CAMPOS, Agostinho de - PORTUGAL EM CAMPANHA. III. Comentário Leve da Grande Guerra. Paris - Lisboa, Livrarias Aillaud e Bertrand, 1921. In-8.º (18 cm) de 299, [1] p. ; E.
1.ª edição.
Conjunto de artigos - algo irónicos - com interesse para a história da Primeira Guerra Mundial, e da participação portuguesa no conflito.
"É agradável observar e admirar nas ruas de Lisboa os nossos soldados e principalmente os nossos oficiais expedicionários, envergando os novos fardamentos de campanha com que vão partir para França.
Os jovens oficiais são quási todos perfeitos de garbo, dando-nos a lisonjeira impressão de que a raça melhorou físicamente nos últimos vinte anos e que não foi em vão que passou por estas gerações a anglomania da ginástica e do exercício físico."
(Excerto de O novo fardamento)
"Nas proximidades da partida dos primeiros contingentes de tropas portuguesas para França, havia muito quem receasse, sem segundo sentido de oposição ou de política, um acto escandaloso de indisciplina, com que exclusivamente e gravìssimamente viria a sofrer o decôro nacional e o bom nome de todos nós.
Por felicidade, como o leitor bem sabe, não se deu tal. Mas é bom que o leitor saiba, agora que não há senão vantagem em sabê-lo, que as circunstâncias em que se fêz o embarque foram péssimas e por si só justificariam por parte das tropas expedicionárias um movimento de insensatez colectiva, cujo primeiro e irremediável efeito seria uma nódoa indelével na honra de Portugal.
Em primeiro lugar - e isto impressiona tôda a gente de coração - os pobres soldados embarcavam disfarçadamente, quàsi sonegados às vistas da Cidade, sem uma cerimónia de despedida, sem um adeus de carinho colectivo em tão grave momento."
(Excerto de A partida para a guerra)
Agostinho Celso Azevedo de Campos (1870-1944). "Escritor, jornalista, pedagogo e político português. Formou-se em Direito pela Universidade de Coimbra, em 1892, exercendo advocacia por pouco tempo. Entre 1893 e 1894, ensinou língua e cultura portuguesas em Hamburgo (Alemanha), altura em que iniciou a sua colaboração jornalística nos jornais O Primeiro de Janeiro e Novidades. Em 1895, quando regressou a Portugal, continuou a publicar artigos sobre literatura, política, pedagogia e linguística em diversos órgãos de imprensa, como no O Comércio do Porto, no Diário de Notícias e no O Diário Ilustrado, órgão oficioso do Partido Regenerador Liberal, nos Cadernos de Pedagogia, no Boletim do Instituto de Orientação Profissional, entre outros e também em jornais e revistas estrangeiras. A par com a carreira de jornalista, exerceu simultaneamente o cargo de professor de Alemão no Liceu Central de Lisboa, na Casa Pia, no Liceu Pedro Nunes, no Instituto Superior do Comércio e nas Faculdades de Letras das Universidades de Coimbra (1933-1938) e de Lisboa (1938-1941), jubilando-se nesta última, em 1940. Entre 1906 e 1910, Agostinho de Campos foi director-geral da Instrução Pública."
Encadernação editorial inteira de percalina com ferros gravados a seco e a ouro nas pasta e na lombada.
Encadernação editorial inteira de percalina com ferros gravados a seco e a ouro nas pasta e na lombada.
Exemplar em bom estado geral de conservação. Pastas apresentam perda de cor por exposição solar. Assinatura de posse na f. rosto.
Muito invulgar.
Com interesse histórico.
Muito invulgar.
Com interesse histórico.
15€
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