31 maio, 2023

LIMA, José Pereira de - SOBRE UM VULCÃO (romance). Prefaciado por Maria O'Neill. 1.º milhar. Editado pelo Auctor. Lisboa, Composto e impresso no Centro Tipográfico Colonial, [1929]. In-8.º (18 cm) de 201, [7] p. ; E.
1.ª edição.
Interessante romance, o primeiro do autor (de quem nada foi possível apurar), cuja acção decorre na zona de Palmela/Setúbal, em vésperas de implantação da República. Obra enriquecida pelo prefácio de Maria O'Neill (1873-1932), escritora e jornalista, uma das primeiras vozes do movimento feminista português, adepta da doutrina espírita e teosofista.
"Seguindo pela estrada que de Palmela vai para Azeitão, marginada por altos choupos e faias, encontra-se um sitio, perto do Anjinho, onde o panorama que é dado vêr ao viandante o deixa deslumbrado. Sem que encontre obstaculo algum, a vista cansa-se, mas não atinge o fim. [...]
Já próximo de Vila Fresca a estrada aformosea-se com uma extensa cúpula de folhagem das árvores que a marginam e que, lá no cimo, unem os ramos. Ha sempre ali frescura, mesmo nos dias em que o calor é mais intenso.
Numerosas habitações, disseminadas aqui e além alegram a paisagem; umas colocadas a um e outro lado da estrada, outras espalhadas pelos campos e, outras ainda, alcandoradas nos montes, onde, durante o dia, se nota a azáfama do labor rural.
Dentre todas ha uma, situada no lado esquerdo do caminho, que atrái mais a atenção de quem passa, pela profusão de flores que a reveste e pela construção diferente das outras. É um chalet, com rés-do-chão e primeiro andar, encimado por um alto mirante, tudo pintado de cor de rosa e agradando á vista pelas suas proporções elegantes, diferentes das casas que lhe ficam proximas; parece uma joia rara num belo escrinio, as outras, imitações em caixas de papelão. [...]
Quinta das Rosas lhe chamam, pela abundancia destas flores que vicejam ali durante quasi todo o ano. Habitava este gracioso ninho a familia Sales do Vale composta de mãe e filha e de alguns criados."
(Excerto do Cap. I)
Encadernação simples em meia de percalina com cantos. Sem capas de brochura.
Exemplar em bom estado geral de conservação. Cansado. Sem f. ante-rosto, com assinatura de posse na f. rosto. Interior correcto, algo manchado nas primeiras páginas.
Raro.
Indisponível

30 maio, 2023

QUEIROZ, Eça de -
SINGULARIDADES D'UMA RAPARIGA LOURA.
Brinde aos Senhores Assignantes do Diario de Noticias em 1873. Lisboa, Typographia Universal de Thomaz Quintino Antunes, Impressor da Casa Real, 1874. In-8.º (17 cm) de 144 p. ; B.
1.ª edição.
Livrinho da apreciada colecção Brinde do "Diário de Notícias". O presente número é composto por 5 histórias amenas onde o fantástico se cruza com o histórico, da autoria de algumas das mais destacadas personalidades do panorama literário da época, incluindo um conto do fundador e proprietário do DN - Eduardo Coelho -, destacando-se no entanto dos demais a primeira edição absoluta de Singularidades d'uma rapariga loura, de Eça de Queiroz - que ocupa as primeiras 40 páginas - sendo esta uma das suas primeiras produções bibliográficas impressas em livro.
"Em 1872 Eça de Queirós é nomeado cônsul de Portugal em Havana e parte para as Antilhas. Enceta, depois, uma longa viagem pela América do Norte, tendo viajado pelos Estados Unidos (Nova Orleans, Filadélfia, Chicago, Nova Iorque) e pelo Canadá, onde visita Montreal. Em 1874 o Diário de Notícias publica no seu «Brinde» anual, o seu primeiro conto de grande fôlego, «Singularidades de uma rapariga loira», já marcado pelo normas realistas que pretende adoptar."
(Fonte: http://livro.dglab.gov.pt/sites/DGLB/Portugues/autores/Paginas/PesquisaAutores1.aspx?AutorId=7266)
Vale a pena dar conta de um pormenor que muito ilustra a veia irónica e "realista" de Eça nesta pequena novela, publicada pouco tempo após as Conferências do Casino: a dada altura, no início do conto, que infra reproduzimos excerto, refere: "o facto é - que eu, que sou naturalmente positivo e realista..." Touché!, - ironia e profissão de fé.
"Escrito em 1873 e publicado em 1901 num volume de contos do autor, Singularidades de Uma Rapariga Loira é geralmente apresentado como o primeiro conto realista em português e uma das obras-primas de Eça de Queiroz. Nele se conta a história do amor de um jovem honesto e trabalhador, Macário, por Luísa, uma rapariga loira de «carácter louro como o cabelo - se é certo que o louro é uma cor fraca e desbotada: falava pouco, sorria sempre com os seus brancos dentinhos, dizia a tudo "pois sim"; era muito simples, quase indiferente, cheia de transigências». Macário apaixona-se por essa rapariga aparentemente dócil, etérea e sem vontade própria, a ponto de sair de casa do tio Francisco, para quem trabalhava como escriturário, e ir até Cabo Verde em negócios, só para merecer casar com ela. No entanto, Luísa é de facto uma rapariga loura e singular..."
(Fonte: Wook)
"Começou por me dizer que o seu caso era simples - e que se chamava Macario...
Devo contar que conheci este homem n'uma estalagem do Minho. Era alto e grosso: tinha uma calva larga, lusidia e lisa, com repas brancas que se lhe errissavam em redor: e os seus olhos pretos, com a pelle em roda engelhada e amarellada, e olheiras papudas, tinha uma singular claresa e rectidão - por traz dos seus oculos redondos com aros de tartaruga. [...]
Era isto em setembro: já as noites vinham mais cedo, com uma friagem fina e secca e uma escuridão apparatosa. Eu tinha descido da dilligencia, fatigado, esfomeado, tiritando, n'um cobrejão de listas escarlates.
Vinha de atravessar a serra e os seus aspectos pardos e desertos. Eram 8 horas da noite. Os ceos estavam pesados e sujos. E, ou fosse um certo adormecimento cerebral produzido pelo rolar monotono da dilligencia, ou fosse a debilidade nervosa da fadiga, ou a influencia da paisagem descarpada e chata, sob o concavo silencio nocturno, ou a oppressão da electriciade, que enchia as alturas - o facto é - que eu, que sou naturalmente positivo e realista, - tinha vindo tyrannisado, pela imaginação e pelas chimeras. [...]
Mas eu estava assim, e attribuo a esta disposição visionaria a falta de espirito - a sensação - que fez a historia d'aquelle homem dos canhões de velludilho. A minha curiosidade começou á ceia, quando eu desfazia o peito de uma galinha afogada em arroz branco, com fatias escarlates de paio - e a creada, uma gorda e cheia de sardas, fazia espumar o vinho verde no copo, fazendo-o cair de alto de uma caneca vidrada: o homem estava defronte de mim, comendo traquillamente a sua geléa: perguntei-lhe, com a bocca cheia, o meu guardanapo de linho de Guimarães suspendo nos dedos - se elle era de Villa Real.
- Vivo lá. Ha muitos annos - disse-me elle.
- Terra de mulheres bonitas, segundo me consta, disse eu.
O homem callou-se.
- Hein? tornei.
O homem contrahiu-se n'um silencio saliente. Até ahi estivera alegre, rindo dilatadamente, loquaz, e cheio de bonhomia. Mas então immobilisou o seu sorriso fino.
Comprehendi que tinha tocado a carne viva de uma lembrança. Havia de certo no destino d'aquelle velho uma mulher."
(Excerto de Singularidades d'uma rapariga loura)
Contos:
Singularidades d'uma rapariga loura, por Eça de Queiroz | O primeiro amor (conto phantastico), por Marianno Froes | Firme-Fé, por Oliveira Pires | A Peste Negra, por Gomes Leal | A condessa do Carregal, por Eduardo Coelho.
Exemplar brochado em bom estado geral de conservação. Pequenas falhas e defeitos. Falha de papel na lombada. Com mancha antiga - desvanecida - nas primeiras folhas do livro.
Raro.
Indisponível

29 maio, 2023

SALGADO, Joaquim Antonio - O CHLOROFORMIO NO PARTO. These inaugural apresentada e defendida perante a Escola Medico-Cirurgica de Lisboa em Julho de 1880. Por... Escola Medico-Cirurgica de Lisboa - 3.ª Serie : These n.º 68. Lisboa, Imprensa de J. G. de Sousa Neves, 1880. In-8.º (18,5 cm) de [12], 98, [4] p. ; E.
1.ª edição.
Interessante trabalho académico sobre a utilização do clorofórmio no parto, época em que este anestésico principiava em conhecer uma utilização cirúrgica intensa, e as consequências da sua utilização para a saúde da mãe e da criança.
Exemplar valorizado pela dedicatória manuscrita do autor "ao seu particular amigo, e colega José Maria da Costa Alvares".
"Não é nosso intento tratar desenvolvidamente este assumpto, aliás só elle deveria constituir a totalidade da these; apenas accentuaremos o que é a physiologia, e a observação clinica têem dado, a respeito da influencia do chloroformio, sobre os orgãos, que concorrem para a parturição.
 O parto não sendo mais do que um esforço physiologico, comprehende essencialmente duas ordens de forças; umas, activas, efficientes: contracções uterinas, contracção dos musculos abdominaes; outras, passivas: resistencia do perineo, resistencia do colo uterino."
(Excerto de Acção physiologica do chloroformio)
Índice:
Historia da anesthesia obstetrica. | Acção physiologica do chloroformio. | Anesthesicos, que têem sido empregados no parto, e seu valor. | Gráos da anesthesia. | Influencia da anesthesia sobre a saude e vida da mulher. | Influencia da anesthesia sobre a saude e vida da creança. | Indicações do emprego do chloroformio, em obstetricia. | Contra-indicações. | Conclusões. | Observações. | Proposições. | Jury.
Encadernação em meia de percalina, sem o lombo, e sem capas de brochura.
Exemplar em bom estado geral de conservação. Cansado, com falhas e pequenos defeitos.
Raro.
25€

28 maio, 2023

SILVA, Ilda da Conceição Figueira Saldanha Coelho e -
D. FRANCISCO ALEXANDRE LOBO E A REFORMA DOS ESTUDOS.
Dissertação de Licenciatura em Filosofia apresentada à Faculdade de Letras da Universidade de Coimbra. Coimbra, [sn.n.], 1971. In-8.º (22,5 cm) de VII, [1], 472, [4] p. ; B.
1.ª edição.
Obra de fôlego. Importante estudo académico sobre D. Francisco Alexandre Lobo, religioso beneditino, uma das personalidades mais influentes do círculo de D. Miguel I e pedagogo do regime.
D. Francisco Alexandre Lobo nasceu em Beja, de pais plebeus, em 1763. Foi educado segundo os princípios da Religião Católica, por seus pais até partir para Coimbra, recebendo protecção de um padrinho clérigo.
Cursou na Faculdade de Teologia, em Coimbra, de 1781 a 1786, tendo sido despachado lente da mesma Faculdade por carta régia de 1806. [...]
Não iremos deter-nos longamente com a Biografia de D. Francisco Alexandre Lobo, pois já se encontra escrita, como Auto-Biografia, ainda que incompleta, nas Obras do Bispo de Vizeu Impressas à custa do Seminário da sua Diocese.
O que o Bispo de Viseu não disse de si fala dele a sua obra.
Gostaríamos mais de conseguir delinear um esboço da sua formação cultural e política, visto nos ocuparmos de um homem da contra-revolução e de um pedagogo do Governo de D. Miguel."
(Excerto da Introdução - 1.º D. Francisco Alexandre Lobo. A sua formação cultural)
Índice:
Prefácio. | Introdução: 1.º D. Francisco Alexandre Lobo. A sua formação cultural; 2.º O Ministro de Estado e o tradicionalismo político; 3.º A Teoria Política. Aliança do Trono e do Altar.|  I - O reformador e a reforma: conceitos e princípios. II - Os estudos: seu estado e reorganização. III - O magistério: a ciência e a consciência. IV - Os discípulos: instrução e educação moral e cívica. V - Livros elementares: revisão e elaboração. | Conclusão. | [Apêncice documental]. | [Errata].
Francisco Alexandre Lobo (Beja, 1763 - Viseu, 1844). "Religioso da Ordem de São Bento, era Doutor em Teologia. Foi professor na Universidade de Coimbra e Bispo de Viseu, tendo desempenhado também outros cargos relevantes na vida pública da época. Por esse motivo, é consensualmente considerado uma figura de relevo na vida cultural e política da segunda metade do século XVIII e primeira metade do século XIX."
(Fonte: BANZA, Ana Paula, O Discurso histórico e crítico de D. Francisco Alexandre Lobo: um olhar diferente sobre a vida e a obra de Vieira. Universidade de Évora)
Exemplar brochado, stencilizado, em bom estado geral de conservação. Capas cansadas. com vincos.
Raro.
Com interesse histórico.
Sem registo na Biblioteca Nacional.
30€

27 maio, 2023

REIS, A. Ribeiro dos -
FUTEBOL : divulgação das suas leis.
Texto oficial e sua interpretação. Questionário para árbitros. Gráficos explicativos. [Lisboa], Edição do Autor, [1943]. In-8.º (19,5 cm) de [4], 277, [3] p. ; [24] p. pub. ; il. ; B.
1.ª edição.
Importante contributo para a história da arbitragem e o conhecimento das leis do jogo por António Ribeiro dos Reis, uma das mais insignes figuras do nosso futebol. Ontem como hoje, agora como há 80 anos, verifica-se que a arbitragem foi (e é) terreno fértil para justificar más decisões em campo e fora dele.
Livro ilustrado com desenhos esquemáticos no texto, e 24 páginas em separado dedicadas exclusivamente à promoção de marcas de produtos e serviços.
Muitíssimo valorizado pela dedicatória autógrafa de Mestre Ribeiro dos Reis à redacção do "Diário de Coimbra".
"A divulgação das leis do jôgo constitue uma necessidade urgente para debelar a crise de arbitragem, que é um dos problemas mais graves do nosso futebol, pelos incidentes a que dá margem e que tanto perturbam o ambiente dos jogos.
Num artigo sôbre árbitros e arbitragens, publicado há tempo na revista «Stadium» pelo nosso camarada Candido de Oliveira, entre outras causas da crise fixava-se esta:
«Ignorancia das leis do jôgo, pela grande maioria dos dirigentes, dos jogadores e dos espectadores, o que concorre para serem consideradas erradas uma boa percentagem de decisões do árbitro, que estão absolutamente certas!».
Tem carradas de razão o nosso ilustre camarada.
Dos vários milhares de espectadores que entre nós assistem a desafios de futebol podem quási apontar-se a dedo os que alguma vez se deram ao trabalho de consulta e estudar o Código do Jôgo.
A maioria sabe de ouvido os pontos principais, mas não está habilitada a profundar o espírito da lei, porque nunca teve o cuidado de a ler com interêsse.
No entanto, todos se julgam com autoridade, para apreciar a acção do árbitro, flagelando-o até com as críticas mais irreverentes.
E o que se diz em relação aos espectadores diz-se em relação aos próprios dirigentes - tantas vezes injustos nas suas apreciações precipitadas e que se revestem de maior gravidade por partirem de quem partem - e estende-se até aos próprios jogadores. [...]
O ensino das regras de jôgo aos seus praticantes deve constituir uma das mais importantes missões dos treinadores ou de qualquer outro dirigente que esteja em contacto assíduo com aqueles.
Por tudo isto nos parece extremamente útil a tarefa de divulgação das Leis do Jôgo.
A êsse objectivo consagramos o presente livrinho. Vamos passar em revista as Leis do Código do Jôgo, procurando profundar o seu espírito e aclarar o seu texto; esclarecendo pontos duvidosos para evitar embaraços e dificuldades; estudando os casos menos frequentes, que podem constituir surpreza e exemplificando com casos concretos, a solução a adoptar."
(Excerto de A abrir...)
António Ribeiro dos Reis (1896-1961). Foi um militar, jogador de futebol, dirigente e jornalista desportivo português, fundador do jornal A Bola, conjuntamente com Cândido de Oliveira e Vicente de Melo.
"Se como jogador e jornalista pediu meças aos melhores, ficou também com um lugar na história do futebol como treinador, seleccionador, árbitro e dirigente. Na qualidade de treinador, foi campeão pelo Benfica em 1929/30, vencedor da Taça de Portugal em 1952/53 e seleccionador nacional entre 1924 e 1926 e entre 1933 e 1934. Foi na Casa Pia que estudou, se fez homem e descobriu o fascínio pelo futebol e atletismo. Estreou-se com a camisola do Benfica, a sua grande paixão, contra o Sacavenense, no campo de Sete Rios, com uma vitória por 8-0. Tinha 16 anos. Não foi futebolista de classe, mas revelou-se sempre de grande utilidade no Benfica pela sua estonteante velocidade (que lhe valera títulos de campeão de atletismo na estafeta do clube). Sempre que o Benfica entrava em crise técnica era convidado a tomar conta da equipa, em jeito sebastiânico. Sempre gratuitamente. Viveu momentos de glória, mas a conquista mais arrebatante foi o campeonato de Lisboa de 1932. Há 13 anos que o Benfica nada ganhava nas primeiras categorias, ofuscados pelo Belenenses e pelo Sporting. Assinou o seu último título pelo Benfica em 1953, coroado com uma vitória de 5-0 sobre o FC Porto de... Cândido de Oliveira! No primeiro Portugal-Espanha, Ribeiro dos Reis desempenhou vários papéis. Ele próprio recordou mais tarde: «fui avançado-centro, a seguir ao jogo escrevi a crónica para o Sport de Lisboa, onde era redactor, e por fim, no banquete, na altura dos brindes, tive de ler o discurso da Federação portuguesa, pois o delegado oficial, o sr. Raul Nunes, mal podia falar devido a uma inflamação da laringe...»."
(Fonte: https://www.record.pt/futebol/futebol-nacional/liga-bwin/benfica/detalhe/100-anos-ribeiro-dos-reis)
Exemplar brochado em bom estado geral de conservação. Vestígios antigos de humidade marginal na capa e f. rosto. Páginas com acidez própria da qualidade do papel.
Muito invulgar.
Peça de colecção.
75€

26 maio, 2023

SILVA, A. Bustorff - JOÃO NÚNCIO. (Discurso proferido na cerimónia comemorativa dos 40 anos de alternativa do homenageado, levada e efeito no Salão do Cinema de Alcácer do Sal, em 26 de Maio de 1963). PREÇO: Integralmente a favor do Fundo para as Casas dos Pobres da mesma vila. [S.l.], [s.n. - imp. S. G. C.], [1963]. In-8.º (22 cm) de 49, [3] p. ; B.
1.ª edição.
Homenagem a João Branco Núncio, cavaleiro de Alcácer, e figura maior do toureio equestre nacional.
"A cerimónia de que estamos participando tem um sabor particular: - é uma festa alegre que visa a comemorar os sucessos e augurar longa vida, prenhe de novos triunfos, a Alguém que é a pedra de toque do toureio equestre nacional. [...]
Do norte ao sul do País, das fronteiras da Espanha às praias do Oceano quiseram vir até esta sala muitos dos que devem a João Núncio momentos de inefável exultação e entusiasmo, arrancados à sensaboria habitual das corridas de toiros à portuguesa."
(Excerto da 1.ª parte do discurso)
Exemplar brochado em bom estado de conservação.
Invulgar.
20€

25 maio, 2023

O CONTO PORTUGUÊS. Boletim Informativo. Série II : N.º 22 : 1971 - Fundação Calouste Gulbenkian. [Lisboa], Fundação Calouste Gulbenkian / Serviço de Bibliotecas, 1971. In-4.º (24 cm) de 29 p. (43-71 pp.) il. ; B.
1.ª edição.
Número da prestigiada revista da FCG dedicado à história do conto português, desde os primórdios da sua produção literária, com Trancoso, até ao neo-realismo.
Inclui a Cronologia da Ficção Portuguesa. A contracapa é preenchida com fac-símiles dos autógrafos de algumas das mais insignes figuras da nossa literatura.
Ilustrado ao longo do texto com desenhos, fotografias e retratos.

"O mais antigo antepassado da literatura de ficção é o conto que  povo, oralmente, transmite de geração em geração. O nosso povo diz contar, mas não diz conto. Em vez de conto, diz história: história da Princesa Magalona, história de Roberto do Diabo, história da Imperatriz Porcina. O que se conta é uma história. Gonçalo Fernandes Trancoso é o nosso primeiro escritor de histórias. Data de 1571 a primeira parte do seu livro «Contos e Histórias de Proveito e Exemplo». [...]
Desde a mais remota origem nos contos populares predomina o elemento fantástico. Fantástico pode ser o fantasiado, o irreal, ou o que, por não se inserir na realidade quotidiana, vivida, apresenta um significado e um poder transcendentes, isto é, que transcende o poder humano. [...]
Os contos populares e histórias tradicionais portugueses estão muito deficientemente estudados. O que Almeida Garrett fez para o romanceiro (que pode considerar-se a versão poética do conto popular), fez Alexandre Herculano para as histórias tradicionais que coligiu de documentos arcaicos, dando-lhes uma versão literária e romântica e publicando-as como «Lendas e Narrativas»."
(Excerto do ensaio)
Exemplar em brochura, bem conservado.
Muito invulgar.
Indisponível

24 maio, 2023

BARRETO, Mascarenhas - CORRIDA : Breve História da Tauromaquia em Portugal.
[Carta introdutória, por Henrique Barrilaro Ruas]
. [S.l.], [Edição do Autor], 1970. In-8.º (18 cm) de 216, [4] p. , [62] p. il. ; B.

1.ª edição.
História da tauromaquia nacional.
Livro ilustrado com fotografias a p.b. sobre a "Festa Brava" e os seus protagonistas.
"A Toirada, em Portugal, era um treino para a guerra, com vista a desenvolver e comprovar a destreza e a coragem dos que teriam de combater o inimigo.
Tendo sido proibidos os torneios e os duelos, em virtude de neles perecerem numerosos guerreiros, em querelas brigadas, com prejuízo das fileiras militares a que competia defender o Reino, passaram os soberanos e os fidalgos a combater toiros, como preparação para as batalhas. Contudo, nas suas justas com a «fera», sempre os cavaleiros tauromáquicos respeitaram regras tradicionais de combate. Ainda nos nossos dias se respeitam esses preceitos de luta.
A prática da Toirada e outros jogos com toiros, em território hoje português, perde-se na imensidão dos Tempos. Desde as caçadas  rituais neolíticas e o combate à fera, com cães, com dardos de arremesso, com lança, com rojão, com espada, até à actual toirada com «ferros» compridos e curtos, a luta entre o homem e o toiro perpetuou-se nesta faixa de litoral atlântico peninsular, entre os Rios Minho e Guadiana, que é Portugal, na Europa.
No Ultramar Português só há toiradas ocasionais, de 2 ou 3 dias consecutivos, realizadas com toiros e toireiros idos de Lisboa, em regime de «tournée», em virtude de aqueles climas não permitirem a criação do toiro de lide, sem perda das qualidades essenciais de bravura e de força."
(Excerto do Cap. I - Origens Históricas)
Índice:  Carta introdutória, por Henrique Barrilaro Ruas. | I - Origens Históricas: 1. Lusitanos e Suevos; 2. Árabes, Almorávidas e Almóadas; 3. Portugueses das Dinastias Afonsinas e de Aviz; 4. Os Ciganos; 5. Portugueses da Dinastia de Bragança. II - O Toiro: 1. A Ferra; 2. A Tenta; 3. Toiros célebres. III - O Cavalo: O cavalo lusitano na guerra; 2. O cavalo de toirada; 3. A Feira de S. Martinho na Golegã. IV - O Homem e a Toirada: 1. Cavaleiros; 2. Forcados; 3 . Peões de Brega, Bandarilheiros, Novilheiros e Matadores; 4. O «Inteligente» e os Críticos; 5. O Embolador e os Campinos; 6. O Toiro de São Marcos; 7. A Espera e a Largada; 8. Marialvismo e Bastardismo.
Exemplar brochado em bom estado de conservação.
Invulgar.
15€

23 maio, 2023

MARTINS, J. P. Oliveira - HISTORIA DE PORTUGAL. Por... Tomo I [Tomo II]. Lisboa, Livraria Bertrand : Viuva Bertrand & C.ª sucessores Carvalho & C.ª, 1879. 2 vols in-8.º (18 cm) de XIV, 273, [7] p. (I) e 264, [2] p. (II) ; E. num único tomo. Bibliotheca das Sciencias Sociaes - II/III
1.ª edição.
Raríssima edição original da polémica História de Portugal de Oliveira Martins, obra racionalista, despojada de mitos e lendas, na esteira de Alexandre Herculano, seu mestre.
"A historia é sobre tudo uma licção moral: eis a conclusão que, a nosso ver, sáe de todos os iminentes progressos, ultimamente realisados no fôro das sciencias sociaes. A realidade é a melhor mestra dos costumes, a critica a melhor bussola da intelligencia: por isso a historia exige sobretudo observação directa das fontes primordiaes, pintura verdadeira dos sentimentos, descripção fiel dos acontecimentos; e, ao lado d'isto, a impassivel frieza do critico, para coordenar, comparar, de um modo impessoal ou objectivo, o systerma dos sentimentos geradores e o dos actos positivos."
(Excerto de Advertencia)
"«O povo desde o qual os historiadores teem tecido a genealogia portugueza está achado: é o dos lusitanos. Na opinião d'esses escriptores, atravez de todas as phases politicas e sociaies da Hespanha, durante mais de tres mil annos, aquella raça de celtas soube sempre, como Anteu, erguer-se viva e forte; reproduzir-se, immortal na sua essencia; e nós os portuguezes do seculo XIX temos a honra de ser os seus legitimos herdeiros e representantes.»
Com esta ironia, encoberta mas grave, fustiga o snr Herculano os seus predecessores, historiographos nacionaes, e segurando com valor a férula magistral castiga o povo, culpado de acreditar n'uma traição que tem para o erudito, além de outros, o defeito de ser recente. Só desde o fim do XV seculo o nome de lusitani começa a substituir o de portugalenses, nos livros; mas essa innovação, perpetuando-se entre os eruditos, torna-se por fim uma crença nacional e quasi popular."
(Excerto de Livro Primeiro: Descripção de Portugal - I Os lusitanos)
Joaquim Pedro de Oliveira Martins (1845-1894). "Historiador, economista, antropólogo, crítico social e político, a sua ação e os seus trabalhos suscitaram controvérsia e tiveram considerável influência, não apenas em historiadores, críticos e literatos do seu tempo e do século XX, mas na própria vida política portuguesa contemporânea. Desde 1867, Oliveira Martins experimentou diversos géneros de divulgação cultural: romance e drama históricos, ensaios de reflexão histórica e política e doutrinária. Mas essas tentativas, de valor desigual, não alcançaram grande sucesso. Em 1879, dá-se uma inflexão no seu percurso intelectual, com o início da publicação da Biblioteca das Ciências Sociais, de sua exclusiva autoria. Embora alheia a intenções doutrinárias e ao espírito de sistema dominante na época (positivismo, determinismos vários), não deixaria de, pontualmente, exprimir estas tendências. Pelo largo fôlego e diversidade de matérias que pretendia abarcar - história peninsular, história nacional e ultramarina, história de Roma, antropologia, mitos religiosos, demografia, temas de economia e finanças, etc. - a coleção constituiu um projeto sem precedentes no meio cultural português da Regeneração, com o objetivo de generalizar todo um conjunto de saberes entre um público alargado. O empreendimento editorial ficaria marcado pelo autodidatismo de Oliveira Martins, uma curiosidade científica sem limites e um bem evidente pendor interdisciplinar e globalizante. Esse autodidatismo é afinal indissociável do próprio percurso biográfico e profissional do historiador."
(Fonte: http://cvc.instituto-camoes.pt/seculo-xix/oliveira-martins.html#.XVLSqkfOWM8)
Encadernação coeva em meia de pele com ferros gravados a ouro na lombada. Sem capas de brochura.
Exemplar em razoável estado de conservação. Cansado, com danos na lombada. O Tomo I apresenta uma ou outra mancha antiga e pequenas falhas de papel, como no pé da f. rosto, onde se encontram ainda três assinaturas de posse rasuradas. O mesmo tomo aparenta ter em falta 4 páginas, não se verificando no entanto qualquer lacuna, pelo contrário, observa-se o seu curso lógico, com início na Advertencia e seguintes matérias, configurando, a nosso ver, uma gralha da numeração do livro aquando da sua impressão.
Raro.
Com interesse histórico.
75€

22 maio, 2023

DOMINGUES, Bento Garcia -
INVESTIGAÇÃO CRIMINAL. Técnica e táctica nos crimes contra as pessoas. Homicídio - Envenenamento - Infanticídio - Aborto - Crimes contra a honestidade. [Por]... Inspector-Adjunto da Polícia Judiciária. Lisboa, [Edição do Autor - Composto e impresso na Tipografia - Escola da Cadeia Penitenciária de Lisboa], 1963. In-4.º (23,5 cm) de 322, [2] p. ; il. ; B.
1.ª edição.
Interessante manual de investigação criminal.
Ilustrado no texto com tabelas, figuras esquemáticas e desenhos relacionados com o crime e obtenção de prova através da recolha de vestígios.
"O facto humano previsto e punido pela lei penal, o crime, não se define apenas no momento da sua prática. Para que se caracterize e conduza à punição do seu autor necessário é que, através de uma série de diligências, quer respeitantes à realidade material que o facto modificou, quer respeitantes à própria pessoa do seu autor, se reunam os elementos que hão-de convencer o Tribunal da sua prática e da responsabilidade do autor que lhe é apresentado. [...]
Um simples pêlo ou cabelo encontrado no local de um crime, quantas vezes irònicamente desprezado, pode conduzir, quando convenientemente aproveitado, à identificação do autor dum crime ou à confissão dum suspeito.
Será com esses e outros conhecimentos que a técnica policial fornece que a investigação poderá alcançar o seu fim útil, habilitando o investigador a considerar e interpretar os elementos encontrados e com eles estabelecer o seu quadro de raciocínio indutivo, dedutivo ou analógico que lhe permita definir a autoria ignorada de um crime."
(Excerto da Introdução)
Índice:
Introdução. | I Parte - A Prova e a Técnica de Investigação: A - Prova pessoal. B - Prova real. C - Conservação e interpretação dos vestígios e perícia. D - Buscas e apreensões. II Parte - I - Homicídio. II - Crime de ofensas corporais voluntárias. III - Infanticídio. IV - Aborto. V - Crimes contra a honestidade.
Bento Garcia Domingues. Membro da Polícia Judiciária. Fez parte do pessoal político civil na Direcção da Censura à Imprensa (antes esteve na censura de espectáculos) onde se encontrava aquando do 25 de Abril. Regressou à PJ em 1976 e, ao terminar funções em 1985, foi-lhe atribuído o "crachat" de ouro pela Direcção que descobriu no antigo polícia e censor "assinalável capacidade de conciliar exigível firmeza de actuação com uma prudência certa, esclarecida tolerância e apurada compreensão do Homem na sua verdadeira e mais transcendente dimensão".
(Fonte: Gomes, Joaquim Cardoso, Os censores do 25 de Abril: o pessoal político
da censura à imprensa, 2014)
Exemplar brochado em bom estar de conservação. Carimbo de posse na f. rosto.
Invulgar.
25€

21 maio, 2023

SANTOS, José Beleza dos -
TRATAMENTO E LIBERTAÇÃO DE DELINQUENTES HABITUAIS.
[Por]... Professor da Faculdade de Direito da Universidade de Coimbra. Relatório apresentado na III sessão do Grupo Consultivo Europeu para a prevenção do crime e tratamento dos delinquentes. Separata do 1.º Volume do Boletim da Administração Penitenciária e dos Institutos de Criminologia. [S.l.], [Boletim da Administração Penitenciária e dos Institutos de Criminologia], [1957?]. In-4.º (24 cm) de [2], 33, [1] p. ; B.
1.ª edição independente.
Interessante ensaio sobre marginalidade e criminosos reincidentes, elaborado sob o ponto de vista de um conceito inovador - o "delinquente habitual".
Exemplar valorizado pela dedicatória autógrafa do autor aos Drs. Antónia Gouveia Pimenta e Fernando Pimenta.
"Habituais são os delinquentes que, tendo mostrado persistência em cometer crimes - no sentido mais genérico da palavra -, devem, por isto, ser considerados particularmente perigosos, isto é, a respeito dos quais poderemos razoàvelmente prever que continuarão a cometer infracções criminais, se não forem tomadas medidas que eliminem ou neutralizem esse perigo.
O estado perigoso do delinquente habitual, denunciado principalmente pela persistência em cometer crimes, é um elemento positivo do conceito que analisamos, mas o estudo das leis dos diferentes países sobre este assunto mostra que há elementos negativos a considerar e que restringem a sua amplitude.
Há, com efeito, certos delinquentes que, tendo sofrido várias condenações ou cometido vários crimes e sendo perigosos, têm contudo necessidade de um tratamento ou de uma espécie de internamento diferente do que se emprega para a generalidade dos delinquentes habituais.
Tais são, por exemplo, os que sofrem de doença ou insuficiência mental, ou os anormais de carácter quando carecem de um regime especial, ou os alcoólicos e outros intoxicados que devam ser sujeitos a uma cura de desintoxicação."
(Excerto de I - Conceito de delinquente habitual - Amplitude e limites)
Índice:
I - Conceito de delinquente habitual - Amplitude e limites. II - Condições estabelecidas por lei para que um condenado seja declarado delinquente habitual. III - Penas e medidas destinadas aos delinquentes habituais. IV - Determinação ou indeterminação da duração da pena ou da medida de segurança para os delinquentes habituais. V - Autoridade competente para decidir da aplicação da medida de segurança aos delinquentes habituais. VI - Tratamento penitenciário dos delinquentes habituais. VII - Libertação dos delinquentes habituais. VIII - Delinquentes habituais menos perigosos e delinquentes por tendência. IX - Conclusões. X - Questões a submeter à discussão do Grupo Consultivo Europeu, propostas pelos Relatórios dos diversos países.
José Beleza dos Santos (1885-1962). "Jurista e advogado português, nascido em 1885 e falecido em 1962, exerceu o cargo de delegado do procurador da República e foi contratado para exercer funções docentes na Faculdade de Direito da Universidade de Coimbra onde veio a doutorar-se em 1921. Foi professor de Direito Civil mas salientou-se como professor de Direito Penal, tendo sido considerado por Eduardo Correia como o mais destacado penalogista da história do nosso país. Foi o responsável pela reforma prisional de 1936 e presidiu à comissão que dotou o país de estabelecimentos prisionais e fixou por lei as regras de execução das penas. O seu prestígio passou além fronteiras ao ser eleito, por unanimidade, o presidente honorífico do VIII Congresso Internacional de Direito Penal em 1929. Além disso, foi presidente do Congresso Hispano-Luso-Americano-Filipino e membro da Association Internationale de Défense Sociale.  Da sua obra pode-se destacar Ensaio Sobre a Introdução ao Direito Criminal."
(Fonte: Infopédia)
Exemplar brochado em bom estado de conservação.
Muito invulgar.
Sem registo na BNP.
15€

20 maio, 2023

ALONSO, Joaquim Maria - FÁTIMA : História e Mensagem.
II Edição (corrigida pelo autor). Tradução e edição do «Cavaleiro da Imaculada»
. Porto, «Cavaleiro da Imaculada», 1975. In-8.º (16,5 cm) de 74, [6] p. ; il. ; B.
Curiosa monografia sobre as Aparições de Fátima.
Livro ilustrado com fotografias ao longo do texto, sendo algumas delas em página inteira.
"A História de Fátima pode dividir-se em três capítulos, tão unidos como distintos entre si: as aparições do Anjo, do único Anjo, como preparação das aparições da Virgem; estas mesmas aparições desde Maio a Outubro de 1917; e algumas aparições complementares, em que a Virgem Maria vem cumprir solicitamente o que prometera no dia 13 de Julho de 1917.
Tudo isto forma uma unidade perfeita, em que não é possível separar umas coisas de outras: nos nos acontecimentos, nem na Mensagem."
(Preâmbulo - Breve História de Fátima)
Índice:
A ti, leitor irmão. | I Parte - Breve História de Fátima: I - As aparições do Anjo. II - As aparições da Virgem. | As aparições da Virgem de Fátima em Pontevedra e Tuy. II Parte - O conteúdo da Mensagem: I - Os elementos da Mensagem. II - A Alma da Mensagem. III Parte - A prática da Mensagem: I - As Orações de Fátima. II - A reparação em Fátima. III - A consagração ao Coração de Maria. | A consagração de Portugal ao Imaculado Coração de Maria. | Conclusão - Fátima é um carisma da Igreja.
Padre Joaquin Maria Alonso (1913-1981). "Claretiano espanhol de indiscutível erudição e apóstolo da devoção ao Imaculado Coração de Maria. Em 1966, o Bispo de Leiria, Mons. Venâncio, havia-lhe confiado oficialmente a tarefa de estabelecer uma história crítica completa das aparições e da mensagem de Fátima. Em 1974, ao fim de oito anos de trabalho, estavam prontos para publicação os primeiros volumes da sua monumental obra, Fátima : Textos e Estudos Críticos; apesar de iminente, repentinamente a sua edição foi adiada pelo novo Bispo de Leiria-Fátima, Mons. Alberto Cosme do Amaral."
Exemplar em brochura, bem conservado.
Muito invulgar.
Com interesse para a bibliografia mariana.
15€

19 maio, 2023

TRANCOSO, Peres -
MADEIRA.
O Trabalho Português I. Organização Económica - As Indústria - O Comércio - Os Vinhos - Os Bordados - A Cana Sacarina - Os Vimes - Os Lacticínios - O Turismo - A Riqueza, Etc., Etc. Paris - Lisboa, Livraria Aillaud e Betrand, [1928?]. In-fólio (32x21,5 cm) de [2], 54 p. ; mto il. ; B.
1.ª edição.
Bonita monografia sobre a Ilha da Madeira.
Muito ilustrada ao longo do livro com fotogravuras a p.b. de cenas, labores e paisagens madeirenses, bem como publicidade a marcas e produtos locais.
"A Ilha da Madeira é uma das mais lindas do mundo. Quem viaja pelo prazer de observar o que de original e belo a terra oferece, quer como formosura de paisagem ou singularidade de costumes, não deve deixar de visitar esta ilha.
Não é fácil encontrar um clima que, participando da moderação de temperaturas do Sul da Europa, já faz sentir ligeiramente, suavemente, o esplendor dos trópicos. O termómetro não desce além de 15 graus C. no inverno e não sobe além dos 19 C. no verão. É um clima privilegiado, doce, paradisíaco, para gozar um scenário esplêndido e deslumbrante de flores, entre montanhas altas, verdes e escarpadas, donde saltam catadupas de cristal... Quási todos os frutos e flores, quer do habitat europeu, quer dos países exóticos, crescem lado a lado neste abençoado torrão. Carne, peixe, leite, manteiga, verduras, são produtos deliciosos, que parece a Natureza primou em criar frescos e apetitosos como em nenhuma outra parte. Não há doenças graves, nem epidemias. O ar puro do mar, varre para longe, lavando tôdas as impurezas. É uma terra calada, pacífica, agradável, para descançar e saborear dias de beleza sem par que jámais esquecem."
(Excerto de A Ilha da Madeira)
Francisco Xavier Peres Trancoso (1877-1952). "Oficial da armada, democrático, deputado desde 1915. Comissário-geral dos abastecimentos em 1915-1917. Ministro da agricultura em 19 de Outubro de 1921 e, depois ministro das finanças de 5 de Novembro a 16 de Dezembro de 1921, nos governos outubristas."
(Fonte: Politipédia)
Exemplar brochado, por abrir, em bom estado de conservação.
Invulgar.
Com interesse histórico e regional.
Indisponível

18 maio, 2023

DUARTE, I. Sousa – O TRIBUTO DE SANGUE.
Manual do Processo de Recrutamento segundo a legislação em vigor. Dedicado aos Reverendos Parochos, Senhores Regedores e Chefes de Familia das Freguezias Ruraes
. Lisboa, Imprensa Nacional, 1876. In-4.º (23 cm) de 72 p. ; B.

1.ª edição.
"Se os tributos, em regra geral, parecem sempre pesados, o tributo de sangue é, sem questão, de todos eles o mais pesado e custoso no nosso paiz, tão avesso á vida militar.
Pela natureza e magnitude do sacrifício, que todos os anos a mocidade portugueza tem que fazer, cedendo a uma imperiosa e justificadíssima necessidade, devemos reconhecer, que qualquer desigualdade, qualquer injustiça, por pequena que pareça, na divisão e imposição do tributo de sangue, é sempre um crime de lesa-sociedade, é um atentado dos mais graves contra a moral e as leis.
N’outro districto conheci já, vejo ainda hoje no de Lisboa, a pequena distancia da capital do reino, em que mais pura e escrupulosa devêra correr a observância das leis, como estas são letra morta, como se sofismam e menosprezam as disposições regulamentares do recrutamento para o fim de sacrificar o pobre e isentar o rico!
Por experimencia de muitos anos sei, que essas victimas se resignam, porque ignoram os meios de prevenir a tempo o seu sacrifício. Queixam-se somente na aldeia; choram e gritam perante os seus vizinhos contra os recursos da torpeza e da prepotência. Mas não passam d’ahi; d pouco depois dão os pulsos ás algemas! Meios legaes, nenhuns empregam contra ellas, porque os desconhecem absolutamente.
É assim que o indigente, o desprotegido e ignorante, embora a lei o não chame ao assentamento de praça no exercito, lá vae algemado pagar por outro, que o rigor da lei requeria, mas que, em ludibrio a ella, as protecções e os meios ilícitos salvaram! E assim, por oito anos bem cumpridos, fica ai o inocente, gastando sob o peso das armas a porção melhor da sua vida, trocando cavilosamente por aquelle que melhor podia e devia satisfazer o tributo!
É doloroso!"
(Excerto da introdução)
Matérias:
I – Do recrutamento para o exercito. II – Principio justificativo do tributo de sangue – O exercito portuguez – Elementos que o constituem. III – Do recenseamento dos mancebos. IV – Dos mancebos excluídos do serviço militar. V – Dos que são isentos de servir no exercito. VI – Das reclamações e recursos em geral. VII – Do sorteamento dos recrutas. VIII – Da formação das listas e proclamação dos recrutas effectivos – Sua aprovação, ou rejeição, pelas juntas de revisão – Assentamento de praça – Preenchimento dos contingentes. IX – Dos refractarios e suplentes. X – Disposições geraes e penaes. XI – Modelos.
Inocêncio de Sousa Duarte (1819-1884). "Escritor. Nasceu em Porto de Mós a 28 de julho de 1819, faleceu em Lisboa a 21 de agosto de 1884. Destinando-se à vida eclesiástica, frequentou as aulas do seminário de Leiria, mas afinal resolveu seguir outra carreira, e saiu do seminário sem ter ainda tomado ordens sacras, sendo pouco depois nomeado subdelegado do procurador régio, lugar que desempenhou com tanta distinção que da presidência da Relação de Lisboa, e pelas boas informações do juiz da comarca, lhe foi mandado o diploma de advogado provisional, que por muitos anos exerceu na terra da sua naturalidade, e depois no Concelho de Mafra, onde veio a estabelecer se definitivamente. Foi vereador e presidente da Câmara Municipal de Porto de Mós e de Mafra, procurador à Junta Geral do Distrito e administrador do Concelho. Vindo a Lisboa, faleceu com uma congestão cerebral". Escreveu diversas obras, sobretudo de teor jurídico.
(Fonte: www.arqnet.pt) 
Exemplar brochado, por abrir, em bom estado de conservação. Contracapa apresenta falha de papel com relevo.
Raro.
Com interesse histórico.
25€

17 maio, 2023

ABOIM, David -
NO RESCALDO DA GRANDE GUERRA
. Lisboa, [s.n. - Composto e Impresso na Tipografia da Liga dos Combatentes da Grande Guerra - Lisboa], 1951. In-4.º (23,5 cm) de 63, [1] p. ; B.
1.ª edição.
Colectânea de artigos escritos pelo autor n'A Voz dos Combatentes : porta-voz dos combatentes Portugueses na Grande Guerra, semanário da Liga dos Combatentes, cujo projecto teve duração de apenas 7 anos.
Obra rara, com significado para a bibliografia WW1.
"Três grandes objectivos estratégicos orientaram as operações alemãs na frente ocidental: a tomada de Paris; dividir em dois os exércitos aliados, separando os franceses dos ingleses; alcançar os portos de Boulogne e de Calais.
O primeiro, tentado por duas vezes, no princípio e no fim da guerra, conduz de ambas elas às vitórias do Marne; para conseguir o segundo desencadeiam os alemães a ofensiva a ofensiva do Somme; finalmente o terceiro é tentado com a série de operações iniciadas no dia 9 de Abril de 1918, e que passaram a figurar nos livros dos escritores militares que da Guerra Mundial se têm ocupado, sob a designação de Batalha do Lys segundo uns, de Batalha do Norte segundo outros.
São evidentes os resultados desastrosos que teria para a causa dos aliados o alcance de qualquer destes objectivos. [...]
Foi para conseguir este último objectivo que os alemães desencadearam sobre a 2.ª Divisão Portuguesa e as duas Divisões Inglesas situadas nos seus flancos, a grande ofensiva que havia de passar à história com o nome de Batalha do Lys. O general Mordacq não hesita em classificá-la, no seu livro Le Ministère Clémenceau, de «manobra estratégica de grande envergadura», a contestar a opinião de certos críticos militares que a colocam na categoria dos «ataques secundários» ou «ataques de ordem táctica». [...]
Fosse, porém, uma simples diversão ou ofensiva de objectivos estratégicos, o que é fora de dúvida é que a Batalha do Lys pertence ao número das três ou quatro grandes arremetidas dos alemães sobre a frente ocidental, classificando W. Churchill o dia 12, dia em que as tropas de Ludendorff foram detidas no seu avanço, como o ponto culminante de toda a guerra, depois do Marne.
A ofensiva do dia 9 de Abril veio encontrar as tropas portuguesas sem condições de resistência. O desfalque dos efectivos, junto à exaustação resultante duma prolongada permanência na frente e os factores de ordem moral, que não era por certo o que menos contava neste somatório de circunstâncias aniquiladoras, faziam com que o C. E. P. não estivesse em condições de suportar um choque do inimigo. [...]
Apesar da desproporção do número, as nossas tropas bateram-se, porém, com notável valentia, havendo actos isolados de bravura dignos duma página de epopeia. Começando o bombardeamento às 4 horas - um bombardeamento horroroso, insustentável - por volta  das 8 inicia o inimigo o assalto à nossa desmantelada 1.º linha, protegido por um nutrido fogo de barragem e pela espessura do nevoeiro. Esta é tomada sem resistência, caindo logo após a 2.ª linha, com igual facilidade. Mas agora começa a defesa desesperada, homérica, dos fragmentos das unidades, que não haviam sido aniquilados no ataque inicial. Protegidos pelas dobras do terreno, metidos em crateras de granadas e em farrapos de trincheira, restos dos batalhões destroçados fazem moderar a aceleração do avanço..."
(Excerto de A acção dos portugueses na batalha do Lys)
Índice:
Explicação prévia | O nosso dever | A F. I. D. A. C. [Federação Interaliada dos Antigos Combatentes] e a Paz | Um novo livros de Wells | Aniversário da F. I. D. A. C. | Emigração | Cuidemos dos vivos | A Conferência do Desarmamento | A acção dos portugueses na batalha do Lys | A «Fidac» estuda o problema da Paz | Paul Domer | Um grande amigo  dos Combatentes Portugueses | Faria Afonso | Exigências alemãs sobre a igualdade de armamentos | Fecho de contas | Uma Homenagem [ao Dr. Alberto Mac Bride] | Hora Difícil I | Hora Difícil II | Hora Difícil III | O Valor duma Cruz de Guerra | Os combatentes e os problemas internacionais | Portugal e a Fidac | O armistício | 9 de Abril.
Exemplar brochado em bom estado geral de conservação. Capas manchadas, com vinco e assinatura de posse. Mesma assinatura de posse na f. ante-rosto.
Raro.
Com interesse histórico.
A BNP dispõe de apenas um exemplar no seu acervo.
Indisponível

16 maio, 2023

RECORDAÇÕES -
Á MEMORIA DO NOSSO QUERIDO FILHO ANTONIO CORRÊA MEXIA DE MATTOS
Nascido em Loulé no dia 5 de junho de 1891 e fallecido em Lisboa no dia 5 de novembro de 1911. Fallecido quasi á mesma hora em que tinha nascido com muito poucos minutos de differença. Dedicam Seus inconsolaveis paes. [S.l.], [s.n. - Typ. «A Editora Limitada» - Lisboa], [1912]. In-8.º (19,5 cm) de XIII, [1], 190, [2] p. ; [1] f. il. ; E.
1.ª edição.
In memoriam do jovem louletano António Correia Mexia de Matos patrocinado por seus pais, com a colaboração de amigos e admiradores do malogrado escritor.
Obra fora de mercado, para oferta, por certo com tiragem reduzidíssima, ilustrada em separado com um retrato de António de Matos. Trata-se do repositório de crónicas e artigos dispersos do jovem prosador sobre os mais diversos assuntos - sobretudo relacionados com o "seu" Algarve - com uma verve e desassombramento incomuns para a idade. Destaque para o "sentimento" posto no retrato do Fado - a canção nacional -, e na descrição da Coimbra estudantil.
Exemplar autografado pelo pai do escritor com dedicatória pungente a Carlos Cândido Pereira, condiscípulo de seu filho.
"Foi tão cruciante a dôr que sentimos ao ver evolar-se para sempre de ti o sopro da vida que te animava; foi tão rude o golpe vibrado ao nosso coração de paes, que tanto te idolatravam, que por algum tempo ficámos aturdidos e alheios a tudo o que que nos cercava... [...]
 Porque é que, contando apenas vinte annos, havias de desaparecer para sempre d'este  mundo d'enganos, sendo, como eras, um carinhoso filho, um irmão extremoso e um dedicado amigo?! [...]
Como piedosa homenagem á tua memoria, as produções litterarias que deixaste dispersas em varios jornaes e outras ineditas, colligimos neste livro, que não é destinado á venda publica, mas sim para ser offerecido aos teus e nossos amigos e, por isso, estes desculparão quaisquer incorrecções que nelle encontrem, porque têem que atender a que foram escritas, uma grande parte, em tenra edade e quando os teus conhecimentos litterarios oficiaes não iam alem do terceiro anno do lyceu e todas ellas dos quatorze aos vinte annos e do primeiro ao sexto anno do curso do lyceu.
Reunimos tambem a opinião da imprensa e de alguns amigos, a teu respeito. [...]
Nas regiões misteriosas para onde tão permaturamente partiste recebe esta singela homenagem e com ella as muitas lagrimas e saudades de teus desditosos paes."
(Excerto de Carta ao nosso filho)
"Se ha musicas que fazem vibrar na noss alma todos os sentimentos que possuimos, o fado é incontestavelmente uma d'ellas.
A italia com as suas affamadas operas; a Hespanha com as suas caracteristicas zarzuelas não interpretam melhor a psychologia dos seus povos, do que Portugal com o Fado.
Porque o fado, essa canção caracteristicamente portugueza, é acolhida com impetos de entusiasmo onde quer que se oiça e n'esses impetos parece que vae toda a alma dum portuguez, desfeita em pedaços, pelas vibrações mobidas do tanger duma guitarra. Sim, o fado é ouvido em toda a parte com os mesmos estuosos arrebatamentos, desde o mais sumptuoso palacio, onde, nas rumorosas abobadas, ecôam as suas notas, até á mais humilde mansarda, onde ellas se espalham, deixando no ar uma sonancia dolencia.
O fado tem o poder magico de interpretar os sentimentos da dôr, ou da alegria, que enlaceiam uma alma, pois que elle tangido languidamente numa guitarra faz percorrer no nosso corpo fremitos de estonteamento e produz-nos nevroses que, desaparecendo, deixam-nos emergidos numa doce e suave lethargia.
Elle, umas vezes, vem acompanhado d'alegria e vivacidade, outras vem envolvido em tristeza e melancolia; mas, quer venha duma maneira, quer doutra, o fado arranca-nos sempre expressões de enthusiasmo e sabe incutir-se na alma, ora arrebatadora, ora melancolicamente. [...]
Eu nunca me hei-de esquecer do conjuncto de linhas phisionomicas que apresentava o rosto dum misero cego que n uma feira tocava o fado numa guitarra velha. Cada desferimento dos seus dedos sobre as cordas, parecia vir acompanhado dum rajo de luz, soltos desses olhos, onde pairava para sempre o espesso nevoeiro da desgraça..."
(Excerto de O Fado)
Encadernação inteira de percalina com ferros gravados a seco e a ouro na pasta anterior e na lombada. Conserva a capa de brochura, que foi colocada depois da f. ante-rosto, precedendo a f. rosto.
Exemplar em bom estado geral de conservação. Manuseado.
Raro.
35€

15 maio, 2023

SILVA, Agostinho da -
O PLANETA MARTE. Iniciação : Cadernos de Informação Cultural. [S.l.], [Edição do Autor - Imp. Grandes Oficinas Gráficas «Minerva» - Vila Nova de Famalicão], 1940. In-4.º (23 cm) de 20, [4] p. ; (inc. capas) ; il. ; B.
1.ª edição.
Número da apreciada Colecção "Iniciação", monografia de divulgação dedicada ao 'planeta vermelho', numa época em que os conhecimentos técnicos e científicos sobre a matéria eram limitados.
Opúsculo ilustrado no texto com um desenho esquemático - Movimentos de Marte - e uma fotogravura - Planisfério de Marte.
"Se numa noite límpida de verão, sem luar, contemplarmos o céu, veremos uma quantidade inumerável de astros cintilantes tremeluzirem, relampejarem de momento a momento; nos que nos parecem mais pequenos o ponto de luz quási desaparece por vezes aos nossos olhos; nos maiores, a variação de luminosidade faz-se sempre a partir de um certo número bem visível e os relâmpagos atingem de quando em quando um brilho admirável... [...]
Ora notaram êses nossos avós que, ao passo que quási todos os astros mantêm entre si as mesmas distâncias, pelo menos nos tempos de que os homens se podem lembrar, outros há que parecem deslocar-se no céu, afastando-se de um grupo de estrêlas para se aproximarem de outro, numa carreira incessante e caprichosa... Não lhes passou também despercebido que os astros errantes não cintilavam como os outros, ou melhor, que, dum modo geral, não cintilavam, porque, em certos momentos, tinham visto que a luz dêles também tremia."
(Excerto do texto)
George Agostinho Baptista da Silva GCSE (Porto, 1906 - Lisboa, 1994). "Foi um filósofo, poeta, ensaísta, professor, filólogo, pedagogo e tradutor português. O seu pensamento combina elementos de panteísmo, milenarismo e ética da renúncia, afirmando a Liberdade como a mais importante qualidade do ser humano. Agostinho da Silva pode ser considerado um filósofo prático empenhado, através da sua vida e obra, na mudança da sociedade. Passou considerável tempo de sua vida no Brasil.
Realizando um percurso académico notável, de 1924 a 1928, Agostinho da Silva fez Filologia Clássica, na Faculdade de Letras da Universidade do Porto, tendo concluído a licenciatura com 20 valores. Em 1929, somente um ano depois de se licenciar, e quando contava apenas 23 anos, defendeu a sua dissertação de doutoramento a que deu o título O Sentido Histórico das Civilizações Clássicas, doutorando-se com louvor.
Depois disso começou a escrever para a revista Seara Nova, colaboração que manteve até 1938.
Criou o Núcleo Pedagógico Antero de Quental em 1939, e em 1940 publicou Iniciação: cadernos de informação cultural. Foi preso pela polícia política em 1943, abandonando o país no ano seguinte (1944) em direção à América do Sul, passando pelo Brasil, Uruguai e Argentina, no seguimento da sua oposição ao Estado Novo.
Regressou a Portugal em 1969, após a doença e morte de Salazar e a sua substituição por Marcello Caetano, facto que deu origem a alguma abertura política e cultural no regime. Desde então continuou a escrever e a lecionar em diversas universidades portuguesas, dirigindo o Centro de Estudos Latino-Americanos da Universidade Técnica de Lisboa, e no papel de consultor do Instituto de Cultura e Língua Portuguesa (atual Instituto Camões)."
(Fonte: Wikipédia)
Exemplar em brochura, bem conservado.
Invulgar.
10€