04 maio, 2024

LUCAS, Adv. Bernardo -
FELIZMENTE OCULTA! 
Pelo... Antigo Deputado da Nação. Causa Judicial "Doida não!". Pôrto, Tipografia Fonseca, 1920. In-8.º (22,5x16,5 cm) de 38, [2] p. ; B.
1.ª edição.
Peça do processo "Doida não!", questão que apaixonou e dividiu o pais há um século atrás, e que opôs Maria Adelaide Coelho da Cunha, herdeira de Eduardo Coelho, seu pai e fundador do Diário de Notícias, a seu marido, o advogado e empresário de comunicação social Alfredo da Cunha, que ordenou o seu internamento compulsivo no Hospital de Alienados do Conde de Ferreira, como louca, após ter verificado que a sua ausência do lar se devera à fuga empreendida com Manuel Claro, o chauffer da família.
"Inicia-se, com êste folheto, uma série de publicações destinadas a tornar conhecido o aspecto jurídico da questão que se está debatendo entre o snr. Dr. Alfredo Carneiro da Cunha e sua esposa, minha cliente.
Abusivamente metida num manicómio, sem estar doida, e mais tarde interdita sem o dever ser, sequestrada durante meses ao convívio de quem pudesse prestar-lhe auxílio, evadida do Hospital do Conde de Ferreira e lá reìnternada com intervenção da polícia, posta um dia em liberdade por ordem dum Ministro, que, poucos dias depois, dá o dito por não dito, forçada há perto dum ano a viver escondida, para fugir á perseguição revoltante dum marido que tudo acha preferível a quebrar, por honra sua, o vínculo conjugal e entregar á esposa a metade da fortuna com que ela o engrandeceu, - esta senhora não tem encontrado nos tribunais a protecção que era natural esperar dêles e a que os perseguidos teem direito.
Tudo isto precisa de ser conhecido e explicado.
O presente folheto vai revelar duas coisas, ambas tristes: primeira, que a infeliz senhora esteve em risco de nem sequer poder, junto dos tribunais, erguer um grito de protesto; segunda, que, para ver se a aferrolhavam de novo no manicómio, chegaram ao extrêmo de ameaçar com um processo-crime o seu advogado, como se êle fôra capaz de, tomado de susto, quebrar o sigilo profissional e atraiçoar a cliente, entregando-a aos seus algozes!
São coisas mais do que tristes. São desatinos, são  misérias!
Mas falem os autos."
(Prefácio)
Exemplar brochado em bom estado geral de conservação. Capas frágeis com defeitos e pequenas falhas de papel marginais.
Muito invulgar.
Indisponível

Sem comentários:

Enviar um comentário