30 setembro, 2019

OLIVEIRA, José Osório de - O ROMANCE DE GARRETT. Pôrto, Livraria Tavares Martins, 1935. In-8.º (19 cm) de 292, [4] p. ; B.
1.ª edição.
Biografia romanceada do insigne vate português.
"É grande a agitação em casa do selador da Alfândega do Pôrto, António Bernardo da Silva. Êste homem austero e rigoroso deixou o emprêgo para acorrer ao chamamento da mulher, D. Ana Augusta de Almeida Leitão. Ao subir a rua do Calvário, o senhor António Bernardo nem corresponde aos cumprimentos respeitosos da vizinhança. A mulher está com as dores do parto, e o digno funcionário esquece a sua costumada solenidade. Ao chegar diante de casa, um prédio estreito e alto, olha para as janelas do primeiro andar com um vago temor. Entre essas janelas será um dia colocada uma lápide vistosa, comemorando esta data: 4 de Fevereiro de 1799."
(Excerto do Cap. I)
"Instala-se a família de António Bernardo numa casa da rua de São João, na cidade de Angra, onde dois irmãos do selador da Alfândega do Pôrto são dignatários da Sé. A êles se vem juntar o bispo de Angola, que pouco depois, a-pesar-da idade avançada, vai ao Rio-de-Janeiro onde está a Côrte. Protector da família, leva-o ao Brasil o desejo de obter do príncipe regente para o filho mais velho de António Bernardo o lugar do pai. Do Rio volta com a satisfação do que desejava para o sobrinho Alexandre, e mais com o encargo da diocese de Angra, que não pretendia."
(Excerto do Cap. II)
"João Baptista tem quási dezoito anos quando chega a Coimbra e se matricula  no curso jurídico. Aluga um quarto na rua do Borralho mas, espírito inquieto, todos os anos mudará de casa. [...]
Na cidade universitária definirá a sua personalidade, adoptando o nome de Garrett, mas por emquanto é ainda o jovem João Baptista."
(Excerto do Cap. III)
José Osório de Castro e Oliveira (1900-1964). "Ficcionista, poeta e crítico literário, filho de Ana de Castro Osório e Paulino de Oliveira, nasceu em Setúbal e estreou-se aos dezassete anos, nas páginas de A Capital. Em 1919, seguiu para Moçambique a exercer funções públicas e, logo em 1922, publicou o seu primeiro ensaio sobre Oliveira Martins e Eça de Queirós. Estanciou várias vezes no Brasil, Cabo Verde e África ocidental portuguesa como editor e funcionário do Ministério das Colónias. Tornou-se, desde os anos trinta, um dos maiores divulgadores da literatura cabo-verdiana e defensor da aproximação literária entre Portugal e o Brasil."
(Fonte: http://acpc.bnportugal.gov.pt/colecoes_autores/n24_oliveira_jose_osorio.html)
Exemplar brochado em bom estado de conservação. Capas plastificadas. Rubrica de posse na f. anterrosto.
Invulgar.
Indisponível

29 setembro, 2019

KEYNES, J. H. - AS CONSEQUENCIAS ECONOMICAS DA PAZ. Por... Professor da Universidade de Cambridge. Lisboa, Tipografia Manuel A. Pacheco, 1921. In-8.º (21,5 cm) de 34, [2] p. (inc. capas) ; B.
1.ª edição.
"As Consequências Económicas da Paz (em inglês: The Economic Consequences of the Peace) é uma obra de John Maynard Keynes escrita e publicada em 1919, [em Portugal, 1921]. Keynes participou da Conferência de Paz de Paris (1919) como representante do Tesouro britânico e foi defensor duma paz muito mais generosa. O livro teve um grande sucesso em todo o mundo e foi fundamental para criar a opinião geral de que o Tratado de Versalhes (1919) estabelecia condições rapaces para os derrotados. Ajudou a consolidar a opinião pública americana contra o Tratado e o envolvimento na Sociedade das Nações. A percepção, por sua vez, por grande parte do público britânico de que a Alemanha tinha sido tratada injustamente foi um factor crucial no apoio público à política de apaziguamento de antes da II Guerra Mundial. O sucesso do livro estabeleceu a reputação de Keynes como um dos principais economistas, especialmente à esquerda. Quando participou como elemento chave no estabelecimento do sistema de Bretton Woods em 1944, Keynes teve presente as lições de Versalhes, bem como as da Grande Depressão. O Plano Marshall após a II Guerra Mundial é um sistema semelhante ao proposto por Keynes em As Consequências Económicas da Paz."
(Fonte: wikipédia)
"A paz que impuzemos ao inimigo, pode encarar-se sob dois aspectos: o da justiça e o da conveniencia e utilidade. A minha attenção concentrou-se  principalmente no ultimo ponto de vista. Mas, nem por isso o primeiro aspecto deixa de suscitar em mim considerações, que julgo do meu dever analysar cuidadosamente.
As condições, dictadas ao inimigo, foram justificadamente baseadas nas responsabilidades, que elle teve no desencadear da horrivel calamidade, que foi a guerra, e nos acordos que precederam o armisticio. [...]
As provas, que nos foram apresentadas o anno passado, convenceram-me de que a guerra foi pensadamente provocada pelos dirigentes da Allemanha, nas semanas que precederam o mez de agosto de 1914, com o proposito de a fazer rebentar n'um determinado momento. [...]
Mas, para garantia da paz, era dever nosso olhar mais para o futuro do que para o passado, e distinguir entre os governantes, que até á data tinham dirigido os destinos da Allemanha, e o povo, a nova geração do futuro. Se assim tivessemos procedido, teria predominado a generosidade e a elevação de espirito, e não o instincto de vingança e de odio."
(Excerto do Cap. I, A justiça da paz)
Matérias:
Introdução. | I - A justiça da paz. | II - O tratado e a honra. | III - As condições do armisticio. | IV - O enigmatico Wilson. | V - Será o tratado conveniente? | VI - A Europa Central abalada. | VII - Carvão. | VIII - Ferro. | IX - Indemnisações. | X - O cheque em branco. | XI - A avalanche da divida. | XII - A capacidade de pagamento da Allemanha. | XIII - O commercio de exportação da Allemanha. | XIV - Um tratado morto. | XV - A situação da America. | XVI - Remedios. | XVII - O futuro. | Appendice - Resumo do Capitulo III das Consequencias Economicas da Paz. A Conferencia. | Os quatorze pontos. | Discurso do Presidente Wilson ao Congresso em 11 de Fevereiro. | Artigo 297.º do Tratado de Paz : Annexo.
Exemplar em brochura bem conservado. Rasgão na última folha (contracapa), sem perda papel.
Raro.
Com interesse histórico.
Sem registo na BNP.
Indisponível

27 setembro, 2019

VITERBO, Sousa - INVENTORES PORTUGUESES. Segunda Série (obra póstuma). Propriedade e edição da família do autor. Coimbra, Imprensa da Universidade, 1914. In-8.º (22,5 cm) de [4], 38, [2] p. ; B.
1.ª edição independente.
Dêste opúsculo, primitivamente publicado no volume 61.º do Instituto, se tiraram 50 exemplares em Separata, que não foram postos à venda.
Importante subsídio para a história dos inventores portugueses. Anteriormente, em 1902, foi publicada a 1.ª Série.
Obra organizada por ordem alfabética dos apelidos, Sousa Viterbo dá notícia dos inventores do seu conhecimento, incluindo uma breve nota biográfica e os respectivos "inventos".
"Teem aparecido há tempos entre nós bastantes individuos que pretendem ter inventado ou modificado para melhor diversos aparelhos e processos industriais e scientificos.
Inegavelmente nem todos possuirão a mesma competência, embora não lhes falte habilidade. O curioso é um produto indigena muito frequente e pena é que ele, em vez de dar melhor rumo à sua aptidão, a consuma em futilidades e bugigangas, ou em produtos que só se tornam recomendaveis pelos extremos duma paciência chineza. Convêm da mesma forma joeirar os ingenuos e os lunaticos, que ainda pensam na quadratura do círculo e no moto contínuo, e os charlatães, que procuram iludir a boa fé dos outros, envergonhando-nos aos olhos dos estrangeiros. [...]
Seguem-se alguns nomes de inventores que pude respigar na reduzida ceara das invenções."
(Excerto do preâmbulo)
Exemplar brochado, por abrir, em razoável estado de conservação. Capas apresentam sinais de humidade no corte lateral e pequenas falhas de papel do mesmo local.
Raro.
20€

26 setembro, 2019

O COMETA DE HALLEY E O FIM DO MUNDO. Porto, Typographia da Empreza Litteraria e Typographica, 1910. In-8.º (15,5 cm) de XV, [1], 32 p. ; B.
1.ª edição.
Publicação pseudo científica de propaganda algo alarmista.
Ilustrada com desenhos no texto.
"Notícias especulativas sobre o suposto efeito letal do gás da cauda do Cometa Halley causaram uma onda de pânico, por volta de 1910, que culminou com a morte de várias pessoas que, não querendo morrer "(es)gaseadas", preferiam suicidar-se. [...] Houve tentativas de explicar que, mesmo ao aproximar-se mais da Terra - na noite de 18 para 19 de Maio -, o cometa não envenenaria ninguém, mas o estrago estava feito. O que aconteceu a partir daí foi uma bola de neve de superstições, especulação e exploração comercial e religiosa."
(Fonte: https://www.jn.pt/sociedade/interior/halley-semeou-em-1910-onda-de-panico-global-1573023.html)
"No dia 19 de maio proximo, a causa do cometa de Halley ha de ser atravessada pela terra. Os espiritos começam a preocupar-se com o annunciado acontecimento, e se é certo que ha muito quem se ria dos perigos em que não acredita, tambem ha quem se funde em muito boas razões para receiar um cataclismo. 
Pela nossa parte, confessamos sinceramente, e desde já, que pertencemos a este ultimo numero. Nas paginas que vão seguir-se a esta rapida introducção, encontrarão os leitores vasta materia para satisfazer a sua curiosidade scientifica a respeito dos cometas em geral e em especial do cometa Halley. Aqui, é nossa intenção consignar umas leves considerações de ordem philosophica relativamente á possibilidade de se acabar o mundo no dia 19 de maio ou, pelo menos, de succederem tremendas desgraças, em razão da passagem do cometa."
(Excerto da Introducção)
Matérias:
Introducção. | Póde acabar o mundo? | Pode acabar a terra? | Pode acabar a vida na terra? | O perigo do Cometa. | Poderá o cometa influir nos actos humanos, de maneira a produzir tragedias, crimes, desgraças? | Qual deve ser a nossa attitude  d'aqui a até 19 de maio? | A ideia do fim do mundo é antiquissima. | Que são cometas - Cometas periodicos e não periodicos. | Encara-se a possibilidade de uma collisão entre a terra e um cometa - Alterações dos periodos e orbitas cometarias. | Catastrophes, mortes, guerras e outros acontecimentos de valor historico que coincidiram com o apparecimento de cometas - Effeitos meteorologicos da passagem d'estes astros. | O diluvio explicado pela influencia d'um cometa - O fim do mundo prophetisado e attribuido aos cometas. | Quaes serias as consequencias d'uma collisão entre terra e um cometa - A destruição do genero humano - Fim tragico da terra. | Duas palavras sobre aerolithos - Mais um argumento em favor da destruição da terra por um choque no espaço. | A morte natural da terra - O fim do mundo segundo uma outra opinião.
Exemplar brochado em bom estado de conservação.
Raro e muito curioso.
Sem registo na BNP.
Indisponível

25 setembro, 2019

SILVA, Rebelo da - CONTOS E LENDAS. Edição revista pela de 1873. Porto, Livraria Civilização - Editora, 1970. In-8.º (16,5 cm) de 296 p. ; B.
Reedição desta conhecida obra de Rebelo da Silva (1822-1871) - conhecido escritor, professor e homem público oitocentista -, muito valorizada pela belíssima capa da autoria de A. Bastos. Compilação póstuma de narrativas históricas, anteriormente publicadas em periódicos como O Panorama, O Cosmorama Literário, a Revista Universal Lisbonense e o Arquivo Universal. Na «Introdução» à colectânea, o autor apresenta a personagem do velho e solitário padre Vigário, a quem atribui a autoria dos contos que compõem o volume e que incluem o célebre «Última corrida de touros em Salvaterra», um dos mais famosos textos do Romantismo português.
"O monge começou assim a sua história:
No tempo em que os valis de Córdova tinham quase todo o reino sujeito, é que sucedeu o que vou contar. Estava o conde D. Henrique a entrar por dias, e com ele vinham boas lanças para o ajudarem a resgatar do poder dos infiéis as províncias de Portugal. A essa hora nos castelos da fronteira não se descansava de dias, nem de noite; ninguém despia as armas; e quer luzisse a manhã, quer cerrasse a tarde, o clarão das almenaras, ou o rebate das trombetas não consentia nem leve repouso aos defensores da verdadeira lei."
(Excerto de A Torre de Caim)
"O Senhor D. José, primeiro do nome, era em Salvaterra um rei em férias. A verdade é que os malditos notavam, em segredo, que Sua Magestade em Lisboa estava sempre ao torno e o marquês de Pombal no trono. O prolóquio fundava-se na habilidade mecânica do monarca como torneiro, e no carácter dominador do marquês como ministro.
Vicejavam os campos em plena Primavera. A amendoeira cobria-se de flores, os bosques emfolhavam-se, as veigas vestiam-se e matizavam-se, e a brisa doudejava indiscreta arregaçando o lenço à donzela que passava, ou roubando um beijo à rosa perfumada. Tudo eram alegrias e cânticos... os rouxinóis nas moutas, o coração nos amores, e a natureza nos sorrisos ao sol esplêndido que a dourava.
Uma tourada real chamara a corte a Salvaterra. Os fidalgos respiravam nestas ocasiões menos oprimidos. Não os assombrava tão de perto a privança do ministro. Os touros eram bravos, os cavaleiros destros, o anfiteatro pomposo, e o cortejo das damas adorável. O prazer ria na boca de todos. Por cúmulo de venturas o marquês de Pombal ficara em Lisboa, retido pelo conflito com o embaixador de Espanha."
(Excerto de Última corrida de touros em Salvaterra)
Contos e Lendas:
A Torre de Caim. | Última corrida de touros em Salvaterra. | Tomada de Ceuta: I. Em que todos falam e poucos se entendem; II. Nem preto nem branco; III. Armas e amores; IV. O reverendo abade de Alcobaça; V. Quem é o rei aqui?
Exemplar brochado em bom estado de conservação.
Invulgar.
15€

24 setembro, 2019

SAGUER, Teophilo - MONARQUICOS E REPUBLICANOS. (Analise psico-social da familia portugueza apoz a aventura de Monsanto). Lisboa, [s. n - Composto e impresso no Centro Typographico Colonial, Lisboa], Fevereiro de 1919. In-8.º (21,5 cm) de [2], 27, [3] p. ; B.
1.ª edição.
Violento libelo anti-monárquico tendo como pano de fundo o fracassado movimento de Monsanto, que precedeu o final da Monarquia do Norte.
"É interessante uma análise psico-social à família portugueza, que, após 8 anos de República, novamente voltou a bater-se em duelo pelas suas convicções.
De um lado os monárquicos, de outro os republicanos. Os primeiros, defendendo 8 séculos de tradições; os segundos, a emancipação política e moral do povo que deseja caminhar.
Afinal quem nos fala verdade? Quem tem razão e direito? [...]
É indispensável saber que a significação das palavras é variável nem só no sentido em que se empregam, como no terreno em que se encontram, e são especialmente um poderoso e hábil elemento para dissimular o pensamento (hipocrisia) e para inverter a essência das leis.
Assim o teem confirmado muitos factos da história, e, entre êles, o célebre discurso do antigo chanceler prussiano Bismark, em 1888. Mascarando-se de pacifista, arrancou ao Reichstag a votação de 300 milhões de marcos para aumento dos exércitos, e últimamente, entre nós, Sidónio Pais, que, dizendo-se republicano, organizava dentro da República um Império. Império em que só havia uma vontade: a dêle.
Êste facto, pela gravidade das circunstâncias que reveste, impéle-me a sair um pouco da índole dêste pequeno e modesto trabalho.
Sidónio Pais, uma figura completamente apagada na política portuguesa, apesar de ter feito parte das constituintes e ter sobraçado pastas de ministro onde nunca se evidenciou com um facto que o distinguisse, lançou-se na revolução de 5 de Dezembro com o pretexto de não continuarmos a ir para França combater ao lado dos aliados. - Prova-o o facto de nunca mais ter partido nenhuma expedição, dando motivo, segundo as declarações do general Gomes da Costa, um dos comandantes das nossas forças no front, ao desastre de 9 de Abril."
(Excerto do texto)
Teófilo Saguer (1880-1954). "Filho de João Saguer Carbonell, natural de Peratallada, província de Girona (Catalunha) e de Francisca Antónia, filha ilegítima de João Alexandre Guerreiro Barradas, nasceu em Grândola em 1 de dezembro de 1880. Demonstrando, desde cedo, dotes musicais, assentou praça em Caçadores 5 e matriculou-se no Conservatório Nacional. Integrou a banda da Guarda Nacional, ingressou nas orquestras dos Teatros de São Carlos e da Trindade e, mais tarde, como trompista, nas orquestras sinfónicas de Lambertini, Blanch, Cardona e David de Sousa. Em 1912, casou com a violoncelista Adelaide Guerreiro Saguer e, nas palavras da filha Albertina Saguer, com ela viveu uma vida de perfeita comunhão de ideais, a par tocando, ensinando e escrevendo. 4 Em março de 1915 estreou-se como compositor no Teatro Politeama com o poema sinfónico Ode à Bélgica e, no mesmo ano, apresentou e dirigiu em São Carlos a Abertura Sinfónica. Quatro anos depois, tornou-se professor de Composição no Conservatório onde regeu as cadeiras de Ciências Musicais, Piano e Instrumentos de Sopro e Metal, atingindo o grau de professor de Alta-Composição. Dedicou-se ao estudo da musicologia e exerceu crítica musical publicando artigos em diversos jornais. Foi autor das seguintes obras: Monárquicos e Republicanos, Falemos da Guerra, A Entoação, A Anarquia dos Sons, Pedagogia Musical e A Radiotelefonia, para além de outras que deixou inéditas. Segundo sua filha, quando a doença o acometeu, veio despedir-se de Grândola, que entre todos os lugares da terra, ele, Teófilo, a conservou sempre no lugar que lhe cabia, e que para ele, seu filho distante e sempre presente, foi sempre o primeiro. Faleceu em Lisboa, em 1 de dezembro de 1954."
(Fonte: http://arquivo.cm-grandola.pt/_docs/Os%20Guerreiro%20Barradas%20e%20a%20M%C3%BAsica.pdf)

Exemplar brochado, por abrir, em bom estado geral de conservação. Capa apresenta mancha de humidade antiga à cabeça.
Raro.
Sem registo na Biblioteca Nacional.
Indisponível

23 setembro, 2019

RODRIGUES, Thomás - OS CRIMES DOS PADRES E A LUXÚRIA DAS FREIRAS. Pelo ex-capelão... (Ilustrado com sugestivas aguarelas). Os Devassos da Igreja. [Romance Sugestivo]. Lisboa : Rio de Janeiro, Empreza Literaria Universal, [1912?]. In-8.º (19 cm) de 88, [2] p. ; [2] f. il. B.
1.ª edição.
Espécie de romance/ensaio contra o clero, mas sobretudo um violento libelo anti jesuíta.
Ilustrado com duas estampas separadas do texto.
"O presente trabalho não é um insulto á Igreja Católica, nem a nenhuma outra.
Respeitamos o pensar e as ideias de todos, desde o momento em que êste modo de pensar e estas ideias sejam consentáneas com a moral e com o dever.
Não queremos, porêm, deixar no silêncio sepulcral da tumba do esquecimento os abusos, a imoralidade e os crimes que os falsos ministros da Religião cometem, invocando o nome do Creador do Mundo, e de Jesus, e da própria religião que espesinham, em vez de defender, abusando da crèdulidade, da ignorância e da boa fé dos pobres crentes, obcecados pelo temor do Inferno, pelo receio do castigo de Deus e por mil outros temores que lhes metem na alma, desde criancinhas, em vez de os educarem mais cientificamente e com maior utilidade prática.
Os crimes cometidos pelos diversos padres da multiplices seitas que por esse mundo teem existido e ainda existem, havendo ainda países onde imperam como senhores das almas, das consciências, das vidas, e dos bens alheios. [...]
D'entre todas as seitas religiosas uma das mais numerosas, de maior e mais omnipotente poder e tambem de maiores roubos e maiores crimes tem sido indubitavelmente a dos jesuítas, chamada tambem Companhia de Jesus."
(Excerto da Introdução)
Indice: Introdução. | Parte Primeira - Sacerdotes e Sacerdotizas da Antigùídade. Egipto e Grécia. Parte Segunda - A Companhia de Jesus. Parte Terceira - A Inquisição. Seus crimes em nome da Religião. Parte Quarta - O crimes dos padres e principalmente dos jesuítas. - Em França. Parte Quinta - Em Espanha. Parte Sexta - Em Portugal. Parte Sétima - Luxúria das freiras. Parte Oitava - Mais crimes dos jesuítas. Violação e envenenamento de Sarah de Matos e outros crimes diversos.
Tomás Rodrigues. Pouco se sabe a respeito do autor, a não ser que utiliza a referência “ex-capelão”, e a existência de uma outra obra da sua lavra registada na Biblioteca Nacional com o título Os misterios da Inquisição : os crimes da egreja. Será o seu "nome" uma alusão ao cristão-novo Tomás Rodrigues que com a sua família morreu ás mãos da Inquisição portuguesa no séc. XVII? (v. «Razia de uma família inteira», http://www.arlindo-correia.com/021212.html)
Exemplar em razoável estado geral de conservação. Cansado. Capa frágil com defeitos; sem f. anterrosto; sem contracapa.
Raro.
Indisponível

21 setembro, 2019

PORTELA, Fr. Marcos - CATECISMO DO CAMPONÊS. Tradução e prefácio de Viale Moutinho. Lisboa, Editorial Futura, 1975. In-8.º (16 cm) de 40 + 41, [3] p. ; B.
1.ª edição.
Primeira edição portuguesa deste curioso e original Catecismo do Labrego (bilíngue - português/galego).
"Frei Marcos da Portela puxa pela língua a um camponês e percorremos com um travo de humor amargo as páginas deste catecismo. A demonstração do homem sob os impérios infernais os denominados impostos, serviço militar, o poder central de Madrid, os esbirros locais, os tribunais, uns quantos profissionais de mas artes ou artes desviadas para malas partes, a ronha sacana dos caciques e seus mandatários, de braço dado com as pragas naturais, precipitando o homem do campo em estádios cada vez mais dolorosos da existência. A actualidade do Catecismo do Labrego poderia traduzir-se em números: editado pela primeira vez no jornal «O Tio Marcos da Portela», de Orense (Galiza), em língua vernácula, saiu em volume em 1888, e entre este ano e 1930, foi reeditado mais de vinte vezes, não contando com as reproduções totais ou parciais feitas através de jornais e revistas. Não sabemos se entre esse último ano e 67 a obra de Frei Marcos da Portela esteve proibida ou não, a verdade é que nos anos do pós-Guerra Civil que enlutou a Espanha o jugo imposto aos povos galego, catalão, basco e outros foi pesado e duro. As línguas vernáculas foram mesmo proscritas."
(Excerto do Prefácio)
Exemplar brochado em bom estado de conservação. Capa vincada no canto inferior direito.
Invulgar.
15€

20 setembro, 2019

SEGURADO, Jorge - BOYTAC E A CAPELA DE NOSSA SENHORA DO PÓPULO. [Por]... Da Academia Nacional de Belas-Artes. Lisboa, [s.n.], 1977. In-4.º (28,5 cm) de [4] p. ; [1] f. il. (15-18 pp) ; B.
1.ª edição independente.
Separata de Belas-Artes N.º 31.
Ilustrada extratexto com uma bonita estampa da capela impressa sobre papel couché.
"É na verdade uma sucinta comunicação que faço no intuito de contribuir para o esclarecimento da génese da Capela que a Rainha D. Leonor mandou erguer na notável instituição do Hospital das Caldas da Rainha. [...]
Havendo como há, bem patentes duas unidades de traças com díspares escalas, feições e até de espírito criador, é lógico deduzir-se que dois homens, duas distintas personalidades de artistas, aqui actuaram. O primeiro, naturalmente estabeleceu a traça do conjunto, nas duas fazes de trabalho, quer da planta quer de alçados e ainda, ergueu a Capela-mor como habitualmente se fazia ao iniciar-se a fábrica de uma igreja.
É de supor que esse primeiro mestre do serviço régio de D. João II tenha sido de facto, Mateus Fernandes... [...]
Na realidade, a obra do Hospital de D. Leonor iniciou-se em 1485. Dois anos depois já funcionava. E entretanto Mateus Fernandes em 1497 já está a dirigir as obras do Mosteiro da Batalha. Assim nas Caldas até o final da construção em 1500, alguém na ausência de Mateus Fernandes continuou a ordenar e a erguer o que faltava à capela de Nossa Senhora do Pópulo. Boytac deve ter sido esse alguém e até com autoridade de superintendência nas obras do Rei e completando o que faltava fazer: o corpo da nave e todos os acabamentos exteriores. [...]
Em conclusão: A Capela de Nossa Senhora do Pópulo foi obra, presumivelmente traçada pelo Mestre Mateus Fernandes, tendo tido interferência complementar de Diogo Boytac, patenteando o seu conjunto de personalidades, bem distintas dos dois mestres."
(Excerto do texto)
Exemplar brochado em bom estado de conservação.
Invulgar.
Indisponível

19 setembro, 2019

RODRIGUES, Augusto - NA INDIA REVOLUCIONÁRIA. Lisboa, Casa Editora Nunes de Carvalho, [19--]. In-8.º (19,5 cm) de 438 p. ; [8] f. il. ; il. ; E.
1.ª edição.
Romance histórico cuja acção principal decorre em Goa. Obra muito rara, acerca da qual não existem referências bibliográficas, incluindo na Biblioteca Nacional.
Livro ilustrado com capitulares e bonitos desenhos assinados por Silva e Souza assinalando o início e final de cada capítulo, e ainda oito belíssimas estampas impressas sobre papel couché intercaladas no texto.
"Encostadas á amurada do brigue «Senhora do Livramento», a baroneza de Pedronelo e Ermelinda contemplam com os olhos razos de lagrimas a linda paisagem de Lisbôa, da qual se afastam lentamente.
Ermelinda, limpando os olhos, diz numa voz repleta de saudade:
Não tornarei a vêr o meu querido Portugal!
Por detrás dela, uma voz masculina, responde-lhe:
- Quem poderá determinar o futuro?
As duas senhoras voltaram-se surpresas, e maior foi a admiração de Ermelinda ao deparar com a insinuante figura do senhor de S. Martinho."
(Excerto do Cap. VII, A caminho da India e do amôr).
Índice dos capitulos: I - O misterio da simpatia. II - A casa do misterio. III - Em carcere privado. IV - Nas garras do bandido. V - Emparedado vivo. VI - Preparativos de viagem. VII - A caminho da India e do amôr. VIII - Mãe e filho. IX - Para que serve um cadaver? X - Salvo! XI - A dama do veu negro. XII - Sepultura reveladora. XIII - Na cela de Ermelinda. XIV - O cinismo de Raul Castro. XV - Planos que falham. XVI - O sósia de Raul Castro. XVII - Entrevista. XVIII - O ciume. XIX - A hora tragica. XX - Um tiro. XXI - A grande infamia. XXII - Sinistra revelação. XXIII - Instante de horrôr. XXIV - O olhar de veludo. XXV - Compromisso forçado. XXVI - A obra do fogo. XXVII- A ameaça. XXVIII - Casanova desconfia. XXIX - O desejo carnal. XXX - Amor á força. XXXI - Mafoma tem vocação para a policia. XXXII - O ataque. XXXIII - Mafoma outra vez em campo. XXXIV - Surpreza. XXXV - Outra surpreza. XXXVI - O Segredo do cofre. XXXVII - O cavaleiro da Sombra. XXXVIII - Subtileza. XXXIX - Os conjurados. LX - A Miragem da Independencia. XLI - A caminho do templo. XLII - Ancia de liberdade. XLIII - A fuga. XLIV - Ante o perigo. XLV - Á merçê do sátiro. XLVI - Estranhas revelações. XLVII - O segredo do Kala-Xan. XLVIII - Os Deuses Vivos. XLIX - Pal-War, o sem mêdo. L - Uma paixão singular. LI - A paixão cresce. LII - Intervenção misteriosa. LIII - Raul de Castro e a sua sombra. LIV - A tragedia do barão. LV - Negocio urgente. LVI - Onde Jania começa a ser derrotada. LVII - O reforço. LVIII - Por um triz. LIX - A vingança de Calir. LX - Gigantes e bruxas. LXI - A obra de Raul de Castro. LXII - Boa nova. LXIII - A Reconciliação. LXIV - Os alcaides de Faria.
Encadernação em meia de percalina com ferros gravados a ouro na lombada. Conserva a capa de brochura frontal.
Exemplar em bom estado de conservação. Aparado.
Muito raro.
Sem registo na BNP.
Indisponível

18 setembro, 2019

DISCURSO SOBRE OS ACONTECIMENTOS DO DIA 30 DE MAIO DE 1823. Lisboa, Na Typographia de J. F. M. de Campos, 1823. In-8.º (21 cm) de 8 p.
1.ª edição.

Inflamado opúsculo anónimo de forte pendor absolutista, anti-liberal e maçónico, publicado na sequência da “Vila-Francada”, golpe de Estado ocorrido entre 27 de Maio e 3 de Junho de 1823, e que pôs fim à primeira experiência liberal em Portugal.
“Graças, Portuguezes, à benéfica providencia, com que o Altissimo nos singulariza e protege! […] A infame vergonhosa e desgraçada escravidão, a que hum bando de egoístas miseráveis, tão ignorantes como malvados e atrevidos tinha reduzido esta ínclita nação, fingindo querer regenera-la […] essa infame escravidão ou Rebellião Maçonica, de que resultou a separação do Brasil […] quando ella se preparava para reproduzir no meio de nós os últimos horrores da Revolução de França e nos tinha conduzido á borda do precipício, expirou e desappareceo, como e quando menos se esperava. […] Cessou, expirou esse tyrannico Imperio da impostura liberal, que por 3 annos tem flagellado a nossa desgraçada Nação com huma impudência e iniquidade apenas própria de Cannibais! Está patente que essa liberdade, e igualdade que nos promettião, he mil vezes mais insuportável do que esse monstruoso despotismo, que eles fingião e se gloriavão de vir destruir. […] Consolai-vos, Portugueses honrados, estaes livres do jugo desse bando de impostores Liberaes. Voltareis cedo á fruição de vossos Empregos e Bens, e não sereis mais excluidos d’elles, ou inhibidos de fazer fortuna, só pelo motivo de não terdes o vosso nome escripto na matricula de alguma Loja de Pedreiros Livres…”
(Excerto do texto)
Exemplar desencadernado em bom estado de conservação.
Raro.
Indisponível

17 setembro, 2019

MONIZ, Dr. Egas - O PAPA JOÃO XXI. Lisboa, Casa Ventura Abrantes, 1930. In-4.º (26 cm) de 23, [1] p. ; B. (Separata da revista Biblos. vol. VI, n.os 1-2, págs. 1-17)
1.ª edição independente.
Egas Moniz traça um interessante paralelismo entre Pedro Hispano (João XXI) e Santo António de Lisboa, seu contemporâneo, em conferência pronunciada no terceiro Jubileu da Academia das Ciências de Lisboa, a 9 de Dezembro de 1929.
Opúsculo muitíssimo valorizado pela dedicatória autógrafa do autor ao Dr. Xavier da Costa.
"Conhecido no mundo da sciência medieval pelos nomes de Petrus Lusitanus, Petrus Hispanus, Petrus Hispanus Portugalensis, ou ainda Petrus Juliani, foi uma das grandes individualidades scientíficas do século XIII.
A sua obra é tão vasta, especialmente no campo médico e filosófico, que se tem discutido se, de feito, foi só um Petrus Hispanus que escreveu todos os valiosos tratados conhecidos, ou se houve nessa época outros portugueses ou hespanhóis, que usassem nomes similares, de invulgar envergadura scientífica, especializados respectivamente nos domínios da medicina ou nos arcanos e subtilezas da filosofia medieval, de sorte a produzir toda essa importante bibliografia que hoje admiramos. [...]
Façamos o esfôrço de nos trasladar ao século XIII, quando reinava em Portugal o rei Afonso III e a realeza, o clero e os grandes senhores se debatiam em contendas aceradas.
Portugal não se mantinha inactivo no campo da sciência; antes procurava acompanhar, por alguns dos seus filhos mais ilustres, o movimento que se desenhava no coração da Europa.
Duas altas figuras atravessam a scena da vida intelectual dêsse século. Uma, que a lenda ligou para sempre ao solo, aos costumes e às crenças populares, Santo António de Lisboa; outra, que, não tendo menos mérito, os portugueses deitaram ao mais condenável esquecimento, Pedro Julião, mais tarde Papa, sob o nome de João XXI."
(Excerto da conferência)
Exemplar brochado em bom estado geral de conservação. Capas frágeis com defeitos.
Raro.
Inisponível

16 setembro, 2019

FADO PATRIOTICO. Canções de Portugal - Coimbra [do reportorio do Orfeon da Universidade]. Ao muito amigo Vasco Macieira. Por Antonio Menano. Letra de Fernandes Martins. 3.ª edição. Lisboa, P. Santos & C.ª : Salão Mosart, [1922]. In-fólio (32,5 cm) de 4 p. (inc. capas) ; B.
Canção patriótica cujos versos exaltam os portugueses a pegar em armas para defender o país.
Belíssima capa (não assinada) tendo como motivo a Grande Guerra - em 1.º plano, a República "imaculada", e em 2.º plano, os campos de batalha da Flandres sob céu tinto de sangue.

"Já se ouviu de serra em serra
A vóz da Patria a gritar:
Tomai as armas, meus filhos
Que temos de batalhar.

Erguei-vos novo e velhos
A pé todos em geral!
Erguei-vos todos á uma
Para salvar Portugal."

(Excerto da letra)

Exemplar em bom estado geral de conservação. Pequenos rasgôes marginais (sem perda de papel).
Pela sua beleza, interesse e raridade deve ser encadernado ou emoldurado.
Raro.
A BNP possui um exemplar registado na sua base de dados.
Peça de colecção.
Indisponível

15 setembro, 2019

CUNHA, D. Correia da - A "MALTA". Reportagens da vida académica de Coimbra. Coimbra, Livraria Gonçalves - Depositária, 1933. In-8.º (16,5 cm) de XVII, [1], 95, [3] p. ; B.
1.ª edição.
Curioso livro de memórias dos tempos de estudante do autor em Coimbra.
"Quem pisar pela primeira vez algumas ruas de Coimbra, principalmente de noite ou a certas horas do dia, sente pairar sôbre o seu espírito, suavemente, saüdosamente, um mistério «qualquer», que vem já de séculos envolvendo esta adorável vila académica.
Na Via Latina, nos Gerais, no Pátio da Universidade e tantos outros recantos: - quantas gerações de estudantes têm desfilado, vagarosamente, melancòlicamente, saüdosamente - capa solta ao vento, cravada de rasgões, suspensa duns ombros esguios; a batina, num desleixo adorável, toda rôta, os cotovêlos furados, com o fôrro à vista, as bandas de sêda desfiadas e vélhas?!... Quantas, meu Deus?!...
Porisso, quem entrar no Pátio da Universidade de Coimbra, que medite apenas um momento nas gerações sem fim que por ali têm passado, ano após ano, numa sequência que parece totalmente impossível. E pensando na vida, no que Ela tem de eterno (?), há-de sentir bater o coração, desusadamente. Que nós, que somos hoje, sentimos alguma cousa dos que foram ontem..."
(Excerto de À laia de Prefácio)
Matérias:
À laia de Prefácio. | - Conhecer Coimbra! - O "Penedo da Saudade" - "Paços da República dos Grilos" - O "Terror dos Caloiros" ou o Leão das Troupes" - | Na cidade das serenatas - O amor do estudante - O desabrochar da mocidade portuguesa - As mulheres de Coimbra e Camilo - O futuro Hotel-Casino-Internacional - Quatro horas da madrugada... | - O formigueiro das capas negras... - Á saída das aulas - A "Algazarra"... - As "Repúblicas" - As escadas do liceu - Abraços - O Páteo da Universidade - O velho de oitenta anos - Ferro em bruto - A Porta de Minerva - O "segrêdo" | - Eça de Queirós estudante em Coimbra... por onde se prova que esta cidade é sempre nova - As "Pimentas" da hospedaria - A Taberna das "Camêlas" - "A Teresa dos quinze" - Afectos por dezoito tostões | - "O templo onde se veneram os «cães» da nobre academia"... - Dois clichés históricos da tomada da "Bastilha" - "Os «soviets» da matemática"... - O Doutor Fernandes Martins estuda o ataque... | A cidade nua | - As ceias académicas | Uma greve (esta cena passou-se em Fevereiro de 1932) | Roubaram o badalo da "cabra"!... | - As mulheres de Coimbra - O Bairro Latino - Tricanas - Gil Vicente - Augusto Gil - As solteironas - A política - Um "carrascão" - Etc.
Exemplar brochado em bom estado de conservação. Capas oxidadas. Assinatura de posse na f. anterrosto.
Raro.
35€

14 setembro, 2019

SIMÕES, Armando - A GUITARRA. [Bosquejo histórico]. [S.l.], [s.n. - Composto e impresso na Tipografia Eborauto, Lda., Évora], 1974. In-8.º (21,5 cm) de 251, [5] p. ; il. ; B.
1.ª edição.
Importante estudo histórico sobre a guitarra portuguesa, desde os primórdios até aos nossos dias.
Ilustrado com 14 estampas em página inteira.
"Em todos os povos, o instrumento basilar da mais autêntica interpretação folclórica foi sempre uma guitarra, ainda que, por vezes, desbancada pela maior sonoridade de outros instrumentos. [...]
É portanto intuitivo que se considere a guitarra intimamente unida à músicatal como o idioma, embora os seus vocábulos sejam de compreensão internacional, consolidada as fronteiras do espírito, sendo mesmo de notar a sua influência também na própria música erudita desde que os clássicos românticos do começo do Séc. XIX cultivaram os lieder nacionalistas.
Ainda que a guitarra portuguesa apenas se tenha individualizado séculos após a fundação da nacionalidade, nem por isso aquela circunstância deixou de se manter, visto que os portugueses sempre usaram de guitarras para acompanhar as suas danças e cantares, quer os instrumentos fossem violas, cítaras, alaúdes ou cistros que, por natural evolução, constante em todos os países, se transformaram nos instrumentos nacionais de hoje.
Para a nossa guitarra, a formação completa-se no último quartel do século XVIII, com todos os seus recursos musicais patenteados e, como fiel intérprete da índole popular, enraizada na alma nacional.
No entanto, poucos portugueses lhe conhecem a origem; pouquíssimos sabem da evolução que percorreu para chegar, como é, aos nossos dias e, mesmo em geral, os musicólogos não procuraram desvendar-lhe os recursos musicais que alberga e lhe permite a interpretação a solo do conjunto da melodia e harmonia de qualquer música, em especial a romântica, desde a mais apurada e clássica à mais singela rústica.
Isto assinala o quanto os estudos históricos e técnicos acerca da guitarra ainda podem influir no conhecimento integral da música portuguesa."
(Excerto da Introdução)
Índice: O autor. | Prefácio. | Introdução. | I Parte: A Génese. - A designação; - A ancestralidade; - A índole; - A morfologia; - Os guitarreiros. II Parte: O Instrumento. - O encordoado; - A didáctica; - A adaptação; - O fado; - Os guitarristas. | Por fim. | Bibliografia. | Índice.
Armando da Conceição Simões (1894-1975). Guitarrista. "Nasceu em Lisboa a 8 de Maio de 1894. Faleceu em Coimbra a 6 de Agosto de 1975. Tirou o curso de Regentes Agrícolas em Coimbra no ano de 1913, escola de onde lhe veio o gosto e prática da guitarra. Licenciou-se depois em Lisboa, no curso de Medicina Veterinária em 1918, ano em que termina também o curso de Artilharia de Campanha, na Escola de Guerra. Teve muita actividade académica na Associação Académica de Lisboa, fazendo parte da organização de muitos Saraus académicos. Aproxima-se do jornalismo, através duma secção semanal no jornal “Notícias de Vila Nova de Ceira”. Colaborou em várias publicações periódicas e ainda no “Diário de Coimbra”, de que foi Director."
(Fonte: http://guitarradecoimbra4.blogspot.com/2014/05/armando-simoes-lucena-sampaio-e-jorge.html)
Exemplar em brochura bem conservado.
Muito invulgar.
Indisponível

13 setembro, 2019

TEIXEIRA, José da Silva - METHODO PRATICO DE VOLAPÜK. Por... Porto, Livraria Gutenberg de Antonio José da Silva Teixeira, 1886. In-4.º (23 cm) de V, [1], 57, [1] p. ; B.
1.ª edição.
"Língua artificial que o seu autor, o alemão J. Martin Schleyer (1839-1913), pretendia universalizar, e que se compunha de dezoito consoantes e oito vogais, com correspondência exata entre a pronúncia e a escrita."
(Fonte: infopédia)
Publicação pioneira entre nós. Manual de divulgação do volapük, língua universal precursora do «esperanto».
"Volapük, de vol, mundo, e pük, lingua, é uma lingua commercial universal, inventada pelo snr. Johann Martin de Schleyer, de Constança, Alemanha.
O snr. Schleyer estudou theologia catholica, philosophia, historia, alguma coisa de medicina e cincoenta e cinco linguas... [...]
Além de poeta e litterato é o snr. Schleyer um distinctissimo philologo. [...]
Para a propagação do volapük tèm-se organisado desde 1882 até hoje setenta e tantas associações. O volapük tem resistido aos ataques de todos os seus adversários, e ainda até hoje se não apresentou contra esta maravilhosa descoberta um unico argumento que não fosse immediatamente destruhido pelos homens que comprehendem o merecimento d'este meio de communicação e que comprehendem o seu immenso alcance. Em todo o mundo ha numerosissimos cursos gratuitos de volapük, e o numero de pessoas que sabem esta lingua augmenta todos os mezes alguns milhares nas cinco partes do mundo.
Ha já muitas casas commerciaes em todas as nações que fazem a sua correspondencia estrangeira em volapük e em breve tempo todas as casas commerciaes terão pessoal habilitado para fazer a correspondencia n'esta lingua universal. [...]
Todos os beneficios que o volapük proporciona á humanidade são já conhecidos em Portugal; pareceu-nos, pois, que não seria fóra de proposito a publicação d'um methodo pratico de volapük ao alcance de todos os que quizerem aproveitar-se d'este meio de communicação. Todas as nações da Europa e algumas da America possuem já, cada uma em seu idioma, grammaticas, methodos e diccionarios para o estudo do volapük: sigamos o seu exemplo."
(Excerto de Prefacio)
Exemplar brochado em razoável estado de conservação. Capas com defeitos e falhas de papel nas margens. Deve ser encadernado.
Raro.
Com interesse histórico e filológico.
Sem registo na BNP.
Indisponível

12 setembro, 2019

PERES, J. Domingues - O SECTOR DE NEUVE CHAPELLE E A 2.ª BRIGADA PORTUGUESA NA GRANDE GUERRA. Aveiro, Composto e Impresso na Imprensa Universal, 1929. In-8.º (22,5 cm) de 143, [1] p. ; [1] f. desdob. ; B.
1.ª edição.
Impressões de guerra do autor, expedicionário português em França durante a Grande Guerra.
Livro ilustrado em extratexto com um mapa desdobrável do Sector de Neuve Chapelle.
"Chamava-se Erny S. Julien a aldêa para onde fômos e onde passamos o resto dessa noite em cama melhor ou pior, mas que por forma alguma estranhamos. Não nos demorariamos, porém, se não o tempo indispensavel á recepção e distribuição do material correspondente à nova Brigada, unidade a que o nosso regimento fôra elevado pela reorganisação das forças expedicionarias. Trocariamos então Erny por Herbelle com prejuiso do pitoresco do local, mas com a vantagem de endireitarmos mais no caminho do front.
E outro não era o nosso caminho.
A organisação da Brigada, que ficou sendo a 2.ª das nossas forças expedicionarias à França, estva concluida dentro de breves semanas, aumentado ao regimento mobilisado o batalhão de infantaria n.º 7; e a sua situação apenas foi alterada pela deslocação, prevista, do 24 para Herbelle. As restantes unidades continuavam nos seus anteriores estacionamentos, - o 2.º Batalhão (inf. 23) em Ecques, - o 3.º (inf. 35) em Inghem, e o 4.º (inf. 7) em Mametz.
O Quartel General acompanhou o 1.º (inf. 24) a cujo estado maior pertencia. Todas estas localidades, situadas, as trez primeiras para norte e a ultima para leste, não distanciavam mais de uma hora de marcha de Thérouanne, aonde se estabelecêra a séde do comando da 1.ª Divisão.
E agora, daqui para as trincheiras com a alma que todos trouxeram de Portugal e o material que lhe mandaram de Inglaterra, ali, do outro lado do Canal, boa parte do qual não conhece nem sequer de vista, mas que ha-de ter tempo de vir a conhecer.
E é tôda a sua preparação especial que, para a Flandres nos fôra reservada, dos novos armamentos e métodos, salvo uns passeios militares a patinar no desgelo, meia dusia de tiros em carreiras de palmo, e duas sessões de máscara e capuz antigaz."
(Excerto de Indo para a frente. Episódios e arrelias)
Indice:
De como os apontamentos ficaram para quando calhasse. | Indo para a frente. Episódios e arrelias. | Nota do fim, trazida à frente por conveniencia de arrumação. | Do vivo ao pintado. Ente a Chamusca e o Duck's Bill. | Preparar para a mudança de situação. | O Sector da 2.ª Brigada Portuguesa. | Completando o reconhecimento. | Nasceram assim. | Sobre o mesmo motivo. | O entusiasmo, a  censura e o R. D. E. | O raid de Julho ao subsector esquerdo de Neuve Chapelle. | Compri that. | Permissionario da morte. | A bruxaria e as bombas. | Na massa do sangue. | Nas horas calmas. | Pela Linha das Aldeias. | O raid de 14 de Agosto. | Zalabarda. | Estado tranquilo. | Espirito antigo. | O das anedotas. | Despedidas de verão. | Um tipo. | Juros adeantados. | Fôlhas desgarradas. | Para descanço. | Era certo. | Enfeixando cruzes.
Exemplar brochado em bom estado de conservação. Capa levemente descorada à cabeça. Erro tipográfico na organização do livro: o 4.º caderno precede o 3.º, subvertendo a ordem numérica das páginas.
Raro.
Com interesse histórico.
A BNP possui apenas um exemplar no seu acervo.
Indisponível

11 setembro, 2019

VERDI, Giuseppe - LA TRAVIATA. 1853 Libreto de Francesco Maria Piave. Violetta Valéry: Maria Callas; Alfredo Germont: Francesco Albanese, etc. Maestro Gabriele Santini. Orchestra Sinfonica di Torino della RAI. Gravação realizada no Auditório da RAI em Turim em 1953. [S.l.], Diverdi S.L., 2006. In-4.º (25,5x15 cm) de 84 p. ; il. ; E. + 2 CDs. Colecção Os Clássicos da Ópera : 400 Anos, 1
Bonito livro publicado por ocasião das comemorações dos 400 Anos da Ópera. Contém um resumo histórico deste género artístico teatral, bem como uma explicação biográfica sobre Verdi e as suas principais composições, com especial relevo para La Traviata, uma das suas obras mais conhecidas, e aqui reproduzida integralmente em 2 compact disc que acompanham o livro.
Belissimamente ilustrado a cores no interior, em várias páginas por inteiro.
"La Traviata faz parte, juntamente com Rigoletto e Il Trovatore, da chamada "trilogia popular" de Giuseppe Verdi. Uma das chaves mais importante para entender a poética verdiana gira precisamente em torno desta palavra popular. Um termo depreciativo para alguns, limitativo para outros; para Verdi, ao invés, significava uma espécie de ideário estético e ético que o músico deve sempre reivindicar com orgulho. Toda a sua obra, incluindo evidentemente a Traviata, se desenvolve em torno deste conceito. Popular é, em primeiro lugar, um sinónimo de universal. Uma coisa capaz de chegar a qualquer gosto, e não apenas aos mais exigentes, um alimento que toda a gente possa provar e saborear. Popular implica também uma ideia de essencialidade. O crivo do tempo retirou-lhe todos os vestígios de artificialidade, poliu os seus excessos e depurou o seu conteúdo mais vital."
(Excerto de Ensaio Traviata: o privilégio do sentimento)
Encadernação cartonada do editor.
Exemplar em bom estado de conservação.
Invulgar.
10€

10 setembro, 2019

DOCUMENTOS APRESENTADOS ÁS CORTES NA SESSÃO LEGISLATIVA DE 1879 PELO MINISTRO E SECRETARIO D'ESTADO DOS NEGOCIOS ESTRANGEIROS. - Questão das Pescarias. - NEGOCIOS EXTERNOS. Lisboa, Imprensa Nacional, 1879. In-fólio (30x21 cm) de [4], 270, [2] p. ; B.
1.ª edição.
Relatório de 1879, inscrito no Livro Branco das Pescas, que retrata o estado da actividade piscatória em Portugal na época. Trata-se de um documento importantíssimo cuja origem se deve a um incidente entre pescadores portugueses e espanhóis, por estes últimos se encontrarem a pescar sem autorização ao largo de Vila Real de Santo António. A 'questão local', evoluiu rapidamente para um conflito diplomático entre os dois países que ficaria conhecido para a história por "Questão das Pescarias", e que obrigou a intensas negociações, com troca de correspondência entre as autoridades dos dois países (Outubro de 1877-Setembro de 1878), inclusas no presente Livro Branco.
"Parece certo que a institucionalização do sector das pescas, em Portugal (e em Espanha) foi acelerada pela necessidade de negociações com interlocutores que se impunham, suscitando um amplo debate de aferição do impacto do Convénio de 1878, relatado em sucessivos Livros Brancos (1879, 1882, 1886), reveladores das questões à volta da apropriação do espaço económico e territorial, e que culminará no Convénio de 1885. As questões decorrentes do acordo focam, fundamentalmente, dois pontos da costa: no Rio Minho, fronteira entre a Galiza e o Norte de Portugal, e o Guadiana, entre Vila Real de S. António e Ayamonte. No primeiro caso as informações compiladas reflectem uma convivência pacífica, com raras excepções. No segundo, no limite do Algarve, os conflitos ganharam grande amplitude.
A Questão das Pescarias ou Livro Branco, de 1879, subsequente ao tratado de 1878, constitui um conjunto considerável de documentos (124) que, no âmbito da sessão legislativa de 1879 foram apresentados às Cortes Portuguesas. Focam, acima de tudo, as relações de pesca entre Portugal e Espanha, mas cingindo-se muito particularmente às relações entre a costa do Algarve e a costa Andaluza. Os livros subsequentes (1882 e 1886) denunciam as mesmas questões. O episódio, que fez despoletar a discussão pública, sucedeu a 2 de Outubro de 1877, relatado pelo administrador do concelho de Vila Real de Santo António. Informava acerca de alguns galeões espanhóis que haviam sido apanhados a pescar ao largo do mesmo concelho, mesmo sem as autorizações devidas, exorbitando o limite das águas espanholas, por “boa ou má interpretação dada ao limite da linha onde termina a autoridade marítima de Portugal e começa a liberdade dos mares …”, a chamada “linha de respeito”. A presença de um vapor de guerra espanhol que se encontrava ao largo de Vila Real a proteger os pescadores espanhóis, teria feito exaltar os ânimos de pescadores portugueses que se lançaram sobre os espanhóis. As trocas de palavras azedas e agressões exigiram um inquérito.
"
(F
onte: http://www.usc.es/estaticos/congresos/histec05/b6_amorim.pdf)
"Estação telegraphica de Faro, em 2 de outubro de 1877, ás duas horas e dez minutos da tarde. - Ao em.mo ministro do reino. - Lisboa. - Por telegramma de hoje o administrador do concelho de Villa Real de Santo Antonio participou que alguns galeões hespanhoes tinham apparecido em a nossa costa, pretendendo pescar, como effectivamente pescaram, dentro da linha de respeito, e que por isso receiava se levantassem conflictos com os barcos de pesca portuguezes.
Por outro telegramma o mesmo administrador participou que os previstos conflictos começaram arrombando um galeão hespanhol um barco de pesca portuguez, e atacando a tripulação d'este com cutelos e navalhas, não havendo porém desgraças a lamentar.
Por este governo civil ordenou-se ao administrador do concelho que, de accordo com a auctoridade maritima d'aquelle porto, empregasse todos os meios ao seu alcance para evitar novos conflictos emquanto se pediam ao governo, como peço, as necessarias providencias. Pelo ministerio da marinha baixou a este governo civil, para ser informada, uma correspondencia trocada entre o chefe do departamento maritimo do sul e o capitão do porto de Villa Real sobre o mesmo assumpto, informação que pelo correio de hoje tenho a honra de remetter."
(Questão das Pescarias, N.º 1 - O Governador Civil Interino de Faro ao sr. Marquez d'Avilla e de Bolama, Ministro do Reino | Telegramma.)
Exemplar brochado em bom estado de conservação. Capas frágeis, oxidadas, com um rasgão na capa (sem perda de papel) e pequenas falhas e defeitos marginais. Miolo limpo.
Raro.
Com interesse histórico.
125€