1.ª edição independente.
Importante
ensaio histórico sobre a actividade fiscal na província transmontana em
finais do século XVIII/princípios do século XIX.
Sobejamente ilustrado com mapas, quadros e gráficos ao longo do livro.
Exemplar muito valorizado pela dedicatória autógrafa das autoras ao Dr. Santana.
"O
presente trabalho tem por objectivo fundamental, partindo da análise
dos livros de receitas das alfândegas da província de Trás-os-Montes nos
anos de 1791 e 1801, apreender e «visualizar» a actividade desses
organismos fiscais, a sua estrutura, forma de funcionamento e possível
contribuição nos réditos gerais do Reino.
Porquê
os livros de receitas, porquê estes anos? É certo que dispúnhamos de
outras informações (livro de fianças, do donativo dos 4%, etc.), mas
eles não nos davam algo de essencial para o estudo aqui elaborado. Nada
sobre movimentação de produtos, nada sobre direitos a pagar, nada sobre
flutuação de preços. Também a escolha dos dois anos em causa não foi
arbitrária.Embora tenhamos de salientar o seu carácter de amostragem, já
que, a partir da segunda metade do séc. XVIII, começa a ser possível
obter informações sobre o tráfico alfandegário de uma forma quase
serial, os anos de 1791 e 1801 que escolhemos distinguem-se pela
existência de cadernos para todas as alfândegas (com excepção de
Miranda, em 1801). Situam-se, além disso, num período de viragem da
economia nacional, possuem o carácter particular e contrastante de ano
de paz / ano de guerra, com todas as implicações económicas na raia
transmontana, forçosamente diversas das verificadas ao nível do comércio
internacional dos portos marítimos.
Assim,
o que iremos aqui tentar avaliar é a amplitude das relações comerciais
numa zona de interior, relações de quotidiano, e verificar até que ponto
se pode falar de um comércio estritamente localizado ou de uma
movimentação a nível regional e nacional mais ampla."
(Excerto do preâmbulo)
"Que
dizer, pois, do rendimento global e líquido das diversas alfândegas nos
anos que nos ocupam? Conhecendo como conhecemos em que moldes se
processavam as actividades comerciais mais lucrativas (ou seja, através e
sempre do comércio marítimo), não será de surpreender que, com um
rendimento global de 5409774 e 7054728 reis, respectivamente nos anos de
1791 e 1801, a província de Trás-os-Montes, através dos seus portos
secos, não seja responsável por mais de 3 a 4 por cento do total de
réditos comerciais do Reino.Torna-se possível, para efeitos de
rendimento geral, dividir os portos secos em dois grandes grupos, cujas
posições parecem definir-se ainda mais em 1801. Um primeiro com
rendimentos que quase atingem ou ultrapassam o milhão de reis e que
englobam por ordem de importância Bragança, Chaves e Vinhais, montante
que, no princípio do séc. XIX alcança, os 3, 2 e 1 milhões,
respectivamente (note-se que a falta de informação não nos permite saber
até que ponto Chaves poderá ter acompanhado a subida de réditos de
Bragança); e um segundo grupo mais vasto, com todas as outras
alfândegas, que não ultrapassa os 500000 reis..."
(Excerto de Os Portos Secos)
Índice:
[Preâmbulo]
| A Província: quadro de desenvolvimento | Os Portos Secos | Os
Produtos: - Exportação e Importação por categorias; - Os géneros
transaccionados | Notas | Quadros Anexos: I. Montalegre; II. Chaves;
III. Vinhais; IV. Bragança; V. Outeiro; VI. Vimioso; VII. Miranda; VIII.
Bemposta; IX. Freixo de Espada à Cinta.
Exemplar brochado em bom estado de conservação.
Muito invulgar.
Com interesse histórico e regional.
25€
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