INSTITUTO NACIONAL DE ENSINO POR CORRESPONDÊNCIA : LISBOA - Fundado em 1 de Janeiro de 1919. Director e proprietário Ruy Manuel Mourão de Freitas. Lisboa, Composto e impresso na tipografia do Instituto Nacional de Correspondência Lisboa, [1927]. In-8.º (21x15 cm) de 38 p. ; [1] f. desdob. ; il. ; B.
1.ª edição.
Importante subsídio para a história do Ensino à Distância (EaD) entre nós. Brochura de apresentação da, estamos em crer, primeira organização portuguesa que se dedicou a este tipo de instrução. Fundado no imediato pós-Grande Guerra, em época de desanuviamento, esperança e crença na recuperação económica, o seu principal objectivo seria munir de competências os empregados do comércio para que estes pudessem ascender a melhores empregos e salários, ou mesmo, perspectivar a sua entrada no mundo empresarial. No entanto, verificou-se que também os ociosos, curiosos e donas de casa em busca de conhecimento e cultura solicitaram e receberam as aulas por correspondência, método simples e económico para quem não queria ou podia frequentar o ensino oficial.
Inclui as condições de inscrição nos cursos por correspondência e os testemunhos de antigos alunos, de várias áreas, do sexo masculino e feminino.
Livrinho ilustrado no interior com reprodução de certificados de aproveitamento escolar, um em página inteira, e outro em folha desdobrável:
Livrinho ilustrado no interior com reprodução de certificados de aproveitamento escolar, um em página inteira, e outro em folha desdobrável:
- Título que é conferido aos alunos que concluiram qualquer dos cursos com aprovação;
- Diploma que é conferido aos alunos que concluiram os dois cursos com uma classificação média não inferior a 15 valores.
"O ensino por correspondência, seja de que ramo fôr do saber humano, é hoje o meio universalmente consagrado para todo o homem de trabalho se ilustrar, aperfeiçoar-se numa profissão e até iniciar-se nela.
Não há sciência, não há idioma, que não tenha encontrado a fórma prática e eficaz de ser ensinado por correspondência. As próprias artes e ofícios, que se consideravam inaprendíveis fóra do âmbito das fábricas e das ofícinas, ensinam-se hoje de longe nos mínimos detalhes da sua execução e de longe se aprendem nas maiores delicadezas da sua técnica."
(Excerto de Origem e necessidade do ensino por correspondência)
"Perguntem à maioria dos primeiros empregados no comércio e dos guarda-livros modernos, não em Portugal, onde a rotina em tudo é o maior inimigo a vencer, como êles se fizeram: se foi indo de livros debaixo do braço para as escolas, ou recorrendo ao ensino por correspondência? Não oferece a menor hesitação a resposta.
O homem moderno, o verdadeiro trabalhador desta época, em que, como nunca, houve tanta pressa de entrar na luta pela vida e tanta ânsia de vencer, não gasta o melhor dos seu anos e da sua energia pelas escolas, debruçado sôbre tratados."
(Excerto de O curso rápido, prático e económico que é preciso para o comércio)
"Partindo dos centros de maior população e actividade, o ensino comercial por correspondência tem-se pouco a pouco infiltrado por tôdas as outras terras.
É curiosissima a forma por que o nosso ensino se foi alargando, curiosissima pela correlação que, de facto, há entre o número de alunos e a expansão do trabalho e da riqueza pública nas respectivas regiões.
Pouco tempo esteve o nosso ensino circunscrito às cidades ou às vilas mais importantes pela sua indústria e pelo seu comércio. Não tardaram a afluir alunos até de aldeias, onde não era presumível que êle viesse a implantar-se tão cedo, pelas poucas ou nenhumas necessidades do comércio local.
A explicação do facto veio depois. O aluno mandou ir as lições e os livros para os escriturar, como exercícios; experimentou as suas fôrças perfeitamente à vontade em sua casa, sem ninguem saber de uma tentativa, que podia ser frustrada.
Compreendeu bem as primeiras lições e os trabalhos a fazer; animou-se, continuou e, por fim, concluiu o curso. E, senhor desta bela arma de luta, dêste poderoso instrumento de trabalho, deixou a sua aldeia, arranjando logo colocação noutra terra em qualquer estabelecimento fabril ou comercial e tendo em pouco tempo o seu futuro assegurado."
(Excerto de O ensino por correspondência alarga-se...)
Índice:
Origem e necessidade do ensino por correspondência | O curso rápido, prático e económico que é preciso para o comércio | O ensino por correspondência alarga-se considerávelmente entre nós tendo aberto futuros invejáveis a muitos alunos | Em tôdas as idades e condições sociais se pode aprender com êxito. Cursos que se freqüentam sem incómodos, nem acanhamento e emulações | O desenvolvimento febril no nosso comércio e o "Instituto Nacional" | O testemunho dos que aprenderam - A satisfação dos que acabam o seu curso. Como êles se sentem com fôrças para assumir as responsabilidades do trabalho e conseguem, após os estudos, empregar-se como guarda-livros ou exercer cargos superiores. - As senhoras e o ensino comercial | O nosso ensino estende as suas vantagens a todos os domínios portugueses e ao estrangeiro. - Os que descriam do ensino e o reconhecem hoje como o melhor. | Programa e condições de matrícula dos cursos de Escrituração Comercial por partidas simples e dobradas, Aritmética e Contabilidade: [Programas] / Duração dos cursos / Condições de matricula / Ordem dos estudos / Preços dos cursos / Pagamento em prestações.
Exemplar em brochura, bem conservado.
Raro.
Com interesse histórico.
Sem registo na BNP.
25€
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