31 julho, 2019

MAGALHÃES, Luiz de - NOTAS E IMPRESSÕES. Artes e Lettras - Politica e Costumes. Porto, Livraria Portuense de Lopes & C.ª - editores, 1890. In-8.º (21,5cm) de 184, [6] p. ; B.
1.ª edição.
"Volume que reúne artigos escritos entre 1884 e 1889, originariamente publicados no jornal A Província e repartidos pelas secções anunciadas no subtítulo Artes e Letras - Política e Costumes. No artigo introdutório, "As Belas-Artes em Portugal", Luís de Magalhães esboça o quadro pessimista do movimento artístico português nas últimas décadas do século XIX. Em"Naturalismo e realismo", avalia as duas escolas literárias "criadas num movimento de reação contra os excessos espiritualistas e idealistas do romantismo" e denuncia o que considera serem os seus erros (a estética da cópia, a desvalorização do ideal), entendendo Naturalismo e Realismo como meros "pontos de vista relativos por onde se podem encarar os homens, as coisas e os sucessos". A tais correntes, que constituem importações literárias, Luís de Magalhães contrapõe o regresso da literatura portuguesa às suas tradições populares e nacionais, onde poderia colher "uma força, um ímpeto, uma vida, que raramente podem ter as transplantações e aclimações de sentimentos e lendas estranhas" ("A nau Catrineta"). Nos artigos que compõem a secção Política e Costumes, o autor critica o materialismo e a falência de crenças e de ideais que minam todos os setores da vida social portuguesa."
(Notas e Impressões in Artigos de apoio Infopédia [em linha]. Porto: Porto Editora, 2003-2019. [consult. 2019-06-27 15:00:59]. Disponível na Internet: https://www.infopedia.pt/apoio/artigos/$notas-e-impressoes)
Luís Cipriano Coelho de Magalhães (Lisboa, 13 de setembro de 1859 - Porto, 14 de dezembro de 1935), mais conhecido por Luís de Magalhães, foi um jornalista, escritor e poeta, deputado e ministro, filho de José Estêvão. Desde muito cedo ligado à política, formou-se em Direito pela Universidade de Coimbra, tendo como objectivo aceder a uma carreira ma magistratura. Foi nomeado por José Dias Ferreira, então presidente do ministério, para o cargo de governador civil do Distrito de Aveiro. A partir daí ingressou na vida política, sendo eleito em 1897 deputado por Vila do Conde e em 1899 pela Póvoa de Varzim. A 19 de Maio de 1906 foi nomeado Ministro dos Negócios Estrangeiros do governo chefiado por João Franco.

Após a implantação da República Portuguesa manteve as suas convicções monárquicas e em 1919 apoiou a tentativa de golpe de Estado da Monarquia do Norte, sendo então nomeado novamente para a pasta dos negócios estrangeiros do governo revolucionário.
Foi poeta e prosador de grande mérito, seguidor da corrente literária do realismo. Fundou várias revistas e muitas tertúlias. Tem colaboração na revista A Sátira (1911). Entre as suas obras merece destaque o romance O Brasileiro Soares, publicado com um prefácio de Eça de Queirós. Viveu na Quinta do Mosteiro de Moreira da Maia, que sua mãe adquirira em 1874. A sua casa foi local de reunião de grandes vultos da intelectualidade portuguesa, incluindo Eça de Queirós, Antero de Quental, Joaquim Pedro de Oliveira Martins, Jaime de Magalhães Lima, Alberto Sampaio e António Feijó."
(Fonte: wikipédia)
Exemplar brochado em bom estado geral de conservação. Capas frágeis com defeitos. Contracapa com rasgão (sem perda de papel). Deve ser encadernado.
Raro.
Indisponível

30 julho, 2019

BESSA-LUÍS, Agustina – SEBASTIÃO JOSÉ. Lisboa, Imprensa Nacional-Casa da Moeda, 1981. In-4.º (24cm) de 294 [9] p. ; il. ; B.
1.ª edição.
Arranjo gráfico de Armando Alves.
Biografia do Marquês de Pombal. Visão de Agustina, muito própria e algo polémica, da vida do grande estadista.
Livro ilustrado com estampas impressas em separado, e com a reprodução da primeira e última página do manuscrito original desta obra.
Exemplar brochado em bom estado de conservação.
Invulgar.
Com interesse para a bibliografia pombalina.
15€

29 julho, 2019

BRANDÃO, Raul - A MORTE DO PALHAÇO E O MISTÉRIO DA ÁRVORE. (Ilustrações de Martinho da Fonseca). Lisboa, Edição da «Seara Nova», MDMXXVI [1936]. In-8.º (19 cm) de 287, [5] p. ; il. ; B.
1.ª edição.
Edição original de uma das mais conhecidas e apreciadas obras do autor.
Ilustrado com bonitos desenhos ao longo do texto.
"A cada passo se formam por aí grupos literários. Há-os em tôdas as gerações. Os rapazes sentiram sempre necessidade de comunicar e juntam-se conforme o acaso, as afinidades ou as aspirações.
É um momento delicioso que nos deixa para sempre um nada de poeira no fundo da alma - algum pó dourado que teima em reluzir até ao fim da vida. Já o passado fica muito longe, já as figuras de apagadas mal se distinguem e ainda a poeira de sonho teima lá no fundo... É que essas horas são como a primiera flor das árvores: não há nada que as pague. Por melhores e mais conscientes amizades que mais tarde se adquiram, nenhuma chega à dos vinte anos, quando o homem não tem interêsses a defender e os sentimentos estão em pleno viço."
(Excerto de K. Maurício)
Índice: K. Maurício. | A casa de hóspedes. | Halwain. | Camélia. | Sonho e realidade. | A última farsa. | Diário de K. Maurício. | Os seus papeis. | A luz não se extingue. | O mistério da árvore. | Primavera abortada. | Santa Eponina.
Exemplar brochado em bom estado de conservação. Assinatura de posse na capa e f. rosto.
Invulgar.
Indisponível

28 julho, 2019

FLASCHE, Hans - COIMBRA NA OPINIÃO ALEMÃ. Coimbra, [Instituto Alemão da Universidade de Coimbra], 1938. In-4.º (25cm) de [4], 42, [2] p. ; [1] f. il. ; B. Publicações do Instituto Alemão da Universidade de Coimbra. Separata do Boletim do Instituto Alemão (vol. VIII).
1.ª edição independente.
Interessante subsídio para a história da Universidade Coimbra e o seu relacionamento com o exterior.
Ilustrada em separado com um fac-símile da página do relatório de Münster.
"Pelos fins do ano 1288 altos dignitários de Portugal tinham pedido ao rei D. Deniz que instituísse um studium generale. No dia 1 de Março de 1290 publicou o rei o estatuto da fundação da Universidade. Em 1377 foi transferida por D. Fernando de Coimbra para Lisboa, em 1357 por D. João III definitivamente para Coimbra. Durante todo o século XV esteve, portanto, Coimbra privada da sua Universidade. Quando Hieronymus Münster viajou em Portugal nos anos de 1494-1495 - tendo com três companheiros partido de Nurimberga em 1494 - visitou, como é natural, também Coimbra. No seu relatório chama-lhe cidade de grande beleza, porém, de Universidade não fala.
Já em 1460 comerciantes alemães de Nurimberga tinham estabelecido relações entre a Alemanha e Portugal. Comunicaram ao rei português a invenção da imprensa por Gutenberg e Fust. Foi um cardial ou o prior de um grande mosteiro de Coimbra quem mandou vir de Nurimberga para Portugal os primeiros tipos de imprensa. [...]
Quási um século após a viagem de Hieronymus Münsterveio a Portugal outro alemão do sul. Regressando de Lisboa para Regensburg êste, Nicolaus Schmidt, passa por Coimbra e não deixa de mencionar a sua Universidade.
Precisamente por esta altura, tinha a escola filosófica da Universidade de Coimbra alcançado fama europeia. E não tardou que entrassem na Alemanha as teorias filosóficas dos Conimbricenses!"
(Excerto do texto)
Exemplar brochado em bom estado de conservação. Capas frágeis com pequenos defeitos marginais.
Raro.
Com interesse histórico.
25€

27 julho, 2019

ROQUETE, José Ignacio - MANUAL DA MISSA E DA CONFISSÃO. Contendo exercicios quotidianos; a explicação das ceremonias da missa, todas as festividades, epistolas e evangelhos dos domindos do anno, e muitas orações que pela primeira vez sáem à luz em linguagem portugueza; extrahido dos melhores autores nacionaes e estrangeiros, especialmente do Principe de Hohenlohe, e do B. Affonso de Legorio, por..., Presbytero Secularisado por Breve Apostolico, Ex-Lente de Theologia, e Pregador da Sancta Igreja Patriarchal de Lisboa. Ornado com numerosas Estampas. Paris, Em Casa de J. P. Aillaud, 1837. In-12.º (14,5x9cm) de [8], 462 p. ; [6] f. il. ; il. ; E.
1.ª edição.
Rara edição original do Manual da missa e da confissão, obra clássica da literatura religiosa nacional que conheceu múltiplas reedições ao longo do século XIX. Trata-se de um bom exemplar, revestido por encadernação artística com corte das folhas em ouro.
Livro muito ilustrado com bonitos desenhos ao longo do texto, e seis belíssimas estampas abertas em metal extratexto.
"Entre os deveres do Christão alguns ha, cujo perfeito cumprimento depende de certos formularios, ou adoptados e recebidos pela Igreja, ou approvados e seguidos por Pastores zelosos e Varões conspicuos em sciencia e virtude; guiado pelos quaes o commum dos fieis possa aspirar ao desejado fructo de suas bôas obras, e ao maior aproveitamento de suas almas: d'este numero são certamente os deveres de orar, ouvir Missa, e confessar-se.
Bem sabido é que a Oração ensinada por Jesu-Christo é o Padre Nosso, na qual se contèm tudo quanto se pode pedir á Magestade Divina; e o Christão que devota e attentamente a recitar tem satisfeito ao preceito de orar: mas quem duvida que aquelle que (ao menos pela manhã e á noite) procura conformar suas orações com as que a Igreja tem ordenado para a recitação do Officio Divino, seguindo nisto  o methodo adoptado por Prelados veneraveis e Varões de conhecida virtude, cumpre com mais perfeição este dever; e que por isso mesmo deverão ser mais avultados os fructos de suas Orações?!
É igualmente certo que satisfaz ao preceito de ouvir Missa aquelle, que aos Domingos e Festas vai á Igreja, e nella com devoção e respeito assiste ao santo Sacrificio do Altar; mas quem pode duvidar que, se ao passo que vê as ceremonias da Santa Missa, tiver estampada diante de seus olhos a explicação dos mysterios que ali se representão, será mais viva sua devoção, e mais profundo seu respeito? e que, acompanhando o celebrante em suas oblações, receberá maior cópia das celestiaes graças, que prodigiosamente manão d'aquelle estupendo sacrificio, fonte da vida, em que se recorda a memoria da Paixão de Jesu-Christo, e em que elle mesmo é Sacerdote e Victima?!"
(Excerto do prólogo, Ao pio leitor)

José Inácio Roquete (Alcabideche, 1800 - Santarém, 1870). "Natural da freguezia de Alcabideche, no concelho de Cascaes, professando em 1821 a regra de S. Francisco no convento de Sancto Antonio do Estoril, da provincia dos Algarves, situado proximo da villa de Cascaes, tomando então o nome de Fr. José de Nossa Senhora do Cabo Roquette. Aos 29 annos d’edade foi tambem nomeado prégador regio da Sancta Egreja Patriarchal, por carta do cardeal patriarcha D. Patricio I em 1830. As demonstrações que dera no periodo decorrido de 1828 em diante de «sincera affeição ao governo do Sr. D. Miguel chegaram todavia a concitar contra elle o odio de alguns, resultando-lhe ser preso tumultuariamente no dia 24 de Julho de 1833, e conduzido para o castello de S. Jorge, d’onde sahiu restituido á liberdade passados poucos dias, por se mostrar sem crime. Decorridas algumas semanas depois da convenção d’Evora-Monte, veiu embarcar no Tejo a bordo de um paquete inglez, seguindo viagem para Londres. Ahi se apresentou ao ministro portuguez n’aquella côrte, juntamente com os Duques de Cadaval e Lafões, o bispo de Viseu, e outros portuguezes como elle emigrados, assignando a pedido do mesmo ministro uma declaração de que não pegaria em armas, nem conspiraria de modo algum contra o governo de Sua Magestade a Senhora D. Maria II. Sahindo de Londres para França com passaporte da legação portugueza, obteve mui bom acolhimento do arcebispo de París. Deu-se então á traducção e composição de varias obras, com o fim de tornar-se prestavel aos seus compatriotas, e tambem de recolher para si maiores recursos do que podiam provir-lhe dos escassos proventos do ministerio ecclesiastico. Pelo mesmo tempo, e nos annos seguintes coadjuvou efficazmente o Visconde de Santarem nos trabalhos da commissão litteraria de que estava encarregado, sem que todavia recebesse por isso alguma retribuição pecuniaria do governo. Voltou portanto para Portugal, e chegou a Lisboa pelo meiado de Agosto de 1858.  Cavalleiro da Ordem Imperial da Rosa, conferida por S. M. o Imperador do Brasil em 1847, cavalleiro da ordem de N. S. da Conceição de Villa-Viçosa, socio correspondente da Academia Real das Sciencias de Lisboa, etc."
(Inocêncio, Vol. IV, 373-375 pp.) 
Encadernação artística inteira de pele com as pastas trabalhadas em relevo e ferros a ouro na lombada. Corte em dourado.
Exemplar em bom estado geral de conservação. Cansado. Miolo em bom estado, páginas apresentam manchas de oxidação.
Raro.
A BNP dispõe de apenas um exemplar da 1.ª edição no seu acervo.
50€

26 julho, 2019

BRÁS, Diamantino e PINTO, Fernando - HISTÓRIA DAS VOLTAS A PORTUGAL. Por... Com prefácio de Raul de Oliveira. [S.l.], Edições Apollo, 1958. In-8.º (20,5 cm) de 63, [1] p. ; il. ; B.
1.ª edição.
Importante subsídio para a história do ciclismo entre nós.
Ilustrado no texto com quadros, tabelas, desenhos e fotografias a p.b.
"A história das Voltas a Portugal, que nesta brochura se condensa por feliz iniciativa de Diamantino Brás e Fernando Pinto, é bem uma obra que interessa os homens de ontem, de hoje e de amanhã.
Aos primeiros, seja porque nas Voltas tomaram parte, ou porque as seguiram com entusiasmo e até com exuberante paixão, oferece-se, em cada página, um grato motivo de evocação; aos segundos faculta-se toda uma série de elementos, pacientemente recolhidos, que lhes permitem acompanhar a linha ascendente do ciclismo nacional; finalmente, os últimos encontrarão neste trabalho um arquivo, embora sucinto, de nomes e números, de datas e de classificações que, definindo os valores da cada época, constituem magnífica achega como termo de comparação com os progressos que a velocipédia certamente há-de atingir."
(Excerto do Prefácio)
Exemplar brochado em bom estado de conservação.
Raro.
Com interesse histórico e estatístico.
Indisponível

25 julho, 2019

PEREIRA, Renato Gonçalves - DIREITO CIVIL E CRIMINAL. Decisões do Juiz... Separata da Gazeta da Relação de Nova Goa. [Nova Goa], [Editor - O Autor], 1932. In-8.º (19,5cm) de XXIV, 340, [2] p. ; B.
1.ª edição independente.
Importante subsídio para a história da administração da justiça do foro cível e criminal no território de Goa, na época colónia sob jurisdição portuguesa. Obra com interesse para o conhecimento da sociedade hisndú e dos aspectos etnográficos das populações nativas.
Livro muito valorizado pela dedicatória autógrafa do autor a Raul Rêgo, conhecido jornalista e político português.
"As reformas decretadas nos ùltimos anos, introduzindo, no Direito Processual Português, profundas e salutares alterações e exigindo do Juiz um maior esforço com prejuizo do tempo destinado á elaboração de semelhantes trabalhos, a pobreza lamentável das bibliotecas dos nossos tribunais, desprovidas dos necessários livros de consulta, dificultando o estudo dos pleitos nos seus variados e interessantes aspectos, todas estas circunstancias (ás quais se deve acrescentar a falta de qualidades do autor) contribuiram certamente para tornar esta colectanea eivada de imperfeições. [...]
Acresce que na bibliografia juridica portuguesa são em número tão reduzido as publicações referentes ao Direito indiano que magistrados e advogados vêem-se, com frequencia, embaraçados quando carecem de estudas estes assuntos. [...]
Nas decisões reunidas neste volume são discutidos, sem brilho, mas com sincero desejo de de acertar, alguns problemas referentes a instituições locais - mazanias, comunidades, usos e costumes dos hindus - modesta contribuição para o estudo das questões indianas.
Na elaboração destas decisões procurei primeiramente expôr em relatório cuidadoso, possivelmente completo, todos os argumentos dos litigantes, todas as razões que fundamentam o pedido."
(Excerto do Prólogo)
Indice:
Prólogo. | Instrução contraditória. | Conflito de leis. | Sociedade familiar hindú. | Direito de propriedade. | Falso testemunho. | Execução hipotecária. | Reunião ilicita. | Peculato. | Legitimidade das partes. | Responsabilidade do depositário. | Cumulação de pedidos. | Embargos de terceiro. | Furto. | Restituição de posse. | Crime de falsidade. | Ofensas corporais. Direito de opção.| Representação da sociedade familiar. | Servidores dos Pagodes. | Embargos de terceiro. | Difamação e injuria. | Embargos de terceiro. | Perjúrio. | Fogo posto. | Doação. | Direito á partilha. | Efeitos do registo. | Ofensas corporais. | Direito de opção. | Representação da sociedade hindú.
Exemplar brochado em bom estado geral de conservação. Capas frágeis, oxidadas, com pequenas manchas e defeitos marginais.
Raro.
Com interesse histórico e jurídico.
30€

24 julho, 2019

RIA DE AVEIRO: Que futuro? Painel realizado no IV Encontro Nacional de Saneamento Básico (Universidade de Aveiro, 25 a 28 de Junho de 1990). [Organização de: Carlos Borrego, Marco Ré, Mª Manuel Cruz, Mª Rafaela Matos, Mª de Cielo Adrian]. [S.l.], Comissão de Coordenação da Região Centro (CCRC), 1991. In-4.º (24cm) de 239, [1] p. ; il. ; B.
1.ª edição.
Importante obra de teor ambiental com interesse para a bibliografia da Ria de Aveiro.
Muito ilustrada ao longo do texto com quadros, gráficos, tabelas, plantas e mapas da região.
Tiragem: 600 exemplares.
"Assume o risco de incorrer no pecadilho de sublinhar a afirmação de lugares comuns, quem se proponha assinalar as naturezas interdisciplinares e intersectorial de que se revestem as problemáticas do desenvolvimento de uma área territorial. [...]
São múltiplas as motivações que nos animaram a fazê-lo e que nos suscitaram aquelas considerações preambulares.
Sendo insofismável o relevo marcante da Ria na caracterização e na estruturação da sua área envolvente, em termos das actividades desenvolvidas, da organização espacial e da própria identidade histórico-cultural das populações e das comunidades, é também um facto que constitui um exemplo paradigmático de um sistema em que surge com particular acuidade a necessidade de promover a integração sobre que discorremos.
Inserida em áreas onde se situam centros de grande dinamismo económico, a Ria sofre os efeitos inerentes a esse enquadramento geográfico, em termos dos impactos gerados pelo volume e pela índole dos efluentes urbanos e industriais que daí decorrem. [...]
Pela importância determinante que a Ria de Aveiro assume na Região Centro, pelos efeitos colhidos de abordar estes problemas perante um auditório tão qualificado nas temáticas do âmbito dos recursos hídricos e em particular do saneamento básico, pelo facto de na sua origem se encontrarem unidades tão conhecedoras do meio e dos seus problemas como o são a Universidade de Aveiro e o Gabinete da Ria de Aveiro, afigura-se-nos oportuno e do maior interesse publicar a presente documentação."
(Excerto do Preâmbulo)
Exemplar em bom estado de conservação.
Invulgar.
15€

23 julho, 2019

NAVARRO, Emygdio - QUATRO DIAS NA SERRA DA ESTRELLA. Notas de um passeio. [Carta-prefácio do Dr. Sousa Martins]. Porto, Livraria Civilisação de Eduardo da Costa Santos - Editor, 1884. In-4.º (23cm) de VII, [1], 194, [2] p. ; [12] f. il. ; E.
1.ª edição.
Impressões do autor em forma de crónicas após um passeio pela Serra da Estrela. Livro muito valorizado pela carta-prefácio do Dr. Sousa Martins que ocupa aproximadamente 30 páginas.
Obra ilustrada com 12 clichés fotográficos, incluindo um retrato do autor e outro com os seus companheiros de passeio, em folhas separados do texto.
"Cá vamos de caminhada para as lagôas a oeste da torre. Saindo do observatorio, subimos pela lombada, em que elle está assente, mas deixando á direita o Corgo das Mós. Mal chegamos ao alto, defrontam-se-nos, a distancia não muito grande, as Penas ou Penhas Doiradas. É uma penedia notavel, e pela qual se pódem nortear com segurança os touristes, que percorram aquela parte da serra. Na carta da commissão geodesica vem marcado esse ponto, á altitude de 1:666 metros, mas com o nome Fraga das Penhas, que aliás ninguem ouvi lá dar-lhes. A razão de serem chamadas doiradas é porque o sol, ao pôr-se, as retinge de uns reflexos fulvos, que, ou pela exposição especial das penhas, ou por outra qualquer circumstancia, só n'aquella penedia se manifestam. As Penas Doiradas constam de quatro dentes, muito salientes e inteiramente semelhantes aos que assignalam a espinha da serra de Cintra no seu prolongamento até ao cabo da Roca, mas muito mais visinhos uns dos outros. Esta fórma de penedia destôa completamente do aspecto geral das outras penedias da serra, e por isso as Penas Doiradas, que pela sua altitude se divisam de todas as elevações, se distinguem tambem, como ponto de orientação, sem confusão possivel."
(Excerto do Cap. X)
Encadernação simples, inteira de percalina, com ferros gravados a ouro na lombada. Conserva as capas originais.
Exemplar em bom estado de conservação. Com uma discreta rubrica de posse na f. rosto.
Invulgar e muito apreciado.
Indisponível

21 julho, 2019

Bispo d'Angola e Congo - ARTE E SCIENCIA. Leitura para os seminaristas de Loanda. I. Raphael. Huilla, Typographia da Missão, 1910. In-8.º (18,5 cm) de 15, [1] p. ; B.
1.ª edição.
Curiosa biografia do pintor renascentista italiano Rafael (1483-1520). De acordo com a Biblioteca Nacional, o seu autor foi Dom José Sebastião de Almeida Neto (1841-1920), bispo de Angola e Congo entre 1879 e 1883.
"Alguns dias depois da minha chegada a Loanda, recebia das mãos de pessoa muito amavel uma collecção de cartões postaes esplendidamente illustrados com a reproducção de algumas das obras-primas da pintura classica italiana. Separei do grupo sete quadros de Raphael, e, dando-lhes a disposição que me pareceu mais bella e harmoniosa, mandei-os fixar n'esse caixilho que pende já de uma parede da vossa sala de estudo. E para que, quando os olhos poisarem em alguma d'essas divinas maravilhas, saibam o que estão a ver, não se encontrem extranhos e perdidos n'essa atmosphera luminosa, vou dizer-vos, sem a menor sombra de presumpção, o pouco que sei da pessoa e do pincel d'esse mestre incomparavel."
(Excerto do texto)
Exemplar brochado em bom estado de conservação.
Raro.
Indisponível

20 julho, 2019

ROQUETE, J.-I. & FONSECA, José da - DICCIONARIO DOS SYNONYMOS POETICO E DE EPITHETOS DA LINGUA PORTUGUEZA. Por... Paris, Guillard, Aillaud & Cia, 1888. In-8.º (16cm) de XXIII, 559 p. ; [4], 290 p. ; E.
Obra interessante e muito apreciada.
Belíssima encadernação coeva inteira de carneira com rótulos carmim e dourados na lombada.
Exemplar em bom estado de conservação. Discreta rubrica de posse na f. rosto.
Invulgar.
25€

19 julho, 2019

MARTINS, António Alves - S. FRANCISCO DE ASSIS : poema em sonetilhos. Lisboa, Livraria Sá da Costa, 1928. In-8.º (16,5cm) de 154, [6] p. ; B.
1.ª edição.
Biografia de S. Francisco de Assis em verso.

"Seria um Anjo, seria...
- Nunca mortal peregrino
Teve perfil tão divino,
Falas de tanta harmonia!

E á pobre Mãe que sofria,
Prestes a ter o Menino,
Indicou - alto destino! -
As palhas da estrebaria...

Submissa á voz que ordena,
Deixa o seu quarto, sem pena;
Entra na loja sem luz!

Solta um grito... Foi feliz!
Nasceu S. Francisco de Assis
Tão pobre como Jesus!"

(I, Como Jesus)

António Alves Martins (Viseu, 1894 - 1929). "Foi um jornalista e poeta português, sobrinho do bispo de Viseu D. António Alves Martins. Estudou na Faculdade de Direito de Lisboa. Trabalhou como redactor no jornal Diário de Lisboa."
(Fonte: wikipédia)
Exemplar em bom estado geral de conservação. Capas frágeis com defeitos; capa apresenta rasgões marginais (sem falta de papel). Assinatura de posse na f. rosto.
Invulgar.
15€

18 julho, 2019

SCOTT, Walter - SERÕES DE WALTER SCOTT. [A Barba]. Por P. L. Jacob, bibliophilo, e membro de todas as Academias. Traduzido por D. A. P. C. C. Insulana. Lisboa, Typ. de Maria Feliciana das Neves, 1851. In-8.º (16,5cm) de 48 p.
1.ª edição.
História da Barba. Texto curiosíssimo, trata-se de uma crónica do século XVI (1535) retirada do título Soirées de Walter Scott À Paris (1829), obra de recolha que P. L. Jacob (pseudónimo de Paul Lacroix (1806-1884)), romancista e jornalista, fez de textos originais do conhecido novelista inglês Walter Scott (1771-1832).
"Oferecendo ao Publico respeitavel, a pequena, mas interessante Historia da Barba, traduzida dos Serões de Walter Scott, esperamos que todos os senhores barbudos honrem a nossa pequena publicação comprando-a, pois até o seu preço é modesto."
(Excerto do preâmbulo)
"A Historia da barba faz parte essencial da historia de França, e devemos admirar que o conego Thiers, que ajuntou ao seu curioso Tractado das superstições, as Perrucas, tenha omittido de consagrar suas doutas indagações ás revoluções da barba.
Clodion, o barbudo, introduziu o uso dos bigodes nas Gaulas, que elle submetteu ás modas e costumes dos francos. Esses bigodes, esguios e pendentes, á maneira dos chinezes, desappareceram sob Chilpérico para reapparecer mais tarde em fórma de escôva. Isto era um attributo veneravel dos reis e senhores. Clovis enviou embaixadores ao chefe dos visigodos, Alarico, offerecendo-lhe o tocar a sua barba em signal de alliança: o visigoth não quiz ouvir fallar em barba, e os francos juraram de não tosquiar a sua antes de ter vingado esta affronta. Alarico foi morto pela propria mão de Clovis."
(Excerto do texto)
Exemplar desencadernado em bom estado geral de conservação. Sem capas. Com pequenos defeitos marginais. Deve ser aparado e encadernado.
Raro.
Sem registo na BNP.
25€

17 julho, 2019

QUEIROZ, Teixeira de - AO SOL E Á CHUVA : romance. Por... Comedia do Campo. Lisboa, Parceria Antonio Maria Pereira : Livraria Editora, 1916. In-8.º (19cm) de [4], 241, [3] p. ; E.
1.ª edição.
Edição original do oitavo volume da série naturalista «Comédia do Campo».
"- Entre vossa reverendissima. Mui pouco vem a esta residencia. A sua visita indica sempre novidade.
- Novidade trago e boa, meu reverendo abbade. A minha idade desobriga-me das ceremonias dos homens das villas e cidades.
E o padre Clemente Carvalhosa, com grande peso d'annos ás costas, acceitou a cadeira que o abbade Celestino lhe aproximara, sentando-se para dizer:
- São sessenta mil réis que deposito nas suas mãos, por incumbencia d'um bemfeitor, que me recommendou o sigillo. Servirão, se n'isto vossa reverendissima concordar, para fazer um portal, que impeça os cevados de entrarem no adro da nossa egreja, e de não respeitarem as sepulturas dos que ali estão enterrados.
- Grande esmola essa, senhor padre cura! Optimo melhoramento! Pena é não se poder publicar o nome do generoso bemfeitor.
- Prohibiram-m'o...
- Tacemus. Fico então d'elles depositario...
- Para dar começo á obra, como e quando vossa reverendissima entender. Em todo o caso, o bemfazente, desejaria brevidade, para que se não repitam os damnos que, ainda ha bem pouco, se deram no terreno sagrado."
(Excerto do Cap. I)
Francisco Teixeira de Queiroz (Arcos de Valdevez, 1848 - Sintra, 1919). “Romancista e contista, Francisco Teixeira de Queirós licenciou-se em Medicina, tendo ocupado diversos cargos públicos, entre os quais o de deputado, de vereador da Câmara Municipal de Lisboa e de ministro dos Negócios Estrangeiros, neste caso em 1915. Chegou a ser presidente da Academia das Ciências de Lisboa. Fundou em 1880, com Magalhães Lima, Gomes Leal e outros, o jornal «O Século», tendo também colaborado nos periódicos «O Ocidente», «Revista de Portugal», «Revista Literária», «Arte & Vida», «Ilustração Portuguesa», «A Vanguarda» e «A Luta», entre outros. Em 1876, publicou o seu primeiro romance, «Amor Divino», com o pseudónimo de Bento Moreno, que viria a usar em outros livros. A sua vasta obra está repartida em dois grupos: «Comédia de Campo» e «Comédia Burguesa», imitando assim a «Comédie Humaine», de Balzac, um dos seus mentores. Durante cerca de 40 anos, reformulou o seu plano e a sua doutrinação literária sobre o romance, procurando incansavelmente aplicar o seu programa realista-naturalista de base científica. Cultivou uma escrita de feição realista, fazendo uma crítica constante à alta sociedade lisboeta, evidenciando os seus costumes, os seus modos de agir e de estar perante a sociedade portuguesa em geral. Em algumas das suas obras, por outro lado, retrata de uma forma carinhosa e saudosa os seus tempos de infância, vividos na quietude da sua terra natal.”
Encadernação editorial inteira de percalina com ferros gravados a seco e a ouro na pasta anterior e na lombada.
Exemplar em bom estado de conservação. Apresenta um ou outro risco branco na pasta frontal e na lombada.
Invulgar.
Indisponível

16 julho, 2019

ALFERES X - 15 DIAS NA FRENTE DA BATALHA. Pelo... Diario de campanha de um oficial em França - impressões e curiosidades - Os portuguezes na Guerra Europeia. Lisboa, Editor e proprietario : Empreza de Publicações Populares, 1918. In-8.º (19cm) de 142, [2] p. ; B.
1.ª edição.
Capa de Fonseca.
Obra de 1918, raríssima, publicada em pleno conflito, pouco antes do desastre de La Lys. Terá sido um dos primeiros livros do género, de autor português, que nestas circunstâncias se editaram entre nós.
"Muitos hão-de ser os livros que surgirão sobre a nossa participação na guerra. A França tem já centenas delles dedicados ao grande embate.
Em Portugal, até agora, pouco se tem apresentado, e nada que se diga popular.
O presente livro, longe de ser um bom livro sobre a guerra, tem apenas dois fins. Primeiro, dar ao povo, que tão heroica e sublimemente soube dar o seu quinhão de sangue á causa da Civilisação, algumas paginas que lhe patenteiem os seus filhos na sagrada missão.
Segundo, despertar, se possivel é, ainda mais, do atavismo morbido em que por incuria de quem compete o fornecimento de livro, revistas, publicações sobre os nossos soldados e para eles, jaz esse povo que tão generoso, nobre e devotado se tem mostrado.
A primeira parte constitue a resenha rapida das primeiras impressões dum oficial em campanha. Sem designar coisa alguma que possa afectar os melindres da censura natural de um Estado em guerra, fornece elementos para a historia ou impressões desses primeiros bravos que caminharam para o dever com a consciencia das suas obrigações e a abnegação de verdadeiros patriotas.
É um fragmento dum diario de campanha que só estaria terminado, se a aura corresse feliz ao seu autor, nas horas benditas da Vitoria final e da Paz.
Completamos por isso o presente livro com cartas, documentos, narrativas que julgámos de interesse, não só dos nossos, como dos seus dignos aliados.
A guerra actual disperta sobre todos os pontos de vista, curiosidades que por maior leitura que se tenha, nunca se satisfazem por completo.
As invenções novas, as descobertas scientificas aplicadas infelizmente á guerra, a aviação, os tanks, todos os morticinios de hoje são coisas que revestem um interesse enorme, e cujo futuro na paz, ninguem pode supôr.
Na ultima parte do livro daremos pois notas interessantes, curiosidades, estatisticas, tornando tanto quanto possivel amena a leitura e cuidada a sua escolha."
(Duas palavras de explicação ao leitor)
Indice:
Duas palavras de explicação ao leitor. | Primeira Parte - Diario de campanha de um oficial em França [Capitulos I; II; III; IV]. Segunda Parte - Os portuguezes na guerra. Terceira Parte - Notas e impressões da guerra: - A batalha de Ypres; - Submarinos; - Gazes asfixiantes; - O heroismo dos pontoneiros francezes; - Dois mil duma vez; - Aeroplanos e submarinos; - O que faz a fome; - Uma proesa do herdeiro da Servia; - Uma excepção; - Como se vive em campanha; - O general Leman e Guilherme II; - Uma boa represalia; - Excentricidade; - Episodios comoventes; - Divertimento nas trincheiras; - Proezas de aviação; - Odisseia duma companhia; - O kaiser na intimidade; -- Comandante improvisado; - Guerra de trincheiras; - A esquadra alemã; - Uma revista sem vista; - Um episodio da batalha do Marne; - Episodios da aviação; - As bandeiras inglezas; - Um caso bem aproveitado; - Episodios heroicos; - A tomada duma bandeira; - Dois inimigos amigos; - Ainda a capitulação de Namur; - A retirada dos alemães.
Exemplar brochado em bom estado geral de conservação. Capas frágeis com pequenos defeitos marginais. Dado o interesse e raidade deve ser encadernado.
Muito raro.
Sem registo na Biblioteca Nacional.
Indisponível

15 julho, 2019

A LEI DA REINCARNAÇÃO. 2.ª (edição). Lisboa-Portugal, Edições «Isis» : Revista Teosofica Portuguesa, [192-]. In-8.º (16x9 cm) de 39, [1] p. ; B. Biblioteca de Vulgarisação Teosófica, vol. 3
1.ª edição.
"A questão do reincarnacionismo, é no campo do neo-espiritualismo contemporaneo, uma questão candente. As escolas filosóficas do Ocidente nunca o colocaram, de vez,  nas suas sistematizações scientificas. Fácil é, no entanto, encontrar, dispersas por obras de pensadores ilustres e ás centenas, afirmações categóricas àcerca da lógica da hipótese reincarnacionista. No Oriente, no entanto, esta crença é velha, de séculos.
O problema resume-se ao seguinte:
As filosofias espiritualistas são concordes na afirmação de que a vida consciente no homem, não finda com a morte Esta não é, em ultima análise, senão um modo um ser funcional, que finda.
Evidentemente, portanto, a morte ou suprime tudo (filosofias materialistas) ou é uma momentanea fase de transição para uma fase vital diferente (filosofias espiritualistas).
Neste ponto os sistemas degladiam-se. As formas tradicionalistas ocidentais dogmatisam um estado post-mortem, imutavel no Infinito. O neo-espiritualismo scientifico, aceitando e alargando até ao Infinito a lei eterna da Evolução, extensiva a todos os planos, afirmam a reincarnação.
E isto é um corolário lógico.
Para uma construção sistemática da Vida é indispensável considerá-la como a realização da Existência divina, modalizada nas formas do Universo."
(Excerto do preâmbulo)
Matérias:
- Voltamos à vida na Terra? - Precocidade infantil. - O ponto de vista da sciencia. - O renascimento da Alma. - Uma base logica da fraternidade. - O aperfeiçoamento do homem. - A intuição da realidade. - A recordação das vidas anteriores. - Conhecimento vago de certos logares. - Ha quem se recorde. - A investigação de acontecimentos das vidas precedentes. - Pela reencarnação se explica o apogeu e o declinar das nacionalidades. - Outros problemas. - Amizades que despontam subitamente. - Lamentaveis consequencias do despreso das oportunidades. -A tendencia para os vicios e virtudes. - A reincarnação e as religiões. - Uma esperança do actual mundo. - A opinião de antigos e modernos. - A reincarnação como noção fundamental. - Um apelo a todos os que pensam.
Exemplar brochado, por abrir, em bom estado de conservação.
Raro.
Sem registo na Biblioteca Nacional.
Indisponível

14 julho, 2019

O VERDADEIRO GRANDE LIVRO DE SÃO CIPRIANO OU O TESOURO DO FEITICEIRO. Obra Completa. [S.l.], [s.n.], [196-?]. In-8.º (20 cm) de 317, [1] p. ; il. ; B.
O Livro de São Cipriano é um grimório que contém rituais de ocultismo e exorcismo, supostamente magias e "simpatias" (conjurações populares), com múltiplas finalidades. Embora atribuído a São Cipriano, o livro seria publicado apenas no século XIX, muitos séculos após sua morte, não podendo ter sido escrito por ele. Na verdade, a primeira edição conhecida saiu em 1846, sendo, portanto, um livro pseudepigráfico.
Livro ilustrado ao longo do texto com desenhos esquemáticos.
"Cipriano (denominado o Feiticeiro, para distinguir-se do célebre Cipriano, bispo de Cartago), nasceu em Antióquia, situada entre a Síria e a Arábia, pertencente ao governo da Fenícia. Seus pais, idólatras, e providos de copiosas riquezas, vendo que a natureza o dotara com talentos próprios para conseguir a estima dos homens, o destinaram para o sacrifício das falsas Divindades, fazendo-o instruir na ciência dos sacrifícios que se ofereciam aos ídolos, de modo que ninguém, como ele, tinha tão profundo conhecimento dos profanos mistérios do bábaro gentilismo.

Na idade de trinta anos fez ele uma viagem ao país da Babilónia, para aprender a Astrologia Judiciária e os mistérios mais recônditos dos supersticiosos caldeus. E sobre a grave culpa de empregar em tais estudos o tempo que lhe era concedido para conhecer e seguir a verdade, aumentou Cipriano a malícia e a iniquidade, quando se entregou inteiramente ao estudo da Magia, para conseguir por meio dessa arte estreito comércio com os Demónios, praticando ao mesmo tempo vida impura e absolutamente escandalosa."
(Excerto de Vida de S. Cipriano. Extraída do Flos Sanctorum ou Vida de Todos os Santos)
Índice: Primeira Parte: Tesouro do Feiticeiro - Vida de S. Cipriano, do "Flos Sanctorum" ou vida de todos os santos. | Poderes ocultos, cartomancia, orações e esconjuros. Segunda Parte: Verdadeiro tesouro da mágica. | Mistérios da feitiçaria, extraídos de um livro de Mágica Preta, que se julga do tempo dos mouros. Terceira Parte: Enguerimanços de S. Cipriano ou prodígios do Diabo. | Os Tesouros da Galiza. | Espíritos diabólicos que infestam as casas com estrondos e remédios para os evitar. | Poderes ocultos do ódio e do amor. Quarta Parte: Mágica preta. | Tratado breve e mui curioso. Das significações e causas dos sinais brancos e negros que aparecem nas unhas.
Exemplar brochado em bom estado de conservação.
Invulgar e muito curioso.
20€

12 julho, 2019

LEI DO RECRUTAMENTO MILITAR. Decretada pelo Governo Provisorio da Republica Portugueza. Preço 60 réis. Lisboa, Livraria Popular de Francisco Franco (Casa fundada em 1890), [1911]. In-8.º (21,5cm) de 16 p. ; B.
1.ª edição.
Lei histórica, das primeiras aprovadas pelo Governo Provisório da recém instaurada República, que dirigiu o país desde 5 de Outubro de 1910 até à aprovação da nova constituição, em 24 de Agosto de 1911, dando por encerrado os seus trabalhos e auto-dissolvendo-se a 4 de Setembro desse ano, quando deu lugar ao primeiro governo constitucional, chefiado por João Chagas.
"O organismo defensivo da nação é constituido por tres agrupamentos que, tendo em commum a missão que a todos elles compete velar pela honra, independencia e integridade da patria, em toda e qualquer eventualidade, formam outras tantas corporações  independentes com missões definidas, em principio distinctas, se bem que concorrentes para o fim commum unico. Os tres agrupamentos de que trata este artigo são:
1.º Armada;
2.º O exercito metropolitano;
3.º O exercito colonial."
(Titulo I - Disposições geraes. Capitulo I - Constituição do organismo defensivo da nação, Artigo 1.º)
Matérias:
Titulo I - Disposições geraes. Capitulo I - Constituição do organismo defensivo da nação. Capitulo II - Exercito metropolitano: Secção I - Constituição do exercito; Secção II - Divisão militar territorial; Secção III - Duração do serviço militar. Titulo II - Recrutamento. Capitulo I - Condições geraes do serviço militar. Capitulo II - Operações do recrutamento: Secção I - Generalidades; Secção II - Inscripção e recenseamento; Secção III - Juntas de recrutamento; Secção IV - Classificação; Secção V - Alistamento; Secção VI - Distribuição e encorporação dos recrutas; Secção VII - Repartições do recrutamento. Titulo III - Serviço do exercito activo. Capitulo I - Serviço nas fileiras. Capitulo II - Serviço antes do alistamento. Capitulo III - Voluntarios. Capitulo IV - Readmittidos. Capitulo V - Compellidos, refractarios e desertores.. Titulo IV - Do serviço das reservas. Capitulo I - Serviço nas tropas de reserva. Capitulo II - Serviço nas tropas territoriaes. Titulo V - Taxa militar. Titulo VI - Disposições penaes.Titulo VII - Disposições transitorias.
Exemplar brochado em bom estado geral de conservação. Capas frágeis com pequenos defeitos.
Raro.
A BNP dispõe de apenas um exemplar.
Com interesse histórico, político e militar.
Indisponível

11 julho, 2019

LUNA, M. João - CAMILO CASTELO BRANCO. [S.l.], F. Machado & C.ª, 1932. Oblongo (19,5x25cm) de [10] f. ; E.
1.ª edição.
Conjunto de poemas (3, retirados de Nas Trevas) e máximas de Camilo em 10 folhas manuscritas com letra fina e bonita, sobre papel encorpado, cujo fundo desenhado (em rosa ou azul), imita mármore.
Exemplar N.º 45 (de 70?), subscrito por M. João Luna, De Condeixa, que também assina o desenho original da capa e o elogio inscrito na contracapa.
Belíssima encadernação artesanal trabalhada em couro.

"A Saudade é a poesia de todo o homem. O que melhores poetas teem dito, melhor o teem sentido pessôas que nunca fizeram versos."
C. C. Branco


(Máxima, pp 10)

Muito raro.
Sem qualquer referência bio-bibliográfica sobre o autor-mestre artesão.
Com indubitável interesse camiliano.
Peça de colecção.
Indisponível

10 julho, 2019

ANTÓNIO VARIAÇÕES. The Estate of António Variações | Auction. Song Lyrics, Photographs, Clothes, Posters and Personal Items. Lisboa 12 November 2009. P4 Live Auction : online bidding. Lisboa, Auction Services, 2009. In-4.º (29,5cm) de [112] p. ; mto il. ; B.
1.ª edição.
Catálogo bilíngue (português/inglês) do espólio de António Variações, leiloado em Lisboa, no CCB, a 12 de Novembro de 2009. Livro de grande esmero e apuro gráfico, impresso em papel de superior qualidade, pejado de fotografias a p.b. e a cores do artista, dos originais manuscritos das letras das suas canções e das suas roupas e objectos pessoais.
Capa: António Variações a cantar no programa "Berros e Bocas" (18/07/1982).
"António Variações é um dos ícones maiores da música Pop portuguesa; marcou e continua a marcar diversas gerações de artistas portugueses, pela genuinidade e emoção que emprestava às suas criações.
Nascido António Joaquim Rodrigues Ribeiro, de Dezembro de 1944, perto de Braga, sempre viveu com a música. Com 12 anos vai para Lisboa onde vive e trabalha durante alguns anos, até ir para Angola, em 1965. Em 1970, parte para Londres e conforme afirma mais tarde, não retira ainda deste contacto com outro país, o pleno proveito, ao contrário do que sucede em seguida, quando viaja, primeiro para Itália, em 1973 e depois, em 1974, para a Holanda.
Já nesta altura, António se dedicava a aprender e exercer a profissão de barbeiro, como fazia questão de marcar, porque o que lhe interessava mais era o corte e não o penteado. E é também o corte que marca a sua personalidade, o corte com os preconceitos, com o que é comum e consensual. Assim, abre a Barbearia "É pró Menino e prá Menina", onde a sua imagem é notada pelas roupas invulgares, associadas à aparente serenidade do barbeiro.
Sem perder o rumo que norteava as suas ambições mais profundas de ser músico, em 1978 assina finalmente contrato com a Editora Valentim de Carvalho, mas passam 4 anos, algumas viagens mais, vários concertos e apresentações, até gravar o primeiro disco. As letras das suas músicas, com raízes na sua terra natal, contam essa viagem, "entre Braga e NY", a sua vontade de mudança, num país a mudar devagar e as suas interrogações pessoais.. Entre 1982 e 1984, grava dois singles e dois LPs, tendo o último saído nos dias anteriores à sua morte, em 13 de Junho de 1984, dia de Santo António."
(Sofia P. Trindade, Biografia)
Exemplar brochado em bom estado de conservação.
Invulgar.
Com interesse histórico e biográfico.
Indisponível

09 julho, 2019

MORAES, Francisco de - OBRAS DE FRANCISCO DE MORAES. [Palmeirim de Inglaterra]. Tomo I [Tomo II e Tomo III]. Lisboa, Escriptorio da Bibliotheca Portugueza, 1852. 3 vols in 12.º (13,5cm) de 480 p. (T. I) ; 474 p. (T. II) ; 404, 47, [1] p. (T. III) ; E.
"O Palmeirim de Inglaterra, de nome completo Cronica do famoso e muito esforçado cavalleiro Palmeirim d'Inglaterra, é um romance de cavalaria português escrito por Francisco de Morais (1500-1572) entre 1541 e 1543. O livro possui algumas lembranças autobiográficas do autor. É considerado um dos melhores romances de cavalaria do século XVI, e foi como tal elogiado por Cervantes em Dom Quixote."
(Fonte: wikipédia)
Obra em 3 volumes (completa). As últimas 47 páginas do Tomo III são preenchidas com os Dialogos de Francisco de Moraes, author de Palmeirim de Inglaterra. Com um desengano de amor, sobre certos amores, que o author teve em França com uma dama franceza da Rainha Dona Leonor, offerecidos a Gaspar de Faria Severim, Executor Mór do Reino, etc.
"Ignora-se em que terra de Portugal nascesse Francisco de Moraes Cabral, que depois, por este seu livro do Palmeirim de Inglaterra, se ficou chamando Francisco de Moraes Cabral o Palmeirim. Seu Bisneto, o Padre Balthasar Telles, da Companhia de Jesus, o denomina Brigantino; e Barbosa depois de o ter dado em uma parte como natural de Bragança, n'outra o põe filho de Lisboa. [...]
Francisco de Moraes serviu de Thesoureiro d'elrei D. João III, e esteve em França na companhia do Embaixador de Portugal, o conde de Linhares, D. Francisco de Noronha. Ahi se affeiçoou a uma dama da Rainha D. Leonor, chamada Torsi, com a qual comtudo não casou, e sim com Barbosa Madeira, da qual teve numerosa descendencia. Foi cavalleiro e commendador da ordem de Christo, e morreu violentamente(*), como conta Barbosa Machado, á porta do Rocio de Evora no anno de 1572."
(Excerto do Prologo)
(*) A 'morte violenta' do autor poderá estar relacionada com as insinuações desrespeitosas que Morais terá proferido a respeito da linhagem da Casa de Bragança, e de D. Nuno Álvares Pereira.
"A primeira referência conhecida à morte violenta de Francisco de Morais é a de João Franco Barreto (1600-após 1674) que regista na sua Bibliotheca Luzitana: «dizem foi morto, a ferro, em Evora, a Porta do Roçio junto Aorta delRey, estando ali a corte» (Barreto 1674?: fl. 475Av). Posteriormente, Camilo Castelo Branco (1920: 60-61) segue-lhe no encalço, afirmando claramente a relação direta entre esta morte «a ferro» e o seguinte trecho que se encontra no diálogo moraisiano entre o Escudeiro e o Fidalgo: «Até o Conde Dom Nuno Alveres que deixou o Estado de Bragança, quereis que tivesse hum quarto disso. E dais por prova d’isso a capella dos Corvos que está em Evoramonte, feita por João Gonçalvez Barbadão seu avô. E que por esta razão há hy muitos que se desprezão de Pereiras»."
(Fonte: https://ielt.fcsh.unl.pt/wp-content/uploads/2018/01/dialogos-ou-coloquios.pdf)
Encadernações em meia de pele com ferros gravados a ouro na lombada.
Exemplares em bom estado de conservação. Sem f. anterrosto (3 exs). Carimbo de biblioteca privada na f. rosto (3 exs).
Raro.
Indisponível