31 janeiro, 2021

COSTA, Chaves - MARAVILHAS DO ATLÂNTICO
. Lisboa, [Edição do Autor]]. Unicos Depositarios : J. Rodrigues & C.ª, 1932. In-8.º (19,5 cm) de 61, [1] p. , B.
1.ª edição.
Obra poética consagrada às Ilhas dos Açores, incluindo no entanto, no final, uma poesia dedicada à Ilha da Madeira.
Livro ilustrado com o retrato do autor em extra-texto, desenho de Diniz Fragoso, que também assina a capa.
Muito valorizado pela dedicatória autógrafa do autor ao seu "velho amigo" Germano Martins Rosas.

"Angra é uma cidade em miniatura,
Mais linda como as rosas de toucar...
Ao vê-la se deslumbra o nosso olhar...
É um mimo de graça e formosura..."

(Excerto de Angra do Heroísmo)

"É a Madeira, a encantadora ilha,
Que tanto orgulha o nome lusitano...
Formoso oásis, bela maravilha,
A mais grandiosa dêste lindo Oceano..."

(Excerto de Ilha da Madeira)

Índex:
O Mar. | Ilha de San-Miguel. | Sete Cidades. | Lagôa das Furnas. | Candelária. | Angra do Heroísmo. | Praia da Vitória. | Ilha Graciosa. | Ilha do Faial. | Horta. | Ilha das Flores. | Ilha da Madeira.

Exemplar brochado em bom estado de conservação.
Raro.
Indisponível

30 janeiro, 2021

AMORIM, Francisco Gomes de - AS DUAS FIANDEIRAS : romance de costumes populares
. Lisboa, David Corazzi - Editor: Empreza Horas Romanticas, 1881. In-8.º (16,5 cm) de 390, [2] p. ; E.
1.ª edição.
Romance de costumes rurais. Trata-se de uma das mais apreciadas e invulgares obras do autor que escolheu a sua terra natal - Avelomar (A-Ver-o-Mar) - para epicentro da acção.
O presente exemplar terá pertencido ao próprio Gomes de Amorim, dado ostentar aquele que julgamos ser o seu carimbo pessoal na folha de ante-rosto, bem como correcções do texto a tinta ao longo do livro.
"Ha na formosa provincia do Minho uma freguezia rural denominada S. Thiago de Amorim, que se compõe de numerosas aldeias. Entre todas estas, avulta Avelomar, como a maior e mais bella pela sua posição. Está situada em planicie ampla, cortada por muitos riosinhos, semeada de fontes e arvoredos, que dão aos seus campos, sempre verdes e floridos, os aspecto de jardim vistosissimo.
Nada ha mais pittoresco e alegre do que essa povoação. De todos os lados se avista a fita azulada das aguas do oceano, orlando a terra, desde o sudoeste até ao norte."
(Excerto do Cap. I, Avelomar)
"N'um domingo, do anno de 1845, seriam apenas oito horas da manhã, estava já a capella de Nossa Senhora das Neves atulhada de gente. Fazia calor, e as portas achavam-se todas abertas de par em par. Sem embargo de respeito religioso, com que todos os habitantes, á excepção das beatas, se conservam sempre nas egrejas do Minho, e em Avelomar principalmente, notava-se ali não sei que vaga animação, n'aquelle dia; e todos cochichavam, mais ou menos. Como era cedo, e o padre não tinha vindo ainda para a sachristia, o sussurro da conversa ia crescendo de instante a instante. Unicamente os homens velhos fallavam pouco: todo o mulherio parecia agitado; esquecia-se completamente dos rosarios, e ficava longo tempo com as boccas colladas nos ouvidos das vizinhas; as raparigas casadas de pouco, olhavam com inquietação para os maridos; as solteiras, que não podiam córar mais, por serem naturalmente da côr das romans, mordiam os beiços de despeito, notando a impaciencia com que os rapazes olhavam para as portas.
Evidentemente, Avelomar estava commovida. A entrada de toda a população para a capella, uma hora antes da missa, era acontecimento que nunca se tinha dado desde que o mundo é mundo. Homens e mulheres haviam voltado as costas ao altar, o que era desacato estupendo; mas ninguem deu por elle. [...]
O padre Manuel entrou na sachristia e começou a revestir-se. Com a sua vinda cessou o borborinho; mas ninguem se virou para o altar; todos os olhos continuaram tenazmente a interrogar as portas.
Repentinamente, uma corrente electrica percorreu a multidão.
Duas mulheres, envoltas em grandes capas escuras, entraram pela porta da travessa. Apezar de estar tudo cheio, os homens esmagaram-se uns contra os outros, e abriu-se largo espaço, onde cabiam á vontade as recem-chegadas. Estas ajoelharam-se, com as costas para a porta, de modo que podiam ver e ser vistas de todos os lados."
(Excerto do Cap. II, Anna e Rosa Estella)
Francisco Gomes de Amorim (Avelomar, Póvoa de Varzim, 13 de agosto de 1827- Lisboa, 4 de novembro de 1891). "Poeta, jornalista e dramaturgo português, emigrou com dez anos para o Brasil, tendo sido caixeiro, em Belém do Pará. Vítima dos maus tratos de patrões portugueses, Gomes de Amorim fugiu para o sertão amazónico, onde por acaso encontrou, na cabana de uma família indígena, o poema Camões, de Almeida Garrett, episódio que dá início à sua vida de poeta, conforme relata no prefácio autobiográfico de Cantos Matutinos (1858). De volta ao Portugal, em 1844, depois de dez anos de ausência, estreita a relação de amizade que une Gomes de Amorim a Almeida Garrett, que tendo publicado o Romanceiro e Cancioneiro Geral, em 1843, irá influenciar o amigo e discípulo na valorização da cultura popular. A essa primeira influência soma-se a das Conferências Democráticas do Casino Lisbonense, em 1871, que irão desembocar no movimento nacionalista de valorização do mundo rural, enquanto repositório das raízes da Nação. É nesse contexto impregnado de amor à Pátria e de preservação das tradições populares que desponta As Duas Fiandeiras, “romance de costumes populares”, publicado por Gomes de Amorim em 1881 (embora escrito em 1866), pela prestigiosa editora de David Corazzi de Lisboa, dentro do selo “Horas Românticas”. A dedicatória da obra, evocação da paisagem amazónica, e a geografia da narrativa, a Avelomar natal, configuram as duas pátrias às quais o autor dizia pertencer. Retratados com fidelidade e verosimilhança, os tipos humanos que povoam As Duas Fiandeiras vêm ao encontro da caracterização regionalista nos quadros do realismo-naturalismo, ao mesmo tempo em que respondem pela idealização de uma ruralidade mítico-simbólica, com a qual se inicia a narrativa: “Ainda lá não chegaram os esplendores e os vícios da civilização, que ilustra e corrompe tudo (...)”.
(Fonte: Biblioteca Digital)
Encadernação coeva em meia de pele com nervuras e ferros gravados a ouro na lombada. Sem capas de brochura.
Exemplar em bom estado geral de conservação. Cansado, com falhas de pele na lombada, sobretudo nas extremidades. Miolo sólido, com ocasionais manchas de acidez.
Muito raro.
75€

29 janeiro, 2021

REGULAMENTO PARA O SERVIÇO INTERNO DOS POMBAIS MILITARES - MINISTÉRIO DA GUERRA : 3.ª Repartição - 1.ª Secção. Direcção da Arma de Engenharia. Lisboa, Papelaria Fernandes, 1942. In-8.º (19 cm) de 107, [1] p. ; il. ; B.
1.ª edição.
Regulamento com interesse histórico, militar e columbófilo, editado em pleno período da 2.ª Guerra Mundial.
Publicação interessantíssima, trata-se de um autêntico manual de columbofilia ilustrado ao longo do texto com quadros, tabelas, esboços esquemáticos e desenhos das aves. Junta-se uma folha manuscrita, frente e verso, do antigo proprietário, com notas e apontamentos relevantes sobre o assunto.
"A utilização de pombos pelo Exército teve inicio em 1872. [...]
Durante a Primeira Guerra Mundial os pombos tiveram larga aplicação. [...]
Em 1901, a Inspecção do Serviço Telegráfico de Guarnição, de Aeroestação e de Pombais militares, criada em 11SET1899, foi substituída pela Inspecção dos Telégrafos militares (ITM). O Regulamento para o serviço de pombais militares em tempo de paz, publicado na Ordem do Exército nº 9, 1ª série, de 8JUN1903, estabeleceu que os pombais militares, dependentes da ITM, e seus efectivos em pombos, eram os seguintes: Lisboa (400), Porto (160), Coimbra (80), Viseu (80), Portalegre (60), Elvas (100) e Mafra (40).
Em 1931, ano em que foi publicado o Manual do columbófilo militar, já só estava operacional o de Lisboa. O RTm tem procurado manter a tradição até aos dias de hoje. [...]

Após a sua introdução em Portugal em 1872, e do período áureo da rede de pombais militares do final do séc XIX, os pombos correio voltaram a ser largamente utilizados pelo Exército entre os anos 30 e os anos 50 do séc XX, tendo existido até diversas viaturas adaptadas a pombais móveis.
(Fonte: https://historiadastransmissoes.wordpress.com/2012/02/05/o-pombo-correio/)
Índice: I - Organização do serviço de transmissões por pombos correios em tempo de paz: A) Generalidades. B) Pessoal: I. Orgãos de direcção; II. Orgãos de execução. C) Instrução do pessoal: I. Instrução de columbófilos de engenharia; II. Instrução de colimbófilos das outras armas; III. Instrução dos columbófilos da Aeronáutica. D) Material.
II - Atribuïções do pessoal dos pombais: A) Generalidades. B) Deveres do chefe do pombal. C) Deveres dos especialistas columbófilos. D) Limpeza ordinária. E) Escrituração dos registos. F) Serviço de despachos.
III - Instalações dos pombos correios: Generalidades; Orientação; Arejamento; Iluminação; Confôrto; Compartimentação; Espaço. Apetrechamento interior.
IV - Descrição do pombo correio e suas qualidades: Descrição; Orgãos e funções mais importantes; Qualidades a observar no pombo correio.
V - Criação: Trabalhos preparatórios; Acasalamentos; Criação pròpriamente dita.
VI - Educação dos pombos correios: Generalidades; Pombais fixos; Pombais móveis.
VII - Instruções para alimentação de pombos correios: Natureza dos alimentos; Composição das refeições; Mapa da composição as rações em grãos secos; Emprêgo e preparação do digestófilo.
VIII - A) Manuseamento dos pombos correios: Generalidades; Captura do pombo; Maneira de pegar para exame; Exame de sanidade e da «forma»; Colocação do tubo porta-despachos; Colocação da bôlsa porta-esboços; Colocação dos despachos em pombos sem utilizar tubos nem bôlsas; Colocação dum pombo no colete de suspensão; Largar. B) Marcação dos pombos: Colocação das anilhas de alumínio; Colocação das anilhas de celuloide; Marcação com carimbo.
IX - Doenças e seu tratamento: Generalidades; O diagnóstico; Cuidados com os animais doentes ou suspeitos de doença; Doenças mais conhecidas e o seu tratamento; Parasitas; Penas baças; Purga; A muda da pena. Modelos de impressos: Fôlha de matrícula do pombo; Carta de ninho; Fôlha de conferência de compartimento; Parte do servente de dia; Boletim sanitário do pombo; Relatório mensal de serviço; Alimentação (verso).
Exemplar brochado em bom estado de conservação. Assinatura de posse datada na f. rosto.
Raro.
Peça de colecção.
50€

28 janeiro, 2021

MOITAS, José Pereira - OS PHARISEUS DA ACTUALIDADE E OS RELIGIOSOS DE TODOS OS TEMPOS.
Confronto do julgamento dos réos Francisco de Paula Albano da Silveira Pinto, advogado dos Auditorios do Porto, accusado do crime de adulterio e o padre Agostinho Alves dos Santos Silva, abbade de Santo André de Canidello de ter attentado contra o pudor d'uma menor. Considerações suscitadas pelo Diario da Tarde e dedicadas aos seus leitores. Por...
Porto: Typ. de Alexandre da Fonseca Vasconcellos, 1873. In-8.º (19,5 cm) de 79, [1] p. ; B.
1.ª edição.
Interessantíssimo livrinho, onde o autor - José Pereira Moitas - narra com pormenor o processo de adultério que moveu contra sua mulher, Leonor da Conceição Pereira, e o seu amante, o bacharel Francisco de Paula Albano da Silveira Pinto, ambos presos na Cadeia da Relação do Porto.
"Apavóra o futuro que antolhamos: Colligou-se uma familia para nos prostituir a esposa, empenhamo-nos na punição dos adulteros e os advogados d'esta cidade, e muitos de fóra, recuzaram-se a accuzal-o, por delicadeza... e ficaria totalmente impune se não fôra haver um que não reconheceu por collega um devasso."
(Excerto da introdução - Aos leitores)
Pouco foi possível apurar acerca do autor, a não ser, da leitura do opúsculo, que se trata de um "negociante e fabricante de objectos de ouro". Apesar de não constar nos registo da Biblioteca Nacional, Pereira Moitas publicou o "romance-história" Uma Victima de miseraveis (1871), baseado no processo jurídico desenvolvido neste opúsculo.
No final do livro, o autor junta uma série de documentos para "os investigadores puderem julgar". A saber: Doc. n.º 1 - O libello do ministerio publico; Doc. n.º 2 e 3 - Provas materiaes do crime; Doc. n.º 4 - Defesa dos réos; Doc. n.º 5 - Lista das testemunhas de defesa; Doc. n.º 6 - Quesitos; Doc. n.º 7 - Carta da snr.ª D. Francisca de Paula Silveira Pinto, mãe do adultero, á adultera sua amiga; Doc. n.º 8 - Uma carta que a adultera nos [a ele, autor] havia endereçado; | O acordão do supremo tribunal.
Matérias:
Aos leitores. | Os phariseus da actualidade e os religiosos de todos os tempos. | I - O Facho dos grandes genios dissipa as trévas aos que lhe peza o viver n'ellas. II - Consequencias de não reflectir. III - Parallelo do proceder d'elles em casos analogos. IV - Identificados pelo sacerdocio, e pelos crimes? V - Conclusão. | Archivo das peças officiaes de que se tratou - 8 Documentos + Accordão. | Appendice devido a ulteriores successos. | I - Consequencias da imprudencia do menino Agostinho Albano da Silveira Pinto.
Exemplar brochado (capas simples, lisas) em bom estado geral de conservação. F. rosto com manchas e alguns escritos a tinta.
Raro.
35€

27 janeiro, 2021

TEIXEIRA, Nuno Severiano – O PODER E A GUERRA 1914-1918. Objectivos Nacionais e Estratégias Políticas na Entrada de Portugal na Grande Guerra. Prefácio por Jean-Jacques Becker. Lisboa, Editorial Estampa, 1996. In-8.º (20,5 cm) de 418, [2] p. ; il. ; B. Col. Histórias de Portugal
1.ª edição.
Capa: José Antunes. Ilustração da capa: Postal de propaganda britânica – o general Fernando Tamagnini e o marechal Douglas Haig apertam as mãos. Aguarela de Edmund Dulac, 1917.
"Corria o mês de Janeiro de 1917. Entre manifestações patrióticas e protestos pacifistas, partiam para França as primeiras tropas portuguesas. Iam para as trincheiras da Flandres combater ao lado dos Aliados. Portugal entrava, por fim, na Grande Guerra. Não fora uma decisão fácil e muito menos incontroversa. Entre 1914 e 1916, a entrada de Portugal na guerra provocou violenta polémica: apaixonou a opinião pública, dividiu as forças políticas e abriu clivagens profundas na sociedade portuguesa.
Porque foi, então, Portugal para a guerra?
Esta é a pergunta a que responde O Poder e a Guerra.
A historiografia portuguesa encontrou para esta questão duas hipóteses explicativas, ambas de natureza externa: a tese tradicional da “defesa das colónias” e a tese revisionista do “perigo espanhol”."
Nuno Severiano Teixeira abre o dossier da política e, partindo de uma perspectiva teórica da relação política externa-política interna, aponta para uma terceira teoria para a entrada de Portugal na Grande Guerra: a consolidação política da República Democrática.
Exemplar brochado em bom estado de conservação.
Invulgar.
Com interesse histórico.
15€

26 janeiro, 2021

OLIVEIRA, Hermes de Araújo - O SUBMARINO E AS COMUNICAÇÕES MARÍTIMAS.
Conferência de Estratégia realizada no I. A. E. M., no Curso do Estado Maior, em 1947, e repetida, a convite, na Direcção do Serviço de Submersíveis. [Por]... Tenente de Infantaria. Prefácio do Ex.mo Sr. Vice-Almirante Botelho de Sousa
. Lisboa, [s.n. - Composto e impresso na Tipografia da L. C. G. G. - Lisboa], 1947. In-4.º (23 cm) de 78, [2] p. ; [9] desdob. ; B.
1.ª edição.
Interessante subsídio sobre o submarino para a história das duas guerras. Publicado pouco tempo após o final da Segunda Guerra Mundial, o objectivo do presente estudo passa pela análise do desempenho deste temível meio militar ao longo da Grande Guerra (1914-1918) e no conflito mundial recém-terminado (1939-1945), não deixando o autor de, no final, abordar o caso particular de Portugal.
Livro ilustrado com 9 gráficos em folhas desdobráveis:
Grande Guerra: 1. Afundamentos; 2. Movimento dos submarinos; 3. Tonelagem afundada por cada submarino afundado; 4. Perdas e Construções; 5. Influência da guerra submarina no campo interno dos beligerantes.
2.ª Guerra Mundial: 6. Afundamentos; 7. Afundamentos pelos diversos corsários; 8. Afundamentos e Construções.
Conclusão: 9. Afundamentos nas duas guerras mundiais.
"O submarino nasceu como barco de flotilha, para, ao mesmo título que o torpedeiro de superfície, atacar por surpresa os grandes navios.
No início da Primeira Guerra Mundial encontrou-se com o desenvolvimento necessário para ser utilizado no ataque directo às comunicações, e assim foi empregado pelo partido mais fraco que, não podendo conquistar a liberdade das comunicações marítimas, lançou mão do recurso de atacar as do adversário, para quem estas eram absolutamente vitais.
A surpresa técnica esteve a ponto de dar-lhes o êxito; mas os recursos da técnica e da organização dos adversários da Alemanha permitiram encontrar os antídotos na escuta submarina e no combóio, e a ameaça foi detida.
A Segunda Guerra Mundial começa com uma flotilha submarina que tinha feito grandes progressos, como os tinham feito igualmente os meios de combatê-la. A situação à superfície era semelhante à da guerra anterior. A Alemanha e os seus aliados tentam de novo paralizar pelo submarino as comunicações dos adversários. Intervem nova surpresa técnica contra o submarino - a aviação - que começara por ser sua aliada, e que junta aos progressos na detecção e aos inesgotáveis recursos da construção naval americana, permite vencer de novo a ameaça.
Vencido o submarino, a situação não é, contudo, hoje muito diferente da que existia entre as duas guerras e as possibilidades do submarino continuam a ser grandes; novos campos e novas actividades lhe parecem abertos."
(Excerto do Prefácio)
Índice:
Prefácio. | À laia de intróito. | Como apareceu o corsário submarino. | O submarino na guerra de 1914-1918: 1.º Situação inicial; 2.º Análise da campanha; 3.º As consequências; 4.º Conclusões. | O submarino na guerra de 1939-1945: 1.º Teatro de Operações do Atlântico; 2.º Teatro de Operações do Pacífico; 3.º Conclusões. | Conclusão final: 1.º O submarino no futuro; 2.º O caso particular de Portugal; 3.º Para finalizar. | Bibliografia.
Exemplar brochado em bom estado de conservação. Capas manchadas.
Raro.
Com interesse histórico e militar.
35€

25 janeiro, 2021

LEITÃO, Joaquim - O ULTIMO MILAGRE DE SANTO ANTONIO
. Pôrto, [s.n. - Composto e impresso na Tipografia Leitão de Anjos & C.a, Limitada - Porto], 1935. In-8.º (20 cm) de XXVIII, [2] p. ; B.
1.ª edição.
Apontamento biográfico do Santo com a inclusão de narrativas de milagres históricos a ele atribuídos, em edição bonita, cuidada, impressa em papel de superior qualidade.
"Poucas figuras portuguêsas atingiram a esfera augusta da universalidade como o nosso Santo António.
Simplesmente, de facto tão desvanecedor resulta a estranha consequência, neste caso, da dupla personalidade do Santo.
Para desprevenidos ha dois Santo-Antónios: um de Lisboa e outro de Padua, um gordo, outro magro, um familiar, outro escuitado doutor da Igreja, um Agostiniano outro Franciscano, um lendário outro histórico, um caseiro, frequentador de fontainhas, cantado pelas raparigas, outro solena, santificado pelos concilios, o milagrento e o erudito, o escolar e o mestre.
Qual dêles, o autentico?
Ambos. "
(Excerto de I, Santo Antonio de Padua ou de Lisboa?)
"Dentre os mais curioso milagres de Santo António conta-se o de assentar praça três séculos depois de morto, no 2.º regimento de Infantaria Portuguêsa.
Do prégador, do franciscano, do milagrento santo dos namorados, do místico que viveu para a pacificação e para a fé, fiseram os homens também um patrono militar. As suas façanhas como fosse o pôr em fuga uma divisão castelhana, na guerra da Restauração, os seus assinalados serviços de soldado razo promoveram-no a capitão com o soldo de dez mil reis por mês."
(Excerto de II, [Santo António Militar], O Ultimo Milagre)
"Recordemos três ou quatro [milagres], cada qual de seu aspecto e feitio.
Inda em Lisboa, descêra o sobrinho a congosta da Sé para ir bricar com os outros rapazes da sua igualha na «areia do mar». Quando a mãe acudiu, não dava o menino sinal de vida, afogado nas águas do Tejo. Pranteou-se a afligida mãe. Não querendo crer na desgraça, pediu que o levassem a seu irmão que era um Santinho e decerto o salvaria.
Santo António o tomou nos braços e «o mocinho foi são e salvo»."
(Excerto de II, [Milagres do Santo], O Ultimo Milagre)
Matérias:
I - Santo Antonio de Padua ou de Lisboa? II - O Ultimo Milagre.
Exemplar brochado em bom estado de conservação. Sem f. anterrosto.
Invulgar.
15€

24 janeiro, 2021

ALMEIDA, Antonio d' - DISSERTAÇÃO // SOBRE O METHODO MAIS SIMPLES, // E SEGURO // DE //CURAR AS FERIDAS // DAS // ARMAS DE FOGO, // OFFERECIDA // A SUA ALTEZA REAL // O // SERENISSIMO // PRINCIPE DO BRAZIL, // NOSSO SENHOR, // POR // ANTONIO D'ALMEIDA, // Lente de Operações no Hospital Real de S. José. // [Armas Reais Portuguesas] // LISBOA, // NA REGIA OFFICINA TYPOGRAFICA. // ANNO M.DCC.XCVII. In-8.º (19 cm) de XXVII, [1], 62 p. ; E.
1.ª edição.
Importante tratado setecentista para tratamento e resolução  de ferimentos provocados por armas de fogo. Obra inovadora na época, elaborada a partir do estudo de fontes relacionadas com o assunto e da experiência profissional de António de Almeida (1767-1839) - médico cirurgião no Hospital de S. José, da Real Câmara e membro do Real Colégio de Cirurgiões de Londres. A presente obra não viria a ser reeditada.
"Depois do invento da polvora no fim do seculo XIII, e das armas de fogo no XIV, appareceo huma nova casta de feridas, que pela rapidez, e gravidade dos seus symptomas, e falta de conhecimentos de sua natureza, erão quasi todas mortaes; o que fez declamar os Cirurgiões contra tal invento, dando-lhe até o epitheto de diabolico. Com tudo a Arte da guerra he menos mortifera depois deste invento, do que fora em quanto fez uso dos instrumentos agudos, rombos, e cortantes.
As feridas das armas de fogo forão reputadas venenosas nos primeiros tempos, e como taes as principiárão a curar. [...]
O estimulo em huma ferida d'armas de fogo he na verdade grande, e tão grande, que faz abolir, que faz abolir a vida da parte ferida em muito breve tempo, a pezar das dores não serem grandes, em razão da parte ferida, ou toda a economia ficarem atormentadas com a impressão da bala, ou outro qualquer corpo impellido pela polvora. Ora segundo estes principios fica claro, que os methodos até aqui praticados são pouco conformes com as leis da economia animal, por augmentarem estimulos sobre estimulos, e que o methodo, que eu me proponho estabelecer nesta Dissertação, que consiste em calmar, e evitar estimulos, he mais conforme ás ditas leis, e por tanto mais seguro, facil, e suave.
Este methodo he huma combinação do que me pareceo mais util nas doutrinas dos Authores, de que tenho fallado, confirmado pela minha propria observação. Além de muitas feridas feitas com armas de fogo, e que os desastres ou pendencias tem dado lugar nesta Capital, e tem entrado no Hospital Real de S. José, no curativo das quaes tem aproveitado felizmente o meu methodo, eu tive occasião de o observar mais largamente, quando entrárão para a Enfermaria de S. Paulo do dito Hospital vinte e tres feridos de armas de fogo, dos quaes sahirão vinte e hum, e morrêrão dous.
Estes feridos erão Francezes, e recebêrão as feridas a bordo da fragata de guerra Artois, batida pelos Inglezes, que a tomárão, e conduzirão ao porto de Lisboa, mediando entre o dia do combate e a entrada dos ditos feridos no Hospital, que foi na tarde no dia 9  de Julho de 1780, sete, ou oito dias, em cujo espaço os feridos recebêrão bem poucos socorros cirurgicos, consistindo a primeira cura na applicação de fios secos, máos pannos, e ataduras."
(Excerto da Introducção)
Matérias:
Dedicatória. | Introducção. | Dissertação. Sobre o methodo mais simples, e seguro de curar as feridas das armas de fogo. I; II; III; IV; V - Dos accidentes destas feridas; VI; VII; VIII - Causas; IX - Diagnostico; X - Dos corpos estranhos, que se podem achar nas feridas; XI - Prognostico; XII - Cura; XIII - Primeira indicação; XIV - Segunda indicação; XV - Do fluxo de sangue; XVI - Da Contusão; XVII - Das offensas nos olhos; XVIII - Do adormecimento, e paralysia; XIX - Da suspensão subita das funções da economia animal; XX - Dso accidentes consecutivos; XXI - Dos movimentos convulsivos; XXII - Da gangrena e esphacelo; XXIII - Terceira indicação; XXIV - Das feridas de cabeça feitas com armas de fogo; XXV - Das feridas do peito feitas com armas de fogo; XXVI - Das feridas de ventre feitas com armas de fogo; XXVII - Das feridas das extremidades com grande laceração; XXVIII - Da amputação.
Encadernação coeva inteira de pele com ferros gravados a ouro na lombada.
Exemplar sólido, em bom estado geral de conservação. Fendido na extremidade inferior, junto à lombada. Com ténues vestígios de humidade nas primeiras folhas do livro.
Muito raro.
A BNP dispõe de apenas um exemplar no seu acervo.
Com interesse histórico e médico.
Indisponível

23 janeiro, 2021

VASCONCÉLLOZ, Dr. António Garcia Ribeiro de - O PECCADO ORIGINAL. Discurso pronunciado na Real Capella da Universidade na Festa da Immaculada Conceição a 8 de dezembro de 1895. Pelo... Lente Cathedrático da Faculdade de Theologia, Sócio Effectivo do Instituto de Coimbra e Correspondente da Academia Real de História de Madrid, etc. Coimbra, Imprensa da Universidade, 1895. In-4.º (25 cm) de [2], 20, [2] p. ; B.
1.ª edição.
Discurso-ensaio de história religiosa subordinada ao tema do "pecado original". Opúsculo raro e muito interessante, não consta das bibliografias do autor consultadas, nem no acervo da Biblioteca Nacional.
Tiragem: 400 exemplares.
"Entre os dogmas catholicos talvez nenhum tenha sido nos últimos tempos atacado mais cruamente do que o peccado original.
Pode lá admtitir-se um dogma, dizem os racionalistas, que é a completa negação do principio da responsabilidade individual, um dogma que affirma sermos cúmplices num acto, que se praticou, quando ainda não éramos nascidos? Poderá acceitar-se a doutrina, que nos mostra a justiça de Deos fazendo expiar a toda a humanidade um peccado commetido pelos primeiros paes, e deleitando-se em atormentar com castigos terriveis, homens innocentes? Em nome da própria religião natural, em nome da sã philosophia, tal doutrina deve ser rejeitada como absurda, cruel e nefasta.
Isto dizem os adversários da verdade revelada; e terám razão, quando assim fallam? Não, senhores. [...}
Deos por um acto de sua omnipotente vontade creou do nada a matéria. Mediante o concurso das causas segundas, operando em conformidade com as leis, que á sua infinita sabedoria aprouve dar á obra creada, formou no decorrer do tempo o universo. O espaço foi povoado de myríadas de astros, e a nossa terra, átomo insignificante perdido na immensidade da obra universal, viu as suas aguas e a sua atmosphera encherem-se de seres vivos, sapientíssima e providentìssimamente distribuidos em grupos, segundo uma economia admiravel.
Então Deos creou o homem, cidadão simultaneamente de dois mundos bem distinctos: o corpóreo e o espiritual."
(Excerto do Discurso)
António Garcia Ribeiro de Vasconcelos (S. Paio de Gramaços, 1860 – Coimbra, 1941). "Doutor em Teologia (1886) e Letras (1916) pela Universidade de Coimbra, sacerdote secular, «liturgista, filólogo, canonista, arqueólogo e historiador», na extensão da lápide evocativa colocada em 1944 na casa onde nasceu, foi uma personalidade vincada da diocese e da Universidade de Coimbra, onde exerceu o magistério entre 1887 e 1930, primeiro na Faculdade de Teologia e, depois da extinção desta, na Faculdade de Letras, onde se jubilou."
(Fonte: http://dichp.bnportugal.pt/imagens/vasconcelos.pdf)
Exemplar brochado em bom estado de conservação.
Raro.
Sem registo na BNP.

Indisponível

22 janeiro, 2021

VICENTE, Alípio da Silva - HEROIS DE PORTUGAL. Heroes de ontem : Nuno Alvares. Heroes de hoje : Nas trincheiras.
[Por]... Tenente de infantaria. Edição do Autor
. Braga, Of. Gráf. da «Pax», 1932. In-8.º (21 cm) de 142, [2] p. ; B.
1.ª edição.
Obra bonita e interessantíssima composta por duas peças: Heroes de ontem, peça em 3 actos cujo protagonista é D. Nuno Álvares Pereira; Nas trincheiras, peça em 1 acto e 1 quadro sobre a Grande Guerra, que o autor dedica "ao seu ilustre comandante Coronel António Lopes Mateus, alma de português e de soldado, e a todos os camaradas de Infantaria 14".
Tiragem de 500 exemplares numerados e rubricados pelo autor, sendo 150 em papel «vergé». O presente, leva o n.º 119, e pertence à tiragem especial.
Junta-se uma folha volante (29x19 cm) de propaganda ao livro com o título: "Acaba de sair o livro: [Reprodução da capa] que todo o bom português deve possuir na sua biblioteca".
"No cimo da serra de Aire, entre o agreste do campo, e o céu azul de Portugal - na Cova da Iria - como se fosse um ninho de aguias, acampam as mesnadas de Nuno Alvares. Ao centro da serra a tenda do grande heroi
É noite luarenta de agosto e vespera de Aljubarrota."
(Sinopse do 1.º acto - Vesperas)
"A cena mostra-nos um reduto, ao cair da noite.
Ao fundo, o Cristo de Neuve Chapelle domina, erguido no meio de um montão de destroços - como um grito de protesto contra aqueles que, desprezando a sua doutrina de amor e caridade, se lançaram numa luta de ódios - a vasta campina revolvida pelas granadas.
Ao fundo, à direita, a entrada para o abrigo.
Durante o acto ouve-se o rebentar das granadas e o matraquear das metralhadoras.
Os very-light iluminam, a espaços, a cena.
Os soldados teem chapeu e ferro e a máscara."
(Sinopse do acto)
Exemplar brochado em bom estado geral de conservação. Capas com defeitos marginais; lombada apresenta pequena falha de papel na extremidade superior. 
Com uma dedicatória de oferta (do autor?) a uma sua amiga.
Muito raro.
Com interesse histórico e bibliográfico.
Indisponível

21 janeiro, 2021

ÍNDIA : DISTRITO DE GÔA - Boletim da Agência Geral das Colónias.
Ano 5.º - Julho de 1929 - N.º 49
. In-4.º (23 cm) de 345, [1] p. ; mto. il. ; B.
1.ª edição.
Número especial dedicado à Índia Portuguesa, - Goa, Damão e Diu -, editado pela Agência Geral das Colónias cujo apreciado Boletim se publicou entre 1925 e 1969.
Livro ilustrado ao longo do texto com tabelas, mapas e inúmeras fotogravuras do territórios - paisagens, locais e imóveis e monumentos com interesse.
Sumário:
O distrito de Damão, por Constâncio Roque da Costa. | A acção missionária da índia, pelo padre Castilho de Noronha. | Memória sôbre as condições agrícolas, florestais e pecuárias da Índia Portuguesa, apresentada pela Direcção dos Serviços da Agricultura, por Fernando César Corrêa Mendes. | Resumido relato das condições financeiras da Índia Portuguesa, por António A. Pacheco. | Notas sôbre o movimento do comércio externo e da navegação da Índia Portuguesa, por Daniel da Silva Bastos. | Importantes obras ùltimamente executadas na Índia Portuguesa, por Afonso Z. de Mendonça. | Resumido relato sôbre os resultados financeiros da exploração do caminho de ferro e pôrto de Mormugão, movimento do pôrto, tráfego de mercadorias, comércio, etc., por Luís Birmark Dias. | Notas sôbre o desenvolvimento dos correios e telégrafos da Índia Portuguesa, por António Felipe Pereira. | Relatório sucinto do desenvolvimento dos serviços de agrimensura e minas, por Luís Miranda. | Elementos Gramaticais da Língua Concani, pelo Cónego José de Santa Rita e Sousa. | Lugares Selectos da Biblioteca Colonial Portuguesa. | Memoranda do Jardim Colonial de Lisboa. | Serviços da Agência Geral das Colónias. | Legislação Colonial. | Cotações dos produtos coloniais na praça de Lisboa. | Informações e Notícias. | Revista da Imprensa Colonial (Secção Estrangeira). | Bibliografia. | English Section. | Section Française.
Exemplar brochado em bom estado de conservação.
Raro.
Com interesse histórico.
25€

20 janeiro, 2021

ANTHOLOGIA DE AMOR - COMO CAHEM AS MULHERES... Narrativas de amor e de paixão pelos mais notaveis escriptores contemporaneos.
Traducções de Ribeiro de Carvalho e Moraes Rosa
. Lisboa, Antiga Casa Bertrand : José Bastos & C.ª, 1907. In-8.º (20,5 cm) de 304, [8] p. ; E.
1.ª edição.
Colecção de textos de cariz erótico retirados das obras de alguns dos mais conhecidos vultos das letras universais - excelente exemplo de literatura licenciosa da época.
"As mulheres que cahem, rendendo-se ao amor, cahem, em verdade, moralmente? Ou elevam-se, mais e mais, na suprema glorificação da Vida, na satisfacção do mais humano de todos os direitos: o direito ao amor? [...]
Dictar leis ao Amor - é matar o Amor. Tornar obrigatoria e regulamentada a Felicidade. E assim, o livro que descreva o modo extranho, caricioso e terno, ou desesperado e impulsivo, como se deixam as mulheres arrastar na corrente impetuosa do amor, nesse rio de mysteriosas aguas, que leva ao esquecimento ou á ventura, á morte ou á illusão - esse livro é mais do que uma anthologia do amor: é o livro do coração humano. É este proprio livro.
Nada mais admiravel do que estas paginas, colhidas aqui e alli, no melhor filão de cada obra. No trecho mais insinuante de cada livro, o episodio mais vigoroso, mais soberbamente pensado e sentido, de cada auctor."
(Excerto da introdução, Palavras de abertura)
Encadernação editorial inteira de percalina com ferros gravados a seco e a negro nas pastas e na lombada.
Exemplar em bom estado geral de conservação. Pastas com defeitos, sobretudo nos cantos. Assinatura de posse na f. rosto.
Raro.
Indisponível

19 janeiro, 2021

CARVALHO, Francisco Augusto Martins de - GUERRA PENINSULAR. Notas, episodios e extractos curiosos.
Colligidos por... (Este livro não se expõe á venda)
. Coimbra, Typographia Auxiliar d'Esciptorio, 1910. In-8.º (22 cm) de 97, [3] p. ; B.
1.ª edição.
Edição fora de mercado, rara e muito interessante. Trata-se da compilação de alguns episódios e factos históricos relevantes para o estudo das Invasões Francesas no contexto da Guerra Peninsular, que tiveram lugar, sobretudo, no distrito de Coimbra.
Livro muito valorizado pela dedicatória autógrafa do autor, datada de 1910, a Manuel de Carvalhas.
"Tendo-se revoltado a cidade de Coimbra contra os francezes, e não havendo polvora para a campanha que se preparava, tratou-se immediatamente de proceder no Laboratorio chimico da Universidade á elaboração d'aquelle material de guerra.
Principiaram os trabalhos logo no dia 26 de Junho, sob a intteligente direcção do lente de chimica, o dr. Thomé Rodrigues Sobral.
Na tarde d'esse dia veiu da quinta de Santa Cruz uma carrada de vides para fazer carvão.
Ás 10 horas da noute appareceu já alguma polvora feita; mas como não houvesse quem soubesse encartuchar, nem tambem houvesse balas feitas, mandaram-se vir do hospital dois soldados portuguezes convalescentes, para fazerem cartuchos, e se mandaram egualmente chamar todos os ourives e funileiros para fundirem as balas, no que se occuparam toda a noite, sem descançarem, apromptando as fôrmas, fundindo e ensinando tambem os outros."
(Excerto do Cap. III, Fabrico da polvora em Coimbra)
Indice:
I - Legiões. II - Donativos e presentes entre portuguezes e inglezes. III - Fabrico de polvora em Coimbra. IV - Celebre representação da Camara de Ançã. V - Batalha do Bussaco. VI - Estragod causados pelo exercito de Massena em Coimbra, Condeixa a Velha e Condeixa a Nova. VII - Execuções em Coimbra durante o periodo da guerra peninsular. VIII - O juiz do povo de Coimbra e o marechal Beresford. IX - Lapides nas sepulturas de alguns officiaes inglezes, mortos em Portugal, durante o periodo da guerra peninsular. X - A batalha de Albuera. XI - Varias notas e episodios curiosos. XII - Depois da batalha do Bussaco.
Francisco Augusto Martins de Carvalho (Coimbra, 1844 - 1921). Militar português, atingiu o generalato. "Filho do jornalista Joaquim Martins de Carvalho. Tendo seguido carreira militar, prestou serviço em Portugal, Moçambique e Índia. Em 1896 regressou a Portugal e, por morte de seu pai, assumiu a direcção de "O Conimbricense" entre 1898-1907. Martins de Carvalho (Filho) é autor de trabalhos de temática militar e de valiosos levantamentos sobre a história de Coimbra."
(Fonte: http://guitarradecoimbra.blogspot.com/2006/09/martins-de-carvalho-filho-retrato-do.html)
Exemplar em brochura, bem conservado.
Raro.
Indisponível

18 janeiro, 2021

SILVA, José Cesario da - MANUAL DE INSTRUCÇÃO PARA USO DA ESCOLA DE TORPEDOS. Coordenado por... Primeiro tenente da armada, adjunto á mesma escola, official da antiga, nobilissima e esclarecida ordem de S. Thiago, do merito scientifico, litterario e artistico. Lisboa, Typographia das Horas Romanticas, 1880. 2 vols in-8.º (20 cm) de XV, [1], 233, [4] p. e [2] p. : [81] f. il. ; E.
1.ª edição.
Obra em 2 volumes (completa), composta por texto (I volume) e estampas - 134 figuras distribuídas por 81 folhas (II volume).
"As machinas de guerra, assim como as empregadas nas industrias e nas artes, têem tido n'estes ultimos tempos extraordinarios aperfeiçoamentos. A sciencia, guiando os novos processos metallurgicos, tem produzido nas artes de construcção as maravilhas, que admiramos todos os dias, chegando a crear como machinas de guerra grandes navios couraçados armados de esporão e de poderosa artilheria. Contra estas machinas velozes, muito resistentes e de fôrmas curvilineas, torna-se quasi impotente a grossa artilheria das fortalezas, quando os navios passarem alem da distancia efficiente do tiro, ou ainda a menor distancia, se elle não for dado em direcção proximamente perpendicular á superficie do costado. N'estas circumstancias tornava-se necessario crear ou melhorar algum meio efficaz de combater os navios couraçados, atacando-os com segurança pela parte mais vulneravel - este meio foi effectivamente encontrado na antiga machina explosiva - o torpedo."
(Excerto da introdução)
Encadernações coevas em meia de pele com ferros gravados a ouro na lombada. Sem capas de brochura.
Exemplares em bom estado geral de conservação.
Raro.
Indisponível

17 janeiro, 2021

SANTOS, Isidoro Duarte - OS MORTOS VIVEM!
[Por]... Director da revista Estudos Psíquicos. Distribuição gratuita. Tiragem - 8.000 exemplares
. Lisboa, Edição do Núcleo de Acção e Propaganda de Estudos Psíquicos, 1946. In-8.º (17,5 cm) de 32 p. ; B.
1.ª edição.
Trabalho espírita de um distinto e reputado membro do movimento português.
"Aos tristes e desesperados que viram rolar um ente querido no pó da sepultura; aos infelizes que hesitam entre a dor cruel e o suicídio desonroso, sejam católicos, protestantes, materialistas, se dirigem as nossas palavras de fé, dando esperança numa vida mais perfeita, demonstrando que a morte é processus natural que aguarda o corpo físico e que não há motivos para o cenário fantasmático que lhe empregam algumas religiões.
Ó vós que sofreis, julgando que na morte acaba tudo! Lede este folheto e sereis consolado! Meditai no seu conteúdo e serei fortalecidos! Nele encontrareis bálsamo para o vosso drama íntimo, refrigério para o vosso enorme sofrimento!
Uns olhos que se fecham, uma voz que se extingue, um corpo que se imobiliza, não são fenómenos que nos levem à certeza da morte total, porque a vida se agita em âmbitos mais vastos que os cinquenta ou sessenta anos de existência humana, durante os quais possamos estar na terra. A vida é movimento, é série ininterrupta de acções e reacções, de mortes e renascimentos que se  exercem eternamente em linha ascensional. A vida nasce da morte e a morte nasce da vida, como dizia Sócrates. Tudo nasce da mesma maneira e tem origens em seus contrários..."
(Excerto do início do texto)
Isidoro Duarte Santos (Cebolais de Cima, 1907 - Lisboa, 1974). "Foi um militar da Marinha Portuguesa, jornalista e divulgador espírita português. Em 1931 já colaborava com a "Revista de Espiritismo", órgão divulgador da Federação Espírita Portuguesa (FEP), passando posteriormente a fazer parte da Comissão Diretiva desta, vindo a ser nomeado Diretor em 1937. Dirigiu também, durante alguns anos, o jornal "O Mensageiro Espírita", também da FEP. Em 1939 fundou com a esposa, Maria Gonçalves Duarte Santos, e dirigiu durante 35 anos a revista "Estudos Psíquicos", conjuntamente com o Centro Espiritualista Luz e Amor, do qual foi diretor durante cerca de 26 anos. À época do seu falecimento, ocupava o cargo de Presidente da FEP e era ainda, simultaneamente, o primeiro presidente da direcção do Centro Espírita Perdão e Caridade após a Revolução dos Cravos (25 de abril de 1974) no país."
(Fonte: wikipédia)
Exemplar brochado em bom estado geral de conservação. Capas frágeis com pequenos defeitos marginais.
Raro.
Indisponível

16 janeiro, 2021

MAGNO, David - LES-LOBES (Vizinhanças de La Couture). Derradeira resistência portuguesa na Batalha de La Lys (Memórias). [Prefácio de Júlio David J. Gonçalves Magno]. [S.l.], [s.n. - imp. na Tip. dos Impressos Explicativos, Tarouca], [1967]. In-8.º (22 cm) de 221, [10] p. ; il. ; B.
1.ª edição.
Livro de memórias da Grande Guerra do cap. David Magno.
Ilustrado ao longo do texto com quadros e tabelas, e em página inteira, com fotogravuras, mapas e fac-símiles.
"Soou a minha hora...
Desde Tancos, o labor intenso de muitos meses de instrução, culmina em Julho. Ninguém recebe com indiferença, a ordem de partida para o front. O antigo condiscípulo, capitão Joaquim Augusto Geraldes, apadrinha-nos nesta eventualidade.
De Riez Bailleul abalamos para as trincheiras de Neuve Chapelle. Praças e oficiais, de batalhão de Aveiro, despedem-se de um bando, de madames e mesdemoiselles...
Entre as francesas há muitas belgas a quem os azares do flagelo europeu fizeram abandonar os lares e os seus haveres. Filhas da guerra ou refugiadas, para aí andam ao alcance dos gazes asfixiantes, das granadas e dos soldados. Surpreendidas pela invasão prussiana, de 4 de Agosto de 1914, só algumas certezas guardam...As suas casas desmoronaram sob o fragor dos obuses... Os pais, irmãos ou noivos caíram fusilados pelos pelotões... Elas já não têm ais, nem tão pouco lágrimas para chorar."
(Excerto do Cap. I., Nas trincheiras da Flandres)
Matérias: Nas trincheiras da Flandres. | Debaixo do vendaval. | - O cerco de La Couture - 9 e 10 de Abril. | O choque de Les Lobes - (Vizinhanças de La Couture) - 9, 10 e 11 de Abril. | Após a batalha. | Os equívocos de La Couture. | Epopeia da Red House (Frente de Laventie). | Documentos.
David José Gonçalves Magno (1877-1957). Oficial do exército, publicista e etnólogo português. "Nasceu em Lamego a 17 de Agosto de 1877 e morreu em Lisboa a 30 de Setembro de 1957. Seguiu a carreira militar, sendo promovido a alferes em 22 de Dezembro de 1906. Começou por se distinguir em Angola, ao conseguir avançar para o interior e impor a presença portuguesa na região dos Dembos Orientais. Combateu depois em França, durante a Primeira Guerra Mundial, onde por feitos em combate recebeu a cruz de guerra e a cruz de Cristo com palma. A sua acção no CEP não foi, contudo, consensual e isenta de polémica, pelo que pediu para ser julgado pelas acusações de que foi vítima, tendo sido absolvido e visto confirmados os seus serviços como relevantes. Mais tarde, na sequência da revolta de 3 de Fevereiro de 1927 foi deportado para o Sul de Angola, tendo antes passado pelos Açores e Guiné. Reabilitado foi promovido a major e em 14 de Março de 1932 optou por passar à situação de reserva.Paralelamente à sua carreira militar exerceu intensa actividade literária, sendo autor de diversas obras, algumas das quais escritas com base na sua experiência de guerra, para além de ter sido membro da Sociedade Portuguesa de Antropologia e Etnologia, da Revista Militar e da Comissão de História Militar."
(in http://www.ihc.fcsh.unl.pt/pt/recursos/biografias/item/4418-magno-david-jos%C3%A9-gon%C3%A7alves-1877-1957)
Exemplar brochado em bom estado de conservação.
Invulgar.
Com interesse histórico.
30€

15 janeiro, 2021

TAVEIRA, Miguel – POR PORTUGAL : DE SANTO ANTÓNIO A OLIVEIRA SALAZAR. Pérolas para Porcos. Lisboa, Fernando Pereira-Editor, [1980]. In-4.º (24 cm) de 301, [3] p. ; E.
1.ª edição. 
"Aos traidores para que não tenham descanso"
(Dedicatória impressa)
Colecção de textos patrióticos retirados dos escritos de insignes figuras da vida nacional e reunidas em volume pelo compliador. Acompanham os textos uma breve biografia dos autores. 
Livro valorizado pela dedicatória autógrafa de Miguel Taveira.
"Ontem como hoje, a História ensina-nos que, aos períodos de opulência e bem-estar social, se seguem outros, que deles emergem, em que os princípios basilares de outrora são tidos por bolor ultrapassado, quando não por bacilo nefasto que tem de ser «esterilizado» […] o Estado Novo que, mercê de uma sabotagem urdida do interior do mesmo nos levou, nos dias de hoje, a uma situação política que, à falta de nome próprio, responde por uma data: o 25 de Abril. […] Preferi buscar textos de reconhecidos poetas e prosadores, homens de letras e de ciência, antigos responsáveis pela «cousa pública». Homens, como tal sobejamente conhecidos, que através das suas vidas de portugueses, nos deixaram os seus escritos e ensinamentos."
(Excerto do Prefácio)
Textos da autoria de Eça de Queiroz, Camilo Castelo Branco, Luís de Camões, Guerra Junqueiro, Ramalho Ortigão, Pe. António Vieira, Anthero de Quental, Fernando Pessoa, Almada Negreiros, António Botto, Pe. Manuel Bernardes, Barbosa du Bocage, Alexandre Herculano, Almeida Garrett, Pe. J. Agostinho de Macedo, António Oliveira Salazar, entre outros.
Encadernação editorial com ferros gravados a ouro na pasta frontal e na lombada.
Exemplar em bom estado de conservação.
Invulgar.
20€

14 janeiro, 2021

COSTA, Magalhães - O SANTO SUDÁRIO DE TURIM (conferência).
Esboço histórico, científico e exegético da Santa Relíquia com gravuras elucidativas
. Braga, [s.n. - Tip. da Oficina de S. José - Braga], 1934. In-8.º (22 cm) de 54, [2] p. ; il. ; B.
1.ª edição.
Conferência do padre Magalhães Costa sobre o Sudário de Turim, assunto que, nas suas palavras, está intimamente ligado com a arte fotográfica e com algumas das ciências de que é apaixonado cultor.
Livro ilustrado ao longo do texto, na sua maioria, com fotogravuras a p.b. do Sudário (completo, bem como secções do mesmo em pormenor).
"O Sudário de Turim ou Santo Sudário é uma peça de linho que mostra a imagem de um homem que, aparentemente, sofreu traumatismos físicos consistentes com a crucificação. Muitos acreditam tratar-se da mortalha utilizada para cobrir o corpo de Jesus Cristo após a sua execução. Algumas hipóteses alegam ser uma criação medieval. Apesar do cepticismo de parte da comunidade académica, a autenticidade da relíquia é discutida até aos dias de hoje.
O Sudário está guardado na Catedral de Turim, na Itália, desde o século XIV. Pertenceu desde 1357 à casa de Saboia que em 1983 o doou ao Vaticano. A peça raramente é exibida em público. O sudário é um acheiropoieta (grego medieval: "não feito pelas mãos"). Na realidade, a imagem no manto é muito mais nítida na impressão branca e negra do negativo fotográfico que na sua cor natural. A imagem do negativo fotográfico do manto foi vista pela primeira vez na noite de 28 de maio de 1898 através da chapa inversa concebida pelo fotógrafo amador Secondo Pia que recebeu permissão par
a fotografá-lo durante a sua exibição na Catedral de Turim."
(Fonte: wikipédia)
"Neste estudo, que é o resumo de uma vasta bibliografia, puz todo o empenho em me fazer compreender, não só pela singeleza da expressão, mas até pelas fotografias, que apresentarei, para maior compreensão dessa maravilha que é o Santo Sudário , e que são dêle a cópia mais exacta possível.
A conferência será dividida em três partes: a primeira será de índole histórica, a segunda de ordem científica e a 3.ª de ordem artística e exegética, e por isso a mais importante. [...]
Várias questões se podem pôr àcêrca do S. Sudário de Turim.
1.º - Deveria ter existido algum lençol, os sudário, no qual foi envolvido o Corpo de N. S. Jesus Cristo, quando o colocaram no sepulcro?
2.º - No caso de ter existido, será êle o lençol de Turim, ou será essa relíquia uma obra de mistificação pictórica?
3.º - Que nos diz a ciência, a arte e a exegese e o próprio Sudário de Turim?
À primeira responderemos com os Evangelhos na mão.
À segunda e terceira com os dados históricos e científicos e com a interpretação dos sinais do Santo Sudário.
Exemplar brochado em bom estado de conservação.
Raro.
25€

13 janeiro, 2021

CORREIA, Alberto N. - O SEGREDO DO PODER : magnetismo pessoal e hypnotismo. Lisboa, Typographia Minerva Central, 1910. In-8.º (22 cm) de 44, [4] p. ; B.
1.ª edição.
Interessante manual de hipnotismo em 20 lições, raro e muitíssimo curioso. No final do livro, o autor sugere a prática de outras tantas "cenas recreativas" a aplicar aos indivíduos sujeitos à hipnose, tais como: fumar um lapis; cebolas por fructa ou doce; discursos improvisados; com as mãos pelo chão; moveis ao contrario, etc.
"Querer é poder - tal é a divisa de quem sabe vencer os obstaculos que na vida constantemente apparecem. Mas quantas pessoas ha que querem poder mas não sabem querer, para conseguir exito na realisação dos factos?
Quem estudar com attenção e praticar as lições contidas n'este curso, depressa achará desenvolvido o Poder-Vontade ou Magnetismo Pessoal. É evidente reconhecer este poder como guia dos homens mais celebres da Historia, que não é hereditario, mas que todos em maior ou menor grau possuem e podem desenvolver e conservar n'uma força occulta irresistivel, desde que conheças as regras estabelecidas para tal fim.
Para hypnotisar é indispensavel possuir Poder-Vontade, pois comprehende-se muito bem, que por muito sugestionavel que um individuo seja, jámais poderá ser influenciado se a sua vontade fôr de egual ou superior intensidade á do operador.
Não espere de principio submetter todas as pessoas que se apresentem.
Depois de ter influenciado uma ou duas pessoas, isto é, depois de ter adquirido confiança em si, no seu poder, que é o principal, facil lhe será obter exito com outras pessoas.
As lições são dispostas tão gradualmente e são tão simples e claras, que as pessoas que até agora teem estudado este curso teem conseguido sempre os mais completos resultados, baseados na comprehensão absoluta do poder subtil do Magnetismo Pessoal."
(Introdução)
Exemplar brochado em bom estado geral de conservação. Sem capa frontal e f. anterrosto; contracapa algo suja.
Raro.
A BNP dispõe de apenas um exemplar da 2.ª edição (1916).
Indisponível