[...] FIEL E CIRCUMSTANCIADO, o jvlgamento a qve a Oniuersidade da Polynesia svbmettev o João Brôa, a Academia da Tripa, por este hauer attentado contra a Charamella... [...]. [S.l.], [s.n.], [18--]. In-8.º (21 cm) de 29, [1] p. ; B.
1.ª edição.
Paródia dos estudantes da Universidade de Coimbra, aparentemente impressa na década de 80/90 do século XIX.
Nada foi possível apurar acerca desta peça por, pelas palavras-chave disponíveis, não existirem referências bibliográficas, BNP incluída.
"(O sol plangente e funereo da «Cabra» deu signal. A multidão, fervilhando pelos claustros, condensa-se, toma os seus logares no prestito com o ar grave e proprio dos grandes acontecimentos. No grupo plantigrado dos Ursus observa-se o silencio meditabundo, gerador d'ideias. Ao longe, no final, onde pousa a legião dos Hercules, ouve-se o ruido extranho e indicador do «afiar» das mocas. Arrepiados harpejos denunciam do lado da Charamella o afinar dos instrumentos. Do grupo dos poetas partem, conforme a escola, ais doloridos, gargalhadas satanicas ou rythmos intraduziveis. Archeis, Bedeiros e Verdes Ais, Bacareis e todas as côres, coelheira e demais povo academico, agrupam-se e tomam logar no cortejo. A um eloquente e mudo signal da presidencia, a Charamella solta o «Hymno da Cabra» e o prestito desfila no meio d'uma incontinencia de gritos indignados de «Justiça e morte», como previamente se havia ensaiado. Do grupo dos Charamelleiros sahem por vezes vivas ás «gentis damas d'esta terra», e do grupo dos Ursus, partem rugidos eruditos em grego, latim e outras mais linguas vivas. No couce segue João Brôa entre uma duzia d'alabardas, e rodeados pelos feros Hercules academicos. Ha tambem quem ria, proteste e troce. O cortejo atravessa a Porta dos Cannelões, percorre a Via Estreita, passa ao Jardim d'Armida e desenrola-se, em direcção ao Circo, colleando-se pela Larga Avenida «como uma enorme, escura, serpente de luz justiceira» (sic). O cortejo entra no augusto recinto immortalizado já pelas glorias tribunicias de muitos kikeros e pelas cabriolas celebres de varios saltimbancos illustres.
Constitui-se o tribunal
A grande tragedia vai desenrolar-se.)"
(Preâmbulo)
"A Charamela é um agrupamento musical cuja presença na Universidade de Coimbra se perde no tempo, continuando a ser um pilar musical de referência na Alma Mater, desde há séculos. Era muito idêntico aos que existiam nas universidades medievais europeias, atuando a pé ou a cavalo, em cerimónias protocolares, recepções a Chefes de Estado e a altos dignatários. Anunciava também, nas vésperas, algumas cerimónias através da execução musical e pregões, abria os cortejos, sinalizava os momentos solenes do calendário académico e simbolizava a presença do Magnífico Reitor, facto esse que se foi adaptando no decurso da história e que ainda hoje sobrevive, com o mesmo brilhantismo de outrora."
(Fonte: https://www.uc.pt/patrimoniodehumanidade/participantes/franciscorelvapereira)
Exemplar brochado revestido com capas simples, lisas, tendo colado na capa frontal parte daquilo que terá sido o título da obra impresso na f. rosto (?).
Raro.
Sem registo na Biblioteca Nacinal.
Indisponível
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