08 abril, 2021

MORA, Amadeu da Cunha - DEIXE VER A LÍNGUA
. Coimbra, [s.n. - Composto e impresso nas oficinas da «Coimbra Editora, Limitada» - Coimbra], 1950. In-8.º (18,5 cm) de 248, [2] p. ; il. ; B.
1.ª edição.
Memórias do autor, médico de província, que incluem episódios hilariantes e caricatos.
Livro ilustrado com 20 desenhos em página inteira.
"O Padre Aniceto perdera, com o último ataque de fígado, além de uma dúzia de missas, uma boa parte do valor político; a cor macilenta, de um amarelo palha, e a claudicante verticalidade, a voz apagada que soltara, nos repisados sermões da Semana Santa, em nada faziam lembrar o temido e dinâmico pimpão eleiçoeiro de outros tempos, quando o Dr. Juveniano, todo lépido, entrava em sua casa, levando os cumprimentos do Senhor Ministro do Interior.
A política esquece os mais dilectos filhos, com um cinismo de madrasta, e, assim, os que ainda há pouco de desbarretavam submissos, porque imploravam favores ou temiam perseguições, olhavam agora, quase indiferentes, o velho lutador que passava, amarrado ao prognóstico fatal do Dr. Pinheiro. Dizia-se à boca calada que o vigário sofria de cancro, e o próprio barbeiro dos Ramalhais já à socapa lhe aplicara o unguento de basalicão e doze bichas nas cruzes."
(Excerto de À Renovação)
Amadeu da Cunha Mora (1901-1984). "Médico e Escritor, nasceu em Pombal, a 10-11-1901, e faleceu em São Paulo (Brasil), a 19-04-1984. Fez o curso secundário no Colégio Moderno de Coimbra e Liceu José Falcão, tendo cursado a Faculdade de Medicina de Coimbra, onde se formou em 31-11-1923, com a defesa de uma tese intitulada “Alguns Casos de Lepra no Concelho de Pombal”. Foi classificado com 16 valores. Desempenhou as funções de Médico Municipal e ainda as de Médico da CP.
Deixou publicados vários artigos, em revistas médicas sobre Pelagra, Lepra e Carbúnculo. Fundou e dirigiu, durante alguns anos, o jornal de feição regionalista e social “Terra Mãe”, na mesma Vila de Pombal, e colaborou assiduamente em vários jornais do País, quer com o próprio nome quer com o pseudónimo de Fernando Pacheco. Escreveu o livro Memórias de Um Médico Esquecido, (1947) e a peça em 3 actos, Filhos Sádios."
(Fonte: https://ruascomhistoria.wordpress.com/2019/10/11/quem-foi-quem-na-toponimia-do-municipio-de-pombal-2/)
Exemplar brochado em bom estado de conservação.
Invulgar.
Indisponível

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