25 março, 2020

PORTO DA CRUZ, Visconde do - TROVAS E CANTIGAS MADEIRENSES. Recolhidas e comentadas pelo... Sócio efectivo da Associação dos Arqueólogos Portugueses, Sócio correspondente do Instituto de Arqueologia, História e Etnografia, etc. Lisboa, [s.n. - Composto e impresso na Sociedade Nacional de Tipografia, L.ᴰᴬ, Lisboa], 1934. In-8.º (18 cm) de 38, [2] p. ; il. ; B.
1.ª edição.
Interessante estudo sobre o folclore madeirense. Inclui no final do livro partituras de uma charamba - "Xaramba" - e "Lenga Lenga".
"Não se julgue que é fácil estudas o «folkelore» do Arquipélago da Madeira. O «vilão» é extremamente desconfiado e foge a dar informes sôbre o seu modo de viver e muito em especial sôbre os originalíssimos costumes que, através dos séculos, avaramente tem conservado. Se é colhido de surprêsa e nota que por qualquer forma originou interesse, ou mera curiosidade, procura logo «despistar», para se pôr a «coberto»... É a própria experiência que me autoriza a fazer esta afirmação. [...]
Para êste trabalho, que apresento hoje, tive enormes dificuldades. Os «Vilões», com a preocupação de esconder os seus costumes tradicionais, logo que se apercebiam, nos seus folguedos ou romarias, que eu tomava apontamentos, retraíam-se e desconfiados quási se recusavam a repetir uma trova, que eu mal fixára. Por outro lado, não sabendo escrever música tive de organizar um «método» meu para fixar a harmonia das músicas e das cantigas. [...]
Tudo isto representa um trabalho de mais de quatro anos e é provável que esteja ainda bem longe de um estudo sem deficiências. No entanto eu tenho a convicção de que reuni conscienciosamente quanto era necessário para se ajuizar dêste ramo do «folkelore» madeirense, dando assim elementos imprescindíveis para futuroa trabalhos de maior valor."
(Excerto do preâmbulo)
Alfredo António de Freitas Branco (Funchal, 1890 - Funchal, 1962). "Foi jornalista, publicista, escritor, membro de várias associações culturais e um profícuo promotor da cultura madeirense. Fundou, dirigiu e colaborou em diversos periódicos de cariz político, literário e cultural. Ao longo da sua vida abraçou vários projetos, credos e ideologias: foi monárquico, integralista, regionalista, nacionalista, nacional-sindicalista, fascista, revelando ainda uma faceta germanófila e antissemita. Estudou e promoveu a cultura madeirense no seu património material e imaterial, recolhendo elementos etnográficos e registando diversas manifestações culturais do povo, nos seus usos e costumes, nas lendas, nas crenças e superstições, nas danças, nas músicas, no traje, na medicina popular e na culinária. Os seus estudos foram apresentados em conferências realizadas no país e publicados em periódicos, depois reunidos e editados em opúsculos e em volumes, na sua maioria entre 1954 e 1955; deles se destaca Folclore Madeirense (1955)."
(Fonte: http://aprenderamadeira.net/cruz-visconde-do-porto-da/)
Exemplar brochado em bom estado geral de conservação. Capas cansadas com pequenas falhas de papel nos cantos.
Invulgar.
Com interesse  histórico e etnográfico.
Indisponível

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