09 setembro, 2023

SOUSA, Avelino de - O FADO E OS SEUS CENSORES. (Artigos colligidos d'A Voz do Operario). Critica aos detractores da canção nacional. Com uma Carta do illustre poeta e dramaturgo Dr. Julio Dantas. Lisboa, Editor, O Auctor, 1912. In-8.º (19,5x12,5 cm) de [8], 56 p. ; [1] f. il. ; B.
1.ª edição.
Rara edição original de uma das mais apreciadas obras sobre o Fado - a "canção nacional".
Ilustrada extra-texto com o retrato do autor.
Com a seguinte inscrição manuscrita na f. rosto: "Pertença e recordação de: Salvador Gomes (guitarrista)".
Inclui ainda uma carta de António Frazão - conhecido fadista - para Salvador Gomes, dobrada e colada entre a f. rosto e o retrato, a agradecer o empréstimo do livro a quem tece os mais rasgados elogios, bem como ao seu autor - Avelino de Sousa, entre outras considerações.
"O Fado e os seus censores é uma compilação de onze artigos publicados originalmente por Avelino de Sousa em A Voz do Operário. Trata-se de uma acérrima defesa do Fado contra os seus caluniadores, sendo sobretudo uma obra de resposta em que o seu autor assume a luta contra opiniões, sobretudo de Samuel Maia e Albino Forjaz de Sampaio, publicadas em jornais como A Luta e O Século e até do próprio público d'A Voz do Operário.
O estilo de prosa panfletária reflecte o insulto elegante a que tão avidamente se recorria no Parlamento, com constante recurso aos grandes autores e à inegável sagacidade do autor, que terminaria a sua carreira como bibliotecário da Torre do Tombo."
(Fonte: https://www.fnac.pt/O-Fado-e-os-Seus-Censores-Avelino-de-Sousa/a9461645)
"O fado, simples annotação melodica do sentimento popular, não merece, talvez, que se preocupem tanto com elle, - e muito menos que o discutam sob o ponto de vista da hygiene social. Uma canção não faz degenerados; os degenerados é que podem ter perdileções por determinada canção, - e, em geral, por determinada fórma d'arte. É a velha historia da dypsomania: não se é degenerado porque se bebe; bebe-se porque se é degenerado.
Que culpa teem os numeros da obsessão dos arithmomanos? Que culpa teem as praças do delirio dos agoraphobos? Que culpa tem o fado de que os degenerados o cantem? - Mas isto levar-nos-hia longe, e eu não tenho um minuto meu."
(Excerto da Carta-proemio)
Avelino de Sousa (1880-1946). "Fadista, compositor, poeta popular e dra­maturgo. Nasceu em Lisboa e residia nos Bairro de Campolide. Começou a trabalhar numa livraria, foi posteriormente tipógrafo e bi­bliotecário da Torre do Tombo. Aos 15 anos já cantava as suas obras. Era pre­sença obrigatória em qualquer festa de trabalha­dores. Cantando apenas obras suas, nor­malmente acompanhado pelo guitarrista Domin­gos Pavão, seu amigo de infância, o mote das suas letras, versava o amor, saudade e também usava o Fado, para através dele veicular as suas ideias politicas e sociais.  Cantou em tabernas, retiros, colectividades de recreio, em salas de gente elegante.  Travou grandes “despiques” com João Patusquinho, Manuel Serrano, João Black, Júlio Janota, Carlos Harrington e o Calci­nhas Narigudo.  Publicou, entre outros, os livros Canções do Fado, O Fado das Mulheres, A Canção Nacional (com prefácio de Angelina Vidal), Cinquenta So­netos e Cantem Todos... Colaborador regular da imprensa operária e da imprensa do Fado, coligiu em 1912 os artigos escritos em A Voz do Operário sob o título O Fado e os Seus Censores, com prefácio de Júlio Dantas, obra de referência na bibliografia fadista."
(Fonte: https://www.portaldofado.net/content/view/2461/379/lang,pt/)
Exemplar brochado em bom estado geral de conservação. Cansado. Capas frágeis com pequenos defeitos. Lombada reforçada com fita adesiva nas extremidades que se prolonga para as capas.
Raro.
Com interesse histórico.
Peça de colecção.
75€

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