1.ª edição.
Poeta natural da Bairrada, cirurgião num regimento na guerra com os franceses, "trocou a arte de tirar dentes e de compor canellas, pela de versejar" em Coimbra, sua cidade por adopção.
"O empenho que o publico tem mostrado em ler e possuir as poesias do famoso Rozendo nos fez conceber a empreza de as colligir e publicar.
Não consta que o nosso poeta tivesse reunido em um só corpo os ricos productos do seu raro talento; era generoso e desalinhado, predicados caracteristicos da maior parte dos grandes poetas. Contava com a sua fecundidade, e feliz inspiração, não enthesourava; este encargo deixava-o, com nobre orgulho, ao zelo dos seus admiradores. Rozendo improvisava, e com este sublime dote attrahia energicos applausos dos seus ouvintes estupefactos. [...]
A rapaziada academica considerava o poeta Rozendo como um dos primeiros elementos das suas patuscadas, e o appelidavam causa Nostra Lætitiæ. O que na verdade era uma autonomasia gloriosa.
Conversando
fóra de delirio poetico não desdizia de razão, mas tornava-se um
perfeito maniaco logo que se convencia, ou fingia convencer-se, de que
tinha inspirações sublimes. Então as idéas perturbavam-se e affluiam-lhe
essas rajadas de absurdos, bem ou mal metrificados - Rozendices - que
os ouvintes applaudiam com estrepitosas gargalhadas. Rozendo, sem falta
de senso comum, fazia o que um homem com perfeito juizo, ainda mesmo
depois de grande esforço, não seria capaz de fazer. Eis aqui o principal
merecimento de Rozendo."
(Excerto da Advertencia e noticia biographica do auctor)
"Estas maldictas freiras
Que fogem da sua cella,
Para jogarem a péla
Com aboboras porqueiras,
São por certo chocolateiras
Para fazerem café.
Cantando, dó, mi, fá, ré
Com garbo e galantaria
Toca piano uma enguia,
Tomando cachimbo e rapé."
(Excerto de V - Dedicadas ás freiras do convento de Cellas)
Exemplar brochado em bom estado geral de conservação. Capas frágeis com pequenos defeitos.
Raro.
A BNP dá notícia da obra com a indicação "sem informação exemplar".
35€
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