PORTO, Frederico - REFORMA ADMINISTRATIVA DO DISTRICTO DE PORTALEGRE. Serie d'artigos publicados no Campeão de Portalegre. Portalegre, Pereira, Marques & Fabião : Directores da Typographia Paulo Monteiro, 1895. In-8.º (21,5x15,5 cm) de [2], 17, [1] p. ; B.
1.ª edição.
Importante subsídio com interesse para o Distrito de Portalegre. Trata-se de um lamento, mas também uma crítica mordaz do autor à Reforma Administrativa de 1895 e seus proponentes, cujas decisões políticas, no seu modo de ver, em muito prejudicaram o distrito.
Exemplar valorizado pela dedicatória autógrafa de Frederico Porto ao Dr. Adolfo de Figueiredo.
"O Código Administrativo de 1896 foi aprovado pela Lei de 4 de Maio, sendo Presidente do Ministério Hintze Ribeiro e Ministro do Reino João Franco.
Este Código classificava os concelhos em três ordens, segundo critérios baseados na população e nas possibilidades financeiras: concelhos urbanos; concelhos rurais perfeitos e concelhos rurais imperfeitos. [...]
Este Código classificava os concelhos em três ordens, segundo critérios baseados na população e nas possibilidades financeiras: concelhos urbanos; concelhos rurais perfeitos e concelhos rurais imperfeitos. [...]
A esta reforma administrativa seguiu-se a extinção de vários concelhos.
(Fonte: Silva, Henrique Dias da, Reformas Administrativas em Portugal desde o Século XIX, O Código Administrativo de 1895 e de 1896 - Jurismat, Portimão, n.º 1, 2012, pp. 65-97.)
"O lemma da nossa bandeira, escripto sob o titulo do nosso jornal, affirma a todas as pessoas que nos lerem a sinceridade das nossas palavras e a absoluta exclusão de qualquer ideia politica no nosso modo de receber a reforma administrativa.
É fundo o golpe dado no nose districto. A eforma leva-nos quatro das mais preciosas pedras da nossa corôa districtal, e esta perda é tanto mais sensivel quanto é certo não ser esperada por ninguem, ainda os mais intimos do partido que está no poder. Cano, Souzel, Casa Branca e Veiros passam para o districto de Evora. É o primeiro córte da nossa autonomia, e por isso talvez mais fundamente impressionavel, mais dolorosamente triste. [...]
Argumentar-se-ha que a reforma enriqueceu outros concelhos, onde rejubilla a alegria e onde se entoam canticos de louvor em honra do sr. ministro do reino.
Tristes alegrias d'uns que brotam das lagrimas dos outros!
Não nos seduzem estas festas que se bazeam n'uma presumida justiça d'equidade, nascidas da injustiça d'um despotismo.
Desgraçada administração publica que, para se elevar no nivel social e chamar a si as benemerencias d'uma parte do paiz, tem que amesquinhar, espesinhar, aniquilar povoações tão diganas de respeito como as outras, porque somos todos portuguezes, porque somos todos irmãos!
Folgam os de Arronches, illuminam as fachadas dos seus edificios, atroam os ares com os estridolos dos seus foguetes, com a harmonia das suas musicas; o mesmo tempo fecha-se o commercio em Monforte, ausentam-se luctuosamente impressionados os seus habitantes e no silencio magestoso d'uma dôr sem egual, deixam partir com o unico protesto das suas lagrimas o sangue da sua terra, a alma da sua povoação - o seu concelho!"
(Excerto de I - A reforma administrativa do districto de Portalegre)
Índice:
I - A reforma administrativa do districto de Portalegre. II - Marvão. III - Monforte. IV - Gavião. V - Souzel. VI - Portalegre.
Exemplar brochado em bom estado geral de conservação.
Raro.
Com interesse histórico e regional.
20€
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