FRANCO JUNIOR, F. Soares – A CRUZ DO CAPTIVEIRO : romance da
independencia portugueza. Por... Lisboa, Typographia Industrial, 1864. 2 vols in-8.º (15,5 cm)
de 215, [1] p. e 248, [4] p. ; E. num único tomo
1.ª edição.
Romance histórico cuja acção decorre no período da restauração da independência que pôs termo à Dinastia filipina e ao domínio espanhol em
Portugal (1580-1640).
"O anno de 1640 tinha quasi já corrido todo, para o passado
cheio de amarguras, como já, mais 60 se tinham amortalhado para os martyres
escapados da tremenda e infausta batalha d‘Alcacer-Kibir, e para os seus
desgraçados herdeiros.
Era a noite de 30 de novembro. Estava-se em sabado de Nossa
Senhora. Um pouco para cima das antigas barreiras que separavam o bairro da
Mouraria do resto da cidade, na viela que sobe para a elevada montanha da
Senhora da Graça, via-se brilhar uma luz por entre as fendas de umas rotulas de
antiga adufa. Cruzava o povo nas varias direcções das ruas estreitas e
tortuosas. Estava uma noite formosa, as estrellas brilhavam muito pallidas,
como em todas as claras noites de inverno, e um frio intenso e penetrante fazia
tremer os caminhantes, mas nem por sorte afugentava os muitos devotos que
concorriam á egreja, onde se celebrava uma festa em acção de graças pela boa saude
e prosperidade de el-rei D. Fillipe III…"
(Excerto do Cap. I)
Francisco Soares Franco Júnior (1829-1867). "Nasceu em
Lisboa em 1829. Bacharel formado em Direito no ano de 1853, e não Doutor em
Teologia como erradamente se disse no lugar citado. Tomou depois ordens sacras,
e foi provido em um canonicato na igreja Catedral da Guarda. Morreu em 1867,
justamente na véspera do dia em que completava o seu trigésimo oitavo ano,
vítima de longa e penosa enfermidade, para a qual parece haver mais que tudo
concorrido a intemperança no uso de bebidas alcoólicas, de que se tornara
excessivamente apaixonado! O púlpito perdeu nele um orador distinto, as letras
um cultor talentoso; e os amigos que deveras o estimavam, sentiram sobremaneira
o seu fim prematuro, antecipado por desvios que eram em grande parte resgatados
pela amenidade do seu tracto, e por outras qualidades estimáveis."
(Fonte: Inocêncio
T. IX, pp. 378)
Encadernação em meia de percalina com ferros ggravados a ouro na
lombada. Sem capas de brochura.
Exemplar em bom estado geral de conservação.
Raro.
Indisponível
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