31 agosto, 2014

BRAGA, Francisco - AMORE E PERDIZIONE [Libreto] : dramma lirico in 3 atti. Musica de João M. Arroyo. Lisboa, Real Theatro de S. Carlos : Empreza de José Paccini, [1907]. In-8º (21,5cm) de 36 p. ; il. ; B.
Título da capa: Amor de Perdição.
Belíssimas ilustrações no texto da autoria do cenógrafo Luiz Salvador Marques.
Cantado pela primeira vez em Março de 1907 no R. Theatro de S. Carlos.
«Paraphrase do libreto italiano feita pelo auctor em face do mesmo e da V edição do romance de Camillo».
Rara peça camiliana, baseada no romance de Camilo Castelo Branco, Amor de Perdição. A acção decorre em Portugal, no princípio do século XIX. I e II actos em Viseu, III acto no Porto.
Impressa em português.
Exemplar brochado em bom estado de conservação.
Invulgar.
Indisponível

30 agosto, 2014

COSTA, Ferreira da - CINCO NOITES DE TORMENTA. Lisboa, Editorial do Povo, [1945]. In-8º de 140, [20] p. ; B. Col. Antologia de Grandes Reportagens, 1
1ª edição. 
Valorizada pela dedicatória autografa do autor.
Conjunto de interessantes crónicas.
"«Cinco noites de tormenta». O título não será excessivo, nem deslocado. Nenhuma delas foi escrita friamente. Nos momentos em que as vivi, houve tormenta em meu redor, ou agitação nos meus nervos. Sou daquêles que não conseguem presenciar sem funda emoção a menor cena da tragédia humana. Vibro, sofro, torno-me, afinal de contas, comparsa do espectáculo que quero observar. Mas suspeito que só assim - sentindo plenamente o assunto - poderemos transmitir impressões sinceras, libertos do risco de cair numa narrativa incolor e fria."
(excerto do prefácio)
Matérias:
- Carta à maneira de prefácio. - O farol dos «três loucos». - Duas horas debaixo de terra. - Os homens da barra. - Peregrinação entre cem mil mortos. - Quando os sinos dobram.
Ferreira da Costa (1907-1974). Jornalista e repórter português. Aos 17 anos, entrou como redactor no jornal «A Tarde», de Lisboa. Fez parte das redacções de outros jornais diários e, em 1928, seguiu para África. No regresso entrou para O Século, onde conquistou, mercê da sua actividade infatigável e das suas excepcionais qualidades, uma posição de justo relevo. Publicou importantes obras de literatura colonial, donde se destacam «Na Pista do Marfim e da Morte» e «Pedra do Feitiço».
Exemplar brochado em bom estado de conservação. Assinatura possessória na capa. Capas oxidadas.
Invulgar.
10€

29 agosto, 2014

COELHO, João - SERMAM // DO // ROSARIO // DA // VIRGEM SENHORA NOSSA // OFFERECIDO // AO ILLVSTRISSIMO, E REVERENDISSIMO SENHOR // D. VERISSIMO DE LANCASTRO // Arcebispo, & Senhor de Braga, Primàz das Espanhas, // do Concelho de sua Alteza, & seu Sumi- / lher da Cortina, nomeado In- // quisidor geral destes // Reynos. // PREGOV-O // O LICENCIADO JOAM COELHO // natural da Villa de Barcellos, em o primeiro // Domingo de Outubro de 1673. // PRESENTE O MESMO SENHOR ARCEBISPO // Primàz. // EM COIMBRA: // Com todas as licenças necessarias, // Na Officina de IOSEPH FERREYRA: Anno 1677. In-8º (19cm) de 23, [1] p. ; B.
Na p. de tít, tarja constituídas por pequenas vinhetas; No fim do texto, vinheta xilogr. com jarra de flores.
1.ª edição.
Obra dividida em duas partes: A dedicatória a D. Veríssimo de Lancastro (*) e o sermão propriamente dito.
"Livro da geração de Christo chama S. Matheus a este Evangelho: & porque não livro das geraçoens de Christo? porque não compendio, & volume das genealogias do Senhor? se perguntarmos aos Theologos quem he Christo, hão de responder, que he um composto inefavel de duas naturezas completas, humana, & Divina em a mesma subsistencia do Verbo unidas: se pois Christo tem duas geraçoens, assi como duas naturezas; porque não eserceuco hũa, & outra geração o Evãngelista? porque não falou em a Divina assi como escreveo a humana? a Divina por mais soberana parece avia de ser o primeiro rasgo de tão sagrada pena,avia de ser o assumpto melhor do Evangelista: a empreza quanto maior, quanto mais ardua, tanto mais realça de quem a cõsegue o credito."
(excerto do sermão)
(*) D. Verissimo de Lancastro, Cardeal da Santa Igreja Romana, Inquisidor Geral, quarto neto del Rey D. João, o II, foi provedor da Misericórdia em Évora, Thezoureiro-mór da Sé da cidade de Évora, e Inquizidor da dita cidade, Arcebispo e Senhor de Braga, Primàz das Espanhas, Conselheiro de Sua Alteza e seu Sumilier da Cortina. Ver Fr. Alvaro da Fonseca, Relação da nobre, e antigua família de Fonseca no Reino de Portugal… (Biblioteca Lusitana Histórica…, 1741-1759, p. 103) .
Exemplar brochado em bom estado geral de conservação.
Raro.
25€

25 agosto, 2014

JÚDICE, Nuno - NOS BRAÇOS DA EXÍGUA LUZ. [Lisboa], Arcádia, 1976. In-8.º (20,5cm) de 70, [2] p. ; B. Colecção Licorne, 2
1.ª edição.
Textos em poesia e em prosa publicados na apreciada Colecção Licorne.
Nuno Júdice (n. 1949). "Poeta, ensaísta e académico. Licenciado em Filologia Românica pela Faculdade de Letras de Lisboa, doutorou-se em Literatura Românica Comparada, na Faculdade de Ciências Sociais e Humanas, da Universidade Nova de Lisboa, onde é Professor Associado. Exerce uma atividade regular de crítica e ensaística literária, quer no âmbito das atividades universitárias, quer em jornais, como o Expresso e o JL - Jornal de Letras, Artes e Ideias. Dedicou-se, em particular, aos estudos anterianos e sobre o Modernismo português, tendo participado em edições fac-similadas das revistas Portugal Futurista, Centauro e Sudoeste, editadas pela Contexto Editora."
Exemplar brochado em bom estado de conservação.
Pouco vulgar.
Indisponível

24 agosto, 2014

MATOS, Pires de - SAUDADES DO MAR. Lisboa, Serviços Gráficos do Exército, 1928. In-8º (19,5cm) de 224, [4] p. ; B.
1.ª edição.
Colecção de episódios marítimos passados a bordo de um navio de guerra.
"Os clarins tocaram a sentido e logo a seguir a marcha de continência, nos navios de guerra dispersos pelo quadro, tal qual monstros de ferro a dormir, enquanto um gazolina, com o Ministro da Marinha, cortava rápido as águas barrentas do Tejo, salpicado de manchas brancas de gaivotas, depenicando na água, em grupos irrequietos.
Havia no ambiente uma dôce serenidade e Lisboa extendia-se para a barra, naquela tarde mole e tépida, com a preguiça de mulher lânguida e sonhadora, a relembrar dias longínquos, ou ainda próximos, mas intensa e maravilhosamente vividos.
Das janelas da casaria espalhada pelos morros, vinham até ao rio reflexos faiscantes do sol poente e viam-se subir aos céus, das chaminés de Alcantara e Belem, rôlos negros de fumo.
No cruzador República, os oficiais de sobrecasaca, dragonas e chapéu armado, foram ao portaló receber o ministro."
(excerto do texto)
Exemplar brochado, por abrir, em bom estado de conservação.
Invulgar.
15€

23 agosto, 2014

[BASTOS, José Joaquim Rodrigues de] - COLLECÇÃO DE PENSAMENTOS E MAXIMAS. Lisboa, Na Imprensa Nacional, 1845. In-4º (24cm) de VIII, 335, [1] p. ; E.
1.ª edição.
Raríssima edição original da Colecção de Pensamentos e Máximas, à época, a obra mais notável no seu género. Foi muito divulgada em Portugal e no Brasil, contando-se inúmeras edições ao longo do século XIX. Esta 1.ª edição tem a particularidade de ter sido publicada sem o nome do autor. A partir da segunda edição (1847), o título foi aumentado, alcançando o nome definitivo - Colecção de Pensamentos, Máximas e Provérbios.
"As maximas são como os numeros, que comprehendem grandes valores em poucos algarismos. Uma collecção dellas, ou de pensamentos que se lhes assemelhem, se corresponde ao fim moral e civilisador, a que devem dirigir-se collecções de tal natureza, é um deposito da sabedoria dos seculos; uma preciosissima mina, que cada um póde explorar, e que a todos póde enriquecer.
Aquelles, que não têem tempo para extensas leituras, acham ahi a unica leitura que lhes convem: e os que gostam de ler pouco, e reflectir muito, acham ahi os summarios dos mais apropriados capitulos que se podem, para os encher, propôr á sua reflexão.
A mocidade principalmente encontra um alimento sadio e solido que vai converter-se n'um excellente chylo; e o chylo n'um purissimo sangue, de que hade resultar a saude e o vigor de toda a sua vida. [...]
A maneira de ensinar por meio de sentenças curtas, destacadas, cheias de senso e de razão, é a mais antiga e a mais util, que se conhece. Era assim que os homens dos primeiros secilos se doutrinavam uns aos outros; e transmittiam á posteridade as regras de viver, e a sciencia dos costumes."
(excerto do prefácio)
José Joaquim Rodrigues de Bastos (1777-1862). Advogado e magistrado. Nasceu no lugar do Moutedo, Valongo do Vouga, Águeda, no dia 8 de Novembro de 1777 e faleceu a 4 de Outubro de 1862 na sua casa no Porto. Formou-se em Direito pela Universidade de Coimbra. Foi uma notável figura política e literária. Adere à Revolta da Martinhada (11 de Novembro de 1820). Deputado em 1821-1822, sendo secretário das Cortes. Membro da junta incumbida de reformar a Constituição de 1822. Em 1827 foi nomeado Intendente Geral de Polícia pela Infanta D. Isabel Maria, aderindo assim à nova política. Teve funções de Juiz do Tombo da comarca de Barcelos. Serviu D. Miguel I em vários cargos, sendo afastado pela nova ordem governativa em 1833.
Encadernação recente inteira de skyvertex a imitar carneira, com ferros a ouro gravados na lombada. Conserva as capas originais.
Exemplar em bom estado de conservação. Capa manchada, alvo de restauro nos cantos.
Raro.
50€

21 agosto, 2014

PARECER DA SUB-COMISSÃO ÁCERCA DA SITUAÇÃO ACTUAL DE MOÇAMBIQUE : Exposição entregue ao Governo em 3 de Março de 1917 - Sociedade de Geografia de Lisboa : Comissão de Estudo e Propaganda de Moçambique. [Lisboa], Sociedade de Geografia de Lisboa, 1917. In-4.º (23cm) de 48 p.
1.ª edição.
Estudo que reflete, sobretudo, a preocupação das autoridade portuguesas com as pretensões sul-africanas à colónia de Moçambique nas previsíveis negociações do pós-guerra.
"A Comissão de Estudo e Propaganda de Moçambique da Sociedade de Geografia de Lisboa encarregou uma Sub-comissão do estudo da situação de Moçambique, sob o ponto de vista da influencia que nessa situação possam ter, em futuro mais ou menos proximo, as circunstancias derivadas da guerra da Europa e dos seus reflexos na Africa do Sul e Oriental."
NB - Este Parecer foi aprovado pela Comissão de Estado e Propaganda de Moçambique, em sua sessão de 7 de Novembro de 1917.
Subscrevem o Parecer: Joaquim José Machado; Thomaz Antonio Garcia Rosado; Eduardo Augusto Marques; Albano Augusto Portugal Durão; Ernesto de Vasconcellos.
Exemplar sem capas (de origem?), por aparar, em bom estado de conservação. Ligeiramente oxidado na 1.ª e última folha.
Muito invulgar.
Com interesse histórico.
15€

20 agosto, 2014

DUMUR, Louis - O CARRASCO DE VERDUN. Tradução directa do francês de José Ribeiro dos Santos. Lisboa, Edições Novo Mundo, [1932]. In-8º (19cm) de 274, [6] p. ; B.
Novela da Grande Guerra.
"Quem supuser que êste livro é mais um livro de guerra não deixa de supôr uma verdade - mas uma verdade incompletíssima. É longa já, realmente, a série de livros publicados, que buscaram o sangrento conflito de 1914 como motivo principal. Mas Luiz Dumur, o autor de O Carrasco de Verdun, por condições especiais de temperamento, de faculdades de observação, é senhor de uma especial aptidão para nos mostrar da guerra um aspecto novo, já falado mas muito pouco conhecido: que intervenção teve no conflito a índole do povo germânico, desenvolvida sob o pêso de uma educação tôda baseada na idéa de que o mundo era a Alemanha e que todos os demais povos nenhuma esperança podia restar que a de serem esmagados sem apêlo."
(excerto da introdução)
Exemplar brochado em bom estado geral de conservação. Com defeitos nas capas e na lombada.
Pouco comum.
10€

19 agosto, 2014

SENA, Maria Tereza - A FAMÍLIA DO MARQUÊS DE POMBAL E O SANTO OFÍCIO. (Amostragem da importância do cargo Familiar na sociedade portuguesa setecentista e oitocentista). Lisboa, Editorial Estampa, [198-]. In-8º (21cm) de [50] p. (339-385 pp) ; B.
O texto desta separata constituiu uma comunicação apresentada em Dezembro de 1982 ao Colóquio Internacional organizado pela Comissão das Comemorações do 2.º Centenário da Morte do Marquês de Pombal.
"No gérmen desta comunicação está a confluência de dois temas a que nos vimos dedicando - o Marquês de Pombal, por um lado, a Inquisição, por outro. Quando pretendemos analisar quais os trâmites dos processos de habilitação para oficiais do Santo Ofício, fizemo-lo a partir do futuro Marquês de Pombal, datado de 1738, de que já se tinha falado no início do século, mas que nunca fora integralmente transcrito. Sê-lo-á agora.
Com a evolução do estudo do referido processo, e tendo seguido uma velha metodologia que sempre adoptámos no estudo dos processos-crime, ou seja, a elaboração da lista das pessoas referidas no processo e verificação das suas «relações» com a Inquisição, concluímos que os ascendentes do futuro Marquês de Pombal (incluindo os da sua primeira mulher, D. Teresa de Noronha) estavam quase todos ligados ao Santo Ofício, principalmente na qualidade de seus Familiares."
(excerto do Cap. I, Metodologia e objectivos)
Exemplar brochado em bom estado de conservação.
Invulgar.
Com interesse óbvio para a temática pombalina.
10€
Reservado

18 agosto, 2014

FERRÃO, Carlos - RELATÓRIOS SOBRE A REVOLUÇÃO DE 5 DE OUTUBRO. Prefácio e notas introdutórias de... Lisboa, Publicações Culturais da Câmara Municipal de Lisboa, 1978. In-4º (22cm) de 177, [3] p. ; B.
"O curioso que desejar conhecer ou o historiador que busque reconstituir, através das fontes, a revolução ocorrida em Lisboa (e também um pouco nos arredores) nos dias 4 e 5 de Outubro de 1910 encontra um número muito reduzido de textos que narrem o desenrolar dos factos, os seus antecedentes, a actuação dos revolucionários ou, ainda, como se processou o descalabro das forças militares monárquicas.
Dá esta circunstância especial interesse aos relatórios agora divulgados - cujo valor intrínseco é, de resto, bastante elevado -, assim como do facto de nos elucidarem sobre a actuação de várias individualidades ligadas à revolução em diferentes locais da cidade resulta uma visão ampla e diversificada do movimento, pela variedade de perspectivas e de ângulos de observação."
(excerto da nota introdutória de Fernando Castelo-Branco)
Matérias:
- Relatório do comandante Machado Santos aos membros do Governo Provisório da República.
- Relatório do capitão de artilharia José Afonso Pala.
- Exposição dos factos ocorridos nos dias 3, 4 e 5 de Outubro de 1910 com o capitão de artilharia Mariano Augusto Coque Júnior.
- Relatório de Infantaria n.º 5 pelo capitão Ascensão Valdês.
- Conduta do Batalhão de Caçadores n.º 5 na revolução que precedeu a proclamação da República, pelo capitão Carvalhal Correia Henriques.
- Notas de um oficial revolucionário, alferes de Caçadores n.º 5 Ernesto Gomes da Silva Júnior.
- Relatório do segundo-sargento Francisco de Sousa Marques, de Caçadores 5.
- Relatório dos serviços revolucionários pelo advento da República nas Portas de Algés, pelo ten. António Joaquim Ferreira Dinis.
Exemplar brochado em bom estado de conservação. Carimbo na f. rosto, oferta da CML. 
Invulgar.
Com interesse histórico.
Indisponível

14 agosto, 2014

SANTOS, Cezar dos – O DESPRESADO. Lisboa, Edição do Auctor [Comp. e imp. na Tipografia Formosa – Lisboa], 1924. In-8º (19,5cm) de [2], 113, [3] p. ; [2] f. il. ; il. ; B.
Memorias do auctor do Marquez da Bacalhôa. - A sua conversão. - Carta a S. M. a rainha D. Amélia. - O Regicídio. - Os políticos. - Quem instigou o Marquez da Bacalhôa? - Cartas e autógrafos sensacionais.
Ilustrado com uma carta fac-símile e um retrato de António de Albuquerque em folhas separadas e fac-símiles de cartas no texto. 
Valorizado pela dedicatória escrita pelo punho do autor.
Curiosa e rara edição, com interesse para a história da República. Trata-se das memórias de António de Albuquerque, o autor de O Marquês da Bacalhôa, romance polémico, com abundantes referências à família real e em particular ao Rei D. Carlos, publicado em 1908, e que deu brado na época.
César dos Santos (1907-1974). “Jornalista, ensaísta e ficcionista. Escreveu várias crónicas e reportagens sobre Lisboa. A sua atenção recaiu também sobre o Oriente e o Japão, sendo autor de diversos livros sobre estas temáticas.”
Exemplar brochado em razoável estado de conservação. Miolo em bom estado. Capas, f. rosto e lombada apresentam falhas de papel de relevo. Pelo interesse e raridade a justificar encadernação.
Raro.
15€

12 agosto, 2014

PIMENTEL, Alberto - O PORTO HA TRINTA ANNOS. Porto, Livraria Universal de Magalhães & Moniz, [1893]. In-8º (19,5cm) de X, [2], 284 p. ; E.
1.ª edição.
Apreciada monografia sobre o Porto.
"É de crêr que esta chronica retrospectiva do Porto do meu tempo nem sempre abranja, rigorosamente, um periodo de trinta annos. Mas, anno mais ou anno menos, não faz ao caso. O que eu pretendi foi dar ao leitor a impressão geral da época,a traços largos, evocando memorias de minha infancia, recordações que, contando por alto, não devem esfumar-se a menor distancia do tempo."
(Advertência indispensável)
"A cidade do Porto foi-se apinhando, originariamente, em torno do burgo da Sé, que a rainha D. Thereza doou ao bispo D. Hugo.
Ruas estreitas, alfurjas sombrias constituiam a povoação antiga, que a mitra portucalense senhoreava em lucta com o poder real. D'essa lucta resultaram graves conflictos, que se renovavam de quando em quando..."
(excerto do Cap. I)
Alberto Pimentel (1849-1925). "Escritor e jornalista. Publicou mais de duas centenas de obras, entre romances - sobretudo do género histórico -, crítica literária, crónicas de viagens, monografias históricas, memórias, poesia e teatro. Nas suas obras deu predomínio aos ambientes e figuras características do Porto."
Encadernação em meia de percalina com ferros gravados a ouro na lombada. Sem capas de brochura.
Exemplar em bom estado de conservação. Com uma folha solta (pp 111-112). 
Invulgar.
Indisponível

11 agosto, 2014

SALDANHA, Marechal Duque de - O Senhor Dr. Bernardino Antonio Gomes e o seu Folheto. Pelo... Lisboa, Imprensa Nacional, 1859. In-4.º (23cm) de 61, [1] p. ; B.
1.ª edição.
Polémica entre o Marechal Saldanha e o médico da Família Real, Bernardino António Gomes, a propósito do folheto Estado da Medicina em 1858, publicado pelo primeiro, defendendo o lugar da homeopatia na medicina, e que  provocou a reacção do médico através do opúsculo O Sr. Duque de Saldanha e os Médicos. O presente trabalho é a réplica a esse opúsculo.
Opúsculo muitíssimo valorizado pela dedicatória manuscrita do Duque de Saldanha na capa, à cabeça.
"Antes de entrar na analyse do folheto, que o Sr. Dr. Bernardino Antonio Gomes acaba de publicar, com o titulo «O Sr. Duque de Saldanha e os Medicos» não posso deixar passar desapercebido o titulo do referido folheto.
Eu não escrevi sobre os medicos, escrevi sobre a medicina. Não me passou pela mente discutir as pessoas; discuti a sciencia, os systemas, as cousas. Por mais respeitaveis que possam ser os membros de qualquer corporação, medicos, legistas, militares; por mais importantes que devam reputar-se os serviços que elles prestem, os escriptos que publiquem, ou os trabalhos que emprehendam, os homens significam muito pouco diante do complexo dos factos, diantes das verdades eternas, diante da obra de Deus."
(excerto da introdução)
João Carlos Gregório Domingos Vicente Francisco de Saldanha Oliveira e Daun, 1.° conde, 1.° marquês e 1.° duque de Saldanha (1790-1876). "Marechal general do exército, par do reino, conselheiro de estado efectivo, presidente do Conselho de Ministros, ministro da Guerra e ministro plenipotenciário em Londres, mordomo-mor da Casa Real, vogal do Supremo Conselho de Justiça Militar, etc."
Exemplar brochado em bom estado de conservação. Capas empoeiradas.

Na parte inferior da capa podem observar-se 2 selos postais incompletos.
Raro.
45€

10 agosto, 2014

GARRETT, V. de Almeida - VERSOS. Do... I. Lyrica, Terceira edição. Lisboa, Em Casa da Viuva Bertrand e Filhos, 1858. In-8º (17,5cm) de [2], VI, 287, [1] p. ; E. Obras do V. Almeida-Garrett. XVI. (Primeiro dos Versos)

"Que estancia tam feliz, de Flora alvergue,
Mimo da natureza!
Que saudavel bafejo d'aura estiva
Me renova a existencia!
Doce a mansão das Dryades florentes
O olfato lisongeia;
Ledo c'os filhos o cantor plumoso
Gorgeando esvoaça
De raminho em raminho, e vai na relva
Colhêr o tenro gomo
Da hervinha que desponta, e vem trazê-la
Ao fabricado ninho,
Onde a molle pennuge apenas cobre
Os caros pequenitos,
Tudo é vida, que pulla, que germina
Na alegre natureza." 

(excerto do poema A Primavera)

Encadernação em meia de pele com ferros gravados a ouro na lombada. Sem capas de brochura. Aparado à cabeça.
Exemplar em bom estado de conservação. Assinatura de posse coeva na f. anterrosto.
Invulgar.
Indisponível

07 agosto, 2014

QUEIROZ, Eça de - A ILLUSTRE CASA DE RAMIRES. Porto, Livraria Chardron, 1900. In-8º (18,5cm) de [4], 543, [1] p. ; E.
1.ª edição.
Rara edição original de uma das mais apreciadas obras de Eça, publicada no ano da sua morte.
"Nesta obra, Eça conta a história de Gonçalo Mendes Ramires, nas suas relações familiares, no seu convívio social, nos seus entusiasmos e nas suas inexplicáveis reacções.
O romance desenrola-se em dois planos que caminham paralelamente. Num, feito de idealismo, projecta-se o tradicionalismo romântico: romance histórico; no outro, com o sentido do realista, perpassa a vida contemporânea da província. É evidente o contraste entre a nobreza dos feitos guerreiros do romance e a mesquinhez, bisbilhotice, da vida da província. O próprio estilo é diferente." (Lilaz Carriço, in Literatura Prática II, Porto Editora)

"Desde as quatro horas da tarde, no calor e silencio do domingo de Junho, o Fidalgo da Torre, em chinellos, com uma quinzena de linho envergada sobre a camisa de chita côr de rosa, trabalhava. Gonçalo Mendes Ramires (que n'aquella sua velha aldêa  de Santa Ireneia, e na villa visinha, a aceada e vistosa Villa-Clara, e mesmo na cidade, em Oliveira, todos conheciam pelo «Fidalgo da Torre») trabalhava n'uma Novella Historica, A Torre de D. Ramires, destinada ao primeiro numero dos Annaes de Litteratura e de Historia, Revista nova, fundada por José Lucio Castanheiro, seu antigo camarada de Coimbra, nos tempos do Cenaculo Patriotico, em casa das Severinas."
(1.º parágrafo da obra)
Encadernação editorial, inteira de percalina, com ferros gravados a ouro na pasta frontal e na lombada.
Exemplar envelhecido, em bom estado geral de conservação. Pastas e lombada cansadas, descoradas, com defeitos vários. Assinaturas de posse nas f. rosto e anterrosto.
Raro.
Indisponível

06 agosto, 2014

CENÁRIOS DO TEATRO DE S. CARLOS. Publicação do Ministério da Educação Nacional, preparada pelo Comissariado do Govêrno junto do Teatro Nacional de S. Carlos e subsidiada pelo Instituto para a Alta Cultura. [Introdução de João Pereira Dias]. Lisboa, Ministério da Educação Nacional, 1940. In-4.º grd. (29 cm) de [4], 51, [7], [3], [4] p. ; [50] p. il. ; B.
Bonita edição impressa em papel de qualidade superior. Ilustrada com 59 estampas a p.b., em 50 p. extratexto impressas sobre papel couché.
Valorizada pela dedicatória manuscrita do introdutor, acompanhada do seu cartão pessoal, ao distinto professor e escritor Agostinho de Campos.
História dos cenários e apontamento biográficos dos mestres que neles trabalharam, ao longo da história do Teatro de S. Carlos.
"Dispunha Lisboa de três teatro públicos acanhados e de aspecto miserável quando, em 1792, o grupo de negociantes e capitalistas Joaquim Pedro Quintela, Anselmo José da Cruz Sobral, Jacinto Fernandes Bandeira, António Francisco Machado, João Pereira Caldas e António José Ferreira Sola decidiu edificar um teatro lírico com a grandeza e dignidade correspondentes à gloriosa tradição do meio do século. [...]
"Procuram as páginas dêste volume mostrar a grande altura a que pairou a cenografia entre nós por mais de século e meio; mas cabe-lhes também a ingrata missão de apontar a descida brusca dos últimos quarenta anos."
(excertos da introdução)
Matérias:
Introdução
1 - Origem e objecto da presente publicação. 2 - Resenha histórica da cenografia. 3 - A cenografia em Portugal antes da abertura do Real Teatro de S. Carlos. 4 - A cenografia no Teatro de S. Carlos. 5 - Conclusões.
Catálogo dos Cenários do teatro de S. Carlos
Bibliografia
Estampas
I Parte - Alguns cenários arquivados no Teatro Nacional de S. Carlos.
II Parte - Documentos vários.
Exemplar brochado em bom estado de conservação. Manchado na parte inferior da capa. Carimbo da Sociedade de Língua Portuguesa nas primeiras folhas do livro, incluindo a f. rosto.
Invulgar.
Indisponível

05 agosto, 2014

RODRIGUES, José Julio - A MUSICA DE WAGNER. Lisboa, Antiga Casa Bertrand - José Bastos, 1898. In-8º (19,5cm) de 415, [5] p. ; E.
1.ª edição. Impressa em papel de qualidade superior.
Ensaio wagneriano.
"O que a musica de Wagner tem de sublime é que, mais do que nenhuma outra manifestação de Arte, ella traduz esta espiritualisação da humanidade moderna, de uma maneira intensa.
Ella propria apresenta a imagem de ascendencia artistica formidavel da geração de hoje, tendente a um immaterialismo sempre crescente, tocando de perto nos attributos adivinhados da Divindade!
Ricardo Wagner foi o primeiro homem que descreveu em musica toda esta anciedade espiralada para esse tal Estado pressentido e superior, rolando consciencias nos antros da sua melodia e da sua instrumentação poderosa e vaga, e tirando do seu vago, o illimitado e profundo poder de suggestão que o caracterisa.
Foi entre o escarneo quasi universal, em face da mais formidavel opposição que jámais no mundo se tem feito ao triumpho de qualquer ideia, que o drama lyrico Wagneriano vingou."
(excerto do Cap. Terceiro, O Theatro e a Musica de Ricardo Wagner)
Matérias:
Prefacio
Livro Primeiro – Arte Moderna
Cap. I - Tendencias e anceios da arte moderna. Cap. II - O drama - a tragedia lyrica. Cap. III - O theatro e a musica de R. Wagner.
Livro Segundo – A Obra de Wagner
Primeira Impressão (Bruxellas – 1891).
Cap. I - A obra - As lendas no theatro Wagneriano.
Tannhauser – Drama Musical em 3 Actos
- Abertura. - Primeiro acto. - Estructura musical do 1.º acto. - Segundo acto. - Estructura musical do 2.º acto. - Terceiro acto. - Estructura musical do 3.º acto.
Lohengrin – Drama Musical em 3 Actos
- Preludio. - Primeiro acto. - Estructura musical do 1.º acto. - Segundo acto. - Estructura musical do 2.º acto. - Terceiro acto. - Estructura musical do 3.º acto.
A Tetralogia dos Niebelugen
- A idêa da Tetrologia. - Ouro do Rheno. - Walkyria. - Siegfried. - Crepusculo dos Deuses. - Reflexão final. - Postscriptum.
José Júlio Rodrigues (1876-1948). Natural do Funchal. “Um Homem da Arte e Professor de Química e de Física. O Professor José Júlio Rodrigues era um homem multifacetado como o mostra a múltipla obra que publicou, e que abrange não só a ciência experimental na química e ainda a física, mas também a Música e a Pintura, contribuindo para nos ligar aos movimentos europeus de arte, ciência e pedagogia. Liga tudo numa racionalidade que aplica ao fenómeno artístico da música e da pintura que nos impressiona pela coerência e firmeza com que o faz.”
Encadernação em meia de percalina com título e autor gravados a ouro. Sem capas de brochura.
Exemplar em bom estado de conservação.
Raro.
25€

04 agosto, 2014

WILDE, Oscar - BALLADA DO ENFORCADO. Traducção de Elysio de Carvalho. Prefacio de Celso Vieira. Illustrações de Di Cavalcanti. Rio de Janeiro, Edição da Revista Nacional, 1919. In-4º grd. (25,5cm) de [4], 60, [4] p. ; [14] f. il. ; il. ; E.
Poema original inglês de Oscar Wilde, dedicado pelo tradutor a Carlos Malheiro Dias, Celso Vieira e Azevedo Amaral.
Fez-se desta obra uma tiragem de 210 exemplares, sendo 10 em papel Vergé, numerados de I a X, e 200 em papel Imperial Hollanda, numerados de 11 a 210. O presente exemplar leva o n.º 174.
Contém 14 folhas ilustradas em folhas separadas: 1 retrato de Oscar Wilde, e 13 belíssimos desenhos da autoria de Di Cavalcanti.
"Depois de refulgir para as lettras, para as modas e para os salões, irrivalisavel junto ás mulheres e sobreerguido aos homens, attrahindo por um lado a gloria, accendendo por outro a inveja, o poeta inglez Oscar Wilde conheceu as agruras e o opprobrio do carcere de Reading, sentenciado como foi pela moral publica de Londres, judicialmente, em 27 de maio de 1895, a dous annos de trabalhos forçados, "hard labour". [...]
Mas não sahiu deste caliginoso mundo, em cujos horisontes nunca mais despontou o sol ephemero da alegria para os seus olhos tristes, sem que essa tristeza carceraria, feita de amargor e desesperança, peccado e arrependimento, evidenciasse na miniatura de uma obra prima, - "Ballada da Prisão de Reading" - o dolorido fructo imperecivel. [...]
Em 1899, seduzido pela extranha belleza do poema, fez-lhe uma traducção eloquente, mas livre e portanto infiel, o meu amigo Elysio de Carvalho... [...] Quasi dous decennios passaram; esse culto á obra do poeta inglez não esmoreceu, como lampada sem oleo ao pé de um idolo gentil, mas desadorado; antes se reavivou, e a nova traducção que hoje apparece, verdadeiramente nova sob todos os aspectos, com o velho titulo «Ballada do Enforcado", é muito mais cuidadosa, polida e exacta."
(excerto do prefácio)
Encadernação cartonada revestida por bonita sobrecapa desenhada por Di Cavalcanti.
Exemplar em bom estado de conservação. Pastas e lombada cansadas; sobrecapa com defeitos e falhas de papel.
Raro e muito apreciado.
Indisponível

03 agosto, 2014

A FABRICA DO SANGUINHAL E O SEU PROPRIETARIO. Lisboa, Typ. Franco-Portugueza de Lallemant & C.ª, 1856. In-8.º (19,5 cm) de 50, [2] p. ; B.
1.ª edição.
Opúsculo de desagravo a Francisco António da Fonseca, patriarca da família que deu origem à firma «Abel Pereira da Fonseca». Ofendido na sua honra, por um artigo publicado sob anonimato no jornal Municipio d'Obidos, suscitou o repúdio e solidariedade de inúmeras personalidades da região, que fizeram questão de o apoiar através de cartas dirigidas ao periódico Leiriense, testemunhando a sua bondade e idoneidade.
Exemplar brochado em bom estado de conservação. Capa apresenta mancha de humidade antiga. Folheto publicado sem f. rosto; a paginação do livro está correcta e coincide com o exemplar existente na BNP.
Raro.
Com interesse para a região do Bombarral e para a história desta família que desenvolveu a sua actividade no sector agrícola e vitivinícula.
15€