PEREIRA, A. E. Victoria - PORTUGUEZES E INGLEZES EM AFRICA : romance scientifico. Por... Tenente d'Infanteria. Viagens Portuguezas. Lisboa, João Romano Torres - Editor, 1892. In-8.º (22 cm) de248, [4] p. ; [1] mapa ; B.
1.ª edição.
Romance histórico sobre a colonização e exploração territorial africana, escrito na sequência do Ultimatum.
Ilustrado com um mapa desdobrável da África Oriental, onde se passa a acção do romance Portuguezes e inglezes em Africa.
"O relogio da casa de jantar e Sir Mac-Leod estava a terminar a nona martellada na sua sonora campainha, quando trez portas se abriram ao mesmo tempo, sahindo por ellas Drew e Edward Buckle, engenheiros de minas, e Sir Mac-Leod, todos inglezes de puro sangue.
A pontualidade britanica não podia ser d'esta vez posta em duvida, como o não é nunca, e a etiqueta de gentlemens, menos ainda.
Estavam estres trez personagens rigorosamente vestidos para jantar, como se se encontrassem n'algum dos explendidos palacios de Portland place, Regente Street, Burlington, Grosvenor squere, nos de Lord Buckingham, na sala dos festins de Jacques 1.º em White-Hall, ou no proprio castello de Windsor, sendo commensaes da mais alta aristocracia do dinheiro e do sangue."
(Excerto do Cap. I, Pretoria)
"Os successos que o intrepido explorador Arthur de Magalhães teve na Africa occidental, echoaram d'um extremo ao outro do mundo.
Portugal parecia ter voltado aos tempos felizes ee aureos das descobertas maritimas do seculo XV, e do opulento commercio oriental do reinado de D. Manuel e dos monarchas da primeira metade do seculo XVI.
A corrente da opinião publica estabelecia-se na direcção dos nossos vastos e abandonados dominios africanos.
Os jornaes e os escriptores de pezo dedicavam columnas e paginas a mostrar aos incredulos as riquezas minerias que aquelles novos Eldorados encerravam.
O indifferentismo indigena despertava por fim, e todos esperavam com anciedade a chegada do vapor Malange, que conduzia a sue bordo um dos mais intrepidos e destemidos exploradores, o major Sotto Maior, que acabava de percorrer o valle do Zambeze, e este rio até á sua confluencia com o Sanhate, subindo-o com grandes difficuldades, e só parando em Baniaes, onde passou para o Umniati, que explorou até ás suas nascentes nos Montes Cigarra e Machona, organisando a verdadeira hydrographia d'estas zonas, atracessando o Save no parallelo 19.º, visitando o celebre Mutassa, que lhe assegurou a sua fidelidade a Portugal, descançando no forte portuguez de Massi-Kesse, atravessando o Muse, affluente de Revue, descendo o Pungue desde a sua confluencia com o Mussania, e embarcando na Beira para Lisboa, aonde vinha expressamente para organisar uma expedição mineira nas terras de Manica e Machona, e fazer vantajosas propostas ao governo."
(Excerto do Cap. II, Organisação da expedição portugueza a Conji no Machona)
Indice dos capitulos:
Primeira Parte. Magelina, a filha de Conji: I - Em Pretoria; II - Organisação da expedição portugueza a Conji no Machona; III - A caminho d'africa; IV - A navegação dos rios Buzio e Revue. De Massi-Kesse ao Save; V - Magelina, a filha da rainha de Conji; VI - O Lo-Bengula, rei dos Matebeles; VII - Mensagem ao Lo-Bengula; VIII - Em Gubulavaio e de regresso a Conji; IX - Do Save pelo parellelo 19.º a Sabágué; X - A paixão de Magelina; XI - Conversão ao Christianismo da rainha de Conji e Machona.
Segunda Parte. Colonisação á ingleza: I - De Pretoria a Taiti; II - Colonisação á ingleza; III - Inglezes e Matebeles; III - A perfidia dos inglezes; V - Cercados! VI - Passagem aos vencidos! VII - Conclusão.
Documentos onde assenta a base historica d'este livro: Nota n.º 1 - Tratado com o imperador Monomotapá; Nota n.º 2 - Doação do Imperio de Quiteve (hoje Manica e Sofala) á corôa portugueza; Nota n.º 3 - Depoimento de Fr. Gaspar de Macedo, mostrando que ha longos annos estamos de posse das minas de Manica; Nota n.º 4 - Carta de Filippe ao vice-rei da India, escripta em 1631 sobre o Monomotapá; Nota n.º 5 - Noticias redigidas por Ignacio Caetano Xavier, em 1738, sobre o ouro das margens do Zambeze e do districto de Zumbo; Nota n.º 6 - Riquezas minerias dos terrenos, que os Inglezes nos deixaram, depois do tratado. Sena 1762. Nota n.º 7 - Os inquimbas; Nota n.º 8 - O tratado de 28 de maio de 1891; Nota n.º 9 - Noticia historica sobre Moçambique.
Exemplar brochado em mau estado de conservação. Capa frágil com defeitos e falhas de papel. Sem contracapa. Alguma folhas soltas no interior. Deve ser encadernado.
Raro.
Com interesse histórico.
Indisponível
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