01 setembro, 2019

ALMEIDA, Aguinaldo de - CARTA ABERTA AO GENERAL ALTINO PINTO DE MAGALHÃES (Comandante-Chefe das Forças Armadas nos Açores e Presidente da Junta Regional)... lida no Programa "Paralelo 38", através da Estação Emissora do Clube Asas do Atlântico, na noite de 14 de Outubro de 1975. Pelo seu autor,... [S.l.], [s.n.], [1975]. In-8.º (17 cm) de [1], 29 f. ; B.
1.ª edição.
Opúsculo stencilizado que reproduz o protesto em forma de "Carta Aberta" dirigido pelo autor ao General Altino Pinto de Magalhães, Comandante-Chefe das Forças Armadas nos Açores, na sequência das detenções de membros conotados com grupos independentistas em pleno "Verão Quente Açoriano".
Inclui, no final do livro, a lista dos nomes de todos os açorianos das Ilhas de S. Miguel e Terceira detidos para interrogatório no âmbito deste processo.
"Sr. General, Boa noite
Sinceramente, eu não sei escrever o Português. Não sou Doutor, não sou letrado, não tenho, ao que muita gente pensa, muita cultura, sou apenas um homem. Sou um homem como tantos outros que por aí andam e que não sabem escrever português mas, sim, falar Açoreano. E quando digo "falar Açoreano" quero dizer falar ao povo desta terra de modo a que ele nos perceba. [...]
Sr. General, quem está pior, o Açoreano, ou o Continental? Mais... se não fossem os erros cometidos pelo Continente, nós estávamos melhores ou piores? Sr. General, ouça a Voz de Um Açoreano.
Afinal, de que tem medo o Sr. e o Governo Português?
Independência? Estado Federado? Autonomia?"
(Excerto da Carta)
"O autor desta "Carta Aberta", é um dos 35 Açoreanos que foram raptados das suas residências na madrugada do dia 9 de Junho de 1975, por cêrca das 3 horas da manhã, deixando êstes atrás, pais, mulheres, filhos e amigos, todos em sobressalto, desnorteados e traumatizados (sabe Deus, se alguns até, para o resto da sua vida), e, foram levados, uns por soldados, outros por marinheiros e ainda outros por polícias, todos eles armados de G-3 e pistolas, para bordo de um "Rebocador" da marinha de guerra portuguesa, que se encontrava atracado na Doca de Ponta Delgada, e que transportou os nossos irmãos Açoreanos como porcos, para a Ilha Terceira, onde estiveram detidos na "Cadeia da Comarca de Angra do Heroismo" alguns, cêrca de 3 a 4 semanas, para averiguações."
(Excerto de Alguns considerandos - Retrospectiva)
Exemplar brochado em bom estado de conservação. Encadernação não respeita a orientação impressa do livro, encontrando-se invertida.
Raro.
Com interesse histórico e regional.
Indisponível

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