05 junho, 2021

ASSUNÇÃO, Guilherme José Ferreira de - HISTÓRIAS TRÁGICAS DE TEMPOS IDOS.
Capa de Maria Elisete Costa Caetano
. [S.l.], [s.n. - Composto e impresso nas oficinas gráficas da Editorial Minerva - Lisboa], 1966. In-8.º (20 cm) de 279, [3] p. ; B.
1.ª edição.
Interessante colecção de episódios romanceados da História de Portugal, cujo final é dramático.
Livro valorizado pela dedicatória manuscrita do autor a Guilherme de Oliveira Santos, conhecido escritor e historiador português.
"As histórias tristes despertam sempre a curiosidade geral. Uma, para conforto da sua alma, desejam verificar que, no respeitante a infelicidade, não estão sós. Pretendem outros, para maior satisfação da vida que levam, conhecer o quanto infortúnio existe em tantos dos seus semelhantes."
(Excerto do Prefácio)
"O homem, mesmo o mais honesto, cumpridor, pontual, laborioso e temente a Deus, pode sofrer, sem que a tal se oponha qualquer força estranha, imerecidos desgostos. [...]
Em Manuel de Sousa de Sepúlveda concorriam todas as boas qualidades e, apesar da impecabilidade do seu espírito, no momento em que foi obrigado a suportar uma intensa dor, nada apareceu, qualquer que fosse a sua proveniência, a mudar o curso da fatalidade em que se viu envolvido ou a diminuir, embora ligeiramente, o seu injusto e muito sofrimento.
Durante algum tempo, o cónego Manuel de Sousa de Sepúlveda, todo entregue às suas obrigações religiosas, viveu em Évora.
Pelo seu desembaraço nos transes da luta e pela forma elevada como se conduziu em tempo de paz, passou a servir em Diu como capitão.
Uma vez nas costas do Malabar, enamorou-se da prendada e bela filha do governador da índia, D. Leonor de Sá de Albuquerque, com quem veio a casar.
O venturoso casal, quando já tinha dois filhos de tenra idade, decidiu deslocar-se para os campos verdes e férteis da pátria distante em busca do lenitivo indispensável para a sua saudosa alma e do merecido repouso para o seu corpo.
No navio S. João, com mais de seiscentas pessoas a bordo, a família de Manuel de Sousa de Sepúlveda, confiante e satisfeita, ocupou o seu lugar.
E, sem qualquer acidente que prejudicasse a boa regularidade da sua marcha, o galeão seguiu com rumo ao seu destino. Quando já via, porém, os recortes do Cabo da Boa Esperança, começou a sentir os efeitos de uma tempestade que se aproximava e que, por ter sido prevista a sua violência, obrigou a tripulação a todas as extremas precauções."
(Excerto de Malditos selvagens)
Índice:
I - Dedicatória. II - Prefácio. III - Malditos selvagens. IV - Castidade perpétua. V - Intriga sangrenta. VI - Falsidade castigada. VII - Morte gloriosa. VIII - Singular desafio. IX - Terríveis corsários. X - Cega vingança. XI - Audaciosos marinheiros. XII - Suja proposta. XIII - Ideia diabólica. XIV - Fatal motim. XV - Coragem inaudita. XVI - Honrada alcunha. XVII - Fome tormentosa. XVIII - Bárbaro costume. XIX - Funestas missões. XX - Bebidas mortíferas. XXI - Infeliz noiva. XXII - Trágico fim. XXIII - Derradeiro sacrifício. XXIV - Incrível justificação.XXV - Horroroso atentado. XXVI - Ordem real. XXVII - Infernal caminhada. XXVIII - Brio feminino. XXIX - Heróica decisão. XXX - Tripla dor. XXXI - Triste casamento. XXXII - Extrema fidelidade. XXXIII - Injusta recompensa. XXXIV - Loucos ciúmes. XXXV - Severos castigos. XXXVI - Bibliografia. XXXVII - Índice remissivo. XXXVIII - Índice geral.
Guilherme José Ferreira de Assunção (1911-?). "Ex-bolseiro do Instituto de Alta Cultura, membro  de The Hispanic Society of America de Nova  Iorque, bibliotecário da Biblioteca do Palácio Nacional de Mafra, fundador e organizador da Biblioteca Municipal de Mafra (inaugurada a 11 de março de 1940). Publicou diversos estudos e obras relativas ao espólio da Biblioteca do Palácio Nacional de Mafra e artigos sobre várias personalidades do concelho de Mafra, nomeadamente o conhecido livro À sombra do Convento."
(Fonte: https://www.cm-mafra.pt/cmmafra/uploads/writer_file/document/1742/mafra_efemerides.pdf)
Exemplar brochado em bom estado de conservação.
Muito invulgar.
30€

Sem comentários:

Enviar um comentário