24 setembro, 2019

SAGUER, Teophilo - MONARQUICOS E REPUBLICANOS. (Analise psico-social da familia portugueza apoz a aventura de Monsanto). Lisboa, [s. n - Composto e impresso no Centro Typographico Colonial, Lisboa], Fevereiro de 1919. In-8.º (21,5 cm) de [2], 27, [3] p. ; B.
1.ª edição.
Violento libelo anti-monárquico tendo como pano de fundo o fracassado movimento de Monsanto, que precedeu o final da Monarquia do Norte.
"É interessante uma análise psico-social à família portugueza, que, após 8 anos de República, novamente voltou a bater-se em duelo pelas suas convicções.
De um lado os monárquicos, de outro os republicanos. Os primeiros, defendendo 8 séculos de tradições; os segundos, a emancipação política e moral do povo que deseja caminhar.
Afinal quem nos fala verdade? Quem tem razão e direito? [...]
É indispensável saber que a significação das palavras é variável nem só no sentido em que se empregam, como no terreno em que se encontram, e são especialmente um poderoso e hábil elemento para dissimular o pensamento (hipocrisia) e para inverter a essência das leis.
Assim o teem confirmado muitos factos da história, e, entre êles, o célebre discurso do antigo chanceler prussiano Bismark, em 1888. Mascarando-se de pacifista, arrancou ao Reichstag a votação de 300 milhões de marcos para aumento dos exércitos, e últimamente, entre nós, Sidónio Pais, que, dizendo-se republicano, organizava dentro da República um Império. Império em que só havia uma vontade: a dêle.
Êste facto, pela gravidade das circunstâncias que reveste, impéle-me a sair um pouco da índole dêste pequeno e modesto trabalho.
Sidónio Pais, uma figura completamente apagada na política portuguesa, apesar de ter feito parte das constituintes e ter sobraçado pastas de ministro onde nunca se evidenciou com um facto que o distinguisse, lançou-se na revolução de 5 de Dezembro com o pretexto de não continuarmos a ir para França combater ao lado dos aliados. - Prova-o o facto de nunca mais ter partido nenhuma expedição, dando motivo, segundo as declarações do general Gomes da Costa, um dos comandantes das nossas forças no front, ao desastre de 9 de Abril."
(Excerto do texto)
Teófilo Saguer (1880-1954). "Filho de João Saguer Carbonell, natural de Peratallada, província de Girona (Catalunha) e de Francisca Antónia, filha ilegítima de João Alexandre Guerreiro Barradas, nasceu em Grândola em 1 de dezembro de 1880. Demonstrando, desde cedo, dotes musicais, assentou praça em Caçadores 5 e matriculou-se no Conservatório Nacional. Integrou a banda da Guarda Nacional, ingressou nas orquestras dos Teatros de São Carlos e da Trindade e, mais tarde, como trompista, nas orquestras sinfónicas de Lambertini, Blanch, Cardona e David de Sousa. Em 1912, casou com a violoncelista Adelaide Guerreiro Saguer e, nas palavras da filha Albertina Saguer, com ela viveu uma vida de perfeita comunhão de ideais, a par tocando, ensinando e escrevendo. 4 Em março de 1915 estreou-se como compositor no Teatro Politeama com o poema sinfónico Ode à Bélgica e, no mesmo ano, apresentou e dirigiu em São Carlos a Abertura Sinfónica. Quatro anos depois, tornou-se professor de Composição no Conservatório onde regeu as cadeiras de Ciências Musicais, Piano e Instrumentos de Sopro e Metal, atingindo o grau de professor de Alta-Composição. Dedicou-se ao estudo da musicologia e exerceu crítica musical publicando artigos em diversos jornais. Foi autor das seguintes obras: Monárquicos e Republicanos, Falemos da Guerra, A Entoação, A Anarquia dos Sons, Pedagogia Musical e A Radiotelefonia, para além de outras que deixou inéditas. Segundo sua filha, quando a doença o acometeu, veio despedir-se de Grândola, que entre todos os lugares da terra, ele, Teófilo, a conservou sempre no lugar que lhe cabia, e que para ele, seu filho distante e sempre presente, foi sempre o primeiro. Faleceu em Lisboa, em 1 de dezembro de 1954."
(Fonte: http://arquivo.cm-grandola.pt/_docs/Os%20Guerreiro%20Barradas%20e%20a%20M%C3%BAsica.pdf)

Exemplar brochado, por abrir, em bom estado geral de conservação. Capa apresenta mancha de humidade antiga à cabeça.
Raro.
Sem registo na Biblioteca Nacional.
Indisponível

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