GUEDES, Lívio da Costa - PRÁTICA E DEFESA DO CATOLICISMO - Alguns Exemplos Medievais. [S.l.], [s.n.], 1987. In-4.º (23x16 cm) de
1.ª edição independente.
Estudo sobre o período medieval religioso, dedicado sobretudo ao século XII - o da fundação da nacionalidade -, e a importância que as ordens monásticas tiveram entre nós.
Trabalho publicado em separata do 56.º volume do Boletim do Arquivo Histórico Militar.
Ilustrado no texto com mapas, plantas, desenhos e reproduções de gravuras antigas.
"A Igreja vivendo no mundo e sendo composta por homens, está ligada e comprometida com o destino destes. Vai então conhecendo actualizações sucessivas, sob formas em que intervêm os inúmeros factores que cada época vai impondo e, neste aspecto, pode dizer-se que a Igreja muda, refelectindo em cada momento da História as decisões, nem sempre isentas de erros, dos que a constituem.
Inicialmente de composição muito heterogénea, desde logo formou dois grupos - o dos judeo-cristãos e o dos helenistas - sendo o primeiro perseguido por ocasião do martírio de S. Estevão (c. 35) e o segundo, apoiado pelo apostolado de S. Paulo (c. 10-67), leva a mensagem evangélica à costa mediterrânica e inicia a expansão universal do cristianismo. [...]
Durante o século X, numa época violenta e atormentada, em que leigos poderosos abusam constantemente da sua força para vexar o clero, só a reforma do monaquismo faz renascer a esperança. A partir do século XI, as transformações sucedem-se: a Igreja suscita movimentos de paz, reforma os costumes e a estrutura eclesiástica; na longa luta das investiduras, o clero acaba por adquirir a liberdade; os monges procuram novas formas de realizar o seu ideal, restaurando a vida pobre e simples e o trabalho manual; a vitalidade expansiva da cristandade manifesta-se com vigor nas cruzadas que restituem à Igreja a Terra Santa (1099). No século XII, completada a reforma eclesiástica e monacal, surge uma época de equilíbrio, marcada pela acção de grandes chefes e intelectuais.
A extraordinária complexidade da História da Igreja, recheada de inúmeras convulsões e reformas, ricas no número de homens notáveis pela sua intelectualidade, religiosidade, habilidade política e até valor militar, não permite expor em poucas linhas o estudo de um único aspecto que seja da sua actividade, tal a diversidade de implicações que normalmente lhe estão subjacentes. Optamos então por tentar proporcionar uma visão ampla do ambiente religioso e político que veio a caracterizar o século XII, referindo não só os factores que o influenciaram como aquele que se pode considerar determinante - o islão -, motor de um expansionismo que cobriu durante séculos uma grande parte da superfície terrestre e pôs em luta sangrenta e porfiada cristãos e muçulmanos, durante toda a Idade Média; depois as reacções a esse expansionismo - o grande movimento das cruzadas e a formação da Ordens Militares religiosas - por serem duas iniciativas da Igreja que polarizaram a actividade guerreira medieval, e ainda, o caso particular da reconquista cristã, causadora de acções políticas influenciaram a génese dos reinos peninsulares."
(Excerto do Preâmbulo)
Exemplar em brochura, bem conservado.
Invulgar.
Com interesse histórico.
15€
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