24 novembro, 2019

CUNHA, Narcizo C. Alves da - PAREDES DE COURA. No Alto Minho. Por... Presbytero, bacharel formado em direito, advogado e ex-conservador do registo predial. Porto, Typographia do Porto Medico, 1909. In-8.º (22,5 cm) de 594, [2] p. ; mto il. ; C.
1.ª edição.
Raríssima edição original desta bela monografia minhota, por ventura a mais completa e importante que se publicou sobre o concelho de Paredes de Coura.
Ilustrada no texto, a p.b., com 55 fotogravuras, e outras 3 em página inteira.
Livro muitíssimo valorizado pela dedicatória manuscrita do autor ao "colega", illustre Senador da Repúbilca Portugueza, António C. Macieira Júnior (1875-1918), ["advogado, bacharel em Direito pela Universidade de Coimbra, que se distinguiu pela sua acção política durante a Primeira República Portuguesa, tendo sido deputado na Assembleia Constituinte de 1911, Ministro dos Negócios Estrangeiros e Ministro da Justiça, ocupando este último cargo aquando da aplicação da Lei da Separação do Estado das Igrejas, que fora aprovada em 20 de abril de 1911, uma das medidas mais polémicas da Primeira República" (wikipédia)].
"Venho trazer-te a oblata do meu affecto.
O teu altar, para mim sagrado, bem merece as minhas offerendas.
No entardecer da vida, caminhando para o coval, venho despedir-me de ti e dizer-te que não posso esquecer-me dos teus campos, matizados de flores, nem da muzica suavissima das brizas que perpassam pelas encostas dos teus montes. [...]
Paredes de Coura!
Saudo-te! na tua caminhada para o futuro, porque vais entrajada de galas e alumiada pelo sol do progresso, que vejo esbater-se na linha sinuosa das tuas estradas, nos beiraes dos teus novos edificios e até no espelho das tuas aguas de cristal."
(Excerto de Á minha terra)
"Nunca tive, nem posso ter a pretensão de ser litterato ou escriptor, e, menos ainda, de erudicto.
Mas, pelo que quero á minha terra e pelo que devo aos meus conterraneos, tentei esboçar a actualidade de Paredes de Coura e archivar, n'este livro, algumas noticias do seu passado para que não se obliterem, de todo, da memoria dos presentes.
Conheço, como poucos, o viver, as circumstancias e condições de existencia da população local, assim como os terrenos, cultivados e incultos, d'este retalho do Alto Minho, suas communicações, commercio, industria, instrucção, estradas, rios, montes, etc.
O resurgimento d'este concelho para a vida moderna data de ha 30 annos.
Photographar-lhe as novas feições, é desbravar terreno a obreiros mais competentes. Este o meu fito. [...]
Contem duas partes este despretencioso trabalho: uma geral,  que diz respeito áquillo que, segundo o meu ponto de vista, mais ou menos se relaciona com todo o concelho; e outra especial, que traduz uma breve noticia de cada freguezia.
N'esta localidade não ha livrarias, nem archivos poeirentos: datam, geralmente, do fim do seculo 17.º e estão incompletos os que existem.
N'esta observação vai uma sincera petição de benevolencia ao leitor."
(Excerto de Ao leitor)
Narciso Cândido Alves da Cunha (1851-1913). Juiz auditor. Deputado. Nasceu a 5 de Setembro de 1851 na freguesia de Formariz, concelho de Paredes de Coura. Frequentou o Liceu de Braga, e Teologia no seminário da mesma cidade, tendo sido ordenado sacerdote em Coimbra. Frequentou Direito na Universidade de Coimbra que concluiu em 1881. Foi nomeado conservador do registo predial da comarca de Paredes de Coura em 1885, cargo que exerceu até ser despachado juiz auditor de Bragança, em 1901.  Escreveu uma monografia - No Alto Minho : Paredes de Coura, publicada em Janeiro de 1909. Foi advogado na comarca da sua naturalidade desde 1881 até 1901. Deputado courense no Senado da República entre 1911 e 1913.
Encadernação cartonada do editor a cores, com gravura a p.b.
Exemplar em bom estado de conservação. Trabalho de traça da pasta anterior, que se projecta na f. anterrosto e rosto, nestas quase que imperceptível.
Raro.
100€

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