BASTOS, Leite - O MARQUEZ DE POMBAL E A EXPULSÃO DOS JESUITAS. Lisboa, Typographia da Empreza Serões Romanticos, [1882]. In-8.º (20,5x13 cm) de 32 p. ; E.
1.ª edição.
Narrativa histórica publicada por ocasião das celebrações do Centenário do Marquês de Pombal.
Exemplar muito valorizado pela magnífica encadernação executada nas oficinas de mestre Frederico de Almeida.
"Era fins de Setembro de 1759, pelas horas tristes e monotonas de uma noite sombria e carregada de brumas pardacentas.
Em uma das salas do regio paço da Ajuda, o recento conde de Oeiras, recostado na sua ampla cadeira de espaldar, que alguns dos principaes personagens da côrte rodeava de pé, em attitudes repeitosas e graves, acabava de ouvir da bôca do seu secretario particular: «que as ordens d'el-rei estavam cumpridas, quanto ao embarque dos jesuitas que tinham vindo de Azeitão e n'esse momento estavam sendo recebidos a bordo do brigue S. Nicolau, prestes a largar ferro, afim de os levar a Civita-Vechia.»
De facto, lançando-se uma vista d'olhos para a janella que ficava em frente, viam-se ainda no rio as ultimas galeotas demandando a prôa do brigue S. Nicolau.
Eram cento e trinta e tres os padres jesuitas que essas galeotas conduziam.
Tinham vindo effectivamente da quinta de Azeitão, onde estavam prezos.
Poucos dias depois o brigue S. Boaventura, que estava no nosso ancoradouro, devia conduzir os 120 que restavam.
Ficavam ainda mais cento e vinte e quatro, nos subterraneos da torre de S. Julião da barra, d'onde só mais tarde apenas quarenta logravam sair com vida.
Assim, em pouco mais de duas semanas, foram proscriptos e banidos do reino os opulentos e poderosos padres da Companhia, e completo o pensamento inicial do grande estadista, ao assumir a direcção suprema dos negocios."
(Excerto do Cap. I)
Francisco Leite Bastos
(1841-1886). "Jornalista, autor de contos e romances policiais, dramas e
comédias, nascido a 17 de setembro de 1841, em Lisboa, e falecido a 5
de dezembro de 1886, na mesma cidade. Apesar da ausência de formação
literária, os seus escritos - peças, crónicas e romances - gozaram no
seu tempo, de um relativo êxito popular. Colaborou no Diário de Notícias e em vários jornais literários. Deu sequência ao Rocambole, de Ponson du Terrail, em Maravilhas do Homem Pardo. Toda a sua obra jornalística e literária se pauta pela crítica de costumes."
(Fonte: Infopédia)
(Fonte: Infopédia)
Encadernação em meia de pele com ferros gravados a ouro na pasta anterior. Conserva as capas de originais.
Exemplar em bom estado de conservação. Aparado e pintado à cabeça.
Raro.
Indisponível
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