08 março, 2020

MANUAL DO JARDINEIRO E DO CULTIVADOR OU MODO DE CULTIVAR OS JARDINS EM QUE SE TRATA DA VARIEDADE DAS FLORES E DA SUA MELHOR CULTIVAÇÃO. Augmentado com a Linguagem do Emblema das Flores. Quarta edição correcta. Lisboa, Livraria Editora de Joaquim José Bordalo, 1883. In-12.º (14,5 cm) de 144 p. ; E.
Curioso manual de jardinagem que reflecte o gosto crescente na época, entre nós, pelo cultivo das flores e o arranjo dos jardins.
Relativamente à presente obra, com a devida vénia, reproduzimos parte de um artigo de Ana Duarte Rodrigues, da FCSH da UNL, com o título Pequenos livros para jardineiros: os almanaques - publicado na revista Jardins - Jardineiros - Jardinagem, do CECS da Universidade do Minho.
"O Manual do Jardineiro do Cultivador ou modo de cultivar os jardins, publicado em Lisboa na Imprensa de Francisco Xavier de Souza, em 1858, é dos poucos livros deste tipo que inclui oito estampas de flores. Em 1883 há uma quarta edição, [sem ilustrações], com o título Manual do Jardineiro e do Cultivador ou Modo de Cultivar os Jardins em que se trata da variedade das Flores e da sua melhor cultivação, augmentado com a linguagem do emblema das flores, publicado em Lisboa pela editora Joaquim José Bordalo. Este manual também inclui algum conteúdo semelhante aos tratados pois aborda a questão do traçado dos jardins em terraços, tendo em consideração e desenvolvendo cinco pontos essenciais: o terreno, a situação, a água, a exposição e as vistas. Mesmo no que toca à água, não aborda só a questão da necessidade, mas também a do recreio, como o facto da água ser o elemento que mais contribui para o recreio: “sendo bem distribuída, seja em repuxos, seja em cascatas, fontes e tanques” (p. 12)."

(Fonte: Rodrigues, Ana Duarte - Pequenos livros para jardineiros: os almanaques, in https://core.ac.uk/download/pdf/55629999.pdf)
"As diversas flores com que se ornam os jardins, e mesmo aquellas que - modestas e desconhecidas - vegetam nos prados, fazem a admiração das pessoas que, dotadas d'um genio melancolico e pensador, gostam de contemplar as creações da natureza.
A grandeza de Deus é demonstrada evidentemente na belleza, na perfeição e no grato aroma de algumas flores, que parece foram exclusivamente destinadas e proclamar a sua omnipotencia. [...]
No campo, onde a natureza se desenvolve com mais vigor e liberdade, é o local onde as flores ostentam a sua galhardia. [...]
As flores foram queridas em todos os tempos, e conhecidas por todos os povos. Desde as regiões mais selvagens até ás nações mais cultas que offerecem quantias fabulosas pela semente d'uma planta de pura fantasia, as flores andam ligadas á existencia das creaturas. Nos bailes, nas bodas, as flores são sempre estimadas, e até nos sacrificios da antiguidade tinham ellas um distincto logar.
A janella da mmais modesta habitação, a mesa dos ricos e poderosos, o mimoso seio da noiva, os macios cabellos da donzela, os arcos de triumphos, as salas de baile, os altares da egreja; tudo em fim é ornado de flores, como para dar um testemunho solemne da sua universal estimação.
Nós, que amamos deveras as flores, publicando este Manual não fazemos mais que render a nossa homenagem a todas as flores, servindo ao mesmo tempo de alguma utilidade ás pessoas que se dedicam á sua cultura."
(Excerto da introdução, A quem ler)
Matérias:
A quem ler. | Cultura das Flores. - Na terra; Do estrume; Da agua e da rega; Das sementes; Das raizes e das cebolas; Dos alfobres; Da plantação; Da mergulhia e alporques; Da enxertia; Nota. | Descripção das Flores - [segue-se uma breve descrição de 153 plantas]. | Tratamento das arvores fructiferas - [segue-se breve descrição do tratamento de 10 árvores de fruto]. | Nova cultura de morangueiros. | Enxertos de diversas especies de fructos da mesma arvore. | Noções sobre a cultura do ananaz. | Linguagem das flôres, plantas e arvores. | Indice.
Encadernação coeva em meia de pele com ferros gravados a ouro na lombada.
Exemplar em bom estado de conservação. Lombada apresenta rótulo colado na extremidade inferior. Folha 134/136 apresenta rasgão de cerca de 4,5 cm, ao centro, sem perda de papel.
Raro.
Indisponível

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