28 setembro, 2014

LIMA, J. I. de Abreu e - COMPENDIO DA HISTORIA DO BRASIL. Pelo General... natural da Provincia de Pernambuco, Membro honorario do Instituto Historico e Geographico Brasileiro, Autor do Bosquejo historico, politico e litterario do Brasil e memorias sobre o Guano e sobre a Elephancia. Nova edição em um volume continuada até aos nossos dias. Rio de Janeiro, H. Laemmert & C., 1882. In-8º (18,5cm) de VI, VII, [1] 431, [1] p. ; [1] f. il. ; E.
Com um retrato do Imperador D. Pedro II em extratexto.
"Offerecemos ao publico uma nova edição do Compendio da Historia do Brasil, do general J. I. de Abreu e Lima, dedicado a S. M. o Imperador. Era primitivamente este compendio uma obra em dous volumes, ornada de sete estampas finas e repletas de notas e documentos destinados a corroborar as asserções contidas no texto, e não podia, quer por causa do tamanho, quer por causa do preço, aspirar á circulação que tinhamos em vista conciliar em proveito da divulgação da historia patria.
Como desejassemos tornar o conhecimento do passado do Brasil accessivel ao publico em geral, e principalmente á mocidade estudiosa, tratámos de organizar, sob o ponto de vista didactico, o livro actual, que, sem omittir facto algum importante, torna-se recommendavel pela exposição clara e concisa de todos os acontecimentos que se derão no Brasil. [...]
uma outra circumstancia, para a qual chamamos a attenção do publico, é a continuação da exposição historica até aos nossos dias, confeccionada por um distincto litterato nacional. Era uma lacuna geralmente observada em quasi todos os compendios da Historia patria, que quando muito attingião ao periodo regencial e á inauguração do reinado actual. Podemos affirmar que é a primeira vez que em um livro escolastico se depara com a narração breve e conscenciosa dos feitos memoraveis que assignalão o longo e prospero reinado de S. M. o Sr. D. Pedro II."
(excerto da advertência)
"A nação portugueza, fraca no principio, chegou pela sua grande energia, e pela sabedoria de suas leis, ao mais elevado gráo de poder a que era possivel attingir, ficando triumphante e senhora absoluta de um immenso imperio, cuja riqueza parecia convida-la a gozar os attractivos do fausto e todos os generos de gloria. O monarcha, os grandes e o povo, inflammados do amor dos descobrimentos e da sêde das riquezas, assignalárão por emprezas atrevidas os primeiros ensaios da navegação moderna, e com prodigios de valor souberão abrir caminho para todas as partes do mundo."
(excerto da introdução)
José Inácio de Abreu e Lima (1794-1869). “Militar e pensador brasileiro nascido em Recife, Estado de Pernambuco, herói militar de duas bandeiras - espanhola e portuguesa - cujos estudos buscavam traçar um perfil da evolução histórica brasileira. Filho natural do Padre José Inácio de Abreu e Lima, conhecido como Padre Roma, líder político atuante durante a revolução pernambucana (1817). Cursou a Academia Militar do Rio de Janeiro (1812-1816) saindo como capitão da artilharia. Como capitão de artilharia, foi preso em Recife (1816) como insubordinado e responsável por desordem e por aderir à rebelião. Enviado preso para a Bahia a fim de cumprir pena, foi obrigado a presenciar a execução por fuzilamento de seu pai, condenado por conspirar na mesma revolução (1817). Libertado, exilou-se nos Estados Unidos, onde ouviu notícias das lutas de Simón Bolívar pela independência da América hispânica. Escreveu ao general oferecendo seus serviços militares e, aceito, partiu para a então Grã-Colômbia, atual Venezuela, Colômbia e Equador. Chegando à Venezuela, alistou-se (1818) nas tropas de Simón Bolívar, participando das batalhas e das campanhas pela independência dos três países. Destacou-se como estrategista, o que lhe garantiu a patente de general e o título de Libertador da Nova Granada, e chegou a chefe do estado-maior do exército libertador. Permaneceu ao lado de Bolívar até a morte deste (1831), chegando ao generalato e recebendo o título de Libertador de Nova Granada. Após a morte do Libertador e depois de 12 anos na América hispânica, foi expulso por intrigas de militares. Após a morte do Libertador, mudou-se para a Europa, onde em Paris (1831) conheceu D. Pedro I, que abdicara ao trono e a quem prestou solidariedade. De volta ao Brasil, defendeu a volta de Pedro I ao trono por considerar o monarca, que havia proclamado nossa independência, uma espécie de Bolívar português e foi recebido com muitas críticas negativas, inspirando piadas e até comédias. No mesmo ano, Januário da Cunha Barbosa escreveu a peça A rusga da Praia Grande, ou O quixotismo do general das massas, em que parodiava o herói latino-americano. Voltou ao Brasil (1832) e foi reintegrado no Exército como general. Já dedicado fervorosamente a pesquisa historiográfica filiou-se ao Partido Restaurador e defendeu pela imprensa a volta de D. Pedro I. Lançou Compêndio de história do Brasil (1843) pela editora Laemmert, contando o seu descobrimento até o majestoso ato da coroação e sagração do Sr. D. Pedro II, em dois volumes. Polémica a obra foi avaliada pelo Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro, e foi considerada plágio de Alphonse Beauchamp, já acusado de copiar Robert Southey. O autor refutou a acusação por meio da Resposta do General J. I. de Abreu e Lima ao Cônego Januário da Cunha Barbosa ou análise do primeiro juízo de Francisco Adolfo de Varnhagen. O inquieto militar não se limitou às Letras e (1848), participou da Revolução Praieira, em sua terra natal. Conhecido como o General das massas e Herói das Duas Américas, manteve até o final sua conhecida conduta provocadora, desafiando nos últimos anos o Clero pernambucano, especialmente por ser defensor da liberdade de culto para os protestantes. Assim, quando morreu (1869), a Igreja Católica, através do bispo de Olinda, proibiu que seu corpo fosse sepultado no cemitério público da cidade por ter se envolvido em algumas polémicas com o clero local e, por isso, foi enterrado em um cemitério anglicano dos Ingleses, em Santo Amaro. […] Também escreveu Sinopse cronológica da história do Brasil (1844), a primeira coleção de efemérides brasileiras (1550-1842), História universal, em dois volumes (1847), O socialismo (1855), As Bíblias falsificadas (1867) e O Deus dos judeus e o Deus dos cristãos (1867).
(in www.dec.edu.br)
Encadernação coeva em meia de tela com ferros gravados a ouro na lombada. Sem capas de brochura.
Exemplar em bom estado geral de conservação. Pastas cansadas; lombada com defeitos. Carimbo de posse na f. rosto.
Raro.
40€

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