís Filipe. O emprego garantiu-lhe o sustento e abriu-lhe o caminho para a Comédie Française."
(Fonte: wook)
Encadernação editorial inteira de percalina com ferros gravados a seco e a ouro e negro nas pastas e na lombada.
Exemplar em bom estado geral de conservação.
Raro.
Peça de colecção.
Indisponível

22 agosto, 2021

GOMES, Augusto Ferreira - NO CLARO-ESCURO DAS PROFECIAS. S. Malaquias - Nostradamus - Bandarra. O Apocalypse de S. João. O rapto da Europa ou o letargo da Civilização Ocidental. O fim da Terceira República Francesa e a vinda da monarquia em 1944. Graves acontecimentos na França, Itália, Alemanha e Inglaterra. O ressurgimento do Ocidente
. Lisboa, Livraria Portugália, [1941]. In-8.º (19,5 cm) de 156, [4] p. ; il. ; B.
1.ª edição.
Curioso livro de profecias oferecido pelo autor "á memória do astrólogo Fernando Pessoa". Raro na edição original.
Ilustrado com bonitos desenhos e gravuras ao longo do texto.
Livro muito valorizado pela sua dedicatória autógrafa a Luís Moitinho de Almeida - amigo comum do autor e do poeta de Mensagem.
"A maioria das interpretações que se encontrarem no decorrer da leitura, não é nossa - que para isso nos faltam qualidades essenciais: completa cultura hermética, conhecimentos profundos de astrologia, e iniciação.
Por isso procurámos em outros valores o que nos faltava.
As poucas interpretações que apresentamos vieram simplesmente através da intuïção, com a vigilância da inteligência. Não as impomos como infalíveis. Tudo, na vida humana, é de possível engano. Se a própria Justiça está sujeita a erros, mais atreita ao desvio está a intuição...
Tôda a vida terrestre, animal, mineral e vegetal, é comandada por fôrças que uma maioria desconhece e que uma minoria diz conhecer."
(Excerto de Astrologia e de Kabala, para que o leitor possa compreender, mais claramente, algumas passagens dêste livro)
Augusto Ferreira Gomes (1892-1953). "Jornalista, poeta e ficcionista, foi um íntimo amigo de Fernando Pessoa, e seu sócio, juntamente com Geraldo Coelho de Jesus, num ou mais escritórios de comissões e consignações (entre 1917-1926, pelo menos). Podemos, de certo modo, considerá-lo também um seu discípulo. O seu livro de poemas Quinto Império (1934), com um prefácio de Fernando Pessoa, traz à memória os versos de Mensagem e, inevitavelmente também, a profecia que o seu autor (re)criou. O prefácio serve, inclusive, como explanação do próprio conceito de Quinto Império, distinguindo Pessoa duas ordens de profecias, que entre si se completam: umas que «têm em si uma grande luz» e «são o fio do labirinto»; outras que «têm em si uma grande treva» e são «o mesmo labirinto». É neste último grupo que inclui as profecias contidas no livro de Ferreira Gomes, que, em 1941, voltará ao tema, com No Claro-Escuro das Profecias, livro dedicado «à memória do astrólogo Fernando Pessoa»."
(Fonte: https://modernismo.pt/index.php/a/888-augusto-ferreira-gomes-1892-1953)
Exemplar brochado em bom estado geral de conservação. Capas frágeis, amarelecidas, com pequenos defeitos marginais.
Raro.
Indisponível

21 agosto, 2021

RODRIGUES, Rodrigo - SUBSÍDIOS PARA O ESTUDO DO PROBLEMA PENAL E PRISIONAL PORTUGUÊS.
Por... Médico, antigo Director da Penitenciária de Lisboa, Inspector e Administrador Geral das Prisões
. Vila Nova de Famalicão, Grandes Oficinas Gráficas «Minerva» de Gaspar Pinto de Sousa, Sucs., L.da, 1950. In-4.º (24 cm) de XII, 76 p. ; [4] mapas ; [2] gráficos ; il. ; B.
1.ª edição.
Subsídios Complementares do Estudo n.º 13 do Instituto Nacional de Estatística. Este é o sub-título do livro - parte de um estudo mais amplo publicado em outras instâncias - para um trabalho dedicado em exclusivo à análise da Etiologia e Patologia do Crime.
Livro ilustrado no texto e em separado com gráficos e mapas coloridos do território nacional.
Valorizado pela dedicatória autógrafa do autor ao "Sr. Dr. António Sérgio", conhecido pensador, pedagogo e político português.
"Há, de facto, um aumento sensível do índice da criminalidade em relação ao índice de crescimento fisiológico da população Portuguesa? É isso uma realidade?
Parece que sim... [...]
Homens do foro e publicistas, ao lado dos psiquiatras e criminalistas, afirmar que a onda de crime cresce, avolumando-se ao lado de outras de outras deficiências físicas, mentais e morais, como as que já referi e definem o carácter de uma sociedade. As perversões e criminalidade infantis; as aberrações sexuais; a vadiagem e vagabundagem; o suicídio; as doenças do foro mental e psiquiátrico; a epilepsia; as deformidades orgânicas, etc., etc., e o que há apurado pelo último censo sobre nado-mortos, imbecis, cretinos, etc., condizem todos."
(Excerto de Factores ciminogéneos a considerar no nosso meio e causas prováveis do aumento da criminalidade - 2) Evolução do crime em Portugal)
Índice deste volume: Observação. | Índice Geral da Obra. | Etiologia e Patogenia do crime: I - Considerações Gerais. II - Factores ciminogéneos a considerar no nosso meio e causas prováveis do aumento da criminalidade. | Terapêutica Criminal: I - Terapêutica criminal preventiva. II - Terapêutica criminal curativa. III - Tratamento do criminoso. IV - O trabalho como meio de correcção criminal. V - A função sexual na terapêutica criminal. VI - Perdões, recompensas e seus efeitos como factor de terapêutica criminal. | Indicações de oportunidade: I - Generalidades. II - Conclusões.
Rodrigo José Rodrigues (1879-1963). "Militar, médico e político.nasceu em Britelo, Celorico de Basto, a 28 de setembro de 1879. Concluído o curso liceal em Lamego, ingressou na Escola Médico-Cirúrgica de Lisboa, alcançando o bacharelato em Medicina, em 1902. Seguiu a carreira de oficial do Exército e foi médico militar do Quadro Colonial, com serviços prestados em Cabo Verde (1903) e na Índia (1904-1910). Desempenhou também os cargos de reitor do Liceu de Goa e de professor da Escola Médica local. Dirigiu também o Instituto de Análises e Vacinas de 1906 a 1908. Após a implantação da República foi nomeado diretor da Penitenciária de Lisboa, desempenhou funções de vogal do Conselho Colonial, entre 1912 e 1919, e ainda de inspetor das Escolas Primárias Superiores. No domínio político, manteve sempre a sua filiação no Partido Republicano Português e uma estreita ligação com Afonso Costa, tendo sido membro da Liga Académica Republicana. Em 1911 foi governador civil de Aveiro e do Porto, e, em 1913, eleito deputado pelo círculo desta última cidade. Sobraçou a pasta de ministro do Interior, entre 9 de janeiro de 1913 e 9 de fevereiro de 1914, no ministério presidido por Afonso Costa. Foi durante esse período que ocorreu a criação da chamada "Formiga Branca", organização semi-clandestina do Partido Democrático, que terá tido como um dos principais mentores Daniel Rodrigues, governador civil de Lisboa e irmão de Rodrigo José Rodrigues. Durante o seu ministério foi também levado a cabo, em diversos distritos do país, um extenso inquérito à propaganda sindicalista, como forma de identificar potenciais agitadores que colocassem em risco o governo do partido democrático, bem como a segurança dos seus líderes. Terminada a atividade governamental, Rodrigo Rodrigues regressou ao parlamento, representando os círculos de Faro (1915), Lisboa Ocidental (1921) e Lisboa Oriental (1922). Em 1918, na sequência do golpe de Estado que levou ao poder Sidónio Pais, foi preso, sendo detido numa das celas da Penitenciária, que ele próprio dirigia, acabando depois exonerado do seu cargo. Após o sidonismo desempenhou em 1919 as funções de diretor geral das prisões. Foi ainda professor de Higiene e Médico Escolar da Escola Primária Superior de Amarante. Dada a sua larga experiência no domínio colonial, viria ainda a ser Governador de Macau, entre 1922 e 1924, e delegado de Portugal na Conferência do Ópio de Genebra (1924). Ocuparia depois o cargo de secretário da delegação portuguesa à Sociedade das Nações, entre 1925 e 1927, em Genebra. Já em plena Ditadura Militar, após regressar de Genebra, foi colocado como chefe da 2ª Repartição da Direcção Geral de Belas Artes, mas acabou sendo demitido das funções públicas em 1928. Autor de diversas obras, colaborou igualmente em vários periódicos, sendo de salientar a publicação de alguns episódios das suas memórias no jornal República, durante os anos de 1950. Morreu em Oliveira de Azeméis, a 19 de janeiro de 1963."
(Fonte: http://casacomum.org/cc/arquivos?set=e_7491)
Exemplar brochado, por abrir, em bom estado geral de conservação. Capas manchadas, algo oxidadas.
Raro.
Com interesse histórico e penitenciário.
Indisponível

20 agosto, 2021

MORAIS, Dr. Christiano de - PROBLEMAS SEXUAIS EM PORTUGAL.
Outubro - 1921
. [S.l.], [s.n. - Tip. Sequeira, Limitada - Porto], 1921. In-8.º (22 cm) de 136 p. ; B.
1.ª edição.
Ensaio pioneiro sobre sexualidade. De acordo com o autor, trata-se de um "livro de filosofia médica tão agitada e discutida em todos os países cultos". Inicialmente previsto para servir de base à sua tese de licenciatura, a submeter à Faculdade de Medicina do Porto, viria a ser substituído por outro trabalho, sendo este aproveitado, pelo seu interesse e actualidade, para impressão e divulgação.
Não existem quaisquer referências bibliográficas a este título; a Biblioteca Nacional não possui; dá notícia de algumas outras obras do autor - posteriores - versando assuntos médicos.
Livro impresso em papel encorpado de superior qualidade.
"Êste trabalho, talvez a meu vêr, apareça muito perenemente em Portugal, porque estou certo de que êle é adiantado demais, até para as nações mais cultas da Europa. Estou certo de que há de via a sêr lei. E se digo que é cêdo de mais, não quero com isto significar que não urja. [...]
Todos os capítulos se referem a sexualidade e teem um fim profilático, acima de tudo."
(Excerto do Prefácio)
"Mercê da inquinação sexual feminina, no que respeita a mulheres toleradas, dá-se uma grande e justa retracção da parte dos fracos de espírito e alguns fortes e ao mesmo tempo previdentes, no uso das necessárias práticas sexuais. Todo o mundo culto sabe que a função sexual se desenvolve a partir de quinze anos no homem e de quatorze e meio na mulher.
Daí por diante, torna-se indispensável o uso e aperfeiçoamento desta função. A mulher pelo seu temperamento, convenção e índole sofre bem a virgindade, se bem que os autores que se ocupam dêste assunto atestem diversas e freqüentes perversões do instinto sexual. O homem, êsse, reconhece uma grande necessidade do funcionamento sexual. A mocidade procura-o a seu modo, pondo em actividade os seus instintos."
(Excerto de Receio sexual)
Sumario:
Prefácio. | Da razão de ser. | Organização sexual. | Obrigatoriedade de tratamento. | Oftalmia dos recem-nascidos. | Estado de procreação. | Receio sexual. | Amamentação obrigatória. | Abôrto criminoso provocado. | Neo-maetusianismo. | Despovoamento. | Casamentos consanguíneos. | Legislação sanitária.
Exemplar em brochura, bem conservado.
Muito raro.
Sem registo na BNP.
Indisponível

19 agosto, 2021

FONSECA, Crispiniano da - "UM CRIME ATROZ E HORROROSO"...
Reconstituição, á face do respectivo processo, do assalto ao Solar de Carrapatêlo pela quadrilha de José do Telhado
. Lisboa, Papelaria Progresso, 1930. In-4.º (23 cm) de 70, [2] p. ; mto il. ; B.

1.ª edição.
Livro ilustrado com desenhos e fotogravuras a p.b. ao longo das páginas de texto.
"No lugar da Sobreira, onde ele [o José do Telhado] passou a viver depois de casado com sua prima Ana Lentina de Campos, ainda hoje é invocado respeitosamente por senhor José Teixeira e os seus numerosos parentes disputam a honra de serem da sua estirpe...
Naquela região, as pessoas são em geral conhecidas pelos nomes das casas ou quintas em que habitam, sendo certo que, em virtude da sua dispersão e isolamento, se torna necessaria uma designação especial que as identifique.
Grande parte dos apelidos heraldicos portugueses vem dessa origem.
José Teixeira da Silva era portanto conhecido por José do Telhado, por ter nascido na casa designada por este nome, situada na freguesia de Castelães de Recezinhos, comarca de Penafiel, a 22 de Junho de 1818, (e não 1816), conforme verificámos do respectivo assento de baptismo dos livros arquivados na Repartição do Registo Civil daquela cidade. [...]
A simpatia de que na verdade gosava o afamado capitão provinha da lenda de que tirava aos ricos para dar aos pobres, como certo é tambem haver disfructado por parte das casas nobres daqueles sitios uma escandalosissima protecção.
Esta circunstancia deu azo a que se afirmasse que muitos fidalgos andavam comprometidos nos assaltos realizados pela quadrilha, incluindo-se nesse numero um sacerdote. A tradicção não é de todo destituida de fundamento, como pode verificar-se pelo decurso desta narrativa e muito especialmente dum processo que na extinta comarca de Lousada foi, pela época, instaurado contra alguns comparsas daquele salteador."
(Excerto de, José do Telhado)
Índice: Duas palavras. | José do Telhado. | Solar de Carrapatêlo. | A capela de S. Braz. | Preparativos do crime. | A caminho. | O ataque. | Os sucessores de José do Telhado. | Marco de Canavezes. | Freixo - A velha cidade de Oncobriga. | As pedras misteriosas. | Um marco miliario. | O Pelouro. | Exequias em Bemviver por alma de D. João VI. | A romaria do Castelinho.
Exemplar brochado em bom estado de conservação. Dedicatória de oferta (não do autor) na f. rosto.
José do Telhado ou Zé do Telhado, alcunha de José Teixeira da Silva (1818-1875). "Nasceu no lugar do Telhado, em Castelões, Penafiel, a 22 de Junho de 1818.
De origens humildes, foi viver com o tio para freguesia de Caíde de Rei, Lousada, quando tinha 14 anos, casando com a prima Ana Lentina de Campos, aos 27.
Seguiu carreira militar e foi inclusivamente distinguido com a ”Ordem da Torre e Espada, do Valor, Lealdade e Mérito”. Mas, por ter apoiado o lado perdedor, que lhe valeu uma pesada derrota militar e, com 5 filhos, atolado em dívidas de impostos que não conseguia pagar, expulso das forças armadas e sem emprego, acaba por se relacionar com bandoleiros e foras-da-lei, dando-se, assim, o início da lenda do famoso Zé de Telhado, que se imortalizou pela perícia e pela fama de ser generoso ("roubar aos ricos para dar aos pobres").
Acaba por ser preso em 1859 e é condenado ao degredo perpétuo na África Ocidental Portuguesa, onde casou novamente e teve três filhos. Viveu em Malanje, negociando em borracha, cera e marfim.
Faleceu com 57 anos, estando sepultado na aldeia de Xissa, município de Mucari, onde foi erguido um mausoléu em sua homenagem.
De referir que o bandoleiro mais conhecido do país muito deve da sua imagem romântica a Camilo Castelo Branco, com quem esteve preso na Cadeia da Relação do Porto."
(Fonte: https://www.facebook.com/adporto/posts/3579720545377769)
Raro.
Com interesse histórico.
45€

18 agosto, 2021

ALBUQUERQUE, Antonio de - O SOLAR DAS FONTAINHAS : Scenas do Porto.
Romance
. Porto, Typographia "Artes e Lettras", 1910. In-8.º (19 cm) de [2], 289, [1] p. ; B.
1.ª edição.
Romance de matriz naturalista tendo a cidade do Porto como pano de fundo.
"No vasto terraço guarnecido de pilares triangulares de cantaria escura, cujos alicerces se incrustam na escarpada margem direita do Douro, frente á serra do Pilar, um grupo de raparigas bisbilhoteam alegremente por entre risinhos claros e exclamações sonoras.
Duas d'ellas, cujos vestidos ligeiros de cassa lhes molda os corpos esguios de fausses-maigres, balouçam-se indolentemente nas cadeiras de verga, emquanto as outras duas, morenas de olhos vivos e pujantes de cabellos castanhos, formando um perfeito contraste com os seus typos meridionaes, ás suas companheiras, mais pallidas e aloiradas, costas apoiadas no mirante, despedaçam com os pequenos dêdos nervosos algumas rosas recentemente colhidas, seguindo animadamente a conversa tumultuosa que as absorve.
O asumpto é interessante por constituir por si só todo um projecto proximo de festas inexperadas e nas quaes ellas terão por certo um logar proeminente, graças á elevada hierarchia e cargos officiaes dos seus parentes, perante os quaes se curva toda a burguesia invejosa e banal da segunda cidade do reino, copiando-lhe, não obstante, as toilettes, os gestos e o snobismo."
(Excerto do Cap. I)
António de Albuquerque (Viseu, 1866 - Sintra, 1923). "Beneficiando das suas origens, viagens e estadas cosmopolitas, A. de A., de seu nome completo Alardo de Amaral Cardoso e Barba de Meneses e Lencastre, edifica a carreira literária sobre o estranho estatuto de nobre e libertário e sobre a indistinção das fronteiras entre ficcionalidade e história, entre narrador/autor textual/autor empírico. Ensaia-se incaracteristicamente na poesia, com a colectânea Arco-Íris e o poemeto Maria Teles; mas, adestrando-se com a tradução de Os Civilizados (Cl. Farrère), é no romance que se fixa e alcança controversa e oscilante evidência.
Arranca com um Escândalo! (1904), que, afinal, não retém as atenções. O subtítulo, Cenas da Vida de Província, reflecte a inserção na longa série de tentativas realistas e naturalistas de reelaboração do processo balzaquiano; e a narrativa, que entretece os casamentos e as infidelidades costumeiras na vida mesquinha de Leiria, revela-se fraca sequência de Eça.
Verdadeiro escândalo causa em 1908 o romance O Marquês da Bacalhoa (estrategicamente dado como edição de uma Imprimerie Liberté, de Bruxelas, mas efectivamente publicado em Lisboa, talvez pelo editor militante Gomes de Carvalho). Obra de intuitos panfletários, merece algum relevo nessa perspectiva; mas o carácter ostensivo de romance à clé injurioso para figuras facilmente identificáveis (D. Amélia, D. Carlos, João Franco, etc.) coarctou a adesão dos próprios paladinos da literatura interventiva que à época grassavam na assimilação da herança naturalista pelo neo-romantismo vitalista e jacobino; mais tarde, a censura moralista veio reforçar o embaraço de correligionários e o repúdio de adversários políticos.
Com o romance O Solar das Fontainhas (1910), subintitulado Cenas do Porto, retoma em parte A. de A. à narrativa de costumes epigonal; mas transfere para a atmosfera portuense abundantes tiques da intriga de O Marquês da Bacalhoa, em torno do conluio do alto clero e nobreza locais para o esbulho de uma fortuna familiar em favor da propaganda ultramontana. Este valor negativo contrasta com a ligação amorosa entre um pintor plebeu e uma aristocrata de velha cepa e espírito progressista.
Em suma: sendo escritor de formação heterogénea, caldeada quer nas ambiguidades entre naturalismo e decadentismo (misérias e grandezas da doença, da anomalia, do vício, do luxo, parentesco de loucura e génio...), quer nas confluências finisseculares da estesia decadista e da revolta libertária, A. de A. realiza-se e malogra-se numa prática de intervenção romanesca não menos sincrética, onde aquele tratamento ambíguo das patologias sociais se subordina à incontinência apelativa do neo-romantismo."
(Fonte: http://livro.dglab.gov.pt/sites/DGLB/Portugues/autores/Paginas/PesquisaAutores1.aspx?AutorId=6651)
Exemplar brochado em bom estado geral de conservação. Capas levemente amarelecidas. Assinatura de posse no interior.
Raro.
30€

17 agosto, 2021

CHOMET, H. - GUIA THEORICA E PRATICA DAS MOLESTIAS VENEREAS.
Por...
Rio de Janeiro, Typographia Universal de Laemmert, 1857. In-8.º (17,5 cm) de 232 p. ; E.
1.ª edição.
Importante tratado oitocentista sobre a Sífilis, publicado pelo Dr. Chomet, reputado médico francês radicado no Rio de Janeiro.
"Logo depois de sua apparição no mundo a molestia de que se trata neste livro, recebeu não poucas denominações. Os povos que a julgárão importada de França, a chamárão Mal-Francez, Gallico. Aquelles que a considerárão como vinda de Napoles, lhe derão o nome Mal-Napolitano; e os Turcos, os Allemães, os Polacos, os Russos, alternativamente accusados e accusadores a chamárão por diversos modos.
O nome mais geralmente admittido foi o de Molestia Venerea. Esta denominação, por mais jjusta que seja, indica perfeitamente o acto venereo que lhe dá commummente a sua origem.
A palavra Syphilis é mais recente; e a palavra franceza Vérole não é mais que uma denominação justificada por alguns symptomas da molestia. [...]
A mesma sombra que envolve a origem de muitas molestias contagiosas, envolve tambem a origem desta. A opinião de não poucos autores é que esta molestia existe desde a mais remota antiguidade. [...]
Na época de que tratamos, parece incontestavel que a molestia hoje chamada venerea não appareceu com os symptomas identicos ao que ella apresenta agora. E isso não é de admirar, porque nessa época, a civilisação estava pouco adiantada, os costumes, os usos, a falta de asseio, as doenças da pelle havião de ter uma grande influencia sobre o curso e o resultado desta molestia."
(Excerto de Considerações geraes sobre a Syphilis)
Joseph Antoine Hector Chomet (1808-187?). Médico, insurgente, escritor e cantor amador. Nasceu em 17 de Março de 1808 em Moulins, (Allier), França. Completou os seus estudos em Paris, defendendo uma tese sobre rinoplastia (1832). Nos anos seguintes publicou diversos tratados académicos. Após o golpe de 1851 que pôs fim à Primeira República Francesa, e que conduziu à restauração imperial em favor de Luís Napoleão (Napoleão III), sobrinho de Bonaparte, Chomet foi acusado de insurrecto e liderar sociedades secretas de inspiração socialista. Foi condenado ao desterro na Argélia. Pode, no entanto, escolher o exílio voluntário na Suíça; posteriormente esteve na Bélgica, e finalmente no Brasil, onde se estabeleceu no Rio de Janeiro. Aí continuou a exercer medicina e tornou-se membro da Academia Imperial de Medicina do Rio de Janeiro. Publicou diversos trabalhos em português, incluindo o presente. Mais tarde retornou a França, para a sua cidade natal. Em 1872, ainda morava em Moulins.
Encadernação coeva em meia de pele com ferros gravados a ouro na lombada.
Exemplar em bom estado geral de conservação. Cansado, com os rebordos das pastas desgastados.
Muito raro.
Sem registo na BNP de Lisboa.
50€

16 agosto, 2021

PESSANHA, D. José - A IGREJA DE NOSSA SENHORA DO POPOLO DAS CALDAS DA RAINHA EM 1656. Descripção e inventarios publicados por... Socio effectivo da Real Associação dos Archeologos Portuguezes e correspondente do Instituto de Coimbra. Proprietaria e editora, a Real Associação. Separata do Boletim da Real Associação dos Archeologos Portuguezes. Lisboa, Typ. da Caza da
Moeda e Papel Sellado, 1910. In-4.º (27 cm) de 12 p. ; B.
1.ª edição.
Importante subsídio para a história da Igreja de Nossa Senhora do Pópulo situada nas Caldas da Rainha.
"A Igreja de Nossa Senhora do Pópulo, também referida como Igreja Matriz das Caldas da Rainha (1500), integra o conjunto do Hospital Termal Rainha D. Leonor na freguesia de Nossa Senhora do Pópulo, cidade e concelho das Caldas da Rainha, distrito de Leiria, sub-região do Oeste, Portugal. Foi classificada como Monumento Nacional em 1910 (Decreto de 16-06-1910, DG, n.º 136, de 23-06-1910) e é hoje um dos elementos patrimoniais mais significativos do município.
A povoação de Caldas da Rainha, tal como a sua Misericórdia e Hospital, foram fundados pela rainha D. Leonor em 1485. Dez anos mais tarde o Papa autorizou a fundação de uma capela anexa, também ela sob a invocação de Nossa Senhora do Pópulo; em comunicação direta com o hospital através de um corredor abobadado, destinava-se ao acompanhamento espiritual dos doentes (no dia de chegada, era aí que se confessavam e comungavam para depois iniciarem os tratamentos).
Os elementos essenciais da igreja (nave e capela-mor) ficaram concluídos em 1500; o templo seria elevado a Igreja Matriz em 1510, ano em que foi terminada a torre sineira e instalaram a pia batismal. Diversas obras de beneficiação e reabilitação teriam lugar ao longo dos anos, entre as quais a construção do coro-alto (1544-46), a inclusão de elementos decorativos em talha, pinturas e esculturas (1518, 1533, 1639, 1659, 1675, 1732, 1750, etc.), o revestimento em azulejo (1658-59), ou a instalação de um novo órgão, doado por D. João VI (1825)."
(Fonte: wikipédia)
Opúsculo muito valorizado pela dedicatória autógrafa do autor.
José Maria da Silva Pessanha (Lisboa, 1865-1939). Aristocrata. Académico, professor, historiador de arte e arqueólogo. Publicou, entre outros trabalhos, A História das Indústrias Artísticas em Portugal (1904) e a conferência A Porcelana em Portugal -.A Fábrica da Vista Alegre (1924). Leccionou na Escola de Belas Artes de Lisboa e exerceu funções de conservador da Torre do Tombo.
Exemplar brochado em bom estado geral de conservação. Cansado, ligeiramente oxidado.
Raro.
15€