1.ª edição.
Importante subsídio para a história e conhecimento do folclore madeirense.
Ilustrado ao longo do texto com reprodução de instrumentos musicais e partituras de variados géneros populares do folclore da Ilha.
"É voz corrente serem os instrumentos usados pelos nossos camponêses - o rajão, o braguinha e a viola de arame - oriundos da Madeira.
Embora a tradição sirva, de certo modo, de pilar ao edifício da História, não satisfaz absolutamente ao investigador honesto, sempre ávido de bases seguras para assentar afirmações.
No caso da Madeira, tal desideratum quasi é legítimo, atenta a pobreza de elementos históricos e, principalmente, de relatos de verdade insofismavel. [...]
Ora, quando no capítulo da história geral da Madeira as certezas oscilam ainda no fim de cinco séculos e quatro lustros, que esperar dum ramo descuidado pelos historiadores e pouco aprofundado pelos que outrora o investigaram?
Quem o quiser estudar é automaticamente impelido para os campos da história universal da música, da tradição, da hipótese.
É, portanto, dentro dêste âmbito, que tentaremos também chegar a conclusões suficientemente claras para determinarem o fundamento em que assenta essa mesma tradição, já que ela se tornou elemento primordial no assunto que nos ocupa."
(Excerto de Instrumentos, [Prólogo])
"Há que separar em duas espécies distintas as canções madeirenses: fundamentais e derivadas. Á primeira pertencem o charamba, a mourisca e o bailinho das camacheiras; à segunda, a maior parte das melodias usadas pelo povo, incluindo as canções do trigo, da erva, da carga, etc.
O povo madeirense não soube criar as suas canções, mas adoptou as melodias que apareceram ou caíram em moda, innovando outras sobre os respectivos temas a que deu o interessante e inconfundível sabôr regional.
Muitas delas são simples deturpações."
(Excerto de, Canções [Prólogo])
Matérias:
Intrumentos & Canções. Primeira Parte - Instrumentos: A viola de arame; O Rajão; O Braguinha. | Segunda Parte - Canções: O Charamba; A Mourisca; O Bailinho das Camacheiras; Canção da eira; Canção da ceifa; Canção da carga; Canção dos borracheiros; Canção da sementeira; Canções domésticas. | Conclusão.
Carlos Maria
Platão dos Santos (1893-1955). "Nasceu a 22 de Julho de 1893, na freguesia da Sé, Travessa do Forno 5, Funchal e faleceu no dia 6 de Outubro de 1955. Frequentou a Escola Industrial do Funchal. Trabalhou na indústria dos bordados, onde demonstrou os seus dotes no desenho. Foi autodidata na música, aprendendo a tocar braguinha e bandolim. Com vinte anos de idade criou um grupo de bandolins com o seu irmão e amigos. Anos depois foi convidado a dirigir o grupo “6 de Janeiro de 1915”, cujo nome foi depois mudado para “Círculo Bandolinista da Madeira”. Desde muito novo interessou-se por estudar o folclore da Madeira, tornando-se pioneiro na sua defesa e divulgação. Desde 12 de Junho de 1927 trabalhou no periódico “O jornal”, periódico este que, a partir de 1954 passou a designar-se “Jornal da Madeira”. Em 1932 foi nomeado Chefe de Redacção do referido periódico. Foi director do Grupo “Os Folcloristas”, criou um grupo com o seu nome, em 1949 assumiu a direcção do Grupo de Folclore da Casa Do Povo da Camacha, e ensaiou grupos na Boaventura, Ponta do Pargo, Livramento e Ponta do Sol. Carlos dos Santos escreveu artigos e realizou conferências sobre a cultura madeirense. Publicou três livros fundamentais ao estudo do Folclore da Madeira: Tocares e cantares da ilha: estudo do folclore da Madeira. Funchal: 1937; Trovas e bailados da Ilha: estudo do folclore musical da Madeira. Funchal: 1942; O traje regional da Madeira: Estudo. Funchal: 1952."
(Fonte: https://madeirafolclore.wordpress.com/recursos/personalidades/c/)
Exemplar brochado em razoável estado de conservação. Capas oxidadas com falhas marginais. Capa frontal e as duas primeiras folhas apresentam falha de papel à cabeça de algum relevo e vestígios de humidade. Perda de papel nas extremidades da lombada.(Fonte: https://madeirafolclore.wordpress.com/recursos/personalidades/c/)
Invulgar e muito apreciado.
35€
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