04 outubro, 2023

GOA E O GRÃO-MONGOL. Editores Jorge Flores e Nuno Vasallo e Silva. [Lisboa], Fundação Calouste Gulbenkian em colaboração com Scala Publishers, London, 2004. In-4.º (28x23 cm) de 240 p. ; mto il. ; B.
1.ª edição.
Catálogo publicado por ocasião da exposição Goa e o Grão-Mongol, realizada no Museu da Fundação Calouste Gulbenkian, Galeria de Exposições da Sede, entre  9 Junho e 5 de Setembro de 2004.
Belíssima peça da bibliografia oriental portuguesa, elaborada com grande apuro gráfico e sentido estético, impressa em papel de superior qualidade e profusamente ilustrada a cores.
"Goa e o Grão-Mogol pretende pôr em evidência as diversas facetas da relação que se estabeleceu nos séculos XVI e XVII entre a Índia portuguesa e o império mogol. Para os mogóis, os portugueses são mais um vizinho, seguramente menos perigoso que os safávidas, os uzbeques ou os otomanos. Menos perigoso mas algo “exótico”, tanto mais que os portugueses foram os primeiros firangis com que o imperador Akbar privou. A escrita dos cronistas mogóis não reflecte o fenómeno, mas, em contrapartida, o trabalho dos artistas da corte não se alhearia tão cedo da presença desses estrangeiros no império. Já para os portugueses, com capital em Goa desde 1510 e mantendo um rosário de estabelecimentos marítimos que se prolongava até ao Gujarat, do sucesso da relação com oMogor dependia a sua própria sobrevivência na Ásia do Sul. Tal é o pano de fundo de uma relação que durou mais de dois séculos e se corporizou em diversos domínios. Relação comercial, construída nos portos do Gujarat e do Bengala. Relação política e diplomática, de que dá testemunho um vasto corpo documental relativo a embaixadas, tratados, mediadores e espiões. Relação religiosa, indelevelmente marcada pela influência dos jesuítas na corte de Akbar e Jahangir. Relação cultural e artística, assente nas múltiplas contaminações de objectos, ideias, gostos e estilos.
Os dez ensaios escritos, por um conjunto de especialistas internacionais, expressamente para esta obra, exploram as diferentes facetas de uma relação que durou mais de dois séculos e se corporizou em diversos domínios (comercial, político e diplomático, religioso, cultural e artístico). Todos os ensaios são profusamente ilustrados com magníficas miniaturas mogóis, livros, pinturas europeias e diversos objectos seus contemporâneos que, entre outros, integram a exposição com o mesmo título. O livro contém ainda uma relação exaustiva das peças presentes na exposição, acompanhada pela respectiva bibliografia específica."
(Fonte: https://gulbenkian.pt/museu/agenda/goa-e-o-grao-mogol/)
"O presente ensaio foi concebido como um modesto contributo para a história da complexa relação multilateral que existiu em finais do século XVI e inícios do século XVII entre quatro potências um tanto desiguais: a primeira, o império mongol em crescimento na Índia Setentrional, que conheceria uma expansão avassaladora nas décadas que se sucederam a 1560; a segunda, os sultanatos do Decão, mais a sul, e especialmente os reinos de Bijapur e Ahmadnagar; a terceira, o Estado Português da Índia, com o seu centro político em Goa, e posições subsidiárias em Damão, Diu e na Província do Norte; e, por fim, o estada safávida no Irão, o qual, desde o seu início por volta de 1500, mantivera relações privilegiadas com os soberanos muçulmanos do Decão."
(Excerto do ensaio A expansão mongol no Decão, 1570-1605: perspectivas contemporâneas)
Exemplar em brochura, bem conservado.
Muito invulgar.
Com interesse histórico.
30€

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