30 abril, 2021

CAMPOS, Manoel de Jesus - IMPRESSÕES VARIAS. Subsidios para a historia do 19 de Outubro de 1921.
[Por]... Alferes de Infantaria. Desenhos de Varela Aldemira
. Lisboa, Depositaria Livraria Portugalia, 1923. In-8.º (18 cm) de 142, [2] p. ; il. ; B.
1.ª edição.
Importante documento coevo para a história do episódio denominado "Noite Sangrenta", que passou pela detenção e assassínio a sangue frio de conhecidas figuras da República, na madrugada do dia 19 de Outubro de 1921.
Obra dedicada pelo autor ao Presidente da República António José de Almeida. Contém o testemunho de dezenas de personalidade da vida civil e militar, incluindo os réus e os seus defensores, e familiares das vítimas.
Livro ilustrado ao longo do texto com desenhos e fotogravuras referentes ao julgamento dos implicados nos crimes.
"Cavaqueando um dia com o redator do Diario de Noticias, Mário Barros, falamos num livro que o mesmo ia editar sobre o 19 de Outubro.
Pensei então em organisar um album onde ficassem registadas as impressões de todas as pessôas que mais de perto tivessem sentido e vivido esses acontecimentos.
No dia seguinte iniciei a minha cruzada, e o resultado dela, é este livro que ora aparece a publico."
(Excerto da introdução - Como surgiu este livro...)
Matérias: Como surgiu este livro. Uma audiencia de Sua Ex.ª o Presidente da Republica. Agradecimentos. | Impressões dos Reus. | Impressões dos Defensores. | Impressões das Testemunhas de Acusação e Defesa. | Impressões dos Membros do Tribunal. | Jury. | Impressões da Assistencia. | Impressões de Vitima e Familia das Vitimas. | Impressões dos Investigadores. | Nota.
Exemplar brochado, por abrir, em bom estao geral de conservação. Capas frágeis com defeitos marginias.
Muito invulgar.
Com interesse histórico.
Indisponível

29 abril, 2021

CRUZ, Maria Amália Furtado - CONTRIBUIÇÃO PARA O ESTUDO DA POESIA FUNERÁRIA NA "ANTOLOGIA PALATINA".
Dissertação para Licenciatura em Filologia Clássica apresentada por... Universidade de Lisboa : Faculdade de Letras
. [S.l.], [s.n.], 1950. In-4.º (28 cm) de [1], 77, [1] f. ; E.
1.ª edição.
Interessante ensaio sobre a poesia funerária na Grécia Antiga. Tese de licenciatura da autora apresentada à Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa.
Exemplar dactilografado, com 77 folhas impressas na frente; inclui epigramas manuscritos no original grego ao longo do texto. Obra nunca publicada em livro.
"A Antologia Palatina, também conhecida como a Antologia Grega, ou, em latim Anthologia Græca, é uma colecção de poemas, a maioria epigramas, escritos durante os períodos clássico e bizantino da literatura grega. Os poemas são curtos, de dois a oito versos no geral, raramente alguns são mais extensos, escritos para serem gravados em inscrições de tipo sepulcral (lápide) ou votiva."
(Fonte: wikipédia)
"Não foi sem razão que escolhi para tema do meu trabalho o estudo da poesia funerária da "Antologia Palatina". Esta colectânea, que abrange um período de tempo de vários séculos, é rica, não só em quantidade, mas também em qualidade, duma poesia que - embora revele o espírito duma época geralmente considerada decadente no aspecto literário -, todavia é também marcada por um cunho de profunda humanidade. E um dos géneros de poesia que mais nitidamente no-lo transmitem é sem dúvida o género funerário. A própria natureza deste género poético o exige, na medida em que implica um interêsse pela existência e destino humanos, que tem preocupado todos os homens, independentemente da época em que vivem ou da raça a que pertencem.
O problema da existência para além da morte tem sido interpretado diferentemente segundo as diversas religiões, mas podemos dizer que é comum a crença de que não é totalmente que o homem morre. E desde os primitivos, em que a ideia de sobrevivência de alma não envolve de nenhum modo a crença na eternidade, até ao cristianismo, encontramos permanentemente o culto dos mortos, com os seus ritos e superstições, diferente segundo os princípios de ordem religiosa em que se baseia."
(Excerto da Introdução)
Índice:
Bibliografia. | Introdução. | I Parte: I - Ambiente político e social: II - Filosofia, moral e religião; III - Literatura; IV - O género funerário. II Parte: I - Influências de outros géneros literários no epigrama funerário; II - Crenças e superstições; III - Ideias filosóficas e morais; IV - Interêsse pelo passado; V - A vida familiar e profissional. | Conclusão. | Índice.
Encadernação inteira de percalina com título gravado a seco e a ouro na pasta anterior.
Exemplar em bom estado de conservação.
Raro.
Com interesse histórico.
Sem registo na BNP.
35€

28 abril, 2021

CORTIÇA. Aspectos da sua produção, industrialização e comercialização.
Proletários de todos os países. Uni-vos!
Lisboa, Edições Avante, 1978. In-8.º (21 cm) de 58, [6] p. ; il. ; B. Colecção Conferência Económica do PCP - 6
1.ª edição.
Interessante monografia sobre a indústria corticeira.
Ilustrada com um mapa do país, gráficos e tabelas.
"Portugal é o primeiro produtor mundial de cortiça.
Com cerca de 780 000 ha de sobreirais puros e mistos, a sua produção é avaliada em 2 000 000 quintais, o que corresponde a 53% da cortiça anualmente extraída em todo o mundo. [...]
Em termos de boa qualidade, a produção do nosso país é ainda mais importante, existindo entre nós as melhores regiões quanto às características da cortiça produzida.
Todavia, Portugal nunca tirou desta situação privilegiada os benefícios correspondentes, pois este sector foi dominado largos anos por empresas e interesses estrangeiros."
(Excerto da Introdução)
"O sobreiro existe em Portugal praticamente disseminado por todo o território continental. Encontra-se no Norte, a par do castanheiro e do carvalho; no litoral, do Tejo ao Minho, associado ao pinheiro bravo; na Estremadura associa-se ao carvalho português; no Alentejo, ao pinheiro manso e à azinheira; nas serras do Algarve encontra-se a par da alfarrobeira."
(Excerto do Cap. I - A produção da cortiça em Portugal)
Índice:
Introdução. | 1 - A produção de cortiça em Portugal. 2 - Caracterização da indústria corticeira. 3 - Comercialização das matérias-primas. 4 - Comercialização dos produtos de cortiça. 5 - Considerações finais. | Anexos: I - Quadros Estatísticos; II - Intervenção do Estado na comercialização da cortiça (algumas notas sobre o Decreto-Lei n.º 260/77 e Portarias n.ºs 371, 372 e 373).
Exemplar brochado em bom estado geral de conservação. Capas apresentam desgaste nos cantos.
Muito invulgar.
Indisponível

27 abril, 2021

VALGÔDE, Luiz Soares - ALAFFÕES. Esboços historicos
. Porto, Typographia Universal (a vapor) de José Figueirinhas Junior, 1903. In-8.º (18,5 cm) de 52 p. ; [1] f. il. ; B.
1.ª edição.
Curioso subsídio para a história de Lafões, zona situada na região hidrográfica do Rio Vouga, com particular destaque para a bonita vila de Vouzela e tudo o que lhe diz respeito.
Livrinho ilustrado com uma estampa extratexto: "Vista geral da Villa de Vouzella".
"A fundação de Vouzella, liga-se inevitavelmente com a de Fafões; e se não temos dados seguros, para conhecermos positivamente a epocha em que tal successo tem logar, existem no emtanto provas de bastante valor, para nos levar a suppôr que a sua fundação data pelo menos da edade da pedra polida. Não pertence ao dominio da historia a epocha do seu primordial fundamento, mas sim a eras geologicas muito afastadas, e a affirmal-o temos, ainda que em ruinas, provas irreductiveis: não muito longe de Vouzella, n'um terreno baldio, situado entre a Riba-má e Vasconha, depara-se com um dolmen em tudo similhante aquelles que foram descobertos em Assier do departamento de Lot, e outro similhante se encontra n'um terreno egualmente baldio, denominado Monte Cavallo, a 600 metros do rio Vouga e a 3 kilometros da referida villa de Vouzella. [...]
Vouzella é, reconhecidamente, uma das terras mais nobres da Beira Alta, devido não só á sua remotissima origem, mas tambem, porque foi ella o berço de muitos homens insignes quer nas letras, em que foram uns sabios, quer nas armas, em que foram uns heroes, quer na virtude, em que foram uns santos."
(Excerto do Cap. II - Vouzella)
Matérias: Introducção [síntese histórica do império visigótico]. | I - Lenda da origem do nome Lafões. Destruição da lenda. II - Vouzella. Sua fundação - Etymologia do seu nome. III - Historia da fundação da ermida de Nossa Senhora do Castello. | Notas: Notas primeira; Nota segunda - Canção do Figueiral [atribuída por Fr. Bernardo de Brito a Goesto Ansures]; Notas terceira [personalidades insignes de Vouzela]. | Nota final.
Exemplar brochado em bom estado geral de conservação. Capas frágeis com defeitos e pequenas falhas marginais de papel. Sem f. anterrosto.
Raro.
Com interesse histórico e etnográfico.
A BNP dispõe de apenas um exemplar registado na sua base de dados.
30€

26 abril, 2021

CANDIDO, Doutor Zeferino - O CANHÃO VENCE... A VERDADE CONVENCE. Pelo... Da Universidade de Coimbra. Lisboa, Livraria Ferreira, 1915. In-8.º (22,5cm) de 177, [3] p. ; B.
1.ª edição.
Obra apologista da neutralidade portuguesa na guerra que se desenrolava no cenário europeu. Neste ensaio, o autor escreve sobre o conflito, abordando a situação nacional e a política de alianças.
"Foi sempre minha opinião que Portugal se devia manter neutral, perante o conflito que conflagra e subverte a Europa. [...]
Apezar do meu isolamento, do firme e calculado proposito da minha abstenção politica, senti um forte e triste abalo com a noticia do que se passou na sessão parlamentar de 7 de Agosto e com os fogosos e bélicos arremessos de grande parte da imprensa portugueza. Dando-se a circumstacia de se achar então á frente do governo um homem com quem mantenho, desde a mocidade, relações de intima e não interropida amisade, que a diversidade de modos de ver politico não destroe, pensei do meu dever patriotico manifestar-lhe, em carta, o meu sentir e tambem o meu apelo para a sua autoridade, com o fim de moderar tendencias belicicosas e apaixonadas que tinha e tenho por muito prejuciaes á independencia e aos interesses do paiz. [...]
O Doutor Bernardino Machado foi habil. Simulando e até, por alguns actos concretos, insinuando, mesmo, uma disposição belicosa a favor dos aliados, foi mobilisando forças, que nunca mandou senão para as colonias, sob o justificado motivo da sua defeza. Conseguiu sacar do parlamento uma autorisação unanime e ilimitada para dar á mobilisação a amplitude que quizesse, e, assim, ia andando e certamente procurava vencer a situação. Quando viu que a facção mais guerreira da camara lhe percebeu o jogo e o obrigava a mostral-o, atirou-lhe com o poder, colocando a situação politica n'um gáchis, em que, habilmente, envolveu a todos, sem exceptuar a presidencia da Republica, a quem a sua conhecida ambição não tinha, decerto, desejo de poupar.
A retirada do Doutor Bernardino Machado, a subida ao poder do partido mais propenso á beligerancia, factos lamentaveis que se seguiram, certamente derivados dessa impatriotica orientação, motivaram este trabalho."
(Excerto do texto)
Matérias:
Preambulo. | I - Portugal e França. Cap. II - Portugal e Belgica. Cap. III - Portugal e Ingalterra. IV - Portugal e a Allemanha. V - A Inglaterra no atual conflito. VI - A atitude da Inglaterra no atual conflito - Um discurso de Sir Edward Grey. VII - Um discurso de Sir David Lloyd George no Queens Hall de Londres. - Divida de honra. - França e Belgica em 1870. - Um pedaço de papel. - A desculpa da Allemanha. - A confiança da Belgica. - As atrocidades. - O caso da Servia. - A dignidade da Servia. - O irmao pequeno da Russia. - As nações pequenas. | Conclusão
Exemplar brochado em bom estado de conservação. Assinatura de posse na f. rosto.
Muito invulgar.
Com interesse histórico e bibliográfico.
Indiponível

25 abril, 2021

GUERREIRO, Carlos - ATERREM EM PORTUGAL! Aviadores e aviões beligerantes em Portugal na II Guerra Mundial. [Prefácio de Eduardo Marçal Grilo]. Colares, Pedra da Lua, artes, letras e ofícios, SA, 2008. In-8.º (21x21 cm) de 317, [3] p. ; mto il. ; B.
1.ª edição.
Interessantíssimo repositório de vasto conjunto de informações sobre os aviões que aterraram ou amararam em Portugal, bem como de aparelhos que se despenharam ou explodiram sobre território nacional. Livro há muito esgotado.
"Traça o retrato de um país através dos olhos de jovens estrangeiros que, envolvidos no tumulto de um conflito mundial, se viram, de repente, num Portugal atrasado - mas em paz.
Centenas de pilotos beligerantes estiveram em Portugal durante a II Guerra Mundial depois dos seus aviões terem sofrido avarias ou danos em combate. Algumas dezenas chegaram mesmo a morrer em resultado de aterragens acidentadas ou combates que se desenrolaram no nosso espaço aéreo.
Este livro conta estas histórias. Para a sua concretização o autor entrevistou mais de uma dezena de pilotos aliados que, entre os anos de 1941 e 1945, terminaram voos em Portugal e acabaram por ser internados durante dias, semanas ou meses no nosso país.
Vários portugueses, testemunhas ou participantes nos incidentes, ou que conviveram, com estes aviadores também foram entrevistados.
O livro, com mais de 300 páginas, conta com mais de 150 fotos e documentos daquele período fornecidos por várias fontes. A maioria foram entregues pelos próprios entrevistados que guardaram não só fotos como, por exemplo, o telegrama que a família recebeu dias depois de terem realizado a aterragem.
Encontra-se dividido em cinco partes, além de um anexo documental que pode dar pistas para outros investigadores. Contadas na primeira pessoas é possível conhecer as histórias de vários aviadores que terminaram as suas viagens no mar perto da costa portuguesa. Outros relatos incidem sobre os períodos de internamento nas Caldas da Rainha ou em Elvas por onde passaram centenas destes jovens estrangeiros.
Por fim são referidas várias histórias, umas inéditas e outras não, que também merecem ser contadas.
A última parte deste apresenta, cronologicamente, uma lista com cerca de 130 aviões beligerantes de várias nacionalidade que aterraram ou se despenharam em Portugal ou nas ex-colónias portuguesas durante este período. Também alguns voos civis que partiram de Lisboa e que tiveram fins trágicos merecem alguma atenção.
A obra resulta de cerca de uma década de investigações e entrevistas a vários protagonistas e acaba por mostrar que Portugal não esteve tão longe da guerra como muitas vezes foi dito. Traça também o retrato de um país através dos olhos de jovens estrangeiros que, envolvidos no tumulto de um conflito mundial, se viram, de repente, num canto desse mundo atrasado - mas em paz."
(Fonte: wook - Sinopse)
Livro profusamente ilustrado com fotogravuras e fac-símiles de documentos oficiais e correspondência diversa.
"Avarias mecânicas, faltas de combustível ou mesmo combates obrigaram mais de uma centena de aparelhos a terminar as suas viagens em Portugal, um país apontado como "amigo" pelos comandos militares.
Campas e memoriais espalhados pelo País recordam casos trágicos com a morte a colher a sua quota de vidas jovens.
Ponto de passagem obrigatório nas rotas de ligação entre o Reino Unido e os restantes teatros de guerra, Portugal viu-se no centro de uma intensa actividade aérea.
Este livro conta parte desta história através de relatos na primeira pessoa ou através de documentos de vários arquivos nacionais e internacionais."
(Excerto resumo da contracapa)
Índice: Prefácio. | Introdução. | Parte I - Marinheiros em apuros. 1. Uma aterragem no vazio; 2. Tratados como ladrões; 3. Justiça tardia; 4. Piscosa; 5. Falta de informação; 6. Clube dos peixinhos dourados; 7. Voos civis. | Parte II - Caldas da Rainha. 1. Diplomacias; 2. Aterrem em Portugal; 3. Com a ajuda de Deus; 4. Uma aterragem perfeita; 5. A cidade dos refugiados; 6. Uma vida aborrecida; 7. A casa dos refugiados; 8. Um difícil adeus; 9. Salvados. | Parte III - Elvas. 1. O primeiro americano; 2. Um rápido adeus; 3. Os primeiros em Elvas; 4. Natal longe da Guerra; 5. Ano Novo; 6. Victor Reynolds; 7. Experiências de guerra; 8. Cavalarias; 9. Como um Benfica-Manchester; 10. A promessa. | Parte IV - Voos rasantes. 1. Os primeiros a chegar; 2. O flagelo do Atlântico; 3. Condecorações alemãs; 4. A rasar os telhados; 5. O afundamento do S. Vicente; 6. Bombas em terra; 7. Desastre iminente; 8. Guerra de papel; 9. Fortalezas voadoras; 10. Guerra submarina. | Anexos: 1. Incidentes com aviões beligerantes; 2. Incidentes com aviões civis; 3. Aviões perdidos em trânsito; 4. Aviões perdidos nas Lages e Açores. | Documentação: - Instruções a observar pelas autoridades quando se registam aterragens de emergência; - Posição portuguesa face à aterragem de aviões e aviadores beligerantes; - Correspondência trocada com embaixadas na sequência da fuga de avião americano; - Relação de aviões americanos em Portugal. | Abreviaturas, glossário e traduções. | Bibliografia.| Webliografia.
Exemplar brochado em bom estado de conservação.
Esgotado.
Com interesse histórico e aeronáutico.
Indisponível

24 abril, 2021

VIEIRA, Afonso Lopes - A ÚLTIMA OBRA DO POETA AFONSO LOPES VIEIRA
. [Lisboa], Serviços Culturais dos CTT, 1948. In-8.º (22,5 cm) de 76, [4] p. ; [2] f. il. ; il. ; B.
1.ª edição.
Colectânea com indubitável interesse para a bibliografia de Afonso Lopes Vieira, publicada dois anos após a morte do poeta. Bonita edição, impressa em papel encorpado, com grande esmero e apuro gráfico. Por certo com tiragem reduzida.
"Publicam-se neste livrinho os textos escolhidos para os bilhetes postais das colecções que Afonso Lopes Vieira ideou e às quais deu os nomes de «Conheça a sua Poesia» e «Conheça os seus Prosadores».
Como surgiu essa ideia e como ela se corporizou é a pequena história que pode ler-se nas breves linhas que se seguem, escritas por quem, da parte dos C. T. T., acompanhou nesta realização o grande e saudoso português."
(Explicação)
Livro ilustrado com duas estampas em separado - o retrato do poeta e fotogravura dos bilhetes postais, bem como duas bonitas gravuras em página inteira, contendo respectivamente, a efígie de Luís de Camões, e e outra, do Padre António Vieira.
"Certo dia de 1945, em conversa ocasional com Afonso Lopes Vieira, disse-lhe que estava encarregado pela Administração Geral dos C. T. T. de orientar as novas séries de bilhetes postais ilustrados, com motivos portugueses, e pedi a sua opinião sobre alguns monumentos que interessaria focar em especial. Respondeu-me com vivo interesse; mas, de repente, deixou os monumentos e, com aquela fala ligeiramente hesitante e desprendida que lhe dava tempo para achar a expressão justa e dizê-la sempre em ritmo belo e saboreado, disse-me isto: «Se você estiver com o Administrador Geral  pregunte-lhe se quer fazer uma colecção de postais à semelhança dos «Conheça a sua Terra», com uma selecção de poesias. Uns vinte postais chegam. Eu podia fazer a escolha dos textos.» [...]
Quando dei a Afonso Lopes Vieira a notícia da rasgada aceitação da sua ideia - recebeu-a com a fleuma habitual. Mas senti bem que lhe tinha dado uma grande alegria. Eu também a tive.
Aceitou com gosto com gosto, e «em princípio» - ainda com alguma desconfiança no resultado. Estávamos a 15 de Agosto. Mandou-me dizer que ia trabalhar e que esperava obter os textos dentro de algumas semanas. Mas, apenas dois dias eram passados já me escrevia: «A tarefa é tão fácil que lhe envio aqui os primeiros doze originais, reservando para de aqui a dias os restantes. Eu tinha isso no sangue»..."
(Excerto da introdução)
Matérias:
[Explicação]. | [Introdução]. | Selo e Textos dos Bilhetes Postais da colecção «Conheça a sua Poesia». | Selo e Textos dos Bilhetes Postais da colecção «Conheça os seus Prosadores».
Exemplar brochado em bom estado de conservação. Capa apresenta mancha ténue de humidade junto ao canto superior esquerdo.
Invulgar.
15€

23 abril, 2021

HERCULANO, A. - CARTA AOS ELEITORES DO CIRCULO ELEITORAL DE CINTRA.
Por... (Estrahida do Jornal do Commercio)
. Lisboa, Typographia do Jornal do Commercio, 1858. In-8.º (22,5 cm) de 12 p.
1.ª edição.
Interessantíssima peça herculiana. Trata-se da amável recusa de Alexandre Herculano ao convite que lhe foi endereçado para representar o concelho de Sintra no Parlamento. Esta espécie de carta aberta, primeiro publicada no Jornal do Comércio, e depois em separata pelo mesmo periódico, é uma verdadeira "aula" de civismo político, perspectiva visionária do municipalismo, cuja actualidade é evidente. Além disso, Herculano aproveita o seu conhecimento do país, para aflorar questões importantes que se prendem com o abandono administrativo, moral e social da província face ao centralismo de Lisboa.
"Senhores eleitores do circulo eleitoral de Cintra. - Acabaes de me dar uma demonstração de confiança escolhendo me para vosso procurado no parlamento: sinto que me não seja permittido acceital-a.
Se tal escolha não foi uma d'aquellas inspirações que vem ao mesmo tempo ao espirito do grande número, o que é altamente improvavel, porque o meu nome deve ser desconhecido para muitos de vós; se alguem, se pessoas preponderantes n'esse circulo pelo conceito que vos merecem, vos apresentaram a minha candidatura, andaram menos prudentemente fazendo o sem me consultarem e promovendo uma eleição inutil. [...]
Não haverá no meio de vós um proprietario, um lavrador, um advogado, um commerciante, qualquer individuo, que ligado convosco  por interesses e padecimentos communs, tenha pensado na solução das questóes sociaes, administrativas e economicas que vos importam; um homem de cuja probidade e bom juizo o trato de muitos annos vos tenha certificado? Ha sem duvida. Porque, pois,  não haveis de ecolhel-o para vosso mandatario?
Os que não vêem como eu n'esta idéa da representação exclusivamente local o primeiro élo de uma cadeia de transformações, que serão ao mesmo tempo administrativas e politicas, podem sem desdoiro não só acceitar, mas até solicitar os vossos votos."
(Excerto da Carta)
Exemplar destituído de capas - tal como foi impresso - por aparar, com largas margens. Bem conservado.
Raro.
Peça de colecção.
45€

22 abril, 2021

MANTUA, Bento - O FADO.
Episodio em 1 acto
. Paris, Lisboa : Aillaud & Bertrand : Rio de Janeiro - S. Paulo - Bello Horizonte, Livraria Francisco Alves, 1915. In-8.º (18 cm) de 39, [5] p. ; il. ; B.
1.ª edição.
"Episodio em 1 acto, representado pela primeira vez na festa artistica do Actor Henrique Alves, no Teatro de S. Carlos, em 13 de Março de 1915." 
Opúsculo ilustrado com os retratos dos actores, uma reprodução do quadro de José Malhoa O Fado, e a finalizar a peça, o desenho de uma "mulher do povo" sentada, a fumar.
Obra dedicada pelo autor a Albino Forjaz de Sampaio. Rara. Com interesse para a bibliografia do Fado.
Livro muito valorizado pela dedicatória autógrafa do autor a Artur Portela (pai), conhecido jornalista português.
"O episodio que vae representar-se, é, antes de tudo, uma singela e pálida consagração a dois artistas de raça, a dois nomes que duas glorias são da Arte Portuguêsa. Um, pintos insigne, cuja palêta está impregnada de todos os tons luarentos e melancólicos da nossa terra. Outro, poeta ilustre, cuja musa, ao mesmo tempo ironica e comovida, tem o segredo de sonhar deliciosamente em lindos versos. É José Malhôa o pintor; Augusto Gil o poeta. A peça, é apenas a vivificação do quadro do grande pintor, «O Fado», para o qual Augusto Gil parece ter escrito as palavras sagradas da «Canção das Perdidas». Ao mesmo tempo, o auctor, que, como no tempo Vicentino envia muito saudar, quiz mostrar que ha nas mulheres, ainda nas mais aviltadas, rútila, como uma gema preciosa, a flôr do sentimento, um coração que nem sempre a lama das viélas consegue macular."
(Excerto do Prologo)
Bento Mântua (1878-1932). "Foi um dramaturgo e escritor português, e o 12.º presidente do Sport Lisboa e Benfica (1917-1926). Com mais de nove anos de exercício de funções, foi o segundo presidente com maior consulado na história do Sport Lisboa e Benfica, logo após Luís Filipe Vieira. O lançamento e conclusão do projecto Campo das Amoreiras, inaugurado em 6 de Dezembro de 1925, constituiu o marco mais importante dos seus mandatos e correspondeu, também, ao momento mais relevante e entusiástico vivido pelo clube até então. A Bento Mântua, além de uma abnegada acção benemérita a favor do clube, particularmente nas obras das Amoreiras, ficou a dever-se, em 10 de Setembro de 1918, a realização do primeiro jogo nocturno de futebol, no campo da Avenida Gomes Pereira, o incentivo ao primeiro campeonato de hóquei em patins, onde chegou a oferecer os prémios, e a organização do torneio anual de atletismo inter-clubes, único que se realizou durante a Grande Guerra. À semelhança de Félix Bermudes, Bento Mântua foi um homem de cultura, destacando-se como dramaturgo e escritor dramático. Há quem o considere um dos criadores do teatro regionalista. Colaborou na publicação periódica Atlântida (1915-1920) e também no semanário Azulejos (1907-1909)."
(Fonte: wikipédia)
Exemplar brochado em bom estado de conservação.
Raro.
35€

21 abril, 2021

PINHO, Manuel S. - A REVOLTA DE TORRES NOVAS.
(Apontamentos para a sua história)
. [S.l.], O Almonda [Gráfica Almondina - Torres Novas], 1927 [1986]. In-4.º (23,5 cm) de 312, [6] p. ; B.
1.ª edição independente.
Certamente, com tiragem restrita. Este livro é uma edição fac-similada dos originais publicados em 1927 no jornal «O Almonda».
As deficiências gráficas que por vezes apresenta, são motivadas, apenas, pelo facto de alguns originais já estarem pouco legíveis, devido ao tempo e aos processos de impressão da época.
Importante subsídio para a história do conturbado período que se seguiu às guerras liberais, e em particular para a cidade - na época, vila - de Torres Novas, onde teve início a rebelião contra o governo de Costa Cabral, tudo tendo culminado na capitulação de Almeida após prolongado cerco. Os efeitos da intentona prolongaram-se no tempo, noutros cenários estratégicos, nomeadamente através de alianças políticas e militares, destacando-se neste particular, as acções de guerrilha levadas a cabo por bandos de malfeitores, onde pontificavam, entre outros, os Brandões, que nesse período puseram as Beiras a ferro e fogo, deixando um rasto de intimidação e morte.
"A revolta de Torres Novas - Apontamentos para a sua história, é um modestíssimo trabalho, fruto da paciência, e não da erudição ou inteligência, porquanto a prosa do texto é fraca e comezinha, e a coordenação talvez disparatada e sujeita a muita crítica.
Compõe-se êle apenas de elementos que se acham disseminados em variadas obras, jornais, e arquivos, e podem servir a quem com mais competência, pretenda um dia, fazer a história da revolta que, em Torres Novas rebentou no ano de 1844, e que se tivesse vingado, teria certamente evitado os pronunciamentos de 1846, que constituiram o conhecido movimento da Maria de Fonte."
(Excerto do Antelóquio)
"António César de Vasconcelos Correia, mais tarde conde de Tôrres Novas , e então coronel de cavalaria na 3.ª secção do exército, foi quem deu o brado de revolta na noite de domingo, de 4 para 5 de Fevereiro de 1844, na vila de Tôrres Novas, enviando uma carta ao coronel Pina, comandante do regimento de cavalaria n.º 4, ali aquartelado, (cujos soldados queriam tanto ao coronel César de Vasconcelos «como a um amigo, ou a um pai» do dizer de Jacinto Augusto de Freitas e Oliveira), convidando-o a aderir, ou então, a retirar-se para onde lhe aprouvesse. [...]
O coronel Pina porém, não aderiu e retirou-se para Santarém, acompanhado do ajudante, quatro oficiais, e vinte e seis praças a cavalo e algumas desmontadas, onde se apresentou ao respectivo governador civil pelas oito horas da manhã de terça feira, dia 6.
Com efeito, na madrugada do dia 5, chegaram às proximidades da vila, dois destacamentos do regimento de cavalaria n.º 4, vindos um de Rio Maior, e outro de Aldeia Galega do Ribatejo, comandados respectivamente pelos alferes Francisco José de Miranda Pego e Guilherme Frederico Portugal e Vasconcelos que surpreenderam em Alcanena uma fôrça do Corpo de Segurança Pública do distrito de Santarém, às ordens do tenente José Maria Limpo de Lacerda, que conseguiu evadir-se para aquela cidade com três dos seus soldados, tendo os restantes sido depois abandonados  pelos revoltosos, por, segundo se dizia em Tôrres Novas, não estarem em condições de poder acompanhar aqueles destacamentos de cavalaria. [...]
Em Tôrres Novas muitos indivíduos tinham conhecimento da revolta, alguns até por terem prestado um bom concurso para a sua efectivação, como Agnelo Freire Salter de Sousa Cid, José Maria Queirós, e outros.
Os soldados e sargentos do regimento de cavalaria n.º 4 que na noite de domingo haviam abandonado o seu comandante, juntaram-se aos dois destacamentos chegados, com os oficiais da mesma unidade, capitães António Germano de Oliveira Sampaio, Guilherme Xavier de Vasconcelos Correia, e alferes Manuel Lourenço da Cunha, bem como o capitão de cavalaria na 3.ª secção do exército, João Cesário de Oliveira Sampaio, o tenente do estado maior Francisco Maria de Sousa Brandão, aos quais por sua vez se reüniram José Gerardo Ferreira de Passos coronel de artilharia, José Estevão Coelho de Magalhães capitão da mesma arma, e Joaquim Tomás Lôbo de Ávila, alferes do regimento de infantaria n.º 1, que tinham chegado no sábado de Lisbôa.
Foi então que António César de Vasconcelos Correia tomou o comando das fôrças revoltadas, e como chefe começou a dirigir a sedição, estabelecendo na Quinta do Minhoto o seu quartel general."
(Excerto do Cap. III - O grito de revolta)
Índice:
[Antelóquio preventivo]. | [Dedicatória]. | I - A atmosfera carregada. II - As  representações. III - O grito da revolta. IV - De Tôrres Novas à Guarda. V - O cêrco de Almeida. VI - O trio  pacificador. VII - A capitulação de Almeida. VIII - Pelas malhas do cêrco ou aventuras de José Estevão. IX - As guerrilhas. X - Os Relatórios. XI - No exílio. XII - O regresso dos emigrados. | Notas. | Manancial bibliográfico. | Índice.
Exemplar em brochura, bem conservado.
Raro.
Com interesse histórico e miltar.
75€

20 abril, 2021

MAIA, M. Leão - CRIAÇÃO DO POMBO. Criação, Raças, Doenças, etc.
Prefacio do Ex.mo Sr. Carlos Zeferino Pinto Coelho, presidente da Comissão de Avicultura da Associação Central da Agricultura Portuguesa, presidente do juri das exposições de Avicultura da mesma Associação. Ilustrações (fotografias e desenhos) do autor
. Lisboa, Livraria Editora Guimarães & C.ª, [1935]. In-4.º (23,5 cm) de 254, [2] p. ; il. ; B.
1.ª edição.
Monografia sobre o pombo. Obra de referência sobre o assunto - muito completa. Terminada em 1934, viria a ser publicada no ano seguinte.
Livro muito ilustrado ao longo do texto com tabelas, desenhos, fotogravuras e um esquema a cores (colagem), reproduzindo os diversos tipos de olhos do animal.
"A criação do pombo, em Portugal, não se pode dizer que tenha já o desenvolvimento que era para desejar.
Só um pequeno número de amadores a teem praticado, e alguns desses começaram-na e seguiram-na com bastante dificuldade, por não terem ao seu alcance um livro que fosse um pouco mais do que uma resenha das diversas raças e tipos de pombos, e onde se lhes dessem mais algumas indicações sobre os diversos acontecimentos que sempre teem lugar num pombal. [...]
Tudo isto foi feito, juntando aos conhecimentos pessoais, outros adquiridos aqui e além, em livros da especialidade, revistas ou artigos dispersos, tentando tornar este livro, dentro do seu tamanho, o mais completo possível.
Somos columbicultor; o que nele indicamos , foi por nós experimentado, e por isso damos a nossa opinião sobre o que nos parece melhor ou pior.
A frequente pregunta que temos visto em consultas de jornais, se haverá algum livro que, em português, trate de columbicultura, e a resposta: não conhecemos -, levaram-nos a compilar estes conhecimentos para ajudar, quem se inicia, a dar os primeiros passos, e por satisfeitos nos daremos se conseguirmos o fim de desejamos."
(Excerto da Advertência)
Exemplar brochado em bom estado geral de conservação. Capas frágeis com pequenos defeitos. Rubrica de posse na f. rosto e anterrosto.
Invulgar.
30€

19 abril, 2021

TERRA, José - CANTO DA AVE PRISIONEIRA.
Poemas
. [S.l.], Edição do Autor, 1949. In-4.º (25 cm) de 44 p. ; B.
1.ª edição.
Edição original da primeira obra do autor, rara e muito apreciada, publicada quando o poeta tinha apenas 21 anos. Proibida de circular pela censura do Estado Novo.

"Eu sou o benjamim
Dos poetas portugueses.
Pobre benjamim
Nos vaivéns da miséria e dos revezes!

Eu sou o benjamim
Dos que ouviram a voz da liberdade
E preferem ficar eternamente mudos
A cantar loas à impiedade!

Eu sou o benjamim
Dos poetas do meu povo.
Povo!
Eu te dou meu corpo e minha alma,
Meu coração, meu sangue novo!

Eu sou o benjamim
Dos cantores da nova primavera
Em nossas mãos florida, em nossas mãos,
No coração que espera!...
[...]
Eu sou o benjamim
Dos poetas portugueses.

E não sei cantar de outra maneira..."

(Excerto de Pórtico)

José Terra (pseudónimo literário de José Fernandes da Silva) (Prozelo, Arcos de Valdevez, 1928 - Paris, 2014). "Poeta, foi, ao longo da vida, professor universitário (regente das Cátedras de Português das Universidades de Paris 8 / Saint-Denis e da Sorbonne Paris IV), filólogo, historiador, ensaísta, crítico e tradutor. Co-fundador e co-editor das revistas Árvore (1951-53) e Cassiopeia (1955), que tiveram um papel fundamental na renovação da poesia portuguesa dos anos 50, distinguiu-se, nesse campo, com a publicação de quatro livros há muito esgotados, balizados entre 1949 e 1959. Colaborou em várias revistas, e os seus poemas foram incluídos em diversas antologias do género.
A obra em livro começou em 1949, quando o poeta tinha só 21 anos, com a edição de autor do Canto da Ave Prisioneira, que inclui poemas escritos entre 1945 e 1949 (o livro, objecto de apenas duas recensões críticas, de Mário Dionísio na Vértice e de Alfredo Guisado na República, foi logo apreendido pela censura). Além do apelo de liberdade que percorre todos os poemas, o título e a sugestiva capa com um desenho de José Viana Dionísio (o futuro actor José Viana), na qual se vê uma ave batendo as asas para escapar das malhas de arame farpado, não podiam iludir os censores."
(Fonte: Esteves, José Manuel da Costa - A poesia de José Terra: o acto criador como acto libertador, 2013)
Exemplar em brochura bem conservado. Rasgão na capa, sem perda de papel.
Raro.
45€

18 abril, 2021

ANTA, Dom Abbade d' - ORAÇÕES SAGRADAS. Collecção de sermões escolhidos.
Pelo... Manoel Ribeiro de Figueiredo ex-professor de Latim e Latinidade, Prégador Régio e Capellão da Casa Real, etc.
Porto, Imprensa Civilisação - Santos & Lemos, 1882. In-8.º (21 cm) de XXV, [1], 343, [8] p. ; C.
1.ª edição.
Obra dedicada pelo autor - Manuel Ribeiro de Figueiredo, o Abade de Anta (Espinho) - ao Conselheiro José Dias Ferreira, conhecido professor universitário de direito, advogado e político português. A extensa dedicatória, terminada na Praia d'Espinho, com data de 30 de Novembro de 1881, é o pretexto para o autor tecer considerações sobre a Oratória Sagrada em Portugal, apontando as causas para a sua decadência, numa espécie de dedicatória-prólogo que antecede a colectânea de sermões.
Indice:
Carta do Ill.mo e Ex.mo Snr. Conselheiro, José Dias Ferreira, ao aucthor. | Carta-Prologo do aucthor ao mesmo. | Sermão da Eucharistia. | Sermão de Jesus Christo, Senhor dos Afflictos. | Sermão do Coração de Jesus. | Sermão de Nossa Senhôra 'na sua Natividade. | Sermão das Dôres de Nossa Senhôra. | Sermão da Soledade de Nossa Senhôra. | Sermão do Lava-pés. | Sermão da Paixão de Jesus Christo. | Sermão da Ressurreição. | Sermão de Sancto Antonio. | Sermão de Sancta Mafalda. | Sermão de Santa Cicilia. | Sermão da Bulla da Sancta Cruzada. | Sermão em acção de Graças pelo triumpho das armas portuguezas sobre os Francezes. | Sermão em acção de Graças pela restauração de Portugal. | Discurso funebre 'no 33.º anniversario da morte do Senhôr D. Pedro 4.º. | Discurso funebre nas exequias por alma do mesmo. | Oração funebre 'nas exequias do Snr. Duque de Loulé. | Oração funebre 'nas exequias do Snr. Fructuoso José da Silva Ayres.
Exemplar cartonado em bom estado de conservação. Sem revestimento da lombada(?).
Raro.
Indisponível

17 abril, 2021

MACHADO, A. Victor - GUIA PRÁTICO DE CARACTERIZAÇÃO.
Colectânea de ensinamentos úteis para uso dos Amadores Dramáticos. Por... Lisboa, Editores Ferreira & Franco, L.da, [193-]. In-8.º (16,5 cm) de 47, [1] p. ; [15] f. il. ; C.
1.ª edição.
Curioso manual de caracterização - inovador na época - com interesse para a história da reprentação entre nós.
Livro ilustrado com 15 estampas intercaladas no texto.
"Ao reünir neste livrinho alguns ensinamentos, que julgo de utilidade, sôbre caracterização, tive apenas o propósito de prestar-vos um serviço, por não existir no nosso mercado livresco qualquer obra em português e actualizada, sôbre a pintura e transformação do rosto.
Entre nós bem pouco se tem escrito sôbre caracterização, o que em parte justifica o seu desconhecimento, sobretudo dos principiantes em teatro, e o que também não é para causar grande assombro, se atendermos a que, ainda hoje - triste é dizê-lo - há actores que se utilizam da rôlha de cortiça queimada e do arame fumado para «fazer as rugas»...
Entre os nossos actores há, no entanto, alguns a quem devemos prestar justiça, reconhecendo-os verdadeiros mestres em caracterização. Todavia, não escrevem, não divulgam os seus conhecimentos, a sua técnica e o seu saber, que êles monopolizam para a criação dos seus admiráveis «tipos», compostos com arte e ciência, reveladores dum alto poder de observação e aturado estudo. [...] Em Itália, e especialmente em Inglaterra, algo se tem publicado sôbre a Arte de Caracterização, e que a maioria dos nossos profissionais de teatro desconhece.
O Guia Prático de Caracterização não é, como o seu nome o indica, um tratado completo; é, sim, um Guia Prático, um resumido mas prestante conselheiro dos Amadores Dramáticos, sobretudo recomendável aos que começam."
(Excerto da Nota preambular)
Índice: [Dedicatória]. | [Nota preambular]. | I - Dos tempos idos à época actual. II - Confidências de Signoret - Ensinamentos aos novos. III - A caracterização no cinema. IV - Traços fisionómicos - Método de Lavater.
Encadernação editorial cartonada com letras a negro sobre fundo laranja.
Exemplar em bom estado de conservação.
Raro.
Sem registo na Biblioteca Nacional.
20€

16 abril, 2021

PINTO, Mário G. L. Barros - O CANTO DAS CRUZES NO SOAJO
. [S.l.], Grupo de Estudos do Património Arcuense (G. E. P. A.), [1985?]. In-4.º (23 cm) de 23, [5] p. ; il. ; B.
1.ª edição independente.
Curioso trabalho sobre os cantares religiosos do Soajo, Arcos de Valdevez. Com interesse antropolológico e etnográfico.
Livro ilustrado com fotogravuras no texto (1) e em página inteira (3). Inclui ainda a letra dos cantos, bem como as respectivas partituras.
"Soajo estende-se por larga área a nascente das Terras de Val e Vez, à ilharga do rio Lima, separado da Galiza, a quem dá os bons dias, pelo rio Laboreiro, integrado numa zona de grande interesse antropológico e natural, - o Parque Nacional Peneda-Gerês.
Cabeça de montaria e senhora de privilégios reais antiquíssimos («não só são isentos seus moradores de todos os tributos, salvo Siza & Usual mas nunca pagárão palha, nem derão alojamento, nem Soldados no tempo da guerra, a que não são obrigados ir senão com ElRey, quando elle pelo mesmo Concelho a faça»), os seus habitantes apresentam traços característicos muito marcados que lhes conferem um lugar especial na geografia humana da região.
Dali era o homem rude mas cheio de sabedoria e orgulho, influência certamente dos grandes espaços e das imensas moles de granito que o dominam, - o Juiz de Soajo, cuja sentença foi lição para os «juízes de senhoria»: - «cadeira em que se sentou jamais a levantou». [...]
Foi nesta freguesia dos sete cemitérios, cheia de lenda e tradições, que fomos colher o
«Canto das Cruzes».
De facto, uma das tradições mais antigas de Soajo é a comemoração da Paixão de Cristo vulgarmente conhecida pelo Canto das Cruzes.
Celebrava-se em cada ano, com início na 4.ª feira de Cinzas e durava até às endoenças da 5.ª feira Santa.
Os homens reuniam-se, ao toque do sino, depois da ceia, no adro da Igreja, e dividiam-se em dois grupos separados aí coisa de uns quarenta passos, mas que podiam variar conforme as distâncias entre os cruzeiros de pedra. [...]
O Canto das Cruzes principiava e acabava na Igreja, e tudo de realizava às escuras, com um grupo a cantar os primeiros versos junto de uma cruz, e o outro, colocado na cruz anterior, a responder."
(Excerto do texto)
Exemplar brochado em bom estado de conservação.
Invulgar.
Indisponível

15 abril, 2021

O BACALHAU E SEU FORMULARIO. (Mais de 300 preparações culinarias diversas). Lisboa, Editorial Excelsior, [na capa Livraria Editora Guimarães & C.ª], 1927. In-4.º (24 cm) de 98 p. ; E. Biblioteca Excelsior : «Coléção Culina»
1.ª edição.
Título da capa: 270 receitas para cozinhar Bacalhau. Este número corresponde à realidade; efectivamente, conta com 270 receitas e não 300, como vem indicado na f. rosto.
Interessante livro de receitas exclusivamente devotado à preparação e confecção do "fiel amigo"; julgamos ser o primeiro que com estas características se publicou entre nós.
"Poucas pessoas conhecem este peixe na sua fórma natural, porque o bacalhau só aparece nos nossos mercados depois de preparado, isto é aberto e salgado.
O bacalhau fresco prepara-se, em geral, de todos os modos por que se preparam os outros peixes frescos, semelhantes.
Chama-se frescal o bacalhau cuja salga é recente e que depois de cosinhado apresenta uma fêbra muito mais macia do que a do bacalhau de antiga salga.
Qualquer que seja a preparação que se pretenda fazer com bacalhau, este deve ser de primeira qualidade; esta reconhece-se pela pele negra no dorso e branca pratéada do lado do ventre, e tambem pela espessura dos filetes cuja fêbra deve ser branca e como que constituida por folhas; se os filetes são chatos e amarelados, isso é sinal de dureza e de ranço.
Para cosinhar o bacalhau salgado, deve este ser previamente demolhado em agua corrente; para esse fim deve ter-se uma celha ou alguidar com um orificio na parte superior por onde se escoa a agua em excesso; assim o bacalhau, de môlho durante vinte e quatro horas, pelo menos, completamente mergulhado fica em condições de ser cosinhado."
(Excerto do preâmbulo)
Encadernação simples, cartonada, com a lombada revestida de tecido. Conserva a capa de brochura frontal.
Exemplar em bom estado geral de conservação. Capa manchada. Folhas ocasionalmente oxidadas.
Raro.
A BNP dá notícia de apenas 1 exempla.
100€

14 abril, 2021

SCOTT, Walter - A CAMINHO DE JERUSALÉM.
[Tradução de Leyguarda Ferreira]
. Lisboa, Romano Torres, [1968]. In-8.º (19 cm) de 460, [4] p. ; B.
1.ª edição portuguesa.
Apreciado romance histórico do mestre escocês deste género de literatura. Título do original: Count Robert of Paris.
"Era de tarde e a brisa doce e refrescante do mar predispunha aqueles que não tinham afazeres a entregarem-se a devaneios ou a observarem com curiosidade os objectos interessantes que a Natureza e a arte apresentam à admiração daqueles que visitam Constantinopla.
Entre os que a curiosidade ou a ociosidade reunira em volta da Porta de Oiro, notava-se um homem, cuja fisionomia exprimia mais surpresa e interesse do que seria de esperar de um habitante da cidade. O olhas vivo, os movimentos, a expressão do rosto, tudo deixava adivinhar uma imaginação solicitada por objectos novos, desconhecidos até então. O trajo era o de um guerreiro e o aspecto, tanto como o tom da pele, podiam indicar que nascera longe da capital da Grécia moderna.
Teria os seus vinte e dois anos, a estatura era notável, as formas atléticas, qualidades muito apreciadas pelos cidadãos de Constantinopla que, pelo hábito de frequentarem os jogos públicos onde encontravam o escol dos seus compatriotas e os mais belos modelos da raça humana, haviam adquirido profundo conhecimento do homem físico.
Esses atletas, no entanto, não eram em geral tão altos como o desconhecido parado diante da Porta de Oiro. Olhos azuis de olhar penetrante, cabelos loiros que saíam do elmo ricamente ornamentado de prata, cuja cimeira representava um dragão entreabrindo as formidáveis maxilas, tudo indicava a origem nórdica, confirmada pela extrema beleza da cútis. [...]
O traje do rapaz apresentava um misto de riqueza e frivolidade, conquanto bastasse para indicar a um espectador experimentado a nação a que pertencia e o posto por ele ocupado no exército. [...]
Sobre os ombros do guerreiro flutuava uma espécie de capa, parecida com uma pele de urso, mas que, vista de perto, se reconhecia ter sido tecida de seda, imitando pele. Ao lado pendia-lhe um sabre curto ou cimitarra, cuja bainha era de oiro e marfim e o punho trabalhado parecia pequeno para a forte mão daquele hércules tão elegantemente trajado. [...]
Porém, usava também uma arma mais adaptável, em aparência, à sua mão vigorosa e que um homem mais fraco não poderia manejar: uma acha de armas, com cabo de olmo, excessivamente duro, guarnecido de placas de aço e de cobre; as mesmas placas e anéis de ferro uniam entre si as peças de metal e de madeira. A arma apresentava dois gumes e entre eles via-se uma ponta muito aguda. Toda de aço, brilhava como um espelho... [...]
O uso de armas provava ser o rapaz militar ou estrangeiro. Entre os Gregos, como entre os outros povos civilizados, só os militares usavam armas em tempo de paz, tornando-se, portanto, fácil distingui-los dos simples cidadãos; foi com um ar marcado de receio e até de aversão que muitos afirmaram em voz baixa ser ele um Varangue, nome pelo qual designavam os bárbaros que compunham a guarda imperial."
(Excerto do Cap. II, O Varangue)
Exemplar brochado em bom estado de conservação.
Invulgar.
10€

13 abril, 2021

O JULGAMENTO DE JOÃO BRANDÃO (DE MIDÕES) NOS DIAS 31 DE MAIO, 1, 2 E 3 DE JUNHO DE 1869 NA COMARCA DE TABOA.
Preço 100 Réis
. Lisboa, Typographia Universal de Thomaz Quintino Antunes, 1869. In-8.º (22,5 cm) de 48 p. ; B.
1.ª edição.
Transcrição das audiências do julgamento de João Brandão, o conhecido facínora de Midões (Tábua), que espalhou o terror nas Beiras no período que se seguiu à guerra civil portuguesa, aqui pronunciado por "roubo com arrombamento e assassinato".
"P. que por uma hora pouco mais ou menos da noite de 30 para 31 de março de 1866 (sexta feira santa para sabbado de alleluia) e na casa de habitação que o visconde de Almeidinha possue em Varzea de Candosa, onde se achava o padre José d'Annunciação Portugal, foi este roubado por tres salteadores armados e mascarados, que penetrando alli por meio de arrombamento constante do corpo de delicto, e dirigindo-se ao quarto onde o mesmo dormia, alumiados pela luz d'uma lanterna, lhe subtrahiram da gaveta d'uma mesa que alli estava, uma bolsa de linho com um conto de réis, pouco mais ou menos em libras e meias libras.
P. que na mesma casa e logar, quando um dos tres salteadores, não contente com o dinheiro que havia roubado, pedia mais dinheiro ao padre, que acordára, apenas abriram a porta do quarto, e quando o mesmo ia a erguer-se para esse fim, foi-lhe disparado um tiro de arma de fogo, que o feriu e o atravessou com duas balas, de cujos ferimentos lhe resultou necessariamente a morte poucas horas depois, como consta do auto de autopsia.
P. que os auctores d'estes crimes foram o reo João Victor da Silva Brandão, Antonio Brandão, Mattos da Covilhã e Brito Penalva, por quanto
P. que o reo foi sempre havido por chefe d'uma quadrilha de malfeitores e assassinos, de que faziam parte os coreos, os quaes pelos laços e relações criminosas que existem entre si lhe obedeciam e obedecem cegamente."
(Excerto do Libello accusatorio)
Matérias:
[Apresentação dos intervenientes no julgamento]. | Libello acusatorio. | I - Audiencia em 31 de maio. II - Audiencia em 1 de junho. III - Audiencia em 2 de junho de 1869. IV - Audiencia em 3 de junho. V - Interrogatorio do reo. | Quesitos. | Sentença.
Exemplar brochado em bom estado geral de conservação. Capas frágeis com defeitos, falhas de papel e pequenos orifícios, trabalho de xilófago.
Raro.
Com interesse histórico.
Peça de colecção.
85€

12 abril, 2021

RELATORIOS SÔBRE PESCA MARITIMA NAS CAPITANIAS DE CAMINHA, VIANNA DO CASTELLO, FIGUEIRA DA FOZ E POVOA DE VARZIM -
Ministerio da Marinha e Ultramar : Direcção Geral da Marinha - 1.ª Repartição. Pescarias
. Lisboa, Imprensa Nacional, 1890. In-4.º (23 cm) de 58 p. ; B.
1.ª edição.
Relatórios pioneiros, redigidos no final do século XIX, sobre o estado das pescas em quatro pontos do litoral nortenho servidos por portos. Informação relevante, conseguida a custo pelos responsáveis das capitanias, dada a fraca colaboração dos pescadores, sendo evidente, também, a impreparação de alguns dos capitães dos portos. Raro e muitíssimo interessante.
Livro ilustrado ao longo do texto com quadros estatísticos.
"De difficil tarefa fui encarregado, pois, em virtude dos poucos conhecimentos que eu tinha sobre o assumpto de que vou tratar, e sem a nenhuma ajuda dos pescadores, vi-me obrigado a procurar em tratados especiaes, principalmente inglezes, esses conhecimentos que me faltavam, e visitando este rio, estudando-o e comparando-o com os seus congeneres de Inglaterra, habilitar-me por este meio a responder o melhor que me for possivel aos quesitos apresentados por v. ex.ª.
A impressão dolorosa que senti ao ver as conclusões que era obrigado a tirar, quer pela simples inspecção dos documentos que das differentes alfandegas recebi, quer das informações, embora muito deficientes, que dos velhos pescadores me deram, póde v. ex.ª avalial-a ao findar a leitura d'este modestissio relatorio, para o qual peço toda a benevolencia de v. ex.ª.
Este rio, outr'ora tão povoado pelas tres especies ichthyologicas, salmão, savel e lampreia, seguramente das mais ricas que frequentam os nossos rios acha-se hoje quasi abandonado por ellas, e tudo leva a crer completamente falto d'ellas n'um praso bastante curto."
(Excerto do Relatório do Capitão do porto de Caminha, José da Cunha Lima)
"A industria da pesca na area da capitania do porto de Vianna do Castello, que tem por limites; ao norte, o extremo norte do litoral do concelho de Vianna do Castello; ao sul, o extremo sul do litoral do concelho de Espozende, exerce-se no mar até á distancia de 12 milhas de terra, e nos rios Lima, Cavado e Neiva; a pesca, porém, n'este ultimo rio é de muito pequena importancia."
(Excerto do Relatório do Capitão do porto de Viana, Eduardo Augusto de Andrade e Sousa)
"Com referencia ao assumpto de que tratam os officios circulares n.º 561 de 20 de agosto e n.º 569 de 24 do mesmo mez, acompanhando esta copia do officio-circular n.º 204 de 29 de março, passo a relatar tudo quanto pôde colligir relativamente á vida do peixe no districto maritimo da Figueira da Foz, e tudo quanto tenha relação immediata com relação ao assumpto em questão."
(Excerto do Relatório do Capitão do porto da Figueira, Jayme Pereira de Sampaio Forjaz de Serpa Pimentel)
"Em cumprimento de ordens superiores, sou obrigado a fazer um relatorio sobre a arte da pesca na area d'esta delegação maritima da Povoa de Varzim; os escassos meios scientificos de que disponho, a variedade de artes de pesca que aqui existem, e as difficuldades que ha em obter esclarecimentos dos pescadores, que estão sempre de opinião antecipada para responderem a qualquer pergunta que se lhe faça para ajuizarem que, respondendo, estão a lavrar a sua sentença condemnatoria para lhes serem lançados novos tributos faz com que eu não possa fazer um serviço que preencha as formulas a que deve estar sujeito um relatorio, no emtanto direi o que tenho estudado sobre tal assumpto."
(Excerto do Relatório do Delegado Marítimo do porto da Póvoa, Accacio Soares Loureiro)
Exemplar brochado em bom estado geral de conservação. Capas frágeis com defeitos e pequenas falhas de papel. Miolo correcto.
Raro.
Com interesse histórico e regional.
A BNP dispõe de apenas um exemplar no seu acervo.
50€