31 maio, 2018

VITORINO, Pedro - ICONOGRAFIA HISTÓRICA PORTUENSE. [41 gravuras]. Pôrto, Edição Maranus, 1932. In-8.º (18,5cm) de 125 p., [9] f. ; il. ; E.
1.ª edição.
Obra curiosa, descreve alguns dos momentos mais marcantes da história do Porto. Ilustrada com belíssimas gravuras e desenhos alusivos aos quadros descritos.
Índice: "Leonor Teles e o infante D. Denis (1372)"; "O Pôrto e D. João I"; "18 de Junho de 1808"; "A tomada do Pôrto pelos franceses (1809)"; "A Ponte das Barcas (1809)"; "A libertação do Pôrto em 1809"; "24 de Agosto de 1820"; Um episódio de 1820"; "Desembarque das tropas liberais (1832)"; Os Voluntários Académicos (1832)"; O ataque miguelista de 29 de Setembro de 1832"; "A Serra do Pilar"; "O coração de D. Pedro IV (1837)"; "Maria da Fonte (1846)"; "O rei Carlos Alberto (1849)"; "O vapôr «Pôrto» (1852)"; "O incêndio do teatro Baquet (1888)"; "O movimento de 31 de Janeiro de 1891"; Centenário do Infante D. Henrique (1894)"; "Outros Centenários".
Encadernação cartonada com ferros gravados a ouro na lombada. Conserva a capa de brochura.
Exemplar em bom estado de conservação.
Invulgar.
Indisponível

30 maio, 2018

PEREIRA, Rodrigo Alvares - A BATALHA DO LYS A 9 DE ABRIL DE 1918 E A ACÇÃO NOTAVEL DAS TROPAS PORTUGUÊSAS NA MESMA BATALHA. Palestra feita no Liceu Central de Antero de Quental no dia 9 de Abril de 1930, pelo capitão de Infantaria Rodrigo Alvares Pereira, Professor provisório do mesmo liceu. [S.l.], Edição do Autor [Composto e impresso na Secção de tipografia de Fernando d'Alcantara, Rgtda., Ponta Delgada], 1930. In-8.º (21cm) de 27, [3] p. ; [1] f. il. ; B.
1.ª edição.
Conferência proferida em Ponta Delgada, no Liceu Antero de Quental, por ocasião do 12.º aniversário da batalha de La Lys. Álvares Pereira não limita a sua alocução à descrição pormenorizada da batalha; antes disso faz uma incursão histórica pela utilização das armas de fogo em conflitos, o emprego dos gazes asfixiantes e resume a preparação das tropas do C. E. P. antes do embarque para França.
Opúsculo ilustrado com a fotogravura de um esboço do sector português feito pelo autor para facilitar a exposição da sua palestra.
Tiragem de 300 exemplares só para ofertas. O presente, está dedicado pelo punho do autor ao "Ilustre Historiador Ex.mo Senhor Rocha Martins".
"Aos heroicos Combatentes da Grande Guerra, que, esquecidos de tudo e só lembrando o sacratissimo nome da Pátria, souberam, em solo extranho, escrever uma brilhante página, que em laminas impereciveis de bronze perpetuam o venerando nome português, mais uma vez aureolado em imortais nimbos de admiração, denodo e valentia."
(Dedicatória do autor)
"O C. E. P., achava-se muito desfalcado, tendo a sua 1.ª linha muito enfraquecida. Acrescia ainda o lamentavel facto de as nossas tropas permanecerem nas trincheiras há muito tempo, porque não se cumpria o dever de as substituir por tropas frescas.
Estes factos não eram desconhecidos do inimigo que planeou roper a linha de Bois Grenier a La Bassée, abrindo caminho até á costa, depois de enfraquecido o sector português com sucessivos ataques e bombardeamentos em Chapigny, Neuve Chapelle e por vezes em toda a frente portuguêsa.
O sector português compreendido entre o Canal de Aire e La Bassée e o curso canalisado do Lys ocupava uma planicie baixa, entrecortada de cursos de agua, valas e drenos e sujeita a inundações.
Dominado a Este pelas alturas de Helies - Aubers estava naturalmente indicado para um ataque inimigo não se prestando a uma ofensiva portuguêsa e para o defender estava apenas a 2.ª Divisão com 5 mêses de serviço de 1.ª linha, tempo durante o qual por 3 vezes foram rendidas as tropas inglêsas.
A 1.ª Divisão exausta por uma permanencia de 9 mêses na 1.ª linha retirára no dia 6 de Abril, a 2.ª Divisão devia retirar no dia 8."
(Excerto da conferência)
Exemplar brochado em bom estado de conservação. Capas frágeis com pequenos defeitos e manchas.
Muito raro.
A BNP dispõe de apenas um exemplar no seu acervo.
Peça de colecção.
Indisponível

29 maio, 2018

SILVA, B. M. Costa e - ESTUDANTES DE COIMBRA : episodios burlescos : costumes populares nacionaes. Porto, Typographia A. F. Vasconcellos, Suc., 1903. In-8.º (20,5cm) de 390, [2] p. ; [1] f. il. ; B.
1.ª edição.
Conjunto de histórias e episódios vividos pelo autor ao longo do seu percurso universitário em Coimbra.
Livro ilustrado com uma fotogravura paisagística de Coimbra e arredores, encimada pela Universidade.
"Coimbra, enramalhetada pelos seus decantados e historicos arrabaldes floridos, beijada pelo poetico Mondik dos mouros, que hoje os poetas cantam com o nome feiticeiro de Mondego, offerece perspectiva captivante e risonha ao observador contemplativo.
Esse Mondego brejeiro orlado de verdejantes salgueiros, pendentes chorões, erectas faias e altaneiros choupos docemente brisados, esse irrequieto e travesso Mondego, que no verão deslisa manso, indolente e como que escondido por entre as finas areias do seu leito, e no inverno com furia e caudaloso, tem a ousadia de invadir o tapete matisado aqui e alli de coloridas casinhas, em que Coimbra descuidada e contente se reclina.
Coroando o monte onde assenta a casaria, d'esta saudosa terra de amores, destaca-se o nobre edificio da Universidade com a sua elegante torre, como sentinella perfilada em reverencia ao templo de Minerva."
(Preâmbulo, Coimbra)
Summario dos capitulosI - Estreia das raparigas. II - A republica polyarchica. III - Folguedos. IV - O ninho dos amores. V - Nas férias do Natal. VI - Continua a vida airada. VII - Férias grandes. VIII - O aspirante a deputado. IX - No campo. X - A desfolhada do milho. XI - Segue a desfolhada. XII - Digressões. XIII - O batalhão do Chochinhas. XIV - Debandada do batalhão. XV - Em campanha. XVI - Infortunios. XVII - Adeus a Coimbra.
Exemplar em bom estado geral de conservação. Assinaturas de posse na f. rosto. Capas frágeis com defeitos. Lombada reforçada (trabalho de amador). Pelo interesse e raridade, merece encadernação.
Raro.
30€

28 maio, 2018

SILVEIRA, Joaquim José de Mendonça e - ARTE // VERSIFICATORIA // NA QUAL // SE ASSIGNAÕ AS REGRAS MAIS PRINCIPAES // PARA A COMPOSIÇAÕ // DOS VERSOS LATINOS; // ESCRITA // Por JOAQUIM JOSÉ DE MENDONÇA // E SILVEIRA. // [Gravura em madeira] // LISBOA. // Na Officina de MANOEL COELHO AMADO. // Anno clɔlɔccɩxxıı [1772]. // Com licença da Real Meza Censoria. In-8.º (14,5cm) de 87, [1] p. ; E.
1.ª edição.
Rara edição original deste tratado de versificação redigido em duas partes (Livro Primeiro e Livro Segundo), que conheceria apenas mais duas impressões, ambas no século XIX, respectivamente, em 1843 e 1848. Sobre o autor pouco se sabe, a não ser que foi professor da Língua Latina no antigo Real Estabelecimento de Instrução do Bairro de Belém, e que esta terá sido a única obra que publicou.
Carimbo de posse no frontispício com escudo encimado por coroa ducal (armas imperceptíveis).
"A Inviolavel obrigaçaõ, em que me acho de instruir os meus Discipulos nas principaes regras da versificaçaõ Latina, he o motivo que me obrigou a escrever este breve Tratado, que agora publíco. Entre os varios Escritores, que trataraõ desta materia com mais, ou menos extensaõ, e que para este effeito consultei, naõ pude descobrir hum, que me parecesse proprio, e accõmodado á capacidade dos principiantes; ou por serem escritos em linguas incognitas a pessoas de pouca instrucçaõ, ou porque huns eraõ demasiadamente extensos, e outros se faziaõ infructuosos pela nimia brevidade. Assim resolvi aproveitar-me de todos, escolhendo os melhores preceitos, sem seguir servilmente a cada hum por si.
Neste breve Tratado fizemos toda a diligencia por comprehender tudo quanto nos pareceo necessario para dar para dar aos principiantes hum claro conhecimento desta utilissima Arte."
(Excerto do Prólogo)
Encadernação coeva inteira de carneira com dourados na lombada.
Exemplar em bom estado de conservação. Trabalho de traça com pouca expressão junto da margem lateral, atingindo apenas as folhas de guarda e muito superficialmente a f. rosto.
Raro.
Indisponível

27 maio, 2018

FONTES, Alexandre - A BANDEIRA. [S.l.], Editor: A Auctor. 1911. In-8.º (21cm) de 12 p. ; B.
1.ª edição.
Conjunto de poemas dedicados à República e a uma das suas mais proeminentes figuras - Cândido dos Reis - , tendo a proposta para a nova bandeira nacional como pano de fundo.
Poemas:
- Poesia da Revolução. - Quem és? - Republica. - Authenticos heroes. - Candido dos Reis - A Cruz. - O passado. - O azul-e-branco. - O vermelho-e-verde. - O azul-e-branco-verde-e-vermelho.
Exemplar brochado em bom estado geral de conservação. Capas frágeis com defeitos e pequenas falhas de papel.
Raro e muito curioso.
Indisponível

26 maio, 2018

AGUIAR, Prof. Doutor Asdrúbal de - CAUSAS DAS MORTES DO REI D. CARLOS I E DO PRÍNCIPE REAL D. LUÍS FILIPE. Pelo... Da Academia das Ciências de Lisboa. Separata das «Memórias» (Classe de Ciências - Tomo VIII). Lisboa, Academia das Ciências de Lisboa, 1960. In-4.º (24,5 cm) de 25, [3] p. ; B.
Importante subsídio médico-legal para o apuramento das causas que conduziram à morte do rei D. Carlos e do príncipe herdeiro, D. Luís Filipe.
"Até ao presente, e já vai decorrido mais de meio século, não foram indicados, de maneira decisiva ou pelo menos presumível, as causas das mortes do rei D. Carlos e do Príncipe Real D. Luís Filipe, sucedidas no Terreiro do Paço no dia 1 de Fevereiro de 1908, pelas 17 horas e meia ao regressarem com a Rainha D. Amélia a Lisboa, vindos de Vila Viçosa.
 Não vou aludir aqui aos precedentes imediatos ou distantes do regicídio, não me demorarei a registar as justificadas preocupações da Família Real antes e durante a viagem até Lisboa. Seria fastidioso fazê-lo. Demais nada disso importa para o propósito em vista, qual é, o de determinar as verdadeiras causas das mortes do rei e do príncipe. Também não tratarei dos fins trágicos dos regicidas sucedidos igualmente no Terreiro do Paço logo após o atentado. Apenas muito sucintamente me referirei à maneiro como foi executado o duplo homicídio e aos efeitos imediatos dos tiros constatados em D. Carlos e D. Luís Filipe, logo após a consumação dos crimes, e isso, porque de qualquer modo pode interessar para a boa compreensão de certos factos a que aludirei.
O rei D. Carlos, a rainha D. Amélia e o príncipe real D. Luís Filipe desembarcaram do vapor que os conduziu do Barreiro até à estação Fluvial do Terreiro do Paço, então instalada na margem do Tejo, próximo do torreão integrado nas instalações do Ministério da Guerra. Aí se lhes juntou o infante D. Manuel. Tomaram então todos lugar num «landau» aberto, tirado por cavalos, ocupando D. Carlos e D. Amélia os lugares trazeiros - a rainha à direita do rei, e D. Luís Filipe e D. Manuel os lugares dianteiros, o príncipe em frente do rei e o infante em frente da rainha. A carruagem pôs-se em marcha entrando na rua ocidental do Terreiro do Paço sendo seguida, a certa distância, por duas outras conduzindo, a primeira o Presidente do Ministério e a segunda os camaristas de serviço.
Quando a carruagem real atingiu o então Ministério da Fazenda instalado sobre as arcadas próximas da rua do Arsenal, foram disparados seguidamente dois tiros de carabina sobre o rei por um indivíduo de nome Manuel da Silva Buíça, o qual saíra de súbito, de entre os populares estacionados no passeio do lado do Terreiro e avançara para o leito da rua para trás da carruagem e também dois tiros de pistola Browning sobre o príncipe por outro indivíduo, Alfredo Luís da Costa, que parece ter surgido de entre os mesmos populares, o qual correu igualmente para trás da carruagem, que ia já a voltar para a rua do Arsenal.
Mal foram disparados os tiros que atingiram o rei, este caiu para o lado direito. Igualmente apenas foram disparados os tiros que alcançaram o príncipe, este caiu para o interior da carruagem.
O rei pouco tempo teve de vida - alguns escassos segundos. [...] O príncipe teve morte instantânea. [...]
Já de noite os cadáveres do rei e do príncipe real foram conduzidos para o Paço das Necessidades.
No dia seguinte, 2 de Fevereiro, procedeu-se ao embalsamamento de ambos após o exame dos ferimentos neles existentes.
Não se realizaram as autópsias por determinação do governo. Julgaram-nas dispensáveis. Realmente elas nada importavam para a organização do corpo de delito directo destinado a julgamento dos regicidas, pois estando estes mortos, não podiam ser julgados. Este e possivelmente outros motivos, levaram o governo a tal decisão."
(Excerto de Causas das mortes do Rei D. Carlos I...)
Matérias:
- Causas das mortes do Rei D. Carlos I e do Príncipe Real D. Luís Filipe. [Introdução]. - Relatório do exame no cadáver de Sua Majestade El-Rei o Senhor D. Carlos. - Conclusões. - Relatório do exame no cadáver de Sua Alteza o Príncipe Real Senhor D. Luís Filipe. - Conclusões. - I. Efeitos traumáticos provocados no Rei D. Carlos pela agressão de que foi vítima. - II. Efeitos traumáticos provocados no Príncipe Real D. Luís Filipe pela agressão de que foi vítima. - Em resumo.
Exemplar brochado em bom estado de conservação.
Raro.
Com interesse histórico.
Indisponível

25 maio, 2018

OLIVEIRA, Zacarias de - O PADRE NO ROMANCE PORTUGUÊS. Lisboa, União Gráfica, 1960. In-8.º (19,5cm) de 266, [2] p. ; B.
1.ª edição.
Curioso ensaio sobre a presença sacerdotal no romance escrito em português. Trata-se, talvez, do único estudo dedicado a este tema que se publicou entre nós.
"O padre católico parece ocupar um ponto perdido e defender uma doutrina de sabor bafiento a passado. É um enigma, com toda a verdade. Passa nas ruas e as suas roupas, muito tradicionais, não possuem o colorido e a garridice que acompanham as modas modernas. Veste de escuro e jamais se confunde com a multidão: ainda quando os seus esforços são desesperados para ser um como os outros, dá sempre nas vistas. Anda marcado pelo carácter sacerdotal e este, embora de ordem espiritual, invade-lhe toda a vida, expressa-se-lhe nos gestos, nos raciocínios, nas falas. [...]
Anda preso ao sobrenatural e leva-o consigo como uma responsabilidade consciente. Ainda quando não está à altura desse sobrenatural, ainda quando se consome por regressar ao natural estreme dos outros, passeando, falando, ele comunica esse sobrenatural: chama Deus a permanecer entre os homens e dá-O aos homens.
Este misterioso poder surge como qualquer coisa de extraordinário. Até perante os que não acreditam, aparece como uma espécie de feitiçaria que perturba: diante do padre não se admitem os estados neutros ou indiferentes, como nunca se verificaram esses estados perante Cristo, o sinal de contradição.
Mas anda também ligado ao natural. Embora ministro de Deus, com poderes verdadeiramente extraordinários, continua, pela vida fora, homem. Sofre no corpo e na alma as dores e as tentações do semelhante. É seu comparsa nas lutas entre Deus e Satã. Paladino do bem, sente em si próprio, segue misturado com as paixões, as intrigas, o lodo. E tudo isto vai refletir-se na sua vida, tudo arremessa salpicos, reais ou imaginários, para a sua existência: o mal encontra eco dentro de si. [...]
É um isolado. Misture-se embora com a multidão, continua gota de azeite que a quantidade de água agitada é incapaz de dominar. Fala e a sua voz tem um sabor estranho. Repara e os seus olhos, habituados ao sobrenatural, familiarizados com o celeste, vêem em branco, trespassam as almas, olham para além. Será sempre incompreendido. Não só pelos destituídos da cultura do seu curso demorado, como acontece nas aldeias, mas também pelos outros, pelos chamados cultos: se estes compreendem os seus estudos e o exterior das suas frases, sentem que o principal se lhes escapa também. [...]
O romance encontrou o padre como assunto e tema, como personagem a estudar. E podia encontrá-lo sob dois aspectos: um caso de verdadeira e intensa psicologia humana; alguém que vive em sociedade misturado com os outros, neles influenciando e deles recebendo influências."
(Excerto de O padre personagem de romance - introdução)
Índice:
O padre personagem de romance: A influência de Bernanos; O padre social; Um pouco de crítica. O padre no romance português. O Anticlericalismo. Tempos românticos: Herculano e o isolamento sacerdotal; Almeida Garrett e o lirismo liberal; Camilo Castelo Branco; Júlio Dinis; Outros casos dos tempos românticos. Realismo e Naturalismo: Eça de Queirós; Ramalho Ortigão; Fialho de Almeida; Abel Botelho; Guilherme Braga. Geração fim de século: Manuel Ribeiro; Antero de Figueiredo; Aquilino Ribeiro; Júlio Dantas; Nuno de Montemor; Júlio Brandão. Tempos Modernos: A geração da presença; Neo-realismo; Romancistas actuais sem escola. Novas e velhas correntes da actual ficção. Conclusão.
Exemplar brochado em bom estado de conservação. Capa ligeiramente oxidada.
Raro e muito interessante.
Indisponível

23 maio, 2018

FILINTO, Jayme - A GRANDE CATASTROPHE DO THEATRO BAQUET. Narrativa fidedigna do terrivel incendio occorrido em a noite de 20 para 21 de Março de 1888, precedida da historia do theatro. Coordenada por... e ornamentada com cinco magnificas phototypias reproduzindo as ruinas do theatro, interior e exteriormente. Porto, Casa Editora Alcino Aranha & C.ª, 1888. In-4.º (28 cm) de 324, [4] p. ; [5]  f. il. ; il. ; E.
1.ª edição.
Monografia sobre o incêndio que reduziu a escombros um dos teatros mais emblemáticos do Porto e que reclamou dezenas de vítimas. A tragédia chocou o país, tendo tido eco na imprensa nacional e internacional da época.
"Construído sob os auspícios de António Pereira, um alfaiate portuense, que tendo passado parte da sua vida na Espanha, ao regressar à Pátria [...] decide construir um teatro. Nasce o Teatro Baquet." (ESPIRITO SANTO, 1988, p. 11)
"Na madrugada do dia 20 para 21 de Março o Baquet tinha na sua programação, uma ópera cómica, um espectáculo de ballet espanhol e uma paródia. O público lotava a plateia e aplaudiu pedindo repetição do número que havia sido encenado. Nesse momento, entre palmas e apupos, uma das bambolinas trespassa uma gambiarra..." (Marcelina das Graças de Almeida)
Encadernação coeva em meia de pele com ferros gravados a ouro na lombada. Sem as capas de brochura.
Exemplar em bom estado geral de conservação. Apresenta pequena falha de pele na base da lombada e restauro de duas páginas sem afectação do texto.
Raro.
Peça de colecção.
Indisponível
GURUPY, J. P. - GALICULTURA. Ilustrações do autor. 2.ª edição. [Como se prepara o galo combatente para ganhar brigas]. Rio de Janeiro, [s.n. - Composto e impresso nas oficinas próprias da Editôra A Noite, Rio], 1956. In-8.º (19 cm) de 85, [3] p. ; mto il. ; B.
Manual para preparação de galos de combate, "desporto" sem tradição em Portugal, cujos eventos apenas episodicamente têm lugar, e sempre de forma clandestina. Hoje em dia, por tudo o que envolve esta actividade - maus tratos infligidos aos animais e apostas ilegais -, na maioria dos países, incluindo Portugal e Brasil, esta prática é proibida.
Ilustrado com a fotografia do autor no início do livro, mapas de ginástica e de treinos, desenhos esquemáticos e inúmeras gravuras e fotografias dos animais ao longo do texto.
"Quis reunir em um livro, com o nome "MANUAL DO GALISTA", os conhecimentos que adquiri em muitos anos de prática de galicultura. [...]
Bem sei que não há livro, por melhor que seja, que possa por si só, ensinar minuciosamente todos os segredos de uma profissão, mas, apesar disso, procurei ser o mais minucioso possível, valendo-me quase que exclusivamente da minha experiência e das minhas observações, feitas em muitos anos de prática de galicultura. [...]
Envidarei todos os meus esforços para, futuramente, melhorar êste livrinho, que é destinado aos amadores do másculo esporte galístico."
(Excerto da introdução)
Índice:
Introdução (1.ª edição). Prefácio (2.ª edição). Galos de briga do Distrito Federal. Padronização dos meus galos. Padrão Gurupy. Qualidades físicas. Preliminares da Treinagem. "Batida" de selecção (1.ª "Encorva"). "Batidas" de instrução de combate. Exercícios. Mapa de Ginástica. Mapa de Treinagem. Qualidades combativas. Ficha. As principais técnicas de briga. Golpes. Intervalos dos rounds ("Refrescos"). Tratamento após as "batidas" e brigas. Bico. Inspecção diária. Banhos e massagens. Banhos de sol. Palpebratomia. Tosa. Couraça. Corte das esporas. Exame físico de aptidão para a luta. Instalações. Gaiolas. Comedouros e bebedouros. Passeadouro. Tambor de "batidas". Pequenos parques. Banheiro de pós. Utensílios.
Exemplar brochado em bom estado de conservação.
Raro e muito curioso.
Indisponível

22 maio, 2018

CABRAL, Paulo Benjamin - ELECTROTECHNIA EM PORTUGAL. Por... Engenheiro civil, lente cathedratico do instituto industrial e commercial de Lisboa e enspector geral dos telegraphos. Congresso Pedagogico Hispano-Portuguez-Americano : Secção Portuguesa. Lisboa, Imprensa Nacional, 1892. In-4.º (25 cm) de [2], 38 p. ; B.
1.ª edição.
Importante subsídio para a história da engenharia electrotécnica em Portugal. O autor descreve o panorama nacional da disciplina, aproveitando para estabelecer um paralelo com o estudo da matéria no estrangeiro.
"A importancia e a necessidade do ensino technico são de tal modo reconhecidas e apreciadas, que de toda a parte surgem quotidianamente estudos tendentes a esclarecer algum dos multiplos problemas, ou a resolver alguma das questões controversas que lhes dizem respeito. Collaboram n'esses trabalhos, com igual zêlo, sabios e engenheiros eminentes, e todos os que estão ligados ao ensino publico ou particular, desde os mais famosos até aos mais humildes professores, mostram tanto empenho como os industriaes, os commerciantes e os proprios operarios em promover o desenvolvimento de um genero de instrucção que é indispensavel diffundir para fomentar o progresso industrial, ou pelo menos para assegurar para assegurar a cada povo o goso e os beneficios de muitos inventos e descobertas. [...]
Vejamos agora mais minuciosamente como está e como tem estado organisado em Portugal o ensino da electricidade e das suas prinicpaes applicações.
Como acima se disse, não ha, mesmo no presente momento, nenhuma escola technica superior destinada a ensino d'esta natureza e nas escolas existentes não estão organisados cursos especiaes. Apenas na escola do exercito (escola de applicação para os cursos das armas scientificas e de engenharia civil, e ao mesmo tempo escola para os officiaes das armas de infanteria e cavallaria) ha uma cadeira de telegraphia, destinada a completar a instrucção geral dos engenheiros.
O unico curso actual de electrotechnia era o que se ensinava nos institutos industriaes e commerciaes de Lisboa e Porto e que legalmente deixou de existir no segundo d'aquelles estabelecimentos, tendo sido transformado no primeiro por modo que não é n'este momento nem sequer curso preparatorio ou aproveitado para instrucção dos empregados telegraphicos."
(Excerto do texto)
Exemplar brochado, por abrir,  em bom estado geral de conservação. Capas frágeis com defeitos.
Raro.
Indisponível

21 maio, 2018

in ALFRED HITCHCOCK'S. Ciclo organizado pela Cinemateca Portuguesa e pela Fundação Calouste Gulbenkian com o alto patrocínio das Embaixadas Britânica e dos Estados Unidos da América em Lisboa No Teatro Municipal de S. Luís e no Grande Auditório da Fundação. De Fevereiro a Abril de 1982. [Lisboa], Edição da Cinemateca Portuguesa e da Fundação Calouste Gulbenkkian, 1982. In-4.º (26cm) de 220, [4] p. ; mto il. ; E.
1.ª edição.
Importante biografia de Alfred Hitchocock - o mestre do suspense - e a sua obra, publicada por ocasião do ciclo de cinema a si dedicado.
Índice: Da vida e obra de Alfred Hitchocock, por João Bénard da Costa. As aparições de Hitchocock, por Maurice Yacowar. Léxico mitológico para a obra de Hitchocock, por Philippe Demonsablon. It's only a film ou a face do nada, por Pascal Bonitzer. Alfred Hitchocock, por Luís Noronha da Costa. A cortina rasgada, por Jorge Alves da Silva. Plotting de Hitchocock family, por Susan Schenker. Filmografia. Bibliografia.
Encadernação editorial com ferros gravados a seco e a negro e aplicação manual de gravura colorida.
Muito invulgar.
20€

20 maio, 2018

MOTA, Miguel - PROBLEMAS DA INVESTIGAÇÃO CIENTÍFICA. Problemas da Agricultura. Artigos publicados no Jornal do Comércio : 1960-1969. [Por]...Engenheiro Agónomo : Departamento de Genética da Estação Agronómica Nacional. Lisboa, Federação Nacional dos Produtores de Trigo, 1969. In-4.º (24,5 cm) de 268, [4] p. ;il. ; B.
1.ª edição.
Conjunto de artigos publicados pelo autor no Jornal do Comércio ao longo de dez anos, sobre a investigação científica em Portugal e a sua aplicação à agricultura nacional.
Livro ilustrado com quadros no texto.
Miguel Eugénio Galvão de Melo e Mota (1922-2016). Agrónomo, investigador e cientista português, doutor honoris causa pela Universidade de Évora e pioneiro da Genética e da Biologia Celular em Portugal. "Estudou no Instituto Superior de Agronomia, Universidade Técnica de Lisboa, de 1940 a 1948, quando recebeu o título de Engenheiro Agrónomo. O seu Relatório de Tirocínio, "Factores que comandam a cor e o comprimento do pêlo no coelho" foi classificado com 18 valores. A dissertação, cujo trabalho de investigação foi realizado de 1946 a 1948 no Departamento de Genética da Estação Agronómica Nacional e se intitulou "O Trigo Sarraceno (Fagopyrum esculentum Moench)", foi classificado com 17 valores. A classificação final de curso foi de 14 valores."

(Fonte: http://miguelmota.planetaclix.pt/cv.html)
Exemplar brochado em bom estado de conservação.
Invulgar.
15€

16 maio, 2018

BORDALO, Francisco Maria – EUGENIO : romance maritimo. Por... 2.ª edição. Lisboa, Typ. na rua dos Douradores, 1854. In-8.º (19cm) de 288 p. ; E.
Eugenio inaugurou o denominado "romance marítimo" em Portugal, género literário muito apreciado na segunda metade do século XIX. A presente edição foi a 1.ª publicada em Portugal, tendo sido publicada originalmente no Brasil alguns anos antes (1846).
Livro ilustrado com bonitas capitulares.
Este romance marítimo – primeiro do seu género que se escreveu em portuguez – foi impresso no Rio de Janeiro em 1846. Poucos exemplares d’essa edição vieram á Europa – felizmente, porque está recheada de erros typographicos, alem das faltas que revelam a precipitação com que foi escripto o livro. Eis as palavras com que terminámos o prefacio d’aquella primeira edição:
«Este romance, delineado nos mares de Africa, começado a executar em Lisboa, continuado no Rio da Prata, e concluido no Brasil, resentir-se-há, sem duvida, das calmas e borrascas entre as quaes foi architectado, e das sensações sob cuja influencia foi escripto em tão diferentes climas; não terá, talvez, unidade de acção nem de estylo, caracteres bem sustentados, grande invenção… mas, terá elle vida… sentimento?»
«Não somos nós o jury competente para o decidir.»
«Rio de Janeiro, 12 de Fevereiro de 1846»
Hoje corrigimos, alterámos, emendámos, cortámos aqui, accrescentámos acolá… ficaria melhor o livro? Tambem não podemos decidir – o publico o julgará.
Lisboa, 25 de Novembro de 1853.”
(Introdução)
Francisco Maria Bordalo (1821-1861). "Capitão-tenente da Armada Portuguesa. Escritor e jornalista, foi o percursor do romance marítimo na nossa literatura. Amigo íntimo de Herculano, de Garrett e de outros intelectuais da época, deixou páginas de muito interesse para o conhecimento da vivência a bordo dos navios do seu tempo. Marinheiro aos 12 anos, estudou Matemáticas na Academia de Marinha. Como guarda-marinha fez numerosas viagens a partir de 1837. As suas impressões de viagens foram traduzidas pelo Times."
Bonita encadernação coeva inteira de carneira com rótulo carmim e dourados na lombada. Sem capas de brochura.
Exemplar em bom estado de conservação. Falta f. anterrosto (?). Selo de posse no verso da f. de guarda.
Raro.
Indisponível
IGREJA CATÓLICA EM MOÇAMBIQUE. Primeira Pastoral dos Bispos de Moçambique. Os Padres Brancos. Prefácio de Anselmo Borges. [S.l.], Delfos [Comp. e Imp. na Tip. Guerra, Viseu], [1970]. In-8.º (16cm) de 175, [1] p. ; B. Col. Temas 2000, 11
1.ª edição.
Importante documento para a história da missionação em Moçambique.
"A Igreja é também a Igreja que está em Moçambique, que vive em Moçambique, que quer servir e ser luz do povo moçambicano, ao mesmo tempo que quer ser também iluminada por ele.
O Episcopado moçambicano, voz e expressão da Igreja profética em Moçambique, falou numa Carta Pastoral, para proclamar a verdade, a dignidade da pessoa humana, para reclamar justiça, relações verdadeiramente humanas e fraternais, para denunciar injustiças, para apontar caminhos, para anunciar a Boa Nova. [...]
É um documento notável, oportuno, até certo ponto corajoso, que abalará algumas consciências que prefeririam não ser desinstaladas do seu comodismo fácil e egoísta. É por isso um texto que deve ser lido e meditado e que «não pode ficar perdido nas páginas de revistas ou nos arquivos eclesiásticos», como foi escrito quando me foi pedido este prefácio."
(Excerto do Prefácio)
Índice:
Prefácio. I - Primeira Pastoral Colectiva dos Bispos de Moçambique: 1. Moçambique-1970; 2. Para uma Sociedade mais Humana; 3. Educação; 4. Evangelização. II - Os Padres Brancos.
Exemplar brochado em bom estado de conservação. Capas manchadas.
Invulgar.
Com interesse histórico e religioso.
10€

15 maio, 2018

MARDEL, Coronel Eugénio - A "BRIGADA DO MINHO" NA FLANDRES (o 9 de Abril). Subsídios para a história da 44.ª Brigada do C. E. P. Com autorização do Ministério da Guerra. Lisboa, Serviços Gráficos do Exército, 1923. In-8.º (19cm) de 207, [1] p. ; [3] plantas desd. ; B.
1.ª edição.
Relatório do Coronel Eugénio Mardel, 2.º Comandante da 4.ª Brigada de Infantaria, redigido durante o seu cativeiro no Campo de Breesen. Trata-se de um dos mais importantes subsídios coevos publicados para a história da presença do Corpo Expedicionário Português em França, e a sua actuação na Batalha de La Lys, na Flandres, em 9 de Abril de 1918.
Ilustrado no texto e em separado com mapas, gráficos e plantas topográficas do cenário de guerra.
"Êste relatório foi elaborado no Campo de Prisioneiros de Breesen, sem auxílio de nenhum documento, além dos dados fornecidos por uns relatórios sumário dos Batalhões de Infantaria 3, 8 e 20, por recordações de factos passados e ainda informações colhidas de oficiais e praças, feridos e prisioneiros, por mim e pelo infatigável trabalhador, valente leal e dedicado amigo o Capitão de Infantaria, granadeiro da Brigada Agnelo João Taveira Moreira, que durante o cativeiro sempre me acompanhou, e que, no decorrer da Batalha em cumprimento de um dever militar se sacrificou, ficando gravemente ferido. Tendo sido conclüido em 16 de Dezembro de 1918, e por mim entregue ao Quartel General do C. E. P. em Roquetoire no dia 6 de Janeiro de 1919, ao então capitão do S. E. M. Sr. Álvaro Teles Ferreira de Passos, em serviço no referido Q. G., quando ali me apresentei de regresso da situação de «Prisioneiro de Guerra» na Alemanha."
(Introdução)
Exemplar brochado em bom estado de conservação.
Raro.
Com interesse histórico.
Indisponível

14 maio, 2018

MACEDO, José Agostinho de – AS PATEADAS DE THEATRO INVESTIGADAS NA SUA ORIGEM; E CAUSASPor… LISBOA: Na Impressão Regia. Anno de 1812. Com Licença. In-8.º (15cm) de 132 p. ; E.
1.ª edição.
Apreciada edição original desta obra do desbragado padre planfetário, e uma das mais curiosas da sua extensa bibliografia.
“Illustre sombra, fizeste rir, e triunfaste. A mais grave Nação da Europa gemia opressa debaixo dos irrisorios Fantasmas de andante cavalaria; tu a salvaste, pintando-lhe hum fantastico cavaleiro. A minha Nação geme opressa debaixo do pezo imenso de parvoíces theatraes, com o teu exemplo eu a procuro salvar. Dedico-te este ensaio, talvez não inferior aos prodígios do teu engenho. Se nele não te igualo, por certo ha entre as minhas, e tuas circumstancias grande analogia. Tu morreste de fome em Sevilha, e eu…"
(Excerto da introdução, Á sombra de Cervantes)
Encadernação coeva inteira de pele com rótulo e ferros gravados a ouro na lombada.
Exemplar em bom estado geral de conservação. Pastas esfoladas, com falhas de pele nas extremidades da lombada. Assinatura de posse no verso da 2.ª folha e um ou outro escrito no texto; sinais de humidade transversais a toda a obra.
Raro.
40€

13 maio, 2018

BRUNO - O ENCOBERTO. Porto, Livraria Moreira - Editora, 1904. In-8.º (19 cm) de XX, 381, [3] p. ; B.
1.ª edição.
Importante ensaio sobre o messianismo.
De acordo com Sampaio Bruno, "o verdadeiro messias não é um príncipe morto e ressuscitado pela febre dos ignorantes, nem as nações privilegiadas dos xenófobos, mas tão-só e apenas o Homem". Foi à luz desta ideia de liberdade e desta noção de dinamismo universal fortemente apoiado em critérios morais que analisou, em O Encoberto a filosofia da história de Portugal, como também defendeu a sucessão evolutiva entre a monarquia, a república e o socialismo. O critério essencial para apreciação do desenvolvimento dos povos e das nações é o seu estado de desenvolvimento moral, o estado de apuramento da sensibilidade e dos costumes, com expressão também ao nível das formas de dominação política."
(Fonte: http://cvc.instituto-camoes.pt/filosofia/rep6.html)
"Não morrera, porque o seu symbolo vivo não morrera tambem; a sua encarnação heroica conseguira salvar-se, afinal, da desesperação sanguinosa da batalha perdida.
Mas, senão morrera, onde estava então, que não volvia ao seu suspiroso paiz?
Que havia de extraordinario, almas mal nascidas e escassamente medradas em apoucada fé? Não morrera como outros seus pares, de congenere destino; e, como elles, estava fazendo penitencia, a pungir-se de seus peccados e a expungir suas lancinantes responsabilidades, ahi onde marcado lhe fôra, como esses outros o estavam, outrosim, ahi onde a elles pela mesma superna justiça marcado lhes fôra tambem. [...]
Todavia, nos adustos plainos de Alcacer-Khebir Portugal cahira, com universal estrondo, e por morto universalmente o deram; os seus mesmo naturaes, na desesperação de seus lamentos, por morto o confessaram.
É certo que, em sua fé, o crente tem que, da morte, o Christo resuscitou; e, de sciencia, o profano sabe que tambem da morte os povos resurgem, como as nações grega e italiana agora mesmo o testificam e e attestam.
Assim tambem, amortalhado e morto, consoante em luzente, funebre painel nol-o os nossos o amostraram, assim tambem havia de resuscitar Portugal verdadeiro? E resuscitado o teriamos de ter, de verdade?"
(Excerto do Cap. O Encoberto)
Indice:
Introdução. I - A Fé e o Imperio. II - O Desejado. III - O Encoberto. IV - O Restaurado. V - Mytho. VI - Realidade. VII - Decadencia e progresso.
Sampaio Bruno, pseudónimo de José Pereira Sampaio (1857-1915). "Nasceu no Porto, em 1857, e faleceu na mesma cidade, no ano de 1915. Formou-se em Medicina em 1876, embora nunca tenha exercido essa profissão. Implicado no movimento revolucionário de intenção republicana de 1891, emigra para Paris, onde redige o Manifesto dos Emigrados da Revolução Republicana de 31/01/1891. Pensador notável e estudioso dos problemas filosóficos e metafísicos, cedo revelou paixão pelo jornalismo. Com apenas 15 anos é levado a tribunal de liberdade de imprensa, pela redacção e publicação de Vampiro. Absolvido, continua a sua digressão pelas letras e pelo jornalismo, redigindo, fundando e colaborando em revistas e jornais, a citar: Laço Branco (que se segue a Vampiro), Gazeta do Realismo, Revista de Portugal e Brasil, Diário da Tarde, Folha Nova, entre outros. Traduziu a História de Portugal, do alemão H. Schaefer. Em 1874, apenas com 17 anos, publica o seu primeiro livro: Análise da Crença Cristã, que provocou escândalo e suscitou polémica. Este livro seria o primeiro de uma extensa obra onde se incluem: A Geração Nova, 1886; Notas do Exílio, 1893; O Brasil Mental, 1898; A Ideia de Deus, 1902; O Encoberto, 1904; Os Modernos Publicista Portugueses, 1906; Portugal e a Guerra das Nações, 1906; A Questão Religiosa, 1907; Portuenses Ilustres, 1908; A Ditadura, 1909; O Porto Culto, 1912; Os Cavaleiros do Amor, livro inacabado, editado em 1996. Após a Proclamação da República, em 1910, foi nomeado funcionário superior da Biblioteca Pública Municipal do Porto e, posteriormente, seu Director. Foi dos primeiros críticos do positivismo de Comte."
(Fonte: http://teoriadojornalismo.ufp.edu.pt/inventarios/bruno-s-1906)
Exemplar brochado em bom estado de conservação. Capa apresenta vinco no canto sup. dto.

Invulgar.
Com interesse histórico e filosófico.
Indisponível

12 maio, 2018

SOUZA (Nemo), J. Fernando de - O ESPIRITISMO E A DOUTRINA DA EGREJA. (Conferencia na Liga de Acção Social Chistã em 8 de Maio de 1923). Lisboa, Composição Rua da Lucta, 30, 2.º : Impressão Rua do Mundo, 12, 1923. In-8.º (19cm) de 30, [2] p. ; B.
1.ª edição.
Conferência proferida pelo Conselheiro Fernando de Sousa. Trata-se de um curioso ensaio sobre o espiritismo, encarado sob o ponto de vista do catolicismo, religião professada pelo autor.
"A ancia de conhecer os segredos de alem-tumulo e de comunicar com os mortos, para que nolos revelem e, sobre tudo, para mitigar as dores da separação de seres queridos, em todos os tempos determinou praticas tendentes a projectar a luz sobre essa região mysteriosa.
Ao mesmo tempo, em torno da religião, - que é a crença num mundo superior, no qual se acha o objecto supremo das legitimas aspirações do coração e da consciencia e com o qual é possivel ter comunicação, - surge a vegetação parasitária da magia, - perversão da sciencia e da religião, crença em poderes mysteriosos, quasi sempre malfasejos, arte de dominar por observancias ocultas e de aspecto religioso as forças da natureza e as influencias do mundo invisivel.
Os mais degradados selvagens, como os mais requintadamente civilisados, pagam tributo a essa doença mental, tanto mais quanto maior é a sua ignorancia ou menosprezo da verdadeira religião.
As feitiçarias dos povos selvagens, os magos da antiguidade, as bruxas da Edade-Media, os mediuns e ocultistas do tempo presente, são os profissionaes dos erros que alastram e invadem os espiritos na proporção em que afrouxa ou se escurece a fé religiosa, pois crendice e incredulidade ou ignorancia religiosa se aliam quasi sempre, tão profundas e indestructiveis são as aspirações da alma, que procuram em doutrinas e praticas suspeitas o alimento, que não recebem da religião verdadeira."
(Exerto de Perante o mysterio de alem-tumulo)
Matérias:
Introducção necessaria. Advertencia prévia. Perante o mysterio de alem-tumulo. Os ensinamentos da Egreja : Synthese doutrinal: Autoridade da Egreja; A vida intima de Deus; A obra da creação; A lei da provação e a queda original;  A vida de além-tumulo; Comunicações com os mortos. O moderno espiritismo: Breve resenha historica; As revelações dos espiritos; O perispirito; Factos naturaes e preternaturaes; O perigo do espiritismo e as prohibições da Egreja. Catholicismo e espiritismo: Incompatibilidade doutrinal; Contradicções doutrinaes; O espiritismo em Portugal. Theosophismo e ocultismo. Conclusão.
José Fernando de Sousa, geralmente conhecido como Fernando de Sousa e pelos pseudónimo jornalístico Nemo (Viana do Alentejo, 1855 - Lisboa, 1942). "Foi um engenheiro, jornalista, escritor, político e militar português."
(Fonte: wikipédia)
Exemplar brochado em bom estado geral de conservação. Capas frágeis com defeitos e pequenas falhas de papel.
Raro.
Indisponível

11 maio, 2018

SANTOS, João Antonio Correia dos – SUBSÍDIOS PARA A HISTÓRIA POLÍTICA E MILITAR DA REVOLUÇÃO DE 14 DE MAIO DE 1915. Por... Capitão de infantaria habilitado com o curso do Estado Maio e professor do Colégio Militar. Lisboa, Tipografia da Cooperativa Militar, 1915. In-4.º (23cm) de 245 p. ; il. ; E.
1.ª edição.
Importante contributo para a história da revolta de 14 de Maio de 1915, golpe de estado liderado por Álvaro de Castro e pelo general Sá Cardoso, que conduziu à deposição do governo presidido pelo general Pimenta de Castro e à reposição em vigor da Constituição Portuguesa de 1911. A sangrenta insurreição foi responsável por cerca de duas centenas de mortos e aproximadamente um milhar de feridos.
"Os factos que expomos, uns foram presenciados por nós, outros foram extraídos de relatórios dos comandantes das unidades e uma grande parte foi colhidas nas declarações feitas pelas figuras, que mais se salientaram no movimento insurrecional, que sem dúvida foi dos abalos mais violentos que regista a história. Parece-nos que toda a gente devia ter ficado com a impressão bem nítida de que a República está profundamente arreigada na alma popular e que perdem o tempo os que julgam poder derruba-la."
(Excerto do prefácio)
Encadernação cartonada, recente, com ferros gravados a ouro na lombada. Conserva as capas de brochura.
Exemplar em bom estado de conservação.
Raro.
Com interesse histórico.
25€

09 maio, 2018

P. F. P. C. - NOVO MINISTRO DOS ENFERMOS, OU METHODO PRATICO DE ADMINISTRAR OS SACRAMENTOS AOS ENFERMOS, E ASSISTIR AOS MORIBUNDOS. DIRIGIDO AOS NOVOS SACERDOTES DA CONGREG. DE S. CAMILLO PELO... Da mesma Congregação. LISBOA: NA IMPRESSAO REGIA. ANNO 1815. Com Licença. In-8.º (14,5cm) de XXXIII, [1], 358 p. ; E.
1.ª edição.
Curioso "manual" oitocentista de acompanhamento espiritual aos pacientes e cuidados paliativos aos moribundos, da autoria do padre Francisco Pires da Costa, religioso da Congregação de S. Camilo de Lellis*, não identificado na obra, a não ser pelas iniciais "P. F. P. C." que constam no frontispício. Trata-se de uma obra curial, conjuntamente com As Centúrias de Curas Medicianais de Amato Lusitano (séc. XVI), para a história da assistência aos doentes terminais em Portugal.
*A Casa de São Camilo de Lélis era masculina e pertencia à Congregação dos Clérigos Regulares Ministros dos Enfermos de Portugal e dos Algarves, da qual foi sede. Também era conhecida como Convento dos Camilos da Congregação dos Clérigos Agonizantes. Cerca do ano de 1759, os padres desta congregação instalaram-se em Lisboa, numa casa no Poço do Borratém, na antiga Capela de São Mateus, depois denominada Igreja de São Camilo de Lélis. Dedicavam-se essencialmente a ajudar nos ofícios divinos e a dar assistência espiritual dos doentes do Hospital de São José."

(Fonte: http://digitarq.arquivos.pt/details?id=1379442)
Sobre o livro e a sua importância para a história dos cuidados paliativos em Portugal, recomendamos a leitura do artigo "História dos Cuidados Paliativos em Portugal: Raízes", de António Lourenço Marques, in Cuidados Paliativos, vol. 1, n.º 1 - março 2014 (pp, 7-12), acessível em http://www.apcp.com.pt/uploads/revista_cp_vol_1_n_1.pdf.
"Sendo o ultimo periodo da vida humana aquelle fatal, e critico momento de que pende para sempre huma feliz ou desgraçada sorte; o importante negocio da Salvação de huma Alma, que se acha inquieta com os horrores da morte; angustiada pela união de hum corpo, já prostrado pelos violentos choques da Enfermidade, e que em toda a parte só encontra objectos de dor, e de amargura; exige dos Sagrados Ministros da Igreja hum particular desempenho daquelles importantes deveres, a que estão obrigados pela Uncção, e Caracter do Sacerdocio, que recebêrão, e como Depositarios da jurisdição, que os Primeiros Pastores lhes confiárão.
E com effeito, se olhamos com reflexão para o estado, em que se acha hum Enfermo prostrado sobre o leito da sua dor, attenuado pela falta das forças, que a febre lhe tem consumido, e talvez rodeado de tantos objectos de ternura, de que se vê obrigado a separar-se para sempre: Que zelo, e prudencia; que luzes, e descernimento não são necessarios a hum Ministro de Jesu Christo, que por obrigação, ou caridade, vai a ser o Director de huma consciencia perturbada, vacillante, e talvez illaqueada com abominaveis, e escandalosos crimes! Que fundo de discripção para conhecer de huma causa a mais interessante, pois que se trata de condemnar, ou absolver um Réo segundo a moral certeza da sua dor, e arrependimento! Que terna, e officiosa caridade para o ajudar a examinar os seus peccados; escutallo com benevolencia, para o não desanimar; instruillo com doçura, para o persuadir; sofrello em fim com paciencia, para o não perder! [...]
O frequente exercicio do nosso caritativo, e penoso Instituto, me tem obrigado a pensar com alguma reflexão nas gravissimas difficuldades, que se offerecem no desempenho das obrigações que elle prescreve. E ainda que os muitos, e differentes Livros, que entre Nós se tem publicado para direcção dos que assistem aos Enfermos, e Moribundos, contém excellentes Práticas, Avisos e Reflexões importantes, para dispôr, e animar hum Enfermo, e excitallo á dor, e compuncção das suas culpas; com tudo, como a Arte de bem morrer sempre foi entre todas a mais difficultosa, e o acerto daquelle arriscado passo pende principalmente dos socorros da Igreja, administrados em tempo, e occasião opportuna; cheguei a persuadir-me, contribuiria de algum modo para hum fim tão interessante, e serviria ao mesmo tempo ao commodo e utilidade de Vossas RR., se lhe offerecesse neste Livro alguns uteis, e proveitosos Documentos, para se dirigirem com acerto na Administração dos Sacramentos aos Enfermos, e decidirem alguns casos mais difficultosos por meio de huma prompta e segura Resolução: e esta será a Materia da Primeira Parte.
Porém como não basta dirigir com promptidão, e segurança a consciencia de hum Enfermo; mas he tambem necessario prestar-lhe hum espiritual socorro, quando já Agonizante, e Moribundo: Constará a Segunda Parte de algumas Breves Exhortações, que se deverão regular segundo o tempo, estado, e occasião, e conforme o exigir a necessidade; ao que se ajuntão as Preces, e Orações da Igreja, e outras, que o uso, e a piedade tem adoptado para o fortalecer, e animar naquella hora contra os ataques do commum Inimigo, concluindo finalmente com alguns Actos, Jaculatorias, e Aspirações proprias para os ultimos momentos, tudo em periodos concisos, clausulas breves e terminantes; porque a experiencia tem mostrado, que naquelles ternos, e piedosos lances, hum ardente zelo, e huma caridade affectuosa pela Salvação das Almas, são bem capazes de fazerem tocante, discreta, e persuasiva e lingua mais rude, e balbuciente."
(Excerto do Prólogo)
Encadernação coeva inteira de carneira com dourados na lombada. Apresenta falhas de pele nas pastas e na lombada.
Exemplar em bom estado geral de conservação. Algumas páginas com pequenas falhas de papel nos cantos. Pequeno trabalho de traça, sem afectar a mancha tipográfica, visível apenas nas duas primeiras, e derradeiras folhas do livro.
Raro.
Peça de colecção.
Indisponível

08 maio, 2018

SOMBRIO, Carlos - HERMINISMO. (Conferência). Separata do jornal «A Voz da Serra». Seia, Edições «Montes Hermínios», 1949 [na capa, 1950]. In-8.º (21,5 cm) de 40 p. ; il. ; B.
1.ª edição independente.
Conferência pronunciada a 3 de Maio de 1942, no Colégio Dr. Simões Pereira, em Seia. Para efeitos de impressão em separata, o texto foi revisto pelo autor, que no entanto viria a falecer pouco tempo depois. A sua publicação visou perpetuar a  alocução, mas também homenagear Carlos Sombrio como grande amigo e divulgador da Serra da Estrela.
Obra rara, por certo com tiragem reduzida, ilustrado com dois retratos do autor, e bonitas vinhetas tipográficas.
"«Herminismo» é, incontestàvelmente, um poema rescendente de harmonia e ritmo, de luz e de cor, de humanismo e de requintado impressivismo, sensorial de realismo e de verdade...
Assim, a conferência proferida por Carlos Sombrio, - talento cintilante, alma ardente e sedenta de vôos de beleza que à Nossa Terra tem devotado carinhos de enamorado - não podia deixar de ser, como foi, uma fonte cachoante de emoções, um caudal de sensações espirituais, qual delas a mais vivida e qual delas a mais penetrante.
Não nos surpreendeu, mas avassalou-nos, subjugou-nos, arrebatou-nos o seu fervor de crente em oração perante o grandioso altar da Montanha.
Carlos Sombrio, não impressiona tão sòmente pela riqueza superabundante do seu estilo ou pela elegância da sua palavra. Prende e empolga antes pela sua sensibilidade vibrante, pelo saudismo que palpita nas suas evocações, pelo arroubamento quáse místico que se irradia, que se reanima e se comunica através do inflamado calor que toma a sua voz.
Sente connosco. Sentimos com êle."
(Excerto de Uma conferência - Um escritor - Uma obra..., por António Aragão)
"Na ânsia insatisfeita de desvendar mistérios, o homem é um eterno e impenitente sonhador. Anseia e deseja, inquieta-se e tortura-se. Foi inicialmente essa inquietação e essa tortura que em tempo distante, aqui me trouxeram, pela primeira vez, à Serra.

Trazia no coração o alvoroço de todas as esperançosas quimeras, e na alma a sêde ardente de desvendar lindezas que antevira em ilusórios sonhos. Deixara o mar, onde em menino e môço aprendera, na tristeza das suas queixas, na dolência das suas amorosas baladas, a amar a contemplação e a entender a emotividade das coisas.
O combóio trouxera-me de longe encantado e prêso à atraente altivez da Serra e poisara-me num dos degraus da Montanha. Anoitecia no Mundo, - e dentro de mim.
A Serra, na sua sedução feiticeira, fàcilmente aprisionaram o espírito do desconhecido que se abeirava do seu abrigo, - que se fazia inquilino da sua graça perturbante, da sua atraente beleza."
(Excerto de Louvor)
Matérias:
- A única razão.. - Uma conferência - Um escritor - Uma obra... - Conferência: # Louvor; # Do herminismo - sentimento eterno; # A Beira, as suas belezas, as suas gentes, na voz dos prosadores e na lira dos poetas; # O espírito serrano numa tríplice personificação de exemplo: a altivez, a heroicidade e a abnegação; # In perpetuum.
Carlos Sombrio, pseudónimo literário de António Augusto Esteves (Figueira da Foz, 1894-1949). "Proprietário de um estabelecimento de ourivesaria e relojoaria na Praça Nova (Praça 8 de Maio), iniciou a sua atividade literária no jornal “A Voz da Justiça”. Desde 1920 e quase até ao fim da vida, foi um colaborador ativo da imprensa portuguesa, dispersa por quase uma centena de periódicos de todo o país, e manteve páginas literárias nos jornais “Gazeta de Coimbra” e “Notícias de Gouveia”.
Praticou remo, como timoneiro, na Associação Naval 1º de Maio, da qual foi, em 1920, nomeado sócio honorário e de cuja biblioteca foi patrono. Proferiu inúmeras conferências e organizou saraus artísticos memoráveis, alguns dos quais transmitidos pela antiga Emissora Nacional. A sua vastíssima produção literária abarcou diferentes géneros: contos, crítica e divulgação dos mais diversos autores, poesia, teatro (principalmente operetas e outras peças musicadas), inúmeros prefácios, textos acerca de desportos náuticos, biografias, estudos de história local, propaganda turística, entre outros."

(Fonte: http://diversosdicaseditos.blogspot.pt/2014/07/recordando-carlos-sombrio-no-120.html)
Exemplar brochado em bom estado de conservação. Capas ligeiramente oxidadas.

Raro.
Sem registo na BNP.
Indisponível