21 maio, 2024

BRAGA, Theophilo - FREI GIL DE SANTAREM. Lenda faustiana da Primeira Renascença. Por... Alma Portugueza. Porto, Livraria Chardron, 1905. In-8.º (19,5x12 cm) de XXIII, [1], 376 p. ; E.
1.ª edição.
Versão dramática da lenda de S. Frei Gil de Santarém, religioso português que por amor vendeu a alma ao Diabo.
"Gil Rodrigues de Valadares, filho do Alcaide-mór de Coimbra, frequenta as Escholas do Mosteiro de Santa Cruz. Absorve-se na meditação das doutrinas neoplatonicas, que actuam na primeira Renascença, do seculo XIII, as quaes suscitando a theoria do Amor, que se manifesta no ideal do novo Lyrismo dos Trovadores, na acção heroica da Cavalleria, no culto mystico da Virgem, prestando novo Symbolos á Arte, na contemplação da Natureza pelas investigações experimentaes dos Alchimistas que preparam as inducções da Sciencia, tambem coincidem com a formação das Irmandades e Jurandas em que fortifica o Proletariado.
Entre estas correntes complexas, que determinam a agitação revolucionaria d'esse seculo, Gil de Valadares chega á concepção platonica: O Poder, a Sciencia e o Amor, como as trez manifestações divinas por excellencia."
(Excerto de I - A primeira Renascença - Symbolisação artistica)
Dom Gil Rodrigues de Valadares, O.P., também conhecido sob os nomes de São Frei Gil de Portugal, São Frei Gil de Vouzela, São Frei Gil de Santarém, ou simplesmente São Frei Gil (Vouzela, c. 1190 - Santarém, 14 de maio de 1265). "Foi um frade dominicano médico, taumaturgo, teólogo e pregador português dos séculos XII e XIII, beatificado pelo Papa Bento XIV a 9 de Maio de 1748. É um dos beatos portugueses com maior projecção nacional e internacional. Sobre São Frei Gil e o seu percurso de vida teceram os séculos numerosas lendas e histórias. De acordo com uma história popular, ele foi abordado em sua jornada por um estranho cortês que prometeu ensinar a arte da magia em Toledo. Como pagamento, diz a lenda, o estranho exigiu que Gil entregasse sua alma ao demónio e assinasse o pacto com seu sangue. Gil obedeceu, e depois de se dedicar sete anos ao estudo da magia sob a direção de Satanás, foi para Paris, obteve facilmente o grau de doutor em medicina e realizou muitas curas maravilhosas. Uma noite, enquanto ele estava trancado em sua biblioteca, um cavaleiro gigante, armado da cabeça aos pés, teria aparecido a ele e, com sua espada desembainhada, exigiu que Gil mudasse sua vida perversa. O mesmo espectro apareceu pela segunda vez e ameaçou matar Gil se ele não se refizesse. Há quem acrescente que a sua conversão tivera início apenas na mesma cidade de Paris e se consumara em Palência, onde entrara na Ordem dos Pregadores. Giles voltou a Portugal, depois de tomar o hábito de São Domingos no mosteiro recentemente erguido em Palência, por volta de 1221. Pouco depois, seus superiores o enviaram para a casa dominicana em Santarém. Ali ele levou uma vida de oração e penitência, e, ainda de acordo com as lendas, por sete anos sua mente foi atormentada pelo pensamento do pacto que ainda estava nas mãos de Satanás. Finalmente, narra seu biógrafo, o diabo foi compelido a entregar o pacto e colocá-lo diante do altar da Santíssima Virgem."
(Fonte: Wikipédia)
Belíssima encadernação inteira de pele com ferros gravados a ouro na lombada, e com cercadura e desenho de Teófilo Braga com o seu inconfundível guarda chuva gravados a seco e a ouro na pasta anterior. Preserva as capas originais.
Exemplar em bom estado de conservação. Aparado e pintado à cabeça. Carimbo de posse na f. rosto e ex-libris no verso da mesma. Sem f. ante-rosto.
Muito invulgar.
Indisponível

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