31 março, 2020

DEMOUTIEZ, O. M. I, P. & CUNHA, Maria Teresa Pereira da - AVE MARIA! NOSSA SENHORA DA FÁTIMA PEREGRINA DO MUNDO. II [Segunda Jornada]. Madeira - Açores - África Portuguesa. Pelo... e... [S.l.], [s.n. - Composto e impresso nas Oficinas da Gráfica - Leiria], [1950]. In-4.º (25 cm) de [2], 104, [4] p. ; [40] p. il. ; B.
1.ª edição.
Périplo da imagem de Nossa Senhora pelas ilhas atlânticas e pelas colónias africanas. Relato da viagem, muito ilustrado ao longo de 40 páginas intercaladas no texto, assinalando os momentos mais emblemáticos da peregrinação.
"O «Lima», embandeirado em arco, largou do Tejo, numa tarde clara e brilhante do mês de Abril de 1948. A primavera em flor sorria à Rainha que iniciava a sua viagem a terras de Além-Mar. O rio era um vasto espelho e o barco deslizava brandamente. No convés, rodeada de flores que corações devotos Lhe quiseram oferecer, a Senhora Peregrina parecia debruçar-se ternamente e sorrir a tantos, que no cais Lhe acenavam com lenços brancos, em saudosa despedida...
Nas margens do Tejo, os homens do trabalho interrompiam por instantes as suas ocupações e ficavam-se a olhar a Senhora branca e luminosa, que se ia de longada até Portugal de Além-Mar.
Torre de Belém... Oeiras... São Julião da Barra... Cascais...
A Imagem Peregrina recolhe ao jardim de inverno, transformado gentilmente em capela pela Direcção da Companhia Insulana.
O «Lima» balança um pouco. Estamos na barra.
E agora é o mar... O Oceano Atlântico tão conhecido dos nossos navegadores!..."
(Excerto da Introdução)
Índice:
Madeira. | Cabo Verde. | Açores: Terceira; Graciosa; S. Miguel; S. Jorge; Pico; Faial; Corvo; Flores; Santa Maria. | S. Tomé. | Angola: Luanda; Nova Lisboa; Silva Porto. | Moçambique: Lourenço Marques; Beira; Nampula.
Exemplar brochado em bom estado de conservação. Assinatura de posse na 1.ª folha.
Invulgar.
Com interesse mariano.
25€

30 março, 2020

WOOD, Ashley & NILES, Steve - LIVRO DOS MORTOS. Spawn : criado por Todd McFarlane. Lisboa, Devir, 2002. In-4.º (25,5 cm) de 69, [1] p. ; mto il. ; B.
1.ª edição.
Curioso projecto de literatura fantástica. Ilustrado ao longo do texto e em página inteira.
"Um dos mais míticos projectos dos comics americanos: uma enciclopédia do universo spawn , com descrições pormenorizadas das mais importantes personagens, bem como a descrição do conflito entre o Bem e o Mal que agita esta série. Ilustrado por Ashley Wood e escrito por Steve Niles."
(Fonte: wook)
"O Livro dos Mortos é um dos mais ambiciosos projectos de Todd McFarlane, o criador de Spawn: uma tentativa de resumir a mitologia do universo de Spawn e das personagens que nele aparecem, num formato ilustrado por Ashley Wood, um dos mais fenomenais desenhadores americanos. Uma obra única, recheada de ilustrações negras e perturbadoras, acompanhadas de um texto rico em pormenores sobre o mundo de Spawn, indispensável para os fãs desta personagem... e não só."
(Retirado da contracapa)

"Não há um princípio.
Existem apenas o tempo e as circunstâncias que juntamos nas nossas mentes e a que chamamos história.
Mas a história não pode ser agarrada numa mão, nem espalhada perante os nossos olhos.
Pode ser tão intangível quanto um pensamento, mas uma coisa é certa em relação a qualquer história...
Ela é apenas parte de uma história muito mais vasta.
Existe uma história secreta para além dos ossos e da carne, para além da própria experiência humana. Um conto que poucos chegaram a conhecer, mas que envolve todos; que poucos viram, mas que a todos toca.
Uma história de guerra,
Uma guerra entre o Céu e o Inferno, que dura há eternidades devastando galáxias e mundos infindáveis e que destruiu inúmeras
almas."
(Introdução)
Exemplar brochado em bom estado de conservação.
Invulgar.
Sem registo na BNP.
15€

29 março, 2020

SILVA, Prof. L. Rebello da - ANALYSE DOS SOLOS ARAVEIS. Separata da "Revista de chimica oura e applicada". [Pelo]... Lente do Instituto de Agronomia e Veterinaria. Porto, Typographia Occidental, 1906. In-8.º (22,5 cm) de 60 p. (inc. capas) ; B.
1.ª edição independente.
Interessante ensaio sobre a análise dos solos agrícolas, realizado e publicado pelo Prof. Rebelo da Silva nos primeiros anos do século XX.
Livro ilustrado no texto com tabelas e desenhos esquemáticos.
"A fecundidade d'um terreno é um simples dom da natureza; mas a fertilidades d'um solo agricola depende muito da cultura. A boa ou má qualidade d'um terreno deriva da sua composição minerealogica, da percentagem que contiver de elementos nobres - azoto, acido phosphorico, potassa e  cal, bem como da ausencia de substancias nocivas ás plantas, da situação do terreno, da proporção em que se encontram a argila, a areia, o calcareo, a materia organica, etc.
É muito complexo este problema para ser resolvido completamente, pelos meios de que dispõe a chimica.
Os agricultores, os praticos d'uma dada localidade conhecem aproximadamente o valor dos terrenos pelos seus caracteres exteriores, pela sua vegetação, pela situação em que se encontram, em um valle, em uma collina ou em um monte, etc.; todavia, o criterio obtido por estes meios é muito incompleto e grosseiro; de pouco lhes serve se quizerem avaliar os solos araveis d'uma outra localidade.
A resolução d'este problema, com uma sufficiente aproximação da verdade dos factos, estava reservada á agronomia e á chimica agricola."
(Excerto de Analyse mechanica)
Luís António Rebelo da Silva (1855-1946). "Licenciado em Agronomia em 1878, iniciou, passado um ano, a sua carreira oficial como agrónomo de campo, exercendo funções técnicas, primeiro em Viseu, e depois em Leiria e Santarém. A experiência durou apenas cerca de 5 anos, pois logo em 1884 viria a ingressar no então chamado Instituto Geral de Agricultura, primeiro como Chefe de Serviço da Química, e mais tarde como docente de Química Geral e Análise Química, até 1889, e de Química Agrícola, até à sua jubilação, aos 74 anos, em 1929."

(Fonte: https://www.isa.ulisboa.pt/files/id/rebelo-da-silva/Rebelo_da_Silva-Prof_Quelhas_dos_Santos.pdf)
Exemplar brochado em bom estado de conservação.

Raro.
15€

28 março, 2020

FARIA, Eduardo de – ERAMOS TRÊS IRMÃOS… 1 Acto em verso. Lisboa, Tipografia dos Combatentes da Grande Guerra, 1936. In-8.º (22 cm) de 32 p. ; [1] f. il. ; B.
1.ª edição.
Opúsculo ilustrado com o retrato do autor em separado.

Desconhecido?

Quem é? Eu sei quem é êsse heroi ignorado,
Sei até o seu nome e a terra onde nasceu.
Repousa na Batalha a parte que morreu
Mas a outra metade anda-nos lado a lado.

Sei que foi marinheiro, e como nauta ousado,
Com Carvalho Araujo tombou olhando o ceu.
Na África lutou, fome e sede sofreu
E em La Lys deixou seu nome celebrado.

Dorme uma parte só, num socêgo infinito.
A outra, anda por aí, sem um ai, sem um grito,
Vergada sob o pêso de tam fugaz glória.

É um bloco imenso, com nome já esquecido.
É um batel sangrento, à praia devolvido,
São os trinta e seis mil de que não reza a História

(Prólogo)

Exemplar brochado em bom estado de conservação.
Raro.
Indisponível

27 março, 2020

LARCHER, Jorge das Neves - RETALHOS. 50% do produto liquido desta obra reverte para a liga dos Combatentes da Grande Guerra. Prefaciado pela Ex.ᵐᵃ Dr.ª D. Adelaide Cabete ilustre Presidente do Concelho Nacional das Mulheres Portuguêsas. Lisboa, Tipografia da Cooperativa Militar, 1924. In-8.º (22 cm) de 31, [1] p. , B.
1.ª edição.
Obra publicada em benefício da LCGG, cujo corpo principal compreende um conjunto de pequenas narrativas e apontamentos biográficos sobre algumas "mulheres de armas" portuguesas, com o título Mulheres de Portugal. Inclui um texto inédito de Rocha Martins sobre o amor em Portugal, em resposta a uma obra de Mantegazza sobre o mesmo tema, onde este classifica os italianos como "os homens que amam mais e que amam melhor", e ainda ainda um excerto de Nas Praias de Portugal, de Ramalho Ortigão, e dois pequenos dramas.
Opúsculo valorizado pela dedicatória autógrafa do autor a um seu camarada de armas.
"No tempo da regencia de D. Leonor Teles, esta rainha pediu aos condes, ricos homens e alcaides, que tomassem a voz pela rainha sua filha D. Beatriz, casada com D. João de Castela.
O escudeiro Vasco Rodrigues Leitão, que servia, por Gonçalo Vasco d'Azevedo, de alcaide em Santarem, querendo dar cumprimento ao pedido da rainha, fez reunir no adro da egreja de Marvila, alguns cavaleiros, e ele, alçando o pendão, bradou:
Arraial, arraial pela rainha D. Beatriz de Portugal, nossa senhora!
Caminhou o alcaide pela cidade e á porta da velha Brites, novamente repetiu o brado:
- Dizei comigo, disse para os outros silenciosos. Arraial pela rainha D. Beatriz!
A Brites ergueu-se, e de olhos chamejantes e de cabelos desgrenhados com nobre altivez, no meio do silencio, respondeu ao alcaide.
Em má hora o diriam! Em má hora sujeitos haviam de sêr castelhanos! Nunca Deus queira! E, cambaleando, erguendo alto a roca, gritou, até que caiu prostrada.
- Arraial pelo infante D. João!
- Arraial pelo infante - responderam os outros.
Um cortador puxou pela espada e logo outros o imitaram.
Á morte o alcaide!
E o alcaide traidor, cobarde e envergonhado, desapareceu pela porta da traição; vergastado por essa velha admiravel, que tão nobre exemplo legou á posteridade."
(Brites (A velha de Santarem) (Exemplo de admiravel patriotismo))
Mulheres de Portugal:
Soror Auta. | D. Inacia Xavier. | D. Arcanjela Josefa de Sousa. | Brites de Almeida (A tradicional padeira de Aljubarrota). | Ana Fernandes (A celebre velha de Diu). | Antonia Rodrigues. |  Brites (A velha de Santarem) (Exemplo de admiravel patriotismo). | D. Bernarda Lacerda. | D. Catharina de Sousa  (Sua carta ao governador de Diu). | Custodia Sanches. | Dulcida. | D. Joana Margarida de Castro. | Leonor Lopes da Fonseca. | D. Margarida de Noronha. | D. Maria de Guadulupe Lancastro e Cadenas. | Publia Hortensia de Castro.
Exemplar brochado em bom estado geral de conservação. Contracapa apresenta dois rasgões sem perda de papel.
Raro.
Sem registo na BNP.
Indisponível

26 março, 2020

CANTOS, Paulo de - O HOMEM «MÁQUINA". Por... Recreio dos alunos : orgulho dos mestres : alegria dos pais!!! A rir, a brincar, sugere «riscos», dá moldes a construir por nossas próprias mãos. [Como somos por dentro]. [¡Donde vimos! : ¿Aonde vamos?]. [S.l.], [s.n. - Composto, Impresso e à venda na Soc. Gráfica da Póvoa, Póvoa de Varzim], [193-]. In-8.º (18,5 cm) de 82, [2] p. ; e 25, [2] p. ; il. (inc. 4 desdob.) ; B.
1.ª edição.
Obra curiosa, estranha e divertida (como todas as outras) de Paulo da Cantos, autor de culto, mas sobretudo criativa - quer em termos "filosóficos", quer em termos de concepção gráfica.
Livro magnificamente ilustrado ao longo do texto, e em folhas desdobráveis, com tabelas e desenhos esquemáticos sobre partes do corpo humano e as suas funções.
"Há quem tenha enguiço com as máquinas.
E apresentam-se argumentos justificativos:
«Que elas têm sido as inimigas n.º I da felicidade social, despojando os campos das suas riquezas e até da sua população em benefício das cidades - polvos tentaculares que atraem os pobres diabos da província.»
Que «a própria indústria definha porque elas atrofiam  as faculdades do servo operário, quando o não batem e dispensam quási por completo.»
Mas, razões mais altas e ponderosas do que tôdas as superstições e conceitos negativos, fazem nas multiplicar e triunfar por tôda a parte. Crises de momento, passam breve. Digam lá ao sol que pare!
Já lá vai o tempo em que se fugia do automóvel simplesmente porque êle andava... por artes do mafarrico.
Hoje o homem está identificado com a máquina.
O homem é a máquina
A máquina é o homem.
Se lhe dá mau uso, a culpa é dêle.
Ao navegar nestas águas, os áses supra transcritos são unanimemente classificados de fortes-entre-os-mais-fortes, sejam quais forem as reservas ideológicas que lhe opunham.
O filósofo por um lado e o técnico hábil e brutal por outro, são concordes em afirmar alto e bom som que há indivíduos que têm muitíssimo, livro por livro, letra por letras, e no entanto seus cérebros não conseguem executar uma distribuição e um registo do material adquirido.
É que lhes falta a arte de separar, nos livros, o que lhes é valioso do que lhes é inútil, de separar o trigo do joio."
(Excerto do texto)
Paulo de Cantos (1892-1979). "Nasceu em Lisboa, estudou em Coimbra, onde foi contemporâneo de Salazar. Foi professor no Liceu Pedro Nunes, reitor do Liceu Eça de Queiroz, na Póvoa de Varzim, fez cursos de química, belas-artes e até vitivinicultura. Regressou a Lisboa onde fundou o Centro de Profilaxia da Velhice na sua casa, e criou a Bibliarte, um alfarrabista por onde passaram Fernando Pessoa, Cesariny, entre outros.Não é fácil sintetizar quem foi Paulo de Cantos (1892-1979). Professor, editor, gráfico, filantropo, filólogo. Foi tudo isto, mas talvez a melhor forma de o descrever seja a expressão “o livr-o-mem” (o livro-homem). O interesse em torno de Paulo de Cantos surge precisamente por causa dos livros, manuais didácticos, opúsculos, que editou freneticamente desde os anos 20 do século passado até morrer. São livros sobre os mais diversos temas - linguística, geografia, anatomia, literatura, matemática, folclore – e cuja particularidade é a forma como aproveitou a composição tipográfica para criar esquemas, desenhos estilizados, mapas antropomórficos. O resultado é um trabalho de vanguarda, praticamente desconhecido, muito visual, com uma preocupação pedagógica. Não é raro encontrar livros que podem ser lidos nos dois sentidos como Os reis do RISO…As leis do SISO (sem data) ou Sal-Azar/Sol!Az!!Ar!! (1961?). Ou ainda o Adágios (1946?), que compila um conjunto de adágios traduzidos em 10 línguas. De Cantos criou ainda uma língua própria. Depois de uma viagem ao Brasil, por volta de 1965, o autor organizou em sua casa um Congresso Luso-Brasileiro dedicado à língua portuguesa. Daí surgiu a ideia de unificar a grafia das duas línguas, a que chamou PAK."
(Fonte: https://www.publico.pt/2013/03/23/culturaipsilon/noticia/paulo-de-cantos-um-editor-a-frente-do-seu-tempo-1588835)
Exemplar brochado em bom estado geral de conservação. Apresenta falha de papel importante numa das capas (cerca de 1/3), e pequenas falhas marginais. Miolo em bom estado, as páginas por abrir, com os desdobráveis. Deve ser encadernado.
Raro.
Indisponível

25 março, 2020

PORTO DA CRUZ, Visconde do - TROVAS E CANTIGAS MADEIRENSES. Recolhidas e comentadas pelo... Sócio efectivo da Associação dos Arqueólogos Portugueses, Sócio correspondente do Instituto de Arqueologia, História e Etnografia, etc. Lisboa, [s.n. - Composto e impresso na Sociedade Nacional de Tipografia, L.ᴰᴬ, Lisboa], 1934. In-8.º (18 cm) de 38, [2] p. ; il. ; B.
1.ª edição.
Interessante estudo sobre o folclore madeirense. Inclui no final do livro partituras de uma charamba - "Xaramba" - e "Lenga Lenga".
"Não se julgue que é fácil estudas o «folkelore» do Arquipélago da Madeira. O «vilão» é extremamente desconfiado e foge a dar informes sôbre o seu modo de viver e muito em especial sôbre os originalíssimos costumes que, através dos séculos, avaramente tem conservado. Se é colhido de surprêsa e nota que por qualquer forma originou interesse, ou mera curiosidade, procura logo «despistar», para se pôr a «coberto»... É a própria experiência que me autoriza a fazer esta afirmação. [...]
Para êste trabalho, que apresento hoje, tive enormes dificuldades. Os «Vilões», com a preocupação de esconder os seus costumes tradicionais, logo que se apercebiam, nos seus folguedos ou romarias, que eu tomava apontamentos, retraíam-se e desconfiados quási se recusavam a repetir uma trova, que eu mal fixára. Por outro lado, não sabendo escrever música tive de organizar um «método» meu para fixar a harmonia das músicas e das cantigas. [...]
Tudo isto representa um trabalho de mais de quatro anos e é provável que esteja ainda bem longe de um estudo sem deficiências. No entanto eu tenho a convicção de que reuni conscienciosamente quanto era necessário para se ajuizar dêste ramo do «folkelore» madeirense, dando assim elementos imprescindíveis para futuroa trabalhos de maior valor."
(Excerto do preâmbulo)
Alfredo António de Freitas Branco (Funchal, 1890 - Funchal, 1962). "Foi jornalista, publicista, escritor, membro de várias associações culturais e um profícuo promotor da cultura madeirense. Fundou, dirigiu e colaborou em diversos periódicos de cariz político, literário e cultural. Ao longo da sua vida abraçou vários projetos, credos e ideologias: foi monárquico, integralista, regionalista, nacionalista, nacional-sindicalista, fascista, revelando ainda uma faceta germanófila e antissemita. Estudou e promoveu a cultura madeirense no seu património material e imaterial, recolhendo elementos etnográficos e registando diversas manifestações culturais do povo, nos seus usos e costumes, nas lendas, nas crenças e superstições, nas danças, nas músicas, no traje, na medicina popular e na culinária. Os seus estudos foram apresentados em conferências realizadas no país e publicados em periódicos, depois reunidos e editados em opúsculos e em volumes, na sua maioria entre 1954 e 1955; deles se destaca Folclore Madeirense (1955)."
(Fonte: http://aprenderamadeira.net/cruz-visconde-do-porto-da/)
Exemplar brochado em bom estado geral de conservação. Capas cansadas com pequenas falhas de papel nos cantos.
Invulgar.
Com interesse  histórico e etnográfico.
Indisponível

24 março, 2020

SALAZAR, Dr. Luiz G. - A NOITE DE NUPCIAS. Estudos sobre a virgindade. Pelo... Obra premiada pela Academia de Sciencias. Traducção de A. A. Queiroz de Souza. Terceira edição, emendada. Lisboa, Livraria Central de Gomes de Carvalho, editor, 1931. In-8.º (17,5 cm) de 80 p. ; B.
Capa de José Leite.
Curioso estudo sobre a virgindade. Inclui em página inteira, o Quadro dos signaes que indicam a virgindade e a desfloração.
"Nas pequenas povoações onde todas as festas christans conservam certo ar selvagem ou idolatra, onde não ha procissão sem barulho nem festividade sem grandes jantares e bebedeiras, o dia da boda auctorisa todos os atrevimentos, todas as acções insensatas e tudo quanto houver de deshonesto em palavras. [...]
Quando os estomagos estão replectos e as cabeças tomadas pelo alcool, começa o baile que dura horas e horas. [...]
Olhae para a noiva. Está pallida, abatida, custa-lhe a suster-se em pé. Os cabellos, de manhan tão artisticamente penteados, cahem-lhe tristemente pelo rosto desmanchado pelo suor. [...] A sua mãe condul-a ao quarto nupcial. No entanto, apezar da sua retirada tardia, não consegue o descanso a que já tem direito. Á propria alcova vão os convidados atormental-a com graças extemporaneas e inconvenientes."
(Excerto de A noite de nupcias, Cap. I)
Summario:
Primeira Parte: - A virgindade physica. | -  O himen. | - Existe este signal de virgindade? | - Fórmas que póde apresentar o himen. | - Desfloração apparente e desfloração real. | - Maneira de as distinguir. | - Signaes pelos quaes se conhece á simples vista a mulher virgem. | - Um documento curioso. | - Os romanos. | - A prova do hilo. | - A mulher virgem na antiguidade. | - A virgindade entre os selvagens. | - Costumes: a virgindade e os sacerdotes. | - Um officio lucrativo. | - A virgindade e o christianismo.
Segunda Parte: - A noite de nupcias, cerimonias interessantes que precediam a desfloração d'uma virgem na Judêa, na Persia, na China e em outros povos. | - Na alcova nupcial: conselhos praticos. | - A prova do sangue. | - Costumes brutaes. | - O primeiro coito. | - Soffrimentos physicos da mulher e maneira de os evitar. | - Advertencias e conselhos, etc., etc.
Exemplar brochado em bom estado de conservação.
Raro.
35€

23 março, 2020

OS MILÉNIOS DO GARRANO - Vários Autores. [Coordenação: Adelino Gouveia, José Vieira Leite, Rui Dantas]. Vieira do Minho, Associação dos Criadores de Equinos de Raça Garrana (ACERG), 2000. In-4.º (23x23 cm) de 107, [1] p. ; mto il. ; E.
1.ª edição.
Importante subsídio para a história, conhecimento e divulgação da raça Garrana, "uma das quatro raças de equinos autóctones de Portugal, juntamente com a Lusitana, a Sorraia e o Pónei da Terceira. Embora criado em liberdade o Garrano é classificado taxonomicamente como cavalo doméstico."
Testemunhos de, entre outros, D. Duarte Pio, o Duque de Bragança, Paulo Valadas de Castro, Maria Portas, João Filipe Figueiredo (Graciosa), D. Eurico Dias Nogueira, João Paulo Carneiro Ribeiro.
Bonito livro, concebido com esmero e apuro gráfico, impresso em papel de superior qualidade e ilustrado ao longo do texto com belíssimas fotografias a cores.
Junta-se um folheto da Associação dos Criadores de Equinos de Raça Garrana, com o título "Garrano", referente ao projecto "O Garrano - uma raça em extinção", contendo o Padrão da Raça Garrana (com foto de um exemplar da raça), o Calendário Anual de feiras, exposições e concurso de modelos e andamentos e a Área Geográfica de implantação da raça (mapa).
"A Identidade de Portugal está intimamente ligada ao mundo rural.
Nos alvores da sua origem, a nacionalidade viu as suas raízes reforçadas com o repovoamento dos campos incultos à espera de quem deles tirasse o sustento. E mesmo a gloriosa gesta dos Descobrimentos não pode ser entendida sem o substracto rural que alimentou a nossa vocação marítima.
Desde então, os valores rurais tornaram-se parte integrante do nosso património biológico, económico, sociológico e cultural. [...]
De presença milenar em Portugal, há séculos que o cavalo Garrano constitui um elemento integrante da paisagem humanizada do Minho.
Os vestígios arqueológicos, as referências escritas que remontam aos Romanos, as lendas que empolgam a História - D. Afonso Henriques teria tido um Garrano como montada - testemunham a forte inserção deste cavalo no Norte do nosso território, especialmente a partir do repovoamento da região no reinado de D. Dinis.
O pequeno cavalo Garrano revela-se como o mais adequado à lavoura do sistema agrícola de minifúndio, e ao transporte de pessoas e mercadorias com maior economia e segurança pelas íngremes e sinuosas vias de montanha. De tal modo que, apesar de algumas leis terem pretendido obrigar à criação de cavalos de maior porte, nas Corte de Évora em 1490 os lavradores minhotos obtiveram de D. João II permissão para criarem éguas Garranas."
(Excerto de O Garrano do Minho e a Tradição, D. Duarte Pio)
Encadernação do editor com sobrecapa policromada.
Exemplar em bom estado de conservação.
Esgotado.
40€

22 março, 2020

GARCIA, Luis Pinto - MOEDAS ESTRANGEIRAS CONTRAMARCADAS QUE CORRERAM NOS AÇORES E NAS COLÓNIAS. Castelo Branco, Tipografia "Semedo", 1937. In-8.º (21,5 cm) de [2], 50, [4] p. ; B.
1.ª edição.
Curiosa e pouco vulgar monografia sobre numismática açoriana e colonial.
"Em 1871, reinado de D. Luís, fôram admitidas no Arquipélago, conjuntamente com as moedas açoreanas sem carimbo, com as do Brasil Colonial, de S. Tomé e Príncipe e dos Açores, devidamente contramarcadas, as moedas brasileiras do Império.
Eram estas moedas, de prata, metal necessário para a circulação, porque nos Açores apenas existia cobre - 20, 10 e 5 réis - quási tudo da cunhagem de 1865.
A contramarca consistia numa corôa grande, aposta no anverso ou no reverso."
(Excerto de, Nos Açores)
"A primeira moeda estrangeira contramarcada de que temos notícia na Capitania de Moçambique é o Sequino, Zecchino ou Veneziano, com o carimbo MR. Trata-se da moeda a que se chamou na India o Veneziano Novo, possivelmente dos Doges Ludovico Manin, Paolo Renier, Alvise Mocenigo (IV), Marco Foscarini, Francesco Loredano, Pietro Grimani e quiçá de Soberanos anteriores. O valôr desta moeda de ouro devidamente contramarcada, era de 4.000 réis."
(Excerto de Em Moçambique)
"Tudo leva a crêr que também as moedas espanholas de ouro dos Filipes - Filipe I de Portugal, (II de Espanha) - Filipe II (III de Espanha), circulassem carimbadas no Brasil, tal e qual como sucedia com as suas como Reis de Portugal e com as de D. João IV e D. Afonso VI."
(Excerto de No Brasil Colonial)
Índice:
Abreviaturas. | Nos Açores. | Em Moçambique. | No Brasil Colonial.
Exemplar brochado em bom estado de conservação.
Muito invulgar.
Indisponível

19 março, 2020

VASCONCELLOS, J. Leite de - TEATRO POPULAR PORTUGUÊS. Coligido por... Coordenação e notas de A. Machado Guerreiro. III (AÇORES). Acta Universitatis Conimbrigencis. [Coimbra], Por Ordem da Universidade, 1974. In-4.º (25,5 cm) de XXII, 693, [3] p. ; [10] f. il. ; B.
1.ª edição.
Importante subsídio para a história do teatro açoriano, talvez o mais interessante e completo estudo que sobre este assunto se publicou entre nós.
Com 10 estampas em separado, impressas sobre papel couché, reproduzindo capas e rosto de opúsculos, bem como fac-símile dos manuscritos de algumas das peças que integram o trabalho.
"Reúnem-se neste volume 16 textos que o Dr. Leite de Vasconcellos conservava num atado de «Teatro dos Açores». [...]
Dá-se ao volume o subtítulo de (Açores), embora sejam de São Miguel todas as peças de que se conhece ou presume a autoria. Mas, pela correspondência encontrada, sabe-se que Augusto Cymbron Borges de Sousa enviou ao Dr. Leite, em Março de 1936, duas peças impressas em Fall River, ao mesmo tempo que pedia para a América D. Inês de Castro, Santa Genoveva e Casamento Infeliz; como a livraria de Fall River publicou ainda Os Mártires da Germânia e a Imperatriz Porcina, conclui-se que são estas as peças que enviava. Em 1 de Maio do mesmo ano remeteu «pelo correio mais três produções açorianas, duas comédias desta ilha [São Miguel] e uma da Terceira, impressas na América»."
(Excerto da Nota introdutória)
Exemplar em brochura, por abrir, em bom estado de conservação.
Invulgar.
Com interesse histórico e etnográfico.
40€

18 março, 2020

O VIDRO EM PORTUGAL. Exposição no Museu Nacional de Arte Antiga : Setembro-Dezembro, 1989. No âmbito da Conferência Internacional sobre História, Tecnologia e Arqueologia Industrial do Vidro. [Catálogo. Coordenação: Maria Filomena dos Santos Barata; Paulo de Oliveira Ramos]. [S.l.], Associação Portuguesa de Arqueologia Industrial, 1989. In-8.º (21x21 cm) de 75, [1] p. ; mto il. ; B.
1.ª edição.
Monografia trilingue (português/francês/inglês) sobre a História do Vidro em Portugal. Livro muito ilustrado no texto e em página inteira com reproduções de desenhos, mapas, gravuras e fotografias a p.b. e a cores.
"Actualmente, poucas são as pessoas que têm notícia da existência, em Portugal, de vidros anteriores à época romana.
Isso explica-se pela raridade dos achados e também porque não têm sido suficientemente divulgados através de exposições.
Trinta e cinco pequenas contas, fabricadas por rotação sobre uma vara metálica, de forma anular, elipsoidal ou cilíndrica, translúcidas, com cor amarela, castanha ou azul, provenientes da necrópole da Idade do Bronze da Atalaia (Ourique) e, muito provavelmente, de manufactura egípcia, constituem os mais antigos objectos de vidro até ao momento descobertos em Portugal."
(Excerto de Da Proto-História aos Alvores da Idade Média)
"Se a História se lê em todos os acontecimentos da vida humana, lê-se melhor nuns do que noutros. E, portanto, se os que se referem à produção, circulação e consumo do vidro em Portugal  se acham assim, em todos os tempos, ligados por qualquer forma à nossa História, isso passa a ser muito mais evidente a partir da criação, no séc. XVIII, das primeiras manufacturas reais neste domínio. Desde logo, porque aqueles fenómenos passam então à esfera do poder político, objecto tradicional da História; depois, porque eles se relacionam cada vez mais no final desse século e ao longo do seguinte, com as questões de ordem económica, social, cultural e tecnológica desse longo e decisivo período. Relações internacionais, política colonial, ideologias, alterações do corpo social, moda, desenvolvimento industrial, tudo é «espelhado» em maior ou menor medida pela história do vidro em Portugal."
(Excerto de A Produção Manufactureira e Industrial do Vidro)
Índice:
Introdução - Paulo de Oliveira Ramos. | Da Proto-História aos Alvores da Idade Média - Adília Alarcão e Mário Varela Gomes. | O Vidro em Portugal na Idade Média - Manuela Almeida Ferreira. | O Vidro Europeu a partir dos finais do século XV - Carlos Barros. | O Vidro em Portugal do século XV ao século XIX. | A Produção Manufactureira e Industrial do Vidro [Inclui lista dos Centros de Fabrico vidreiro em Portugal] - Francisco Madeira Luís; João Cláudio Awouters Lopes e Maria Filomena Barata. | Bibliografia. | Anexos.
Exemplar brochado em bom estado de conservação.
Muito invulgar.
Com interesse histórico.
Indisponível

16 março, 2020

NUNES, Nicolau - DA MORTE VIOLENTA POR ARMAS DE FOGO. Tese de doutoramento apresentada à Faculdade de Medicina da Universidade de Coimbra. Coimbra, Minerva Central, 1925. In-8.º (21,5 cm) de 47, [1] p. ; il. ; B.
1.ª edição.
Interessante estudo académico sobre a morte provocada por disparos de armas de fogo.
Ilustrado com quadros estatísticos das Observações de ferimentos por armas de fogo, que produziram lesões mortais, colhidas no Arquivo do Instituto de Medicina Legal de Coimbra desde a data da sua fundação 1899 até 1925 (pp. 28-47).
"A morte é a paragem dos fenómenos vitais.
Nós podemos dividir a morte em duas grandes categorias: a morte natural e a morte acidental.
No primeiro caso o homem atinge o maximo do seu desenvolvimento e das suas funções. Mas ao fim dum certo tempo, essas funções vão-se afroixando até se extinguirem, e a morte sobrevem como termo fatal e inevitavel da vida.
No segundo caso a morte é possível em qualquer idade, e assim pode ser produzida pela fome, pelas doenças, pelas armas de fogo, etc...
É para a morte produzida pelas armas de fogo, que nós desviamos toda a nossa atenção."
(A morte em geral)
Matérias:
A morte em geral. | Das armas de fogo. | Lesões produzidas pelas armas de fogo. | Conclusões: I. Crime. II. Suicídio.
Exemplar brochado em bom estado de conservação. Capa frontal apresenta vinco diagonal.
Raro.
Sem registo na BNP (Biblioteca Nacional).
25€

15 março, 2020

NOSTRADAMUS - O ORACULO DAS SENHORAS. A maneira de conhecer o presente e o futuro ao alcance de todos. Os segredos do Destino revelados. A revelação de todos os segredos. Explicação de todos os mysterios. Trad. de Bernardo de Alcobaça. Lisboa, João Romano Torres & C.ª - Editores, [191-]. In-8.º (17,5 cm) de 174, [2] p. ; C.
1.ª edição.
Curioso manual profético, publicado na segunda década do século XX, dirigido ao público feminino. Contém a "colaboração" de 80 'adivinhos', incluindo 16 "divindades", cujas combinações brejeiras - pergunta/resposta - poderão considerar-se, no mínimo, arrojadas para a época.
"Recorre-se primeiro á tabella das perguntas.
Escolhe-se uma, a primeira que se apresenta: n.º 23, por exemplo:
Farei bem em casar-me?
Fixa-se o numero que a precede: 23.
Com um alfinete, uma agulha ou qualquer outro objecto ponteagudo, pica-se seguidamente ao acaso e de olhos fechados, o quadro das respostas, que representa uma teia de aranha.
Admittamos que o alfinete se fixou no n.º 7.
Addicionamos este numero ao da pergunta 23, e assim teremos que 23 + 7 = 30.
Recorremos então ao Oraculo n.º 30, no corpo do volume, e, no numero indicado pela teia de aranha, 7, acharemos a resposta:
Sim, mas pensa bem antes de dar semelhante passo.
Outra demosnstração.
Escolhemos a pergunta:
Enganarei meu marido?
Fixemos o numero que a precede: 47, e piquemos com o alfinete a teia de aranha, sobre o n.º 2, por exemplo.
Addicionando 47 e 2, obteremos 49 e vamos então ao Oraculo 49 e no n.º 2 acharemos a resposta:
Será essa a tua principal occupação.
E assim successivamente.
Como se vê, é tudo quanto ha de mais facil.
[...]
É por vezes possivel que algumas das respostas dadas ás perguntas não se harmonizem perfeitamente. Raro, porém, succederá tal, pois que o facto apenas se dará quando, para não ser devéras desagradavel ao consultante, o Oraculo se negar a responder claramente."
(Excerto de Maneira de Consultar o Oraculo)
Estrutura da obra:
Maneira de Consultar o Oraculo. | PERGUNTAS. A dirigir aos Oraculos. | QUADRO DAS RESPOSTAS [Teia de Aranha (desenho em página inteira)]. | RESPOSTAS. Oraculo dos Deuses Gregos [16]: Jupiter; Juno; Venus; Vulcano; Marte; Minerva; Cybéle; Cupido; Mercurio; Neptuno; Apollo; Diana; Plutão; Pluto; Saturno; Bacco. Oraculo das Almas Errantes [20]: Abelardo; Absalão; Achates; Rimini; Lencios; Heloisa; Hero; Lucrecia; Mansard; Philemon e Baucis; Acteonte; Banco; Rabelais; Midas; Democles; Triboulet; Antiope; Ariana; Augias; Odette. Oraculos Segundo os philosophos da antiguidade [10]: Diogenes; Platão; Socrates; Confucio; Pythagoras; Aristoteles; Seneca; Cicero; Descartes; Malebranche. Oraculos Segundo os Planetas [10]: Sol; Lua; Mercurio; Urano; Vesta; Saturno; Venus; Terra; Marte; Jupiter. Oraculos Segundo os deuses e os sacerdotes da India [6]: Brahma; Siva; Wichnou; Bouddha; Parse; Brahmane. Oraculos Segundo os deuses do Egypto [10]: Isis; Osiris; Horus; Nefté; Anubis; Typhon; Thoth; Ammon; Ftá; Knef; Oraculos Segundo os grandes mysticos [8]: Cagliostro; Ruggieri; Conde de S. Germano; Santo Antonio; Mesmer; Mahomet; Fakires; Derviches.
Cada oráculo vem acompanhado de um breve apontamentos biográfico.
Excadernação cartonada do editor.
Exemplar em bom estado de conservação. Assinatura de posse na f. rosto.
Raro.
Sem registo na BNP.
50€

14 março, 2020

SARMENTO, Dr. David P. de M. - AS INTOXICAÇÕES PELOS GASES DE GUERRA (1915-1918). Relatório apresentado a S. Ex.ᴬ o Ministro da Guerra. Pelo..., Médico dos Hospitais, Assistente de Clínica Médica da Faculdade de Medicina de Lisboa, Capitão-médico Miliciano, Encarregado do estudo clínico dos gases de guerra no Corpo Expedicionário Português. Lisboa, Imprensa Nacional, 1919. In-4.º (25,5cm) de [2] p. erratas ; 148, [2] p. ; [40] p. il. ; B.
1.ª edição.
Relatório oficial sobre o estudo clínico levado a cabo pelo Dr. David Morais Sarmento acerca da intoxicação química na Grande Guerra.
Importante documento coevo, com interesse para a bibliografia WW1.
Livro ilustrado no texto com tabelas, e no final, em separado, com estampas impressas sobre papel couché reproduzindo retratos de gaseados e os respectivos gráficos de sinais de vida, bem como "chapas" de orgãos atingidos pelos químicos em pacientes humanos e animais.
"O estudo das intoxicações pelos gases de guerra impôs-se a todos os exércitos aliados que combatiam em França.
Contudo no Corpo Expedicionário Português, também em França, até as vésperas de terminar a guerra, os clínicos não possuíam o mais rudimentar conhecimento sôbre os «gaseamentos», cujos problemas, inteiramente novos em medicina castrense, foram pela primeira vez observados, durante a grande conflagração europeia, algumas dezenas de meses antes das nossas tropas terem partido e desfraldar a bandeira de Portugal sôbre as trincheiras da Flandres. É que eram secretas todas as publicações dos aliados sôbre o que se ia investigando acêrca destas intoxicações e jamais a Chefia dos nossos Serviços de Saúde curara em averiguar e difundir os conhecimentos que elas facultavam a todos os exércitos aliados.
Houve então por bem o Dig.ᵐᵒ General Comandante do Corpo Expedicionário Português, o Ex.ᵐᵒ Sr. Tamagnini de Abreu, considerar justa a necessidade de deferir imediatamente o requerimento, que um tenente médico miliciano fez a S. Ex.ª em Abril de 1918, para ser encarregado dêste estudo; mais tarde, êste deferimento veio a ser tácitamente referendado pelo Ex.ᵐᵒ Sr. General Comandante Garcia Rosado.
Só em 2 de Junho de 1918 pôde, então, o estudo dos gases de guerra ser iniciado no Corpo Expedicionário Português."
(Excerto do Prefácio)
Matérias: Prefácio. | I - Importância dos gases de guerra na medicina castrense. II - Evolução dos objectivos dos gases de guerra e classificação clínica dos gaseamentos. III - Sintomatologia dos gases de guerra: 1.º Alterantes da composição química do sangue; 2.º Irritantes dos tecidos epiteliais de revestimento. IV - Lesões anátomo-patológicas e fisio-patologia das intoxicações pelos gases de guerra: - Gases alterantes da composição química do sangue; - Gases irritantes e corrosivo. V - Tratamento das intoxicações pelos gases de guerra.
Exemplar brochado em bom estado de conservação.
Raro. 
Com interesse histórico e clínico.
A BNP tem registada esta obra na sua base de dados, com a indicação "sem informação exemplar".
Indisponível

13 março, 2020

DOCUMENTOS OFFICIAES ORGANISANDO, PRIVILEGIANDO E ENALTECENDO A ACADEMIA DE SCIÊNCIAS DE PORTUGAL. Coimbra, Imprensa da Universidade, 1916. In-4.º (25 cm) de 46, [2] p. ; B.
Estatutos da Academia das Ciências de Portugal. Importante fonte bibliográfica coeva para o estudo e conhecimento desta efémera instituição, "concorrente" da Academia das Ciências de Lisboa no primeiro quartel do século XX.
"A Academia de Ciências de Portugal (1907-1925) foi uma instituição académica criada por iniciativa de um grupo de intelectuais republicanos, encabeçado por Teófilo de Braga, que se sentiam excluídos da então Academia Real das Ciências de Lisboa. Fundada em 1907, iniciou as suas atividades a 22 de abril de 1908, mas só viu os seus estatutos oficialmente reconhecidos a 27 de outubro de 1910, algumas semanas após a implantação da República Portuguesa.
Inicialmente criada com intuitos meramente académicos, visando o fomento da ciência e a divulgação científica, após o seu reconhecimento oficial assumiu-se como órgão consultivo dos governos da Primeira República Portuguesa. Seguindo a tradição das academias, organizava-se por secções temáticas e elegia como sócios personalidades com provas dadas na investigação científica e no desenvolvimento tecnológico, sendo presidida por alguns dos mais representativos intelectuais portugueses do tempo que ideologicamente se aproximavam da causa republicana. Entre os seus presidentes conta-se Teófilo de Braga e António Cabreira.

Entrou em decadência com a paulatina republicanização da Academia das Ciências de Lisboa, que passou também a ser dominada por adeptos do republicanismo, e em 27 de março de 1925, alterou a sua denominação para Instituto de Portugal. Desapareceu no período da Ditadura Nacional que se seguiu ao Golpe de 28 de Maio de 1926."
(Fonte: wikipédia)
"Considerando que a Academia das Sciências de Portugal, fundada em 16 de Abril de 1907 e inaugurada solenemente nos Paços do Conselho de Lisboa, em 22 de Abril de 1908, tem procurado, por todos os meios ao seu alcance, servir a Sciência, hei por bem aprovar os Estatutos por que se rege a mesma corporação e cujo teor é o seguinte:
Artigo 1.º - É instituída em Lisboa uma corporação de carácter permanente, denominada Academia das Sciências de Portugal, e que tem por fim o progresso e a integração filosófica dos principais ramos do saber humano."
(Excerto dos Estatutos)
Exemplar brochado em bom estado geral de conservação, exceptuando a capa frontal que apresenta falhas de papel com alguma relevância. Deve ser encadernado.
Raro.
Com interesse histórico.
15€

12 março, 2020

COMPILAÇÃO DE PRECEITOS, USOS E COSTUMES INDIGENAS. Lourenço Marques, Imprensa Nacional, 1908. In-4.º (25,5 cm) de 17, [3] p. (inc. capas) ; B.
1.ª edição.
Legislação referente à Colónia de Moçambique, produzida pela Secretaria dos Negócios Indígenas, em Lourenço Marques - Novembro de 1908.
"A successão ao regulado pertence ao filho da Nkosikase, que nalguns regulados não é a primeira mulher do regulo, mas sim a casada com o dinheiro do povo."
(Cap. I, 1.º, Dos regulos)
"É permittida a homens e mulheres a pratica de medicina indigena, mediante remuneração.
Nenhum curandeiro de qualquer sexo pode praticar a sua arte sem licença do administrador.
Esta licença só pode ser concedida depois da consulta favoravel do regulo a que o curandeiro pertence.
O curandeiro que exercer a sua arte sem se ter munido da respectiva licença, será punido.
O curandeiro que for encontrado incurso neste numero, perde o direito a pedir o pagamento de tratamento que tiver feito a indigenas doentes.
Qualquer indigena, curandeiro ou não, que, de alguma forma, tentar vender ou venda filtros amorosos ou bebidas toxicas, e quando isso se prove, será mandado prender pelo administrador, que lhe cassará a licença, se a tiver, e lhe confiscará e destruirá os filtros e outras drogas similhantes que estejam em seu poder ou de outro indigena, impondo-lhe a responsabilidade criminal em que tiver incorrido."
(Cap. XI, Dos curandeiros, 83.º; 84.º; 85.º; 86.º)
Matérias:
I - Dos regulos. II - Dos chefes de povoação. III - Do domicilio. IV - Regras e disposições sobre a constituição da familia. V -  Da herança e successão. VI - Do casamento. VII - Do dote de casamento («Lobolo»). VIII - Dos deveres dos conjuges. IX - Separação ou annullação do casamento (divorcio). X - Da tutela. XI - Dos curandeiros. XII - Das perdas e damnos. XIII - Dos contractos de deposito. XIV - Da prova testemunhal. XV - Da compra e venda em geral. XVI - Considerações geraes.
Exemplar brochado em bom estado de conservação.
Raro.
Sem registo na BNP (Biblioteca Nacional).
20€

11 março, 2020

FOTOGRAFIA DE ESTÚDIO - PUGILISMO: Silva Ruivo vs. Raul de Castro (ca. 1914)

Foto - Dimensões: 17x12 cm

Foto e cartão - Dimensões 27x21,5 cm

Fotografia muito valorizada pela dedicatória autógrafa dos atletas "ao s/ amigo António Silva".

Em Portugal, no início do século XX, o pugilismo existia à custa da carolice e do entusiasmo que alguns amadores punham ao serviço da modalidade, onde se destacava Silva Ruivo, que de tudo fazia para a divulgar e incrementar - lutas, aulas a título gracioso, etc. Embora tenham sido organizados alguns (poucos) combates de exibição, só a partir de 1913 o pugilismo deu os primeiros passos entre nós, sendo Silva Ruivo o primeiro a abraçar o profissionalismo.
"Modalidade popular, o boxe evoluiu em Portugal de modo pouco metódico, pelo trabalho pioneiro de clubes como o Ateneu Comercial de Lisboa ou o Ginásio Clube Português, dependendo do valor de atletas que apareciam ocasionalmente, como os históricos Silva Ruivo, que terá sido o primeiro profissional português, e o gigante Santa Camarão, do esforço errático de associações de bairro e do interesse de curto prazo de empresários e organizadores."
(Fonte: https://ler.letras.up.pt/uploads/ficheiros/11897.pdf)

Exemplar em bom estado de conservação. Pequenas falhas marginais no revestimento do cartão.
Com interesse histórico para a modalidade.
Raro.
50€

10 março, 2020

JORGE, Dr. Ricardo - A GUERRA E O PENSAMENTO MEDICO. Discurso pronunciado na Sociedade de Sciencias Medicas a 5 de zezembro de 1914. Publicado na Medicina Contemporanea de 13 de dezembro de 1914. Lisboa, Typographia Mendonça, 1914. In-4.º (23 cm) de 36 p. ; B.
1.ª edição.
Edição especial de 200 ex. numerados, cujo producto pertence á Sociedade Portugueza da Cruz Vermelha. O presente leva o n.º 19.
"Perante este cataclismo universal, em que o mundo desgravitado se deseixa, que diz, que faz, o que pensa o medico, elle o contemplador e o amerceador de todas as desgraças? [...] Ha primeiro, com as suas exigencias de doutrina e pratica, o lado tecnico e profissional, pelo que apenas bordejarei, entregando-o ás communicações que espero aqui trarão os proficientes: o exercicio da arte de curar no campo de batalha, a classica medicina castrense, como outr'ora se intitulava nobremente, quando, arrancava a sua ascendencia desde o lendario Podalirio, o mésinhador das feridas dos guerreiros homericos.
Nos arraiaes da batalha assentaram-se os arraiaes da cirurgia; a exérese operatoria tinha alli o teatro por excelencia dos seus cortes. [...]
Hoje em dia a faca do amputador anda no mesmo redemoinho de golpes continuos? Não, a velha cirurgia mutiladora cedeu abertamente o passo á cirurgia conservadora. [...]
Onde a traumaticidade sobe e varia de escala no desfaziamento da carcassa humana, é no canhão - o raio por excellencia que o Vulcano metalurgico forjou para os Jupiteres modernos dos exercitos. Que evolução na mecanica homicida desde o trom castelhano de Aljubarrota aos Skodas, Rimailhos, e Berthas! No campo de acção chove um aguaceiro de bólides de toda a casta e tamanho - o vomito incoercivel da metralha, dos obuzes, das bombas e das granadas. O detonar das polvoras, o sibilar dos projecteis, o estrupir dos estilhaços, desconcertam sem ritmo e sem pausa a mais infernal acustica, mescla de todos os estrondos arripiadores de timpanos. [...]
O batalhar da actualidade veio desmanchar a tactica classica dos serviços ambulacionaes; aquellas linhas de geometrica formatuta, providamente escalonadas desde a rectaguarda do campo, desarrumou-as a nova feição marcial, desfazendo do mesmo par as regras da arte da guerra e os canones da medicina castrense. Anjo da guarda do soldado ferido a recebe-lo no braço amigo mal a bala o prostara, o inferno da acção desaloja o medico das suas primeiras posições de socorro; periga o socorrido e periga elle proprio. Ainda ha pouco quasi indemne no exercicio duma missão santa, o graniso das balas ja o não poupa; as estatisticas até agora patenteadas mostram quão alto o alcança a mortalidade que em tempo quasi só alveja os combatentes."
(Excerto do Discurso)
Exemplar brochado em bom estado geral de conservação.
Raro.
Indisponível

09 março, 2020

A LUTA CONTRA O CRIME. Lisboa, Livraria Popular de Francisco Franco, [19--]. In-8.º (19 cm) de 92, [4] p. ; B. Colecção de Divulgação Policial, N.º 3
1.ª edição.
Interessante conjunto de textos sobre a Polícia, sua organização e funcionamento, a investigação criminal - a mais "avançada" - e a sua actuação pugnando pelo respeito e cumprimento da lei.
"Um magistrado inglês afirmou certo dia, com grande verdade, que o grau de civilização dum povo pode ser conhecido pelo grau da cultura da sua Polícia. A frase correu mundo e é hoje registada como lema em todos os povos que compreendem que a Polícia é o «mestre-sala» daqueles que entram pela primeira vez num país.
Nunca em Portugal se tinha pensado a sério nos serviços policiais. Um antigo e errado conceito fizera da Polícia - fôsse ela qual fôsse - um organismo odioso, um organismo inimigo do povo, quando a Polícia tem de ser considerada apenas inimiga do criminoso, do desordeiro, do malfeitor."
(Excerto de A polícia e o público)
"A Polícia precisa contar sempre com o laboratório de técnica policial, fazendo todo o possível para organizar modernamente o seu funcionamento, demonstrar a capacidade técnica dos seus componentes, inculcar-lhes o hábito de observação e formar verdadeiros homens de laboratório capazes de se identificarem com o espírito da organização científica.
Vejamos um dos assuntos correntes de natureza policial: a denúncia.
Na polícia, a denúncia é a acção de comunicar um determinado facto que, pela sua natureza, pode constituir um delito ou contravenção, dignos de serem investigados.
As denúncias chegam, geralmente, ao conhecimento das autoridades em forma verbal, escrita ou telefónica."
(Excerto de A denúncia)
Índice:
A polícia e o público. | A denúncia. |Como são ensinados os cães polícias. | Quando aparece um cadáver. | Não mexa no cadáver. | As marcas dos dedos já eram conhecidas na antiguidade. | Como trabalham os «G. Men». | A rádio e os serviços da polícia de Nova York. | Escrita à máquina. | A dactiloscopia. | A técnica da dactiloscopia. | O magnetismo na criminalidade. | Os estado hipnóticos. | Técnica policial. | Como foram descobertas as impressões digitais. | A identificação pelos dentes.
Exemplar brochado em bom estado geral de conservação. Capas frágeis com falhas de papel, bem como na lombada.
Raro.
20€