10 maio, 2024

SOUSA
(Marquês de Rio Maior), João de Saldanha Oliveira e -
A EXECUÇÃO DA MARQUESA DE TÁVORA. Inéditos Pombalinos II. Lisboa, Comp. e Imp. nas Oficinas Gráficas da C. M. L., 1938. In-4.º (25x16,5 cm) de 12 p. ; [2] f. il. ; B.
1.ª edição independente.
Separata do Boletim Cultural e Estatístico da Câmara Municipal de Lisboa : Volume I - N.º 4.
Importante subsídio pombalino para a história do "Processo dos Távoras", apelido da ilustre família que deu nome ao processo, acusada de conspirar e atentar contra a vida do rei D. José, que culminaria com o suplício e execução de alguns membros da família Távora, entre outros, a 13 de Janeiro de 1759 em Belém, Lisboa.
O presente trabalho reporta ao "horroroso" suplício individual da Marquesa de Távora, D. Leonor Tomásia (1700-1759), contestado pelo autor, que refuta eventuais práticas de tortura às mãos dos carrascos, contrariando a conhecida tese do biógrafo anónimo do Marquês de Pombal.
Opúsculo ilustrado em separado com duas estampas:
"A Marqueza de Távora" - reprodução de retrato desenhado de Leonor de Távora quando jovem, com a inscrição "original de Alcype";
"A memoria do chão salgado" - fotografia do Padrão mandado erigir pelo Marquês de Pombal (1759) em memória dos condenados do Processo.
"Na história de Lisboa avulta, como capítulo notável, o Reinado de D. José I, ou seja o período pombalino, de que é facto culminante o frustrado regicídio na noite de 3-9-1758.
Para descrever a execução dos réus condenados à morte por causa dêsse atentado, alguns historiadores recorreram ao manuscrito intitulado Vida de Sebastião José de Carvalho e Melo, 1.º Marquês de Pombal e 1.º Conde de Oeiras... etc., etc.
Na revista e sob o título que acabamos de mencionar em nota, publicou J. Lúcio de Azevedo, com comentários seus, alguns extractos duma cópia do referido manuscrito.
Segundo êsses extractos, o historiador anónimo, ao narrar a execução da Marquesa de Távora, D. Leonor Tomásia de Távora, escreveu:
«O meirinho das cadeias com três algozes a esperava sobre o cadafalso. Logo que a recebeu a foi mostrando ao povo espectador, correndo com ela a circunferencia daquele lugar. Depois lhe foi mostrando muito individualmente os instrumentos e formalidades com que haviam de padecer morte afrontosa ela, filhos, genro e parentes, mais sócios e sequazes do seu delito. Esta a mais tirana vista, em hora de tanta amargura, lhe fêz a mais cruel impressão no ânimo, e abatendo a intrepidez, que até então mostrara, não pôde conter o grande fluxo de lágrimas, que copiosamente entrou a sair de seus olhos, e pediu que lhe abreviassem a vida.»
Êste episódio é, a nosso ver, imaginário."
(Excerto do trabalho)
Exemplar brochado, por abrir, em bom estado geral de conservação. Com vestígios de humidade marginais.
Muito invulgar.
Com interesse histórico e pombalino.
25€
Reservado

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