A GUERRA. Numero Unico. A favor dos feridos e mais victimas da Guerra. Dirétor Jean de France. Colaboração dos mais consagrados escritores. Redátores e colaboradores: Magalhães Lima, Teofilo Braga, Fernandes Costa, José Caldas, Vieira Natividade, Leite de Vasconcellos, Alfredo da Cunha, Visconde de Villa Moura, José de Castro, Marcelino de Mesquita, E. Schwalbach Lucci, Carneiro de Moura, Alfredo Guimarães, Candido de Figueiredo, Moura Cabral, Antonio Corrêa de Oliveira, etc., etc. Porto, Edição e Propriedade das Emprezas de "A Nova Patria" e da "Parisiana", Outubro de 1914. In-fólio (46,5x32,5cm) de 26 p. ; mto il. ; B.
"A GUERRA é publicada em homenagem aos heroicos exercitos Anglo-Franco-Russo-Belga e em beneficio da grande obra humanitaria da CROIX ROUGE FRANÇAISE perante os feridos e mais victimas da guerra europêa.
ESTE NUMERO DEVERÁ SER SEMPRE CONSERVADO COMO DOLOROSA RECORDAÇÃO DO SECULO XX.
O produto d'este numero é enviado directamente á Madame Raymond Poincaré; para a Croix Rouge Française e mais victimas da guerra."
Raríssima publicação de dimensões generosas, impressa totalmente sobre papel couché, para apoio às vítimas da Grande Guerra, cujas hostilidades tiveram início apenas três meses antes.
Muito ilustrada ao longo do texto com desenhos e fotogravuras representando cenas da guerra, edifícios emblemáticos. e retratos de diversas personalidades, incluindo 'os chefes das nações aliadas', estando presente o Dr. Manuel de Arriaga, Contém ainda publicidade da época.
"A guerra actual representa para a Europa o que uma operação cirurgica representaria para um doente em perigo de vida. Com effeito, a situação internaconal tornara-se insustentavel. E, ninguem melhor, para o constatar do que aquelles que, como eu, viveram, no centro da Europa, no passado inverno. Não era só o choque entre duas raças antagonicas, o pan-slavismo e o pan-germanismo, que se produzira, formidavel e dicisivo: era tambem a crise economica que ameaçava levar á ruina os paizes em litigio. Duas foram pois, as causas da guerra: uma de origem politica, uma questão de raças e outra de ordem economica, o industrialismo. [...]
Peior ainda do que a guerra ha de ser a liquidação final. Por muitos e muitos annos se hão de sentir os seus perniciosos e tragicos effeitos. Será, porventura, esta, a ultima guerra da historia? Ninguem o poderá afirmar. Mas o que podemos desde já prever é que a tremenda catástrofe que, neste momento, se desenrola a nossos olhos, marcará a quéda irremediavel do direito divino. [...]
Atravez os canhões fumegantes, atravez o sibilar das balas, atravez os incendios que os explosivos provocam, atravez as minas, a orfandade, a miseria, as lagrimas, atravez a enorme hecatombe quer encha de luto a humanidade, eu entrevejo um mundo melhor, eu entrevejo uma Europa democratica que ha de renascer das proprias cinzas. E então o sonho dos visionarios de uma paz perpetua, tornar-se-ha uma realidade. Será essa a verdadeira e autentica conquista. E, com Lamartine, cantaremos a nossa Marselheza, a Marselheza da paz:
Só o egoismo e o odio teem uma patria. A fraternidade não a tem."
(Excerto do artigo de Magalhães Lima)
Exemplar brochado em bom estado de conservação. Uma folha apresenta pequenos restauros toscos com fita.
Raríssimo.
Peça de colecção.
Sem registo na BNP e sem outras referências bibliográficas.
Indisponível
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