07 março, 2020

COSTA, Júlio de Sousa - SEVERA (Maria Severa Onofriana) : 1820-1846. Apontamentos e notícias para a sua história noso-psicológica * Casos interessantes em que intervieram personagens de destaque * A vida na Mouraria * A boémia doirada * O retrato da Severa * Doença e morte * A vala comum... Lisboa, Livraria Bertrand, [1936]. In-8.º (19 cm) de 207, [1] p. ; [1] f. il. ; B.
1.ª edição.
Importante subsídio biográfico para a história da Severa, mítica fadista lisboeta - a primeira a ser 
conhecida no meio e a mais famosa de sempre -, sendo celebrado em 2020 o seu bicentenário natalício.
Ilustrada com um retrato da fadista em extratexto (Cópia do desenho incompleto, a tinta da china, tendo no verso a simples nota: "A Severa", encontrado no espólio artístico do pintor Francisco Metrass (1825-1861)).
No final do livro inclui a partitura de "Quando eu morrer, raparigas", música que se afiança ter sido composta pela Severa bem como os versos que ela cantava de preferência, cuja letra evidenciava a vontade, após a morte, de ser sepultada em vala comum.
"A Severa...
Muito se tem falado desta desventurada que fez perder a serenidade, a compostura e também o juizo a filhos de algo e burguezes! E quantos lances de ciúme não provocou, sem o desejar, entre os da fina-flor da fadistagem da velho Mouraria!...
Êste livro de breves notícias e apontamentos coligidos durante largos anos, teve por finalidade acarretar subsídios para a crónica ou para o estudo psicológico dessa mulher que teve a popularidade triste que todos conhecem.
A sua mocidade cheia de beleza triunfante despertou paixões e ocasionou desvarios. Era a sina fatal com que viera a êste mundo de provação e destêrro. Pelas páginas que vão lêr-se passam muitos personagens do seu tempo e alguns da sua intimidade... Deslizam sombras de fidalgos, artistas, políticos, burgueses e alguns da negra legião do rebutalho da cadeia e da magna caterva da navalha...
Na vala comum onde ela quiz fôsse lançada, nessa cova larga do cemitério do Alto de S. João, da sua Lisboa, onde nascera e que tanto amava, terminou o drama da vida tempestuosa e delirante que teve, todavia, grandes claridades!...
Era linda... Disseram-mo duas pessoas que ainda a conheceram. O seu aspecto gentil e perturbante, os olhos cheios de meiguice e ternura que não era fingida e o seu corpo escultural, encantaram os homens do seu tempo."
(Excerto do proémio)
Índice:
Poucas palavras como proémio. | I - Primeiras investigações. II - O conde Vimioso. III - Na vida airada. IV - A companheira de Severa. V - Um incidente na Praça do Campo de Santana. VI - As façanhas da Severa. VII - Não dou felicidade a pessoa alguma... VIII - Os actores Teodorico e Epifânio na rua do Capelão. IX - A ervanária da Mouraria. X - Uma amiga da Severa. XI - No «Colete Encarnado». XII - A taberna do «Manhoso». XIII - Recordações. XIV - O retrato da Severa. XV - Que expiação? XVI - Lancem-me à vala comum!... XVII - A Severa no teatro. Aditamento (Certidão de óbito da Severa). | Quando eu morrer raparigas [partitura]. | Índice. | Índice alfabético dos personagens, locais e factos que figuram neste livro.
Exemplar brochado em bom estado geral de conservação. Capas manchada, com picos de acidez.
Muito invulgar.
Com interesse histórico.
35€

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