SANTOS, João Marinho dos - PARA A HISTÓRIA DA AUTONOMIA DOS AÇORES - A INTRODUÇÃO FORÇADA DA FISIOCRACIA NO ARQUIPÉLAGO. [S.l.], Revista Portuguesa de História, 1996. In-8.º (23 cm) de 20 p. (576-593 pp.) ; B. Separata da Revista Portuguesa de História : t. XXXI, Vol. I (1996)
1.ª edição independente.
Interessante estudo sobre o relacionamento da Coroa com o arquipélago dos Açores durante o período pombalino, tendo como pano de fundo a questão cerealífera.
"A 26 de Fevereiro de 1771, um alvará assinado pelo Marquês de Pombal decretava que, de futuro, seria «livre a extracção dos referidos trigos das Ilhas dos Açores para esta Cidade de Lisboa em beneficio commum da Capital do Reino [...]», exceptuando somente a situação «em que se verifique falta de trigos para o sustento dos moradores das respectivas Ilhas, no qual caso as Cameras farão praticar provisoriamente a reserva da terça parte [...]». [...]
Entre as considerações circunstanciais ou enquadradoras do referido diploma (já que o Poder Central não duvidaria da forte contestação que ele suscitaria no arquipélago), referiam-se os «intoleraveis monopolios de trigos que se faziam nas ilhas dos Açores a beneficio dos officiais das respectivas Cameras e de outras Pessoas poderosas» e o reconhecimento que as ilhas eram «adjacentes» do Reino, ou seja, províncias suas, e nestas, o «pão» era comercializado para «onde» [as pessoas} querem, e mais interesse lhe faz». [...]
Nos Açores, como aliás em outros «senhorios/donatarias», estava estabelecido que um dos direitos reais a observar deveria ser a obrigatoriedade da moeda corrente ser a cunhada no Reino, ainda que este princípio nem sempre fosse cumprido. Com efeito, o fluxo monetário a partir de Portugal manteve-se, por norma, extremamente débil e os «atravessadores» locais, fiéis a alguns princípios do mercantilismo, retinham a pouca moeda reinol e, para os seus negócios com o estrangeiro, recorriam, o mais possível, aos «reales» e às letras de câmbio. Assim, quando, concretamente, a guerra estalou entre o Prior do Crato e Filipe II e o primeiro decidiu bater moeda em Angra, algumas relações informam que havia, então, na Terceira «muy poco dinero y pastel» ou havia pouco dinheiro mas «muitas peças de oiro e prata»."
(Excerto do texto)
Exemplar brochado em bom estado de conservação.
Invulgar.
Com interesse histórico.
15€
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