SERRÃO, Joaquim Veríssimo - UMA ESTIMATIVA DA POPULAÇÃO EM 1640. Lisboa, Academia das Ciências, 1975. In-4.º (24,5x18,5 cm) de [4], 91 (213-303 pp.), [5] p. ; B.
1.ª edição independente.
Separata de «Memórias da Academia das Ciências» - Volume XVI. pp. 213-303.
Interessante estudo demográfico do tempo da restauração nacional baseada em documentos coevos.
Exemplar muito valorizado pela dedicatória autógrafa do Prof. Joaquim Veríssimo Serrão ao jornalista Torquato da Luz.
"Conhecem-se as dificuldades para assentar, com o necessário rigor, o cômputo da população de Portugal no período anterior ao século XVIII.
Os dados obtidos no cadastro de 1527 a 1531, os capítulos de Cotes, as obras de intenção geográfica de Duarte Nunes de Leão e de Manuel Severim de Faria, as monografias de história local e os relatos de viajantes nacionais e estrangeiros conduzem apenas a numeramentos dispersos à escala regional, não fornecendo dados fixos para a contagem dos habitantes do Reino. [...]
O documento que serve de base ao nosso estudo encontra-se na Biblioteca Nacional de Paris, manuscrits espagnols, códice 324, fols. 4-40, formando uma miscelânea de grande interesse para a história geográfica, política, militar, religiosa e social da Península Ibérica no século XVII.
Trata-se de uma descrição abreviada das cidades e vilas de Espanha por ordem de províncias: Castela, Extremadura, Andaluzia, Reino de Granada, Aragão e Portugal. [...] Nesse conjunto, o reino de Portugal surge com 19 cidades, 158 vilas e 17 lugares de maior importância, com um total de 338 paróquias; 175 Conventos de frades e 93 de freiras; 3 Arcebispados e 10 Bispados com o rendimento de 312.000 ducados; 19 Corregedorias; e uma população de 187.130 «vizinhos» nas cidades, vilas e principais lugares.
Descrição abreviada, repetimos, embora se conheça a fonte directa desse valioso testemunho. A análise do texto permite concluir que se trata de uma versão colhida na Población General de España, de Rodrigo Mendez Silva, que saiu em Madrid no ano de 1645. Este autor levou vários anos a coligir as notícias que compõem a obra, sendo evidente que a descrição das terras de Portugal foi ainda composta ou os seus elementos obtidos no período dos Filipes.
Que razões assistem para tal juízo? - Não apenas a narração do Reino surge incluída no quadro ibérico, sem qualquer referência à Restauração de 1640, como também os últimos dados cronológicos do manuscrito respeitam ao governo de Filipe IV de Espanha."
(Excerto do Estudo)
Joaquim Veríssimo Serrão (1925-2020). Foi Professor Catedrático jubilado da Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa e um dos maiores vultos da historiografia portuguesa contemporânea. Autor de uma vasta bibliografia, nela se destacam os trabalhos dedicados à História de Portugal dos séculos XV a XVIII e à História do Brasil dos séculos XVI e XVII. Foi presidente da Academia Portuguesa da História. Foi galardoado em 1995 com o Prémio Príncipe das Astúrias em Ciências Sociais. Membro da Academia das Ciências de Lisboa foi, entre outras instituições científicas estrangeiras, Membro Efetivo da Academia de Yuste."
(Fonte: Wook)
Exemplar brochado em bom estado de conservação. Capa apresenta sombreado à cabeça por acção da luz.
Muito invulgar.
Com interesse histórico.
Indisponível
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