CAMOESAS, João - O TRABALHO HUMANO. Prefácio de Mark Athias. Lisboa, Oficinas Fernandes, 1927. In-8.º (17 cm) de 387, [1] p. ; il. ; B.
1.ª edição.
Obra histórica, dedicada pelo autor "ao proletariado português, o factor menos referido e celebrado, mas mais constante e eficaz, da glória passada e futura de Portugal".
Interessante abordagem da organização do Trabalho, sob o ponto de vista histórico e social, publicado no 2.º ano de governo da Ditadura Militar.
1.ª edição.
Obra histórica, dedicada pelo autor "ao proletariado português, o factor menos referido e celebrado, mas mais constante e eficaz, da glória passada e futura de Portugal".
Interessante abordagem da organização do Trabalho, sob o ponto de vista histórico e social, publicado no 2.º ano de governo da Ditadura Militar.
Livro ilustrado no texto e em extratexto com quadros, gráficos e desenhos esquemáticos.
"A sciência do trabalho humano, de que êste interessante livro se ocupa, nasceu no dia em que esta forma de actividade de um ser vivo começou a ser considerada como outra qualquer função orgânica e se aplicou ao seu estudo o método de investigação das sciências biológicas, o método experimental! [...]
Todos sabem o que foi outrora a escravatura e a servidão; ninguem ignora quanto eram duras, até mesmo em épocas recentes, as circunstâncias em que viviam os trabalhadores, pretendendo-se tirar dêles o máximo rendimento sem atender às suas necessidades fisiológicas, mesmo as mais instantes. Tornou-se necessário encarar o problema sob o ponto de vista scientífico para que êle entrasse no caminho de uma solução, na qual o factor humano tivesse o lugar que lhe compete. É o que o taylorismo e os sistemas dêles derivados ou nêle inspirados têm tentado realizar.
Nos primeiros capítulos dêste livro, o autor, depois de definir, tão completamente quanto possível, a actividade externa do organismo humano e de pôr em relêvo o valor de trabalho como um dos estimulantes essenciais para a conservação da sua integridade funcional, traça um quadro do modo como êle foi utilizado desde a antiguidade mais remota até aos nossos tempos, descrevendo as fases sucessivas por que passou até chegar à de trabalho scientífico, objecto principal desta obra.
Ninguem com mais competência que o Sr. Dr. João Camoesas podia abordar êntre nós o problema do trabalho profissional e vulgarizar os resultados obtidos no novo ramo da sciência da vida. [..]
Não podia, o Sr. Dr. Camoesas deixar de referir-se à posição de Portugal perante o movimento renovador dos processos de acção económica e social, postos em prática nos países de elevada cultura scientífica. E para os introduzir no nosso meio, apela, e muito bem, para o concurso da classe médica, como sendo aquela que, pelo seu saber, sempre a par dos progressos realizados lá fora, e pelas suas tradições, mais eficazmente pode intervir no sentido de se estabelecer sôbre novos moldes o trabalho profissional."
(excerto do prefácio)
Matérias:
I - Natureza da actividade humana. II - O Trabalho Escravo. III - O Trabalho Servo. IV - O Trabalho Privilégio. V - O Trabalho Mercadoria. VI - O Trabalho Scientífico. VII - O Trabalho Scientífico, continuação. VIII - O Trabalho Fisiológico. IX - O Trabalho Humano. X - Conclusões.
João José da Conceição Camoesas (1887-1951). "Médico, jornalista e político português, nasceu a 13 de março de 1887, em Elvas, no distrito de Portalegre. Fez os estudos liceais em Évora, onde trabalhou simultaneamente como empregado de comércio. Em 1911, entrou para a loja maçónica de Elvas, sob o nome de Câmara Pestana, transferindo-se depois para a loja de Lisboa. Em 1915, partiu para a capital, na altura em que fora eleito deputado pelo Partido Democrático (cargo que ocupou até 1926), e aí obteve, em 1919, a licenciatura em Medicina. Em 1923 e 1925, desempenhou as funções de ministro da Instrução Pública. Como ministro, apresentou a Proposta de Lei sobre a Reorganização da Educação Nacional (1923), conhecida por "Reforma Camoesas", que se baseava na organização científica do trabalho promovida pelo engenheiro Frederick Taylor (1856-1915) e nas experiências pedagógicas internacionais, principalmente norte-americanas. No entanto, esta nunca chegou a ser discutida, nem votada. Em 1919, é designado médico-escolar adjunto das escolas primárias do IV Bairro e, em outubro desse mesmo ano, foi responsável de uma comissão de serviço aos Estados Unidos da América (EUA) para que aí fossem analisados os serviços médico-escolares. Em 1921, colaborou com a Universidade Popular Portuguesa e, em 1925, tornou-se responsável da secção de Fisiologia do Instituto de Orientação Profissional. Em 1932, foi deportado para Angola e, posteriormente, exilou-se nos EUA, onde continuou a exercer medicina. Colaborou ainda com várias revistas e boletins, como Seara Nova, Boletim da Inspeção Geral de Sanidade Escolar e Revista Escolar, onde publicou artigos sobretudo sobre o trabalho, a medicina escolar e a educação. Publicou também o livro O Trabalho Humano, a primeira obra científica portuguesa sobre o taylorismo que tinha por base a fisiologia do esforço. João Camoesas faleceu a 12 de novembro de 1951, em New Bedford, nos Estados Unidos da América."
(Fonte: Língua Portuguesa com Acordo Ortográfico [em linha]. Porto: Porto Editora, 2003-2016.)
Exemplar brochado em bom estado geral de conservação. Sem folha de rosto. Capas cansadas com falhas de papel. Miolo em bom estado; páginas amarelecidas.
Invulgar.
10€
"A sciência do trabalho humano, de que êste interessante livro se ocupa, nasceu no dia em que esta forma de actividade de um ser vivo começou a ser considerada como outra qualquer função orgânica e se aplicou ao seu estudo o método de investigação das sciências biológicas, o método experimental! [...]
Todos sabem o que foi outrora a escravatura e a servidão; ninguem ignora quanto eram duras, até mesmo em épocas recentes, as circunstâncias em que viviam os trabalhadores, pretendendo-se tirar dêles o máximo rendimento sem atender às suas necessidades fisiológicas, mesmo as mais instantes. Tornou-se necessário encarar o problema sob o ponto de vista scientífico para que êle entrasse no caminho de uma solução, na qual o factor humano tivesse o lugar que lhe compete. É o que o taylorismo e os sistemas dêles derivados ou nêle inspirados têm tentado realizar.
Nos primeiros capítulos dêste livro, o autor, depois de definir, tão completamente quanto possível, a actividade externa do organismo humano e de pôr em relêvo o valor de trabalho como um dos estimulantes essenciais para a conservação da sua integridade funcional, traça um quadro do modo como êle foi utilizado desde a antiguidade mais remota até aos nossos tempos, descrevendo as fases sucessivas por que passou até chegar à de trabalho scientífico, objecto principal desta obra.
Ninguem com mais competência que o Sr. Dr. João Camoesas podia abordar êntre nós o problema do trabalho profissional e vulgarizar os resultados obtidos no novo ramo da sciência da vida. [..]
Não podia, o Sr. Dr. Camoesas deixar de referir-se à posição de Portugal perante o movimento renovador dos processos de acção económica e social, postos em prática nos países de elevada cultura scientífica. E para os introduzir no nosso meio, apela, e muito bem, para o concurso da classe médica, como sendo aquela que, pelo seu saber, sempre a par dos progressos realizados lá fora, e pelas suas tradições, mais eficazmente pode intervir no sentido de se estabelecer sôbre novos moldes o trabalho profissional."
(excerto do prefácio)
Matérias:
I - Natureza da actividade humana. II - O Trabalho Escravo. III - O Trabalho Servo. IV - O Trabalho Privilégio. V - O Trabalho Mercadoria. VI - O Trabalho Scientífico. VII - O Trabalho Scientífico, continuação. VIII - O Trabalho Fisiológico. IX - O Trabalho Humano. X - Conclusões.
João José da Conceição Camoesas (1887-1951). "Médico, jornalista e político português, nasceu a 13 de março de 1887, em Elvas, no distrito de Portalegre. Fez os estudos liceais em Évora, onde trabalhou simultaneamente como empregado de comércio. Em 1911, entrou para a loja maçónica de Elvas, sob o nome de Câmara Pestana, transferindo-se depois para a loja de Lisboa. Em 1915, partiu para a capital, na altura em que fora eleito deputado pelo Partido Democrático (cargo que ocupou até 1926), e aí obteve, em 1919, a licenciatura em Medicina. Em 1923 e 1925, desempenhou as funções de ministro da Instrução Pública. Como ministro, apresentou a Proposta de Lei sobre a Reorganização da Educação Nacional (1923), conhecida por "Reforma Camoesas", que se baseava na organização científica do trabalho promovida pelo engenheiro Frederick Taylor (1856-1915) e nas experiências pedagógicas internacionais, principalmente norte-americanas. No entanto, esta nunca chegou a ser discutida, nem votada. Em 1919, é designado médico-escolar adjunto das escolas primárias do IV Bairro e, em outubro desse mesmo ano, foi responsável de uma comissão de serviço aos Estados Unidos da América (EUA) para que aí fossem analisados os serviços médico-escolares. Em 1921, colaborou com a Universidade Popular Portuguesa e, em 1925, tornou-se responsável da secção de Fisiologia do Instituto de Orientação Profissional. Em 1932, foi deportado para Angola e, posteriormente, exilou-se nos EUA, onde continuou a exercer medicina. Colaborou ainda com várias revistas e boletins, como Seara Nova, Boletim da Inspeção Geral de Sanidade Escolar e Revista Escolar, onde publicou artigos sobretudo sobre o trabalho, a medicina escolar e a educação. Publicou também o livro O Trabalho Humano, a primeira obra científica portuguesa sobre o taylorismo que tinha por base a fisiologia do esforço. João Camoesas faleceu a 12 de novembro de 1951, em New Bedford, nos Estados Unidos da América."
(Fonte: Língua Portuguesa com Acordo Ortográfico [em linha]. Porto: Porto Editora, 2003-2016.)
Exemplar brochado em bom estado geral de conservação. Sem folha de rosto. Capas cansadas com falhas de papel. Miolo em bom estado; páginas amarelecidas.
Invulgar.
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