06 agosto, 2020

CORREIA, Cónego Manuel Nazário - DOS BARROS DO ALENTEJO : Cristo chamou por mim e... eu fui. [S.l.], [s.n. - Montagem e Imp. Pentagráfica, Beja], [1992]. In-8.º (19,5 cm) de 346, [12] p. ; il. ; B.
1.ª edição.
Livro de memórias do autor, escrito após uma carreira de 50 anos dedicada ao sacerdócio. Com interesse histórico, etnográfico e religioso, sobretudo para a província do Alentejo.
Ilustrado ao longo do livro com inúmeras fotografias a p.b. em página inteira.
"Uma das aspirações que sempre acalentei, no meu coração de Padre, pelos vários campos em que exerci a minha Acção Sacerdotal, era legar à Igreja um novo padre, que viesse substituir-me, quando eu morresse.
Neste ano de 1991, em que celebrei o 50º Aniversário da minha Ordenação Sacerdotal, um pensamento ensombrava um pouco a minha alegria:
"Nada ou quase nada eu tinha feito, para conseguir realizar este meu desejo."
Se é verdade que, sobretudo durante os 15 anos que vivi no Seminário, como Professor e Prefeito, me parece ter contribuído com alguma coisa para encaminhar para o Sacerdócio alguns dos Padres, que hoje labutam, no trabalho apostólico da nossa Diocese, e certo e para mim penoso, é que das várias aldeias e vilas por onde passei e onde exerci o Ministério Sacerdotal, nunca encaminhei nenhum jovem ou adolescente para o Seminário, a não ser indirectamente.
Esta foi a primeira razão que me levou a escrever este livrinho. Como eu ficaria contente se, ao lê-lo, algum jovem sentisse, como eu senti, o Chamamento de Deus para o Sacerdócio!... Que o Senhor me dê essa dita!"
(Excerto da Nota de abertura)
"Quem um dia quiser conhecer a verdadeira índole do Povo Alentejano, terá forçosamente de escutar e ouvir os seus maravilhosos"cantes", altamente expressivos do seu modo de sentir e maneira de viver.
O verdadeiro Alentejano, o homem da gleba e da planície, levanta-se cantando, trabalha cantando, vive cantando e, no seu cantar, ele extravasa toda a sua alma rica de sentimentos, de admiração e de amor, por tudo quanto o rodeia.
São notáveis e sensíveis, os três grandes amores a que ele se dedica e que ele canta:
Amor à natureza, que o envolve e com a qual dialoga feliz;
Amor entranhado ao seu Lar e à sua Família;
Amor e Dedicação ao próprio Criador da Terra, que ele trabalha, e aos Amigos com quem convive.
O estranho fenómeno da Industrialização do Trabalho, com o barulho ensurdecedor das máquinas, veio atordoar a alma alentejana, que vivia serena e tranquila, embebida como andava, no labor da Terra-Mãe, que lhe dava o pão e a alegria, ou Lhe encantava os olhos e o coração, quando se revestia de muitas e variadas cores, ao sabor das estações do ano."
(Excerto de O sentir e cantar do Povo Alentejano)
Manuel Nazário Correia (1917-2001). Natural de Cabeça Gorda, distrito de Beja. "No dia 19 de Março de 1941 foi ordenado sacerdote da Igreja Católica, pelo Bispo D. José do Patrocínio Dias. De Outubro de 1941 até Setembro de 1956, exerceu no Seminário as funções de prefeito e professor. De 1956 a 1975 paroquiou as freguesias de Almodôvar e anexas, indo depois para Vila Nova de Milfontes afim de ali ser pároco dessa mesma freguesia e sub-director do Instituto de N. Senhora de Fátima e como tal orientador do Lar de Rapazes estudantes aí fundado. Em 1978 foi mandado pelo Senhor D. Manuel dos Santos Rocha para a vila de Odemira como pároco das duas freguesias onde ainda se enconta[va]." (Dados biográficos retirados da contracapa)
Exemplar brochado em bom estado de conservação.
Raro.
Indisponível

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