19 agosto, 2020

PAXECO, Fran - ANGOLA E OS ALEMÃIS. Maranhão, Tipogravura Teixeira, 1915. In-8.º (21 cm) de 339, [5] p. ; B.
1.ª edição.
Interessante ensaio sobre os antecedentes que conduziram à política africanista da Alemanha, as suas pretensões coloniais e a sua particular apetência por Angola, possessão portuguesa, tendo sido a sua cobiça e política ultramarina determinantes para o eclodir da Grande Guerra (1914-1918).
"Esqueciam-se até de que Portugal existia, tantos fôram os vilipéndios que o fizeram curtir as instituiçõis espulsas e os seus asséclas. Mas o cinco de outubro, emancipando-nos de tiranêtes inclassificaveis, retemperou-nos, robusteceu-nos a alma. Agora mesmo, com o ciclópico impulso adquiridos, nesta hora de universal angústia, ao entrechoque da matéria bruta e do espírito vivificador, sairam do magnificiente anfiteatro do Tejo, rizonhas, entuziásticas, a defender as restantes jemas dos tempos áureos, sobranceiras e destemidas massas de patriotas. Vão honrar os inapagaveis brazõis dos nossos homens de armas, lá nessa feracíssima Angola, onde outrora portuguêzes e brazileiros, unidos num só corpo, esgrimiram contra o bátavo audaciozo, - como amanhã hão de seguir pors plainos da Europa, varonis e altivos, a ferir batalha com os que propugnam a imorredoira cauza da humanidade.
Os revolucionàrios de 1910 clamaram-nos, tal o Cristo da fábula ao lázaro: - Levanta-te, e caminha! E o luzíada, partidas as gragalheiras, desmaniatado, reencetou a marcha interrompida, forte e sereno, na certêza absoluta de que o dia do seu crepúsculo só soará quando o radiante sol da civilização dezaparecer da Terra."
(Último parágrafo do livro)
Sumário:
Proémio. | I - Os Sintomas. II - A Partilha. III - A Provincia. IV - A Gula Teutonica.
Fran Paxeco (nascido Manuel Francisco Pacheco) (Setúbal, 1874 - Lisboa, 1952). "Foi um jornalista, escritor, diplomata e professor português. Pai de Elza Fernandes Paxeco, primeira senhora doutorada pela Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa. Foi cônsul de Portugal no Maranhão, no Pará, em Cardiff e em Liverpool. Em 1915 publica Angola e os Alemães e segue para Lisboa onde chega a 27 de Maio. Ocupa, entre outros cargos, o de secretário particular do Presidente da República, Bernardino Machado, mas continuando como cônsul de Portugal no Maranhão (tinha sido promovido a cônsul de 2.ª classe, em 4 de Julho de 1914). Escreve Portugal não é Ibérico. É perseguido pelo Estado Novo, e o Ministério dos Negócios Estrangeiros nunca mais lhe atribuiu nenhuma missão diplomática."
(Fonte: wikipédia)
Exemplar brochado em bom estado geral de conservação. Sem capas. Alvo de restauro na f. rosto e na última folha (em branco). Deve ser encadernado.
Raro.
Com interesse histórico.
Indisponível

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