CANDIDO, Doutor Zeferino - O CANHÃO VENCE... A VERDADE CONVENCE. Pelo... Da Universidade de Coimbra. Lisboa, Livraria Ferreira, 1915. In-8.º (22,5cm) de 177, [3] p. ; B.
1.ª edição.
Obra apologista da neutralidade portuguesa na guerra que se desenrolava no cenário europeu. Neste ensaio, o autor escreve sobre o conflito, abordando a situação nacional e a política de alianças.
"Foi sempre minha opinião que Portugal se devia manter neutral, perante o conflito que conflagra e subverte a Europa. [...]
Apezar do meu isolamento, do firme e calculado proposito da minha abstenção politica, senti um forte e triste abalo com a noticia do que se passou na sessão parlamentar de 7 de Agosto e com os fogosos e bélicos arremessos de grande parte da imprensa portugueza. Dando-se a circumstacia de se achar então á frente do governo um homem com quem mantenho, desde a mocidade, relações de intima e não interropida amisade, que a diversidade de modos de ver politico não destroe, pensei do meu dever patriotico manifestar-lhe, em carta, o meu sentir e tambem o meu apelo para a sua autoridade, com o fim de moderar tendencias belicicosas e apaixonadas que tinha e tenho por muito prejuciaes á independencia e aos interesses do paiz. [...]
O Doutor Bernardino Machado foi habil. Simulando e até, por alguns actos concretos, insinuando, mesmo, uma disposição belicosa a favor dos aliados, foi mobilisando forças, que nunca mandou senão para as colonias, sob o justificado motivo da sua defeza. Conseguiu sacar do parlamento uma autorisação unanime e ilimitada para dar á mobilisação a amplitude que quizesse, e, assim, ia andando e certamente procurava vencer a situação. Quando viu que a facção mais guerreira da camara lhe percebeu o jogo e o obrigava a mostral-o, atirou-lhe com o poder, colocando a situação politica n'um gáchis, em que, habilmente, envolveu a todos, sem exceptuar a presidencia da Republica, a quem a sua conhecida ambição não tinha, decerto, desejo de poupar.
A retirada do Doutor Bernardino Machado, a subida ao poder do partido mais propenso á beligerancia, factos lamentaveis que se seguiram, certamente derivados dessa impatriotica orientação, motivaram este trabalho."
(Excerto do texto)
Matérias:
1.ª edição.
Obra apologista da neutralidade portuguesa na guerra que se desenrolava no cenário europeu. Neste ensaio, o autor escreve sobre o conflito, abordando a situação nacional e a política de alianças.
"Foi sempre minha opinião que Portugal se devia manter neutral, perante o conflito que conflagra e subverte a Europa. [...]
Apezar do meu isolamento, do firme e calculado proposito da minha abstenção politica, senti um forte e triste abalo com a noticia do que se passou na sessão parlamentar de 7 de Agosto e com os fogosos e bélicos arremessos de grande parte da imprensa portugueza. Dando-se a circumstacia de se achar então á frente do governo um homem com quem mantenho, desde a mocidade, relações de intima e não interropida amisade, que a diversidade de modos de ver politico não destroe, pensei do meu dever patriotico manifestar-lhe, em carta, o meu sentir e tambem o meu apelo para a sua autoridade, com o fim de moderar tendencias belicicosas e apaixonadas que tinha e tenho por muito prejuciaes á independencia e aos interesses do paiz. [...]
O Doutor Bernardino Machado foi habil. Simulando e até, por alguns actos concretos, insinuando, mesmo, uma disposição belicosa a favor dos aliados, foi mobilisando forças, que nunca mandou senão para as colonias, sob o justificado motivo da sua defeza. Conseguiu sacar do parlamento uma autorisação unanime e ilimitada para dar á mobilisação a amplitude que quizesse, e, assim, ia andando e certamente procurava vencer a situação. Quando viu que a facção mais guerreira da camara lhe percebeu o jogo e o obrigava a mostral-o, atirou-lhe com o poder, colocando a situação politica n'um gáchis, em que, habilmente, envolveu a todos, sem exceptuar a presidencia da Republica, a quem a sua conhecida ambição não tinha, decerto, desejo de poupar.
A retirada do Doutor Bernardino Machado, a subida ao poder do partido mais propenso á beligerancia, factos lamentaveis que se seguiram, certamente derivados dessa impatriotica orientação, motivaram este trabalho."
(Excerto do texto)
Matérias:
Preambulo. | I - Portugal e França. Cap. II - Portugal e Belgica. Cap. III - Portugal e Ingalterra. IV - Portugal e a Allemanha. V - A Inglaterra no atual conflito. VI - A atitude da Inglaterra no atual conflito - Um discurso de Sir Edward Grey. VII - Um discurso de Sir David Lloyd George no Queens Hall de Londres. - Divida de honra. - França e Belgica em 1870. - Um pedaço de papel. - A desculpa da Allemanha. - A confiança da Belgica. - As atrocidades. - O caso da Servia. - A dignidade da Servia. - O irmao pequeno da Russia. - As nações pequenas. | Conclusão
Exemplar brochado em bom estado de conservação. Assinatura de posse na f. rosto.
Muito invulgar.
Exemplar brochado em bom estado de conservação. Assinatura de posse na f. rosto.
Muito invulgar.
Com interesse histórico e bibliográfico.
Indiponível
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