28 fevereiro, 2017

MOREIRA, Adriano - EM NOME DAS VÍTIMAS. Discurso proferido pelo Senhor Ministro do Ultramar, Prof. Dr. Adriano Moreira, na Sessão do Conselho Legislativo de Angola efectuada em 2 de Maio de 1961. Lisboa, [s.n. - imp. Bertrand (Irmãos), Lda., Lisboa], 1961. In-4.º (23,5cm) de 16 p. ; B.
1.ª edição.
"Escolhi esta terra de Angola para dirigir à Nação as palavras que anunciei sobre alguns dos problemas do Ultramar, porque é nesta terra mártir onde hoje se decide o próprio destino de Portugal. Pensei que seria assim mais evidente para todos os povos, quero dizer, para os que nos atacam, para os que nos abandonam e para os que nos acompanham, que a determinação nacional de defender uma concepção de vida que a todos eles tem prestado apenas serviços não será enfraquecida pelo ataque de que estamos sendo vítimas. Esta foi uma terra, apenas uma entre terras sem conta, que os Portugueses arrancaram à ignorância da história para o serviço de toda a humanidade. Aqui estabelecemos a paz entre os homens, e uma só luta, que era a de tornar possível a cada um, sem distinção de cor ou religião, alcançar a dignidade de vida que é direito de todos."
(excerto do discurso)
Exemplar brochado em bom estado de conservação.
Ex-libris de José Neves águas no verso da f. rosto.
Invulgar.
10€

27 fevereiro, 2017

LA VIE PASSIONNANTE ET PASSIONNÉE DE CAMÕES. Texte de Michel Gérac. Illustrations de José Baptista. Lisbonne, S. E. I. T, 1973. In-8.º (21x21 cm) de 104 p. ; todo il. ; B.
1.ª edição.
Biografia do grande vate português - Luís de Camões - em banda desenhada, com texto em francês, no original. Ilustrada com belíssimos desenhos a p.b.
"Le soleil déclinant fit scintiller un vitrail. Luiz Vaz sursauta, arraché à sa rêverie. Il s'était attardé, et sa pensée, vagabonde, s'était égarée loin du propos qui l'avait amené à rechercher la solitude du vieux cloître. Pourtant, la tâche était facile, il l'avait acceptée, flatré d'être désigné pour composer la pièce que les étudiants devaient jouer devant le très docte corps enseignant de Santa Cruz."
(Excerto da história)
Exemplar brochado em bom estado de conservação.
Invulgar.
Indisponível

26 fevereiro, 2017

SALLES, José Eduardo Moreira & Gomes, João Ribeiro - MANUAL PATRIOTICO DO CIDADÃO E DO SOLDADO. Honra, Patria e Republica. Por... Tenente de Infantaria no Estado Maior da Arma e... Aspirante a official de Infantaria 16. Lisboa, Livraria Central de Gomes de Carvalho, 1911. In-8.º (17cm) de 48 p. ; B.
1.ª edição.
Curioso documento laudatório da recém proclamada República portuguesa. Opúsculo sem outra referência bibliográfica para além do único exemplar existente na BNP.
"Soldados Portuguezes!
Foi escripto expressamente para vós este livrinho.
A nossa preocupação constante foi a de tornar claro e simples este trabalho, para que lido uma ou duas vezes ficasse na vossa memoria quasi tudo o que elle encerra.
E vós que tendes a sorte de saber ler, juntae em roda os outros para quem a lettra redonda é um mysterio e, em voz alta, pisando bem as palavras, elucidae-os sobre esta materia, que tem por fim melhorar a vossa educação.
Nos intervallos da instrucção, á noite, sempre que puderdes, lêde um pouco e meditae no que escrevemos, para educardes o vosso espirito, para terdes uma orientação, porque a primeira necessidade que nos assiste, é a de saber o que sômos, como vivemos, e o que temos de fazer.
Todo o cidadão ou soldado, querendo desempenhar com honra o seu cargo, ou desejando bem servir a sua Patria, precisa de ter a mais perfeita consciencia dos seus direitos e a noção mais exacta do cumprimento dos seus deveres.
Por esta razão é que muito gostosamente vos consagramos as seguintes breves noções de civismo, no intuito unico de formar dignos cidadãos da Republica."
(excerto do preâmbulo)
Matérias:
- O soldado em campanha; - Obediencia aos chefes; - Responsabilidade do soldado; - A espionagem; - Qualidades muito apreciadas no exercito; - Deveres do vencedor e deveres do vencido; - Passagem do soldado á vida civil; - Trabalho; - Constituição da familia e deveres para com os filhos; - Interferencia do cidadão nos negocios publicos; - Mobilisação; - Differenças entre a guerra antiga e moderna. Ideia geral e tentativas para que a guerra seja humana. Convenções de guerra; - Hygiene. Alcoolismo. Exercicios physicos; Conclusão: Todos por um e um por todos.
Exemplar brochado, por abrir, em bom estado de conservação.
Raro.
Peça de colecção.
Indisponível

25 fevereiro, 2017

CASTELLO BRANCO, Camillo - QUATRO HORAS INNOCENTES. Lisboa, Livraria de Campos Junior - Editor, 1872. In-8.º (18cm) de 236, [2] p. ; E.
1.ª edição.
Apreciada colecção de escritos em prosa e em verso de Camilo na sua edição original, que inclui alguns contos históricos, crónicas e reflexões; o prefácio da obra, em 8 páginas, é um magnífico exemplo da sua celebrada mordacidade e veia irónica.
"Em vista da limpidez e pureza de ares que se respiram desde que á beira de cada pantano social se levantou um pulpito, é preciso que os titulos das obras profanas não desafinem da salutar harmonia em que as almas andam retemperadas.
Se por em quanto, a meu pesar, a falta de censura previa dos livros inquieta os escrupulos de quem os compra, obrigo-me a tranquillisar a consciencia do meu presado editor e amigo, e a do leitor principalmente, asseverando-lhes a innocencia do livro logo no frontespicio. Ainda assim não inculco a ninguem que esta obra possa medir-se quanto a espiritualidade e prestimo com a «Vida, milagres e visões da Madre Leocadia da Conceição» mimo reimpresso modernamente, o qual, se me não engana a piedade, é destinado a espancar algum demonio recalcitrante aos exorcismos."
(excerto de prefácio)
Matérias:
- A flor da Maia. - O Livro de Lasaro. - A coroa de oiro. - Por causa do panno da bocca. - O Inferno. - O Santo de Midões. - Celestina. - A cruz do Corcovado [Elvas]. - Uma carta de Igancio Pizarro. - Leitura consoladora. - Em vinte annos! - Pataratas.
Encadernação inteira de pele com ferros gravados a ouro na lombada. Sem capas de brochura.
Exemplar em bom estado geral de conservação; cansado, com pequenos defeitos nas pastas e na lombada. Páginas apresentam pequenas manchas de acidez, sobretudo na primeira parte do livro.
Raro.
Indisponível

24 fevereiro, 2017

LEMOS, Virgílio de - LÁGRIMAS DA JUVENTUDE. Lisboa, [s.n. - imp. Gráfica Boa Nova, Lisboa], Abril, 1954. In-8.º (19,5cm) de 57, [7] p. ; B.
1.ª edição.
Capas de Maria Helena Leitão.
Memórias da juventude do autor, com particular ênfase para o período dedicado à sua passagem por Coimbra quando estudante universitário.
"Duas razões estão na base da publicação destas páginas que vão ler-se: uma, o incitamento constante de antigos condiscípulos de Coimbra que gostariam de ver em letra de forma o que por lá publiquei em panfletos; a outra, a oportunidade que se me apresentava de juntar a esses escritos, alguns mais."
(excerto do prefácio)
Índice:
1 - A cidade do Porto (certas reivindicações). 2 - Prefácio (algumas características desta geração). 3 - Panfletos académicos em Coimbra. 4 - Condições económico-sociais culturais dos universitários. 5 - Manifesto. 6 - Diálogo político (monárquicos e republicanos). 7 - O comunismo. 8 - A defesa da Família.
Exemplar brochado, por abrir, em bom estado geral de conservação. Capa apresenta pequeno rasgão na margem lateral, sem perda de papel. Sinais de humidade na parte superior do livro contribuíram para um ligeiro "enrrugamento" do miolo nesse ponto.
Raro.
25€

22 fevereiro, 2017

PEREIRA, Isaías da Rosa - LIVRO DE RECEITAS E DESPESA DOS PRESOS RICOS DA INQUISIÇÃO DE LISBOA (1594-1596). Lisboa, Livraria Olisipo, 1994. In-4.º (23,5cm) de 175, [1] p. ; B.
1.ª edição.
"O Livro n.º 397 do cartório da Inquisição de Lisboa tem o título de Livro dos Presos Ricos. Nele estão escrituradas as verbas de receita e despesa dos presos entre os anos de 1594 e 1596.
A análise desses números leva-nos a concluir que não se trata de presos ricos no sentido de possuírem muitos bens ou de pertencerem a uma classe social abastada. São pessoas que tinham possibilidade de se sustentar à sua custa. Só nos aparecem dois ou três casos em que os presos seriam oriundos de famílias de maiores recursos. [...]
A escassez de informações sobre Autos-da-Fé no século XVI dificulta as conclusões. Em Lisboa celebrou-se Auto-da-Fé em 1594, com 95 penitentes; entre 1594 e 1597 leram-se 35 sentenças na sala do Tribunal, e em 1597 realizou-se Auto-da-Fé com 90 penitentes. É muito possível que a maior parte dos presos inscritos neste livro tenha terminado a prisão em 1597.
A despesa com a alimentação dos presos é sempre diferentes para homens e mulheres; estas recebem 35 ou 40 réis por dia e aqueles 40 ou 50 réis. Não sabemos a razão desta diferença.
O registo das despesas fornece-nos ainda informações muito curiosas, Para os presos, compraram calçado, lençóis, camisas, toalhas, gibões, ceroulas, toalhas de cabeça (para as mulheres), alguns alimentos especificados, nomeadamente dois queijos do Alentejo, um quarteirão de figos, dez arráteis de passas, panelas de açúcar rosado (este era usado como medicina).
Além disso, alguns presos estiveram doentes e gastaram diversas quantias na botica. Duas presas foram sangradas e compraram-lhes galinhas para alimentação mais forte. Outra faleceu no cárcere e uma delas deu à luz uma criança.
Também se anotam as quantias pagas aos advogados que passavam muitas horas ou até dias inteiros com os presos para lhes preparar a defesa ou contradita. Por cada período recebiam 200 ou 300 réis.
As contraditas consistiam em procurar provar que as testemunhas de acusação não falavam verdade (os factos referidos não se tinham passado) ou que eram seus inimigos, ou ainda que os réus tinham sido sempre bons cristãos e não tinham realizado práticas judaicas, ou luteranas, ou de feitiçaria. Em geral, apresentam testemunhas para provar o seu direito.
A menção de algumas compras dá uma ideia de quanto custavam certas peças de roupa nos fins do século XVI: uma camisa, uma toalha, umas calças, uns calções, uns sapatos, uma panelas de açúcar rosado, um gibão de linho, umas chinelas, um enxergão.
Alguns registos dão notícia do envio de dinheiro para os presos por parte de sua família."
(excerto da introdução)
Índice geral:
Introdução. Lista das pessoas mencionadas no registo da recita. Lista das pessoas mencionadas no registo da despesa. Livro dos presos ricos - Receita (texto do códice). Livro dos presos ricos - Despesa (texto do códice). Índice alfabético das pessoas registadas no códice. Índice toponímico.
Exemplar brochado em bom estado de conservação. Capa com manchas.
Invulgar.
Com interesse histórico.
Indisponível

21 fevereiro, 2017


LOPES, José Quintino Travassos - HISTORIAS DE ANIMAES : sua vida, costumes, anecdotas, fabulas, etc. Noções amenas de zoologia para creanças. Por... Volume I : illustrado com 186 gravuras e vinhetas [e Volume II. Narração de coisas extraordinarias succedidas no Jardim Zoologico de Lisboa : illustrado com 200 gravuras e vinhetas e Volume III. Narração de coisas extraordinarias succedidas no Jardim Zoologico de Lisboa : illustrado com muitas gravuras e vinhetas]. Lisboa, Livraria de Antonio Maria Pereira-Editor, 1894-96-99. 3 vols in-8.º (19 cm) de XVI, 129, [3] p. e [4], 140 p . e [4], 138, [2] p. ; il. ; E.
1.ª edição.
Belíssimo conjunto de histórias sobre os animais em 3 volumes (colecção completa). Todos os livros encontram-se muito ilustrados com bonitos desenhos, alguns em página inteira.
"Li, não me lembro onde, que houve um sabio a quem a fama do grande Aristoteles não deixava dormir. É claro que se trata d'um sabio invejoso e da antiguidade.
Saber tudo, falar de tudo, deixar milhares de volumes escriptos ácerca de tudo, e chegar assim, como o grande philosopho, á gloria, á immortalidade, era o que elle queria.
A methaphysica, julgou-a explorada; a moral e a litteratura eram banalidades que só por novidade formavam uma escola...
- Nada, nada d'isto: sciencia, muita sciencia, dizia elle.
Um bello dia, o sabio achou que a sua gloria, a immortallidade do seu nome estava numa Historia dos animaes que elle atirasse á admiração do mundo inteiro!"
(Excerto da introdução)
Encadernações do editor inteiras de percalina com desenhos e letras gravadas a seco e a negro e ouro nas pastas e nas lombadas.
Exemplares em bom estado geral de conservação. Todas as encadernações apresentam pequenos defeitos. O vol. II tem a pasta posterior descorada; o vol. III contém o mesmo defeito do II, somando pequenas falhas na lombada.
Raro conjunto.
Sem registo na Biblioteca Nacional (BNP).
Indisponível

19 fevereiro, 2017

MONIZ, Dr. Egas - A NEUROLOGIA NA GUERRA. Pelo... Professor de Neurologia na Faculdade de Medicina de Lisboa. Ilustrada com 91 gravuras no texto. Lisboa, Livraria Ferreira, 1917. In-4.º (23cm) de 334, [2] p. ; mto il. ; E.
1.ª (e única) edição publicada.
Obra pioneira sobre o «stress pós-traumático» - sintomatologia adquirida pelos soldados nos campos de batalha na 1.ª Guerra Mundial -, salvo melhor opinião, a primeira que sobre este assunto se publicou entre nós. 
Muito valorizada pela dedicatória autógrafa do Prof. Egas Moniz.
"Quis a Faculdade de Medicina de Lisboa nomear-me seu delegado, a fim de estudar em França os últimos progressos da Neurologia a que a guerra veio trazer tão numerosos subsídios. Dessa missão me desempenhei o melhor que pude, e como me impus a obrigação de apresentar um relatório do que vi e estudei, resolvo fazê-lo um pouco mais extenso e documentado, dar-lhe mesmo uma forma didática e entregá-lo à publicidade, convencido de que com êle algum serviço posso prestar, pois contém doutrina que a todos os médicos portugueses interessa conhecer neste momento, atentas as nossas condições especiais perante o conflito europeu.
As novas aquisições da Neurologia não foram muito numerosas. Muitos dos assuntos se conheciam já, mas uns incompletamente, outros com deficientes aplicações clínicas e quási todos estavam mais ou menos esquecidos na prática corrente, por carência de material. Veio a guerra e êste aumentou tão prodigiosamente, que as séries intermináveis de perturbações, não examinadas normalmente, fez concentrar a atenção dos neurologistas sôbre assuntos que até aí lhes tinham sido quási indiferentes. E assim, se de facto as descobertas neurológicas - e algumas tem havido -  não têm sido extraordinárias, as aquisições que a clínica neurológica acaba de fazer são verdadeiramente notáveis.
Não só novas entidades nosológicas começam a definir-se, mas completam-se capítulos ainda não concluídos e confirmam-se factos sôbre que experiências numerosas e concludentes não tinham ainda pronunciado o último veredicto. O grande conflito fez avançar de muito anos a Neurologia e sobretudo demonstrou que esta especialidade é de tal forma indispensável na guerra que a França não julga ainda suficientes os seus 27 centros neurológicos, sendo 7 da frente e 20 da retaguarda. [...]
O livro que hoje publicamos representa um trabalho de momento que, em alguns casos, não pôde sequer socorrer-se de tudo o que acontece em França, pois há estatísticas que, por motivos militares, não foram ainda publicadas. Só terminada a guerra e conhecidos dos dois lados dos combatentes e em todas as frentes a estatística mórbida e os trabalhos realizados, se poderá fazer obra de conjunto bem documentada e de que as conclusões podem ser definitivas. O nosso propósito é muito modesto: levar aos médicos portugueses o conhecimento do que até hoje nos ensinou a guerra no campo neurológico e aconselhar a prática que reputamos mais vantajosa.
Nos dois últimos capítulos tratamos dos simuladores e dos direitos dos feridos de guerra. Êste último assunto apaixonou a França e, nomeadamente, os médicos e juristas, a propósito dum tratamento executado em Tours pelo neurologista Clovis Vincent e a que os soldados deram o nome de torpedeamento. A questão depois generalizou-se. Pretendeu-se saber se um ferido de guerra tinha ou não o direito de recusar não só os tratamentos eléctricos dolorosos, mas também os tratamentos cirúrgicos, fôsse qual fôsse a sua gravidade. Examiná-la hemos sob estes dois curiosos aspectos."
(excerto do prólogo)
"Dois assumtos importantes prendem neste momento a atenção dos neurologistas. Um, é a neurologia de guerra própriamente dita, visto a neurologia, e subsidiáriamente a psiquiatria, terem tomado no grande conflito um lugar importantíssimo entre as demais especialidades médico-cirúrgicas. Outro, ainda mais importante do que o primeiro, é a nova patologia neurológica nascida do exame de milhares de casos de perturbações e feridas nervosas que em tempo normal só raras vezes se observavam e algumas mesmo nunca se viam. E quantas correntes e orientações diversas surgiram após o estudo dêsse grande, dêsse imenso material clínico! E quantas decisões, scientificamente comprovadas, há ainda a tomar!"
(excerto do preâmbulo)
Matérias:
- Lesões do crânio e cérebro. - Lesões do ráquis e da medula. - Lesões dos nervos periféricos. - Lesões dos nervos do membro superior. - Lesões dos nervos do membro inferior. - Os comocionados. - As perturbações chamadas de ordem reflexa. - Simuladores e exageradores. - Os direitos dos feridos de guerra. - Conclusão.
António Caetano de Abreu Freire Egas Moniz (1874-1955). “Nasceu em Avanca, concelho de Estarreja, em 29 de Novembro de 1874. Formou-se em Medicina na Faculdade de Medicina da Universidade de Coimbra em 1899, e defendeu a tese de licenciatura em 1900. Em 1901 prestou provas de doutoramento e em 1902 entrou para o quadro docente como professor substituto. Inicialmente trabalhou nas disciplinas de Anatomia, Histologia e, mais tarde, de Patologia Geral. Em 1910 tornou-se professor catedrático. Em 1911 transferiu-se para a Faculdade de Medicina da Universidade de Lisboa, onde ficou responsável pela cadeira de Clínica Neurológica. Abriu consultório em Lisboa e começou a fazer deslocações regulares a outros países, principalmente a França. Desde os seus tempos de estudante que tinha uma actividade política intensa. Era defensor activo da liberdade de expressão e pensamento e em 1908 foi preso por estar envolvido na tentativa de golpe de estado de 28 de Janeiro contra a ditadura de João Franco (1855-1929). Foi deputado em várias legislaturas, de 1903 a 1917. Em 1910 fez a sua iniciação na maçonaria, na Loja Simpatia e União, de Lisboa. Em 1917 fundou o Partido Centrista, que pretendia unir antigos monárquicos de corrente progressista e republicanos que se afastavam do Partido Evolucionista. Defendia uma aliança entre o capital e o trabalho e preconizava a aplicação de medidas de protecção das classes trabalhadoras. Defensor das liberdades públicas e dos direitos individuais, liderou a corrente parlamentarista do Partido Nacional Republicano resultante da aliança entre os Partido Centrista e os sidonistas, apoiantes do golpe que instaurou em 1917 a ditadura de Sidónio Pais (1872-1918). Em 1917 foi nomeado Ministro de Portugal em Madrid e em 1918 foi Ministro dos Negócios Estrangeiros do governo de Sidónio Pais. No desempenho deste último cargo presidiu a delegação portuguesa na Conferência de Paz de Versalhes em 1918. Em 1919, após o assassinato de Sidónio Pais, foi substituído neste cargo por Afonso Costa (1871-1937) e decidiu abandonar a política activa. Passou então a dedicar-se à sua carreira científica, após ter publicado a obra Um Ano de Política, onde expõe os seus sentimentos e opiniões sobre o seu percurso político. Foi nomeado director do Hospital Escolar de Lisboa em 1922 e tornou-se sócio efectivo da Academias das Ciências de Lisboa em 1923, instituição de que veio a ser presidente pela primeira vez em 1928, vindo a ocupar posteriormente esse cargo por diversas vezes. Foi director da Faculdade de Medicina da Universidade de Lisboa entre 1929 e 1931. Em 1939, quando tinha 65 anos, sofreu um atentado no seu consultório, por parte de um seu doente, que o alvejou com oito tiros, dos quais cinco o atingiram. Sobreviveu e jubilou-se em 1944. Em 1945 foi-lhe entregue o prémio de Oslo e em 1949 foi-lhe atribuído o prémio Nobel de Medicina e Fisiologia. Faleceu em Lisboa em 13 de Dezembro de 1955."
(fonte: cvc.instituto-camoes.pt)
Exemplar brochado em bom estado de conservação. Apresenta fissuras na lombada.
Raro.
Peça de colecção.
150

18 fevereiro, 2017

TEIXEIRA, Padre Manuel - A GRUTA DE CAMÕES EM MACAU. Edição especialmente feita para ser apresentada junto à Gruta durante o Colóquio "Homenagem a Luís de Camões - poeta universal", da Organização Mundial de Poetas. Macau, Junho de 1999. Macau, Fundação Macau : Instituto Internacional de Macau, 1999. In-4.º (27cm) de [2], V, [1], 226, [2] p. ; B.
Tiragem: 1500 exemplares.
"O texto agora reeditado, - fruto da recolha amorosa do Padre Manuel Teixeira e da sua alta sensibilidade pátria, - é a completa história daquele lugar sagrado da Lusitanidade, e tanto assim da Universalidade, e dos testemunhos que o seu carisma foi inspirando ao longo dos séculos.
Apenas lhe faltará este, agora acrescentado em meio de 1999: "Luís de Camões, Poeta Universal, Homenagem da Organização Mundial de Poetas". [...]
porque uma das muitas glórias de Macau é ter acolhido à sua sombra uma das maiores vozes da Poesia de todos os tempos e desta geração humana."
(excerto da Nota dos editores)
Índice Geral:
Nota dos editores. Duas palavras.
I Parte - História da Gruta de Camões. II Parte - Antologia sobre a Gruta.
Padre Manuel Teixeira (Freixo-de-Espada-à-Cinta, 1912 - Chaves, 2003). Historiador e sacerdote português. Viveu a maior parte da sua vida em Macau. “O valor do seu trabalho histórico e historiográfico, não deixa ninguém indiferente, tal a sua magnitude e pluralismo temático. Dificilmente se lobriga um palmo da história de Macau onde ele não tenha tocado, salvo um documento, cerzido uma teoria, aventada uma hipótese, recolhido um testemunho ou valorizado o papel da Igreja. Sem esquecer que escreveu imensa Poesia, boa parte dela editada no ‘Boletim Eclesiástico da Diocese de Macau’, onde refulgem temas místicos e apologéticos. Escreveu na imprensa (por exemplo, no "Macau Hoje" ou na "Gazeta Macaense") inúmeros textos autobiográficos e memorialísticos.
Foi uma figura inconfundível em Macau, um autêntico mito. Conservador, nacionalista, apaixonado pela História e pela vocação imperial de Portugal, o Padre Teixeira acumulou distinções e amizades, sem perder a coerência nas convicções, a rudeza fraterna de um transmontano de gema e a simplicidade no modo de ser e de estar. Aportou a Macau no longínquo ano de 1924, a bordo do paquete “D’Artagnan”, para prosseguir estudos no Seminário de S. José. Tinha doze anos de idade esta criança que saiu de Freixo-de-Espada-à-Cinta, rumo à China, a Macau. Ordenado sacerdote por D. José da Costa Nunes, celebra a sua primeira missa em 1934, na Igreja de São Domingos. Foi o início de uma longa e multifacetada carreira religiosa. Fora de Macau, foi colocado como Superior e Vigário-Geral das Missões Portuguesas em Malaca e Singapura, entre 1946 e 1962. Em paralelo com o seu múnus religioso emerge a sua paixão pela História. Esquadrinhou de lés a lés a história de Macau e a história de presença de Portugal no extremo oriente, salvando fontes documentais, delineando biografias, acolhendo legados, reconstituindo documentos, recolhendo fotografias, entrevistando protagonistas ou acumulando um enorme epistolário.”
(fonte: macauantigo.blogspot.pt)
Exemplar brochado em bom estado de conservação.
Invulgar.
15€

17 fevereiro, 2017

CALISTO, Luís - ACHAS NA AUTONOMIA. [Viagem ao Interior da FLAMA]. [Por]... Jornalista do Diário de Notícias. Design: José Miguel Araújo. Coordenação fotográfica: Rui Marote. [Lisboa? - Funchal?], Diário de Notícias, 1995. In-fólio (30cm) de 288 p. ; mto il. ; B.
1.ª edição.
Capa de José Miguel Araújo.
Importante trabalho histórico. Documento imprescindível para a compreensão do percurso da autonomia madeirense. Aborda pormenorizadamente o processo do chamado “Verão Quente” de 1975 e a intervenção do movimento independentista FLAMA (Frente de Libertação do Arquipélago da Madeira), analisando os acontecimentos do processo autonómico mais significativos até 1995.
Muitíssimo ilustrado com fotografias a p.b. e a cores em todas as páginas de texto.
"Autonomia é subversão. Esta Autonomia da Madeira. Para uns, revolução tranquila. Para outros, revolução-revolução. O processo autonómico madeirense nasceu subversivo. O 25 de Abril trouxe aos dois arquipélagos portugueses a autonomia política, a autonomia administrativa e a autonomia financeira. Autonomia financeira do Funchal?
Vinte anos depois, as questões velhas são novas questões. Todos elogiam a Autonomia. Que é mãe de obras e descentralizações que nem em cinco séculos. Todos lhe vêem defeitos. [...]
O "Diário de Notícias" meteu-se ao desafio de ouvir, para recontar, histórias da História recente. Recordar o que está mal recordado, informar passagens que ficaram em segredo. Uma forma de tentar perceber as novas questões formulando-as dentro dos contornos originais. Presidente do Governo, líderes partidários, políticos de todos os planos e quadrantes, dirigentes da FLAMA, o outro mundo à parte dos operacionais independentistas, gente da Cultura, figuras do Povo - foi grato ouvir desfiar descomplexadamente episódios madeirenses cada um deles com um bocado de nós. Recusaram-se a colaborar com este livro de jornal os ministros da República que a Madeira teve e tem, Lino Miguel e Rodrigues Consolado - uma pena, pedras angulares que são da batalha autonómica.
Este tempo depois, há feridas por cicratizar e um mar de posições por compreender na imensidão do Atlântico entre a Madeira e o Continente. É fado, "Portugal é uma mina para Freud", diz Eduardo Lourenço".
(excerto da Nota do autor)
Índice:
Entre as brumas da memória. Abril com Marcello e Thomaz. 1974 - Revolução intraquila; 1975 - Madeira em Flamas; 1976 - Primeiro Parlamento; 1977 - Ano de ciclone; 1978 - Jardim Presidente; 1979 - Um adeus flamista; 1980 - Camarate no Funchal; 1981 - Recado americano; 1982 - Morte do bispo; 1983 - Bloco Central falido; 1984 - Natal de crise; 1985 - A caminho da Europa; 1986 - Cavaco trouxe Bothas; 1987 - Elogio aos operacionais; 1988 - "Ajudei, ajude-me"; 1989 - Mísseis longe; 1990 - Guerrilha e crude; 1991 - Visita do Papa; 1992 - Défice democrático; 1993 - Lapsus linguae; 1994 - Virgílio Homero; 1995 - A luta continua. Partidos em combate. Transferências de poderes. Gráficos. Agradecimentos.
Luís Calisto. "É um jornalista madeirense que, no arquipélago, tem quatro décadas ao serviço de jornais, rádio e TV, tendo ocupado funções de direcção nomeadamente no Diário de Notícias do Funchal, onde ainda hoje se encontra mas ocupado noutros trabalhos.Figura polémica, mas indubitavelmente conhecedor por dentro, como poucos, da realidade madeirense."
(fonte: www.clubedejornalistas.pt)
Exemplar brochado em bom estado de conservação.
Raro.
Com indubitável interesse histórico e regional.
50€

16 fevereiro, 2017

BRAGA, Teophilo - SÁ DE MIRANDA E A ESCHOLA ITALIANA. Por... Porto, Livraria Chardron Casa editora : Successores Lello & Irmão, 1896. In-8.º (18,5cm)  de VIII, 400, [2] p. ; E. Col. Historia da Litteratura Portugueza, 9
1.ª edição.
Estudo literário sobre Sá de Miranda, poeta e dramaturgo quinhentista português.
Francisco de Sá de Miranda (1481-1558) nasceu em Coimbra, doutorou-se em Direito na Universidade de Lisboa e frequentou a Corte até 1521, data em que partiu para Itália. Regressou a Portugal em 1526, depois de um convívio com escritores e artistas italianos que iriam influenciá-lo. Fruto dessa viagem, trouxe para Portugal uma nova estética, introduzindo o soneto, a canção, a sextina, as composições em tercetos e em oitavas e os versos de dez sílabas. Além de composições poéticas várias, escreveu a tragédia Cleópatra, as comédias Estrangeiros e Vilhalpandos, e algumas Cartas em verso, sendo uma delas dirigida ao rei D. João III, de quem era amigo. Faleceu em Amares, no Minho, na quinta para onde se retirara por não se ter adaptado à vida da corte." (fonte: alfarrabio.di.uminho.pt)
Índice:
I - Na Universidade de Lisboa e nos Serões do Paço (1485 a 1521). II - A viagem á Italia e a actividade da Renascença (1521 a 1526). III - Regresso a Portugal e começo da Eschola Italiana (1526 a 1534). IV - Na vida da provincia, e a manifestação dos novos talentos (1534 a 1553). V - Annos de desalento e morte (1553 a 1558). VI - Historia externa do texto das Poesias de Sá de Miranda (1516 a 1885).
Encadernação em meia de pele com ferros gravados a ouro na lombada. Sem capas de brochura.
Exemplar em bom estado geral de conservação. Sem f. anterrosto. Assinatura de posse na folha de rosto. Páginas amareladas com manchas de oxidação. Última página (em branco) apresenta corte diagonal com perda de papel.
Invulgar.
Indisponível

15 fevereiro, 2017

LIMA, Lobo d'Avila - PORTUGAL E A GUERRA DAS NAÇÕES. Lisboa, Empresa Lusitana Editora, 1915 [na capa, 1916]. In-8.º (19,5cm) de 332, [4] p. ; B.
1.ª edição.
Conjunto de crónicas acerca da conflagração europeia, e os seus efeitos no país e nas colónias.
"Ao desencadear-se a tormenta bellica europeia, Portugal viu surgir perante si uma situação internacional, que havia mistér tratar com a maxima e mais subtil ponderação. Olhemos essa situação e vejamos a condição presente e, até onde prescutavel seja, a condição futura do nosso paiz perante o feitos e personagens, que inspiraram e compõem o arquejante quadro historico da «Conflagração Europeia»."
José Lobo de Ávila Lima (1885-1956). “Lente Cathedratico da Faculdade de Direito na Universidade de Coimbra, e um dos talentos mais brilhantes da geração moderna tendo conquistado aquelle seu alto logar, em de que foi demittido arbitrariamente pelo ministro Sousa Junior, em concurso por provas publicas. Escriptor de raro merecimento contando-se nos seus numerosos trabalhos, entre outros, os importantes estudos: Movimento Operario em Portugal e Politica Social e Politica Internacional. Em 21 de Outubro, sabendo-se perseguido, refugiou-se na legação brazileira, apresentando-se dias depois voluntariamente ás autoridades que o prenderam e conservaram durante 30 dias incommunicavel. Transferido para a cadeia do Porto d’onde sahiu por effeito do decreto de 21 de Fevereiro de 1914.”

(fonte: www.centenariodarepublica.org)
Exemplar brochado em bom estado geral de conservação. Capas e lombada frágeis com defeitos e pequenas falhas de papel.

Raro.
20€

14 fevereiro, 2017

LIMA, Ignacio d'Abreu e - BAILATAS. Lisboa, Livraria Classica Editora de A. M. Teixeira & Cta., 1907. In-8.º (19cm) de 118, [2] p. ; B.
1.ª edição.
Edição original de uma das mais apreciadas obras de António Feijó, que assina com pseudónimo.
"Em Bailatas, obra publicada em 1907 sob o pseudónimo de Inácio de Abreu e Lima, parece ter a intenção de parodiar o Decadentismo, mas a verdade é que muitas dessas poesias atingem consonância com a própria sensibilidade simbolista. As suas últimas obras, particularmente a coletânea póstuma Sol de inverno, editada em 1922, espelham o lirismo sóbrio, o simbolismo depurado, os motivos melancólicos, outonais, e os temas da saudade e da morte, que são algumas das características da obra de António Feijó."
(fonte: infopédia)


"Na minha dôr immensa
Andei perdido pelo mundo;
E ouvi por toda a parte esta sentença,
D'um conceito profundo:


O Amor é uma doença
Que pelos olhos se contrae;
Dos olhos desce aos labios, e dos labios
No coração descae.
Mas depois, não ha medicos, nem sabios;
De lá nunca mais sae!
"


(Aphoristica)


A
ntónio Joaquim de Castro Feijó (Ponte de Lima, 1859 - Estocolmo, Suécia, 1917). “Poeta e diplomata português. Formou-se em Direito em Coimbra, tendo exercido a advocacia por um breve período de tempo e seguido depois a carreira diplomática. Foi cônsul no Brasil (1886) e, até à data da sua morte, ministro de Portugal na Suécia, onde veio também a casar. Poeta ligado ao parnasianismo, é considerado o representante português, por excelência, deste movimento estético. Destacou-se pela sua destreza formal, recorrendo aos mais variados tipos de verso, e por um certo exotismo, patente, por exemplo, na adaptação de poemas chineses em Cancioneiro Chinês (1890). Os seus temas estão frequentemente ligados a um certo desencanto, a um sentimento de decadência e mágoa (também devido ao afastamento de Portugal), e ainda de pessimismo. Ao tema recorrente da morte associa um ideal de beleza fria e mórbida. O seu estilo contido e requintado, reflectindo, apesar da sua temática obsessiva, um distanciamento aristocrático, coloca-o num lugar singular da poesia do seu tempo.
Estreou-se com Transfigurações (1882), publicando ainda Líricas e Opulentas (1884), À Janela do Ocidente (1885), Ilha dos Amores (1897) e Bailatas (1907). Postumamente, foram editados Sol de Inverno (1922), Novas Bailatas (1926), Sol de Inverno Seguido de Vinte Poesias Inéditas (1981). Saíram, em 1940, as Poesias Completas de António Feijó."
(fonte: www.escritas.org)
Exemplar brochado em bom estado de conservação. Assinatura de posse na f. rosto.
Muito invulgar.
25€

13 fevereiro, 2017

LIMA (António Feijó), Ignacio de Abreu e - NOVAS BAILATAS. Paris - Lisboa, Livrarias Aillaud e Bertrand, 1926. In-8.º (18,5cm) de 148 p. ; [1] f. il. ; E.
1.ª edição.
Edição póstuma desta apreciada obra do poeta português.
Ilustrada com um retrato de António Feijó em extratexto.

"Das minhas 33 amantes
Apenas três me não trahiram;
Mas d'essas três, sempre constantes,
Duas por fim tambem partiram.

D'amor eterno, alto modêlo,
Foi uma só, das trinte e três...
Mas essa, em paga do seu zêlo,
Sou eu que a engano muita vez..."

(Canção tzigana)

António Joaquim de Castro Feijó (Ponte de Lima, 1859 - Estocolmo, Suécia, 1917). “Poeta e diplomata português. Formou-se em Direito em Coimbra, tendo exercido a advocacia por um breve período de tempo e seguido depois a carreira diplomática. Foi cônsul no Brasil (1886) e, até à data da sua morte, ministro de Portugal na Suécia, onde veio também a casar. Poeta ligado ao parnasianismo, é considerado o representante português, por excelência, deste movimento estético. Destacou-se pela sua destreza formal, recorrendo aos mais variados tipos de verso, e por um certo exotismo, patente, por exemplo, na adaptação de poemas chineses em Cancioneiro Chinês (1890). Os seus temas estão frequentemente ligados a um certo desencanto, a um sentimento de decadência e mágoa (também devido ao afastamento de Portugal), e ainda de pessimismo. Ao tema recorrente da morte associa um ideal de beleza fria e mórbida. O seu estilo contido e requintado, reflectindo, apesar da sua temática obsessiva, um distanciamento aristocrático, coloca-o num lugar singular da poesia do seu tempo. Estreou-se com Transfigurações (1882), publicando ainda Líricas e Opulentas (1884), À Janela do Ocidente (1885), Ilha dos Amores (1897) e Bailatas (1907). Postumamente, foram editados Sol de Inverno (1922), Novas Bailatas (1926), Sol de Inverno Seguido de Vinte Poesias Inéditas (1981). Saíram, em 1940, as Poesias Completas de António Feijó."
(fonte: www.escritas.org)
Encadernação inteira de percalina com ferros gravados a seco e a ouro na pasta frontal e na lombada. Conserva as capas de brochura.
Exemplar em bom estado de conservação.  Assinatura de posse na f. rosto.
Invulgar.
15€

12 fevereiro, 2017

BATALHA, Fernando - A URBANIZAÇÃO DE ANGOLA. [Por]... Arquitecto. Luanda, Edição do Museu de Angola, 1950. In-4.º (28 cm) de 22, [2] p. ; [16] p. il ; B.
1.ª edição independente.
Curioso estudo sobre a urbanização colonial em Angola ao longo dos anos, anteriormente publicado em três números especiais do jornal «A Província de Angola».
Ilustrado em separado sobre papel couché com fotografias a p.b. de arruamentos, edifícios, vistas aéreas, e plantas de várias cidades, vilas e povoações angolanas.
"A formação urbana das povoações antigas de Angola não foi meramente casual ou resultante da sorte, pois a análise retrospectiva das suas origens mostra-nos suficientemente a existência de ponderosas determinantes de origem geográfica, económica e política a condicionar a escolha do local ou a criação do aglomerado urbano, que se nos apresentam como o produto dum móbil deliberado e consciente, germe da primeira colonização que nos tempos modernos se empreendeu no continente africano."
(Excerto do Cap. I)
Fernando Batalha (1908-2012). “Arquitecto português, nascido a 5 de maio de 1908, na cidade do Redondo, no distrito de Évora. Depois de concluir o curso de arquitetura, partiu para Luanda, em 1935. Aí, realizou vários projetos de arquitetura. Entre 1940 e 1947, foi responsável pelo Gabinete de Urbanização de Benguela e, durante a década de 40, realizou vários trabalhos em Benguela e noutras cidades de Angola. Exerceu vários cargos, como o de delegado do Gabinete de Urbanização do Ultramar (em Angola), o de vogal na Comissão Provincial dos Monumentos Nacionais de Angola e o de funcionário do Instituto de Investigação Científica do Ultramar (no setor da Arqueologia). Para além disso, o arquitecto dedicou-se ao estudo e divulgação do património urbanístico de Angola. Publicou algumas obras, como Urbanização de Angola (1950), Povoações de Interesse Histórico, Arqueológico e Turístico (1960), Em Defesa da Vila do Dondo (1963), Em Defesa do Património Histórico e Tradicional de Angola (1963), entre outras."
(fonte. infopédia)
Exemplar brochado em bom estado de conservação.
Muito invulgar.
Indisponível

11 fevereiro, 2017

LAMA, César de la - CRAVO RUBRO REVOLUÇÃO : golpe de estado em Portugal. Prólogo de Manuel Aznar. Tradução de Ana Margarida. [S.l.], Edições Sedmay, [1974]. In-8.º (20cm) de 233, [7] p. ; mto il. ; E. Col. História Viva
1.ª edição portuguesa.
Importante subsídio para a história da "Revolução dos Cravos", passo a passo, e o que se seguiu. O 25 de Abril visto pelo conhecido jornalista espanhol da Agência EFE.
Ilustrado com 46 fotografias a p.b. - reproduzindo momentos históricos - distribuídas pelas páginas de texto.
"Que estas reflexões sirvam de introdução à grande reportagem que César de la Lama, meu companheiro de trabalhos jornalísticos, oferece ao público espanhol. Trata-se de um relato ardente, trepidante, com traços tão fortes que não há novela política mais cheia de emoção. César de la Lama expressa, neste livro, as suas fortes qualidades profissionais, dando-nos uma impressão inesquecível dos acontecimento de Portugal."
(excerto do prólogo de Manuel Aznar, Embaixador de Espanha)
Sumário:
- Prólogo de Manuel Aznar [Embaixador de Espanha]. - Portugal, um fado. - «Que o poder não caia na rua». - O uniforme, o monóculo e os fins da J. S. N. - Os 24 factos históricos do último meio século. - A vingança do povo: «morte à PIDE!». - A noite mais longa de Caxias. - Actividade na Cova da Moura. - A flor muda de signo. - Declaração dos princípios socialistas. - A corrida do poder (o jogo das liberdades). - Primeiro de Maio: plebiscito nacional. - Reacções internacionais. - A imprensa mundial tem opinião. - É Primavera em Portugal? - Apêndice: Atentados e sabotagens.
Encadernação recente, inteira de pele, com ferros gravados a ouro na lombada. Conserva as capas de brochura.
Invulgar.
Com interesse histórico.
15€

10 fevereiro, 2017

VIEIRA, Padre Antonio - SERMÃO DE SANTO ANTONIO : Prégado Na cidade de S. Luiz do Maranhão, no anno de 1654. Pelo... [Santo Antonio e os Peixes]. Porto, Livraria Mesquita Pimentel - Editora, 1895. In-8.º (18,5cm) de VIII, 69, [3] p. ; B.
Edição comemorativa publicada por ocasião do 7.º centenário natalício de Santo António, reproduzindo um dos mais conhecidos sermões de Vieira - o celebrado Sermão aos Peixes, que tanta polémica provocou no Brasil, junto da comunidade portuguesa, acusada por Vieira de maltratar e utilizar os nativos como mão-de-obra escrava.
"O Sermão de Santo António foi pregado no dia 13 de Junho de 1654, na cidade de S. Luís do Maranhão, três dias antes de Padre António Vieira partir ocultamente para Portugal, para denunciar o modo como os índios estavam a ser tratados pelos colonos portugueses. Este sermão recebeu este nome por ter sido pregado no dia em que se celebra Santo António. Outra razão prende-se com o facto de Padre António Vieira tomar Santo António como modelo e, fazendo referência ao milagre dos peixes, tomar a decisão de imitar o santo português e, também ele, ir pregar aos peixes. Estes peixes são alegóricos, simbolizando as qualidades e os defeitos dos homens. Padre António Vieira aproveita ainda o sermão para tecer um enorme panegírico (elogio rasgado) a Santo António. A par e passo, é apresentado o exemplo de Santo António, ora em paralelo com os peixes elogiados, ultrapassando ele as virtudes desses peixes, ora numa posição antitética com os peixes criticados, por o santo apresentar as qualidades opostas aos defeitos desses peixes."
(fonte: pt.scribd.com)
"Corria o seculo XIII, quando na Italia e cidade de Arimino, banhada pelo rio Marecchia, appareceu um frade franciscano, de origem portugueza, prégando aos hereges. Chamava-se Antonio de Lisboa e sempre se revelára modêlo de oradores sagrados; prégava pela palavra e pelo exemplo.
A sua palavra, que sempre fôra lus a infiltrar-se na intelligencia, a afugentar as sombras da ignorancia, a illuminar os abysmos do erro, a queimar a teia do sophisma, a guiar no labyrintho dos escrupulo dos ouvintes, d'esta vez parecia incidir n'uma muralha de bronze. [...]
Tal era a cegueira de espirito e a dureza do coração dos habitantes d'aquella cidade. [...]
O ardor, porém, da sua fé, o zelo pela salvação das almas, o amor á Santa Egreja e a gloria de Deus não consentiam que a lingua se atasse e a voz emmudecesse, e portanto o humilde missionario dirigiu-se para a prai no ponto em que o rio se lança no mar, e ahi collocado começo a fallar aos peixes, como se fôra enviado da parte de Deus.
Rompeu o notabilissimo improviso pelas palavras:
«Ouvi a palavra de Deus, vós, ó peixes do mar e do rio, já que os herejes não querem ouvil-a»."
(excerto da introdução, Duas palavras)
"Enfim, que havemos de prégar hoje aos peixes? Nunca peior auditorio. Ao menos têm os peixes duas boas qualidades de ouvintes: ouvem e não fallam. Uma só coisa pudéra desconsolar ao prégador, qie é serem gente os peixes, que se não ha de converter. Mas esta dôr é tão ordinaria, que já pelo costume quasi se não sente. Por esta causa não fallarei hoje em céo nem inferno; e assim será menos triste este sermão, do que os meus parecem aos homens, pelos encaminhar sempre á lembrança d'estes dois fins.
«Vós sois o sal na terra». Haveis de saber, irmãos peixes, que o sal, filho do mar como vós, tem duas propriedades, as quaes em vós mesmos se experimentam: conservar o são, e preserval-o para que se não corrompa. Estas mesmas propriedades tinham as prégações do vosso prégador Santo Antonio, como tambem as devem ter as de todos os prégadores. Uma é louvar o bem, outra reprehender o mal: louvar o bem para o conservar, e reprehender o mal para preservar d'elle. Nem cuideis que isto pertence só aos homens, porque tambem nos peixes tem seu logar."
(excerto do Sermão)
Exemplar brochado em bom estado geral de conservação. Capas frágeis, com manchas e pequenas falas de papel, a mais visível, no cantos superior esq. da capa.
Raro.
Indisponível