20 junho, 2021

RIBEIRO, Victor - AS LOTARIAS DA MISERICORDIA E A ACADEMIA DAS SCIÊNCIAS. Por... Coimbra, Imprensa da Universidade, 1914. In-4.º (23,5 cm) de 32 p. ; B.
1.ª edição.
Curioso trabalho sobre o relacionamento da Lotaria, administrada pela Misericórdia de Lisboa, com o governo da República.
Livro valorizado pela dedicatória autógrafa do autor.
"É êrro corrente hoje, e que tenho ouvido repetir, até a um inteligente e ilustrado ministro da República, que as lotarias são do Estado, e é êste quem subvenciona com parte dos lucros delas os estabelecimentos de beneficiência e assistência, quando a verdade histórica manda rectificar tal asserção. [...]
Apenas direi que na Gazeta [de Lisboa] , em 9 de dezembro de 1783, se noticiava o estabelecimento da nova lotaria anual de 360.000 cruzados, cujos lucros, formados por 12%, que tirariam aos prémios, seriam divididos em três quinhões iguais, sendo um para o Hospital de Todos os Santos, outro para o Hospital dos Expostos, (serviço que desde 1636 ficou englobado nas obrigações da Misericordia de Lisboa), e o terceiro para a Acadamia das Sciências. [...]
Rectificando pois desta fórma as erroneas afirmativas, que aliás de boa fé, se teem feito de ser originariamente do Estado a nossa Lotaria quando, desde a sua fundação, como se vê no Plano e nos bilhetes da primeira extracção e de todas as subsequentes, se designou sempre pertencer à Misericordia de Lisboa, compartilhando esta instituição de caridade os lucros havidos, com outros institutos e com o próprio Estado, em odediência a petições ou despachos do govêrno, que assim, em diversos tempos até ao presente, o teem determinado."
(Excerto do texto)
índice:
As lotarias da Misericordia a a Academia das Sciências. |. Notas: I - A primeira lotaria, em 1784. A) Como se vendeu. B) Prémios que se pagaram. II - Sequência das lotarias no seu primeiro quinquagenário segundo as colecções existentes no Arquivo da Misericordia de Lisboa. A) Planos e instrucções. B) Colecção de bilhetes. C) Relações de números premiados. III - Loterias brasileiras nos meados do século XIX. IV - As rodas da Lotaria.
V - Bibliografia.
Victor Maximiano Ribeiro (Lisboa, 1862 - Lisboa, 1930). "Escritor e jornalista, colaborou em muitos jornais e revistas do seu tempo. Historiador e publicista, os seus estudos históricos, ainda que “sem grande critério na selecção dos
dados apresentados” (José Mattoso), têm elementos de muita valia, particularmente para a história da assistência em Portugal durante a época moderna.  Investigador erudito, a sua biblioteca pessoal era constituída por obras de autores cimeiros do seu tempo. Com vasta obra publicada, uma de maior tiragem e outra integrando colecções populares e ilustradas, os seus trabalhos são apreciados e tiveram impacto historiográfico, sendo alguns recorrentemente citados em estudos de especialidade."
(Fonte: http://dichp.bnportugal.pt/imagens/ribeiro_victor.pdf)
Exemplar brochado em bom estado de conservação.
Muito invulgar.
15€

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