LOPES, David & PEREIRA, F. M. Esteves - A PEÇA DE DIU. Memoria destinada á X Sessão do Congresso Internacional dos Orientalistas. Por... Sociedade de Geographia de Lisboa. Lisboa, Imprensa Nacional, 1892. In-4.º (25 cm) de [4], 18 p. ; [2] desd. il. ; B.
1.ª edição.
1.ª edição.
A Peça de Diu, também conhecida
por «Tiro de Diu», é um impressionante canhão em bronze do século XVI
com cerca de 6m de comprimento e um peso aproximado de 20 toneladas.
Fundido em 1533, pertenceu a Bahâdur, sultão de Cambaia, tendo sido
encontrado pelos portugueses, nos armazéns da cidade de Diu, durante a
sua ocupação.
Opúsculo ilustrado com duas litografias desdobráveis extratexto:
- A Peça de Diu (Alçado e Planta). Escala 1:20.
- Inscrições em caracteres arábicos reproduzidos da parte superior da bolada da Peça.
"Tem de comprimento 27 palmos e 3 pollegadas: a sua circumferencia na culatra é de 9 palmos e 9 pollegadas, e na parte mais grossa da moldura da bôca 7 palmos e 7 pollegadas. Póde levar balas de ferro de 110 arrateis, tendo de diametro na bôca 8 pollegadas e 8 linhas. A sua materia é uma liga de cobre e estanho: vê-se que não foi torneada depois de fundida, porque apresenta vestigios da fôrma; porém a fundição está excellentemente feita. Esta peça foi achada pelos portuguezes em Diu, quando tomaram posse da cidade, tendo morto o sultão Badur. Eis o que a este respeito diz o historiador João de Barros no livro 8.º da sua 4.ª Decada.
"Os artilharia assi dos navios, como dos almazens, era de grande numero de peças de metal mui grandes, em que havia tres basiliscos de admiravel grandesa, dos quaes um que fôra do Sultão de Babylonia, que Rumechan trouxe quando veio a Dio, por ser peça notavel, Nuno da Cunha mandou a el-rei a Portugal, e as peças de ferro eram sem numero, e dellas mui fermosas e grandes."
Segundo uma nota de João Baptista Lavanha, editor da 4.ª Decada de Barros, este basilisco estava no castello de Lisboa, em tempo dos Philippes. Murphy, na viagem a Portugal, refere que estando para se fundir a estatua equeste d'elrey D. José, fôra esta peça trazida com outras, para ser derretida: mas que um embaixador de Tunes, então residente em Lisboa, vendo-a, fizera notar ao interprete, Fr. João de Sousa, a inscripção arabe que está sobre a peça, e que assim foi salva e depositada no arsenal do exercito, onde hoje está."
(Fonte: O Panorama, Vol. I - 24 Junho, 1837)
"A bocca de fogo, conhecida pelo nome de Peça de Diu, que actualmente está depositada no pateo do Museu do Commando Geral de Artilharia com o n.º 18, é um basilisco segundo a antiga denominação, e segundo a moderna nomenclatura é classificada como peça de sitio e de praça. [...]
A peça é de carregamento pela bocca, e pode arremessar balas de ferro de 110 libras (50 kilogrammas).
Esta peça, formada de uma liga de cobre e estanho, está bem fundida; mas não foi depois torneada, conservando ainda as escabrosidades da fôrma. Proximo da extremidade anterior do refôrço a peça tem dois munhões, que entram em uma caixa de forma especial, e permittem dar inclinação ao eixo da peça no plano vertical."
(Excerto do Cap. I)
Exemplar brochado em bom estado de conservação.
Invulgar.
Opúsculo ilustrado com duas litografias desdobráveis extratexto:
- A Peça de Diu (Alçado e Planta). Escala 1:20.
- Inscrições em caracteres arábicos reproduzidos da parte superior da bolada da Peça.
"Tem de comprimento 27 palmos e 3 pollegadas: a sua circumferencia na culatra é de 9 palmos e 9 pollegadas, e na parte mais grossa da moldura da bôca 7 palmos e 7 pollegadas. Póde levar balas de ferro de 110 arrateis, tendo de diametro na bôca 8 pollegadas e 8 linhas. A sua materia é uma liga de cobre e estanho: vê-se que não foi torneada depois de fundida, porque apresenta vestigios da fôrma; porém a fundição está excellentemente feita. Esta peça foi achada pelos portuguezes em Diu, quando tomaram posse da cidade, tendo morto o sultão Badur. Eis o que a este respeito diz o historiador João de Barros no livro 8.º da sua 4.ª Decada.
"Os artilharia assi dos navios, como dos almazens, era de grande numero de peças de metal mui grandes, em que havia tres basiliscos de admiravel grandesa, dos quaes um que fôra do Sultão de Babylonia, que Rumechan trouxe quando veio a Dio, por ser peça notavel, Nuno da Cunha mandou a el-rei a Portugal, e as peças de ferro eram sem numero, e dellas mui fermosas e grandes."
Segundo uma nota de João Baptista Lavanha, editor da 4.ª Decada de Barros, este basilisco estava no castello de Lisboa, em tempo dos Philippes. Murphy, na viagem a Portugal, refere que estando para se fundir a estatua equeste d'elrey D. José, fôra esta peça trazida com outras, para ser derretida: mas que um embaixador de Tunes, então residente em Lisboa, vendo-a, fizera notar ao interprete, Fr. João de Sousa, a inscripção arabe que está sobre a peça, e que assim foi salva e depositada no arsenal do exercito, onde hoje está."
(Fonte: O Panorama, Vol. I - 24 Junho, 1837)
"A bocca de fogo, conhecida pelo nome de Peça de Diu, que actualmente está depositada no pateo do Museu do Commando Geral de Artilharia com o n.º 18, é um basilisco segundo a antiga denominação, e segundo a moderna nomenclatura é classificada como peça de sitio e de praça. [...]
A peça é de carregamento pela bocca, e pode arremessar balas de ferro de 110 libras (50 kilogrammas).
Esta peça, formada de uma liga de cobre e estanho, está bem fundida; mas não foi depois torneada, conservando ainda as escabrosidades da fôrma. Proximo da extremidade anterior do refôrço a peça tem dois munhões, que entram em uma caixa de forma especial, e permittem dar inclinação ao eixo da peça no plano vertical."
(Excerto do Cap. I)
Exemplar brochado em bom estado de conservação.
Invulgar.
Com interesse histórico.
20€
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