30 novembro, 2019

GALHARDO, José & SANTANA, Vasco & LOPES, Carlos - VERSOS DA OPERETA ROMÂNTICA A INVASÃO. Estreada em Lisboa, em Fevereiro de 1945 no Teatro Maria Vitória. Lisboa, Composto e impresso: Oficinas Gráficas Couto Martins, 1945. In-8.º (19,5 cm) de 10, [2] p. ; B.
1.ª edição.
A Invasão, opereta histórica pelo facto de incluir no segundo acto os versos de Lisboa, não sejas francesa!, famoso fado-canção, pela primeira vez impresso, e que mais tarde, em 1952, seria imortalizado pela voz de Amália Rodrigues.

"Não namores os franceses,
Menina Lisboa!
Portugal é meigo, às vezes,
Mas certas coisas não perdoa!
Vê-te bem no espelho
Dêsse honrado velho!
Como o seu exemplo atrai!
Vai

Pelo meu leal conselho:
Não dês desgostos ao Teu Pai!


ESTRIBILHO

Lisboa,
Não sejas francesa!
Com toda a certeza
Não vais ser feliz!
Lisboa!

Que ideia daninha,
Vaidosa alfacinha,
Casar com Paris!
Lisboa,

Tens cá namorados
Que dizem, coitados,
Co'as almas na voz:
Lisboa,

Não sejas francesa!
Tu és portuguesa!
Tu és só p'ra nós!


Tens amor às lindas fardas,
Menina Lisboa?
Vê lá tu p'ra quem te guardas!
Donzela sem recato, enjôa!
Tens aí tenentes,
Belos, imponentes,
Nados e criados cá!
Vá,

Tenha modos mais decentes,
Menina caprichosa e má!
"


ESTRIBILHO

(Lisboa, não sejas francesa!, Ana Maria I e II)

Exemplar brochado em bom estado de conservação. Vincado, por ter sido dobrado a meio.
Raro.
Com interesse histórico.
Peça de colecção.
35€

29 novembro, 2019

COSTA, Vieira da - A FAMILIA MALDONADO (pathologia social). Lisboa, Livraria Central de Gomes de Carvalho, editor, 1908. In-8.º (19 cm) de 437, [5] p. ; E.
1.ª edição.
Romance realista cuja acção decorre na zona de Lamego, naquela que é, porventura, a obra mais importante do autor.
"Foi na tarde de um domingo d'Agosto, em 1886, que a familia Maldonado chegou a Lamego, para ahi fixar residencia.
Era aquella a hora habitual do passeio, e a população, endomingueirada, formigava, convergindo para o Campo das Freiras a ouvir a banda do 9, ou para a Alamêda a gosar a frescura dos arvoredos e das aguas correntes. Pela rua dos Mercadores, um pouco angulosa, como pela de Almacave, accidentada e larga, e ainda pela da Olaria, estreita e ingreme, ia um fervilhar de gente. Bandos elegantes de senhoras em toilettes alvadias, de estio, criadas de servir ou operarias de folga com lenços de côres variegadas, berrantes, homens de campo e da cidade em trajos de festa, cavalheiros fumando e discutindo, conegos roliços, vermelhaços, d'uma adiposidade suina, rolando penosamente a sua rotundidade, - tudo isto pejava os passeios, invadia as ruas; os alumnos do collegio, em filas, commandados pelos padres, passavam unidos em batalhão; e os officiaes do 9, fazendo tilintar nas lajes dos passeios ou nas pedras da rua as suas espadas, punham uma nota marcial na pacatez das ruas pacificas.
Poucos em Lamego conheciam a familia Maldonado, e por isso, quando o carro que a conduzia, um pesado char-á-banks empoeirado e com o tejadilho abarrotado de malas, começou a subir penosamente a rua d'Almacave, grande foi a curiosidade que o seguiu, e os que melhor o observaram puderam vêr, atravez das cortinas entreabertas, quatro senhoras novas e bonitas, um cavalheiro idoso de bigode e pêra já brancos, e uma creada magra, esgalgada, com perturberancias osseas no rosto já rugoso, e o queixo deformado n'um prognatismo de caricatura."
(Excerto do Cap. I)
José Augusto Vieira da Costa (1863-1935). "Nasceu em Salgueiral, concelho da Régua, em 14.3.1863. Aí morreu em 13.1.1935. Colaborou em vários jornais e revistas, nomeadamente na Ilustração Transmontana e em jornais do Brasil. Publicou os romances Entre Montanhas, A Irmã Celeste e A Familia Maldonado. Deixou organizado o romance O Amor, e a novela Sob a Folhagem. Já quase cego escreveu Portugal em Armas, publicado por ocasião da Grande Guerra. A cegueira deixou o na miséria pelo que a Câmara da Régua lhe estabeleceu uma pensão. O Dr. Fidelino Figueiredo publicou uma análise crítica sobre a sua obra."
(Fonte: http://www.dodouropress.pt/index.asp?idedicao=66&idseccao=555&id=2555&action=noticia)
Encadernação simples em meia de percalina com ferros gravados a ouro na lombada. Sem capas de brochura.
Exemplar em bom estado geral de conservação. Lombada apresenta pequenas falhas no revestimento.
Raro.
Indisponível

27 novembro, 2019

SILVA, Armando Carneiro da - EVOLUÇÃO POPULACIONAL COIMBRÃ. Coimbra, [s.n. - Oficinas Gráficas da «Coimbra Editora, Limitada»], 1967. In-4.º (25 cm) de 116, [4] p. ; [5] f. desdob. ; il. ; B.
1.ª edição.
Importante estudo socio-demográfico sobre Coimbra - cidade, concelho e distrito.
Valorizado pela dedicatória autógrafa do autor ao Prof. Doutor Sebastião da Silva Dias (1916-1994), conhecido filósofo e professor da Faculdade de Letras da Universidade de Coimbra.
Livro ilustrado no texto, em página inteira e em separado, com estampas, gráficos, tabelas e mapas estatísticos e territoriais, alguns desdobráveis, de várias épocas, relativos à cidade e ao concelho de Coimbra.
"Para um correcto entendimento dos acontecimentos sociais, políticos e económicos de uma região ou de um país, procura-se determinar a sua exacta evolução temporal através da contagem sistemática dos fenómenos com eles relacionados.
Assim se chegou ao estabelecimento de uma nova técnica, a estatística, estabelecida hoje como suporte técnico de toda a administração pública e privada.
Movimentando-nos num mundo altamente industrializado, ou em vias disso, com produções em alto número, onde em algumas zonas o crescimento humano, vertiginoso, cria graves problemas sociológicos, a elaboração das estatísticas, sua consulta e estudo comparativo, tornou-se tão necessária como o emprego na técnica de tabelas e dados científicos. É assim que a administração e o ensino, com frequência, baseiam as suas determinações ou conclusões no estudo do devir socio-económico das massas, coligindo-se exaustivamente, nas estatísticas modernas, números que a todo o passo são solicitados junto das bibliotecas públicas.
Entende-se, por isso, publicar este condensado trabalho sobre a evolução populacional de Coimbra, focando independentemente a população das suas freguesias, do seu concelho e distrito, juntando-lhe, para melhor entendimento da exposição, ou para ulterior estudo em maior profundidade, algumas notas da sua evolução histórica e dos trabalhos estatísticos realizados no decorrer dos tempos, até chegarmos ao período dos modernos recenseamentos, de base científica."
(Excerto da introdução, Como intróito)
Matérias:
1. Como intróito. 2. Conspecto histórico. 3. Período dos numeramentos, cômputos e informações paroquiais. 4. Período das estatísticas com base programada. 5. A evolução física da cidade.
Exemplar brochado em bom estado de conservação.
Raro.
Com interesse histórico e sociológico.
40€

25 novembro, 2019

SENTENÇA. Lisboa: Na Impressaõ de Joaõ Nunes Esteves e Filho, [1833]. In-4.º (29,5 cm) de [4] p.
1.ª edição.
Peça jurídica de cunho liberal, com interesse para a história da Guerra Civil portuguesa. Acusação e sentença proferida contra um juiz desembargador acusado de crimes no desempenho do cargo, na Madeira, para onde fora enviado com Carta Régia de plenos poderes por D. Miguel, para julgar crimes de "Lesa Magestade de primeira cabeça", na sequência das rebeliões ocorridas nas ilhas, em 1828, após o regresso do monarca a Portugal. Foi passada Carta Régia com as mesmas disposições ao Desembargador José Monteiro Torres, "para ir devassar os acontecimentos revolucionários ocorridos na ilha Terceira", assunto que não é tratado nesta Sentença.
"MANOEL FIRMINO DE ABREU FERRAÕ CASTEL-BRANCO, Escrivão do Tribunal de Segunda Instancia da Relação de Lisboa, por Sua Magestade Imperial o Duque de Bragança, Regente em Nome da Rainha a Senhora Dona Maria Segunda, que Deos Guarde, etc.
Certifico que sou Escrivão dos Autos dos Crimes de Summario, ordenado em cumprimento da Portaria de trinta de Julho ultimo, expedida pela Secretaria de Estado dos Negocios Ecclesiasticos, e de Justiça, no Juizo Criminal do Bairro de Santa Izabel, contra o Réo Francisco Antonio Maciel Monteiro, Desembargador que foi da extincta Casa da Supplicação; e que nos mesmos foi proferida no Tribunal de Segunda Instancia da Relação de Lisboa, a Sentença, cujo theor é o seguinte:
Accordão em Relação, etc. O crime contra a Sua Legitima Rainha, servindo ao uzurpador em todo o emprego, em que o occupou, principalmente na sanguinaria Alçada, creada nesta Cidade pelo Decreto de vinte e trez de Março de mil oitocentos e trinta e hum, prorogado, declarado, e ampliado pelo Decreto de vinte e trez de Março de mil oitocentos e trinta e dous; e continuando com escandalo da humanidade n'esse horroroso serviço, depois do benéfico Decreto de Sua Magestade Imperial, o Regente, de dezasete de Julho de mil oitocentos trinta e dous, porque he accusado o Réo Francisco Antonio Maciel Monteiro, natural de Pernambuco, casado, de sessenta e dous annos de idade, Desembragador que foi da extincta Casa da Supplicação, acha-se provado nos termos seguintes."
[Segue-se a acusação, as respostas do acusado e a sentença.]
Exemplar desencadernado em bom estado de conservação.
Raro.
Com interesse histórico, e para a ilha da Madeira em particular.
Indisponível

24 novembro, 2019

CUNHA, Narcizo C. Alves da - PAREDES DE COURA. No Alto Minho. Por... Presbytero, bacharel formado em direito, advogado e ex-conservador do registo predial. Porto, Typographia do Porto Medico, 1909. In-8.º (22,5 cm) de 594, [2] p. ; mto il. ; C.
1.ª edição.
Raríssima edição original desta bela monografia minhota, por ventura a mais completa e importante que se publicou sobre o concelho de Paredes de Coura.
Ilustrada no texto, a p.b., com 55 fotogravuras, e outras 3 em página inteira.
Livro muitíssimo valorizado pela dedicatória manuscrita do autor ao "colega", illustre Senador da Repúbilca Portugueza, António C. Macieira Júnior (1875-1918), ["advogado, bacharel em Direito pela Universidade de Coimbra, que se distinguiu pela sua acção política durante a Primeira República Portuguesa, tendo sido deputado na Assembleia Constituinte de 1911, Ministro dos Negócios Estrangeiros e Ministro da Justiça, ocupando este último cargo aquando da aplicação da Lei da Separação do Estado das Igrejas, que fora aprovada em 20 de abril de 1911, uma das medidas mais polémicas da Primeira República" (wikipédia)].
"Venho trazer-te a oblata do meu affecto.
O teu altar, para mim sagrado, bem merece as minhas offerendas.
No entardecer da vida, caminhando para o coval, venho despedir-me de ti e dizer-te que não posso esquecer-me dos teus campos, matizados de flores, nem da muzica suavissima das brizas que perpassam pelas encostas dos teus montes. [...]
Paredes de Coura!
Saudo-te! na tua caminhada para o futuro, porque vais entrajada de galas e alumiada pelo sol do progresso, que vejo esbater-se na linha sinuosa das tuas estradas, nos beiraes dos teus novos edificios e até no espelho das tuas aguas de cristal."
(Excerto de Á minha terra)
"Nunca tive, nem posso ter a pretensão de ser litterato ou escriptor, e, menos ainda, de erudicto.
Mas, pelo que quero á minha terra e pelo que devo aos meus conterraneos, tentei esboçar a actualidade de Paredes de Coura e archivar, n'este livro, algumas noticias do seu passado para que não se obliterem, de todo, da memoria dos presentes.
Conheço, como poucos, o viver, as circumstancias e condições de existencia da população local, assim como os terrenos, cultivados e incultos, d'este retalho do Alto Minho, suas communicações, commercio, industria, instrucção, estradas, rios, montes, etc.
O resurgimento d'este concelho para a vida moderna data de ha 30 annos.
Photographar-lhe as novas feições, é desbravar terreno a obreiros mais competentes. Este o meu fito. [...]
Contem duas partes este despretencioso trabalho: uma geral,  que diz respeito áquillo que, segundo o meu ponto de vista, mais ou menos se relaciona com todo o concelho; e outra especial, que traduz uma breve noticia de cada freguezia.
N'esta localidade não ha livrarias, nem archivos poeirentos: datam, geralmente, do fim do seculo 17.º e estão incompletos os que existem.
N'esta observação vai uma sincera petição de benevolencia ao leitor."
(Excerto de Ao leitor)
Narciso Cândido Alves da Cunha (1851-1913). Juiz auditor. Deputado. Nasceu a 5 de Setembro de 1851 na freguesia de Formariz, concelho de Paredes de Coura. Frequentou o Liceu de Braga, e Teologia no seminário da mesma cidade, tendo sido ordenado sacerdote em Coimbra. Frequentou Direito na Universidade de Coimbra que concluiu em 1881. Foi nomeado conservador do registo predial da comarca de Paredes de Coura em 1885, cargo que exerceu até ser despachado juiz auditor de Bragança, em 1901.  Escreveu uma monografia - No Alto Minho : Paredes de Coura, publicada em Janeiro de 1909. Foi advogado na comarca da sua naturalidade desde 1881 até 1901. Deputado courense no Senado da República entre 1911 e 1913.
Encadernação cartonada do editor a cores, com gravura a p.b.
Exemplar em bom estado de conservação. Trabalho de traça da pasta anterior, que se projecta na f. anterrosto e rosto, nestas quase que imperceptível.
Raro.
100€

23 novembro, 2019

RIBEIRO, Thomaz - JORNADAS. Primeira parte: Do Tejo ao Mandovy. Coimbra, Livraria Central de José Diogo Pires - Editor, 1873. In-8.º (19 cm) de 403, [1] p. ; B.
1.ª edição.
Interessante livro de crónicas de viagem publicado em duas partes. O presente volume trata da 1.ª parte das Jornadas. A segunda parte seria publicada no ano seguinte (1874), com o sub título: Entre palmeiras (de Pangim a Salsete e Pondá).
Livro muitíssimo valorizado pela dedicatória autógrafa do autor a Juvenal Palmeirim.
"Viaja-se para instrucção ou para recreio. Tambem se viaja para recobrar saude. Não sei d'outros fins que tenha o viajar.
Eu por mim, despachado em março de 1870 secretario geral do governo da India, no meu trajecto por Hespanha, França, Egypto, Aden e Bombaim, até Goa, não posso rigorosamente dizer que viajei, porque nem levava intento de estudar nem de divertir-me, nem de retemperar a saude, e só sim de jornadear, para chegar ao meu destino.
É por isso que chamo jornadas e não viagens ao meu despretencioso itinerario.
Nos poucos dias em que descançava, e até nas carruagens inquietas do caminho de ferro e no toldo balouçado dos navios, tomei apontamentos fugitivos dos paizes que iamos percorrendo. São esses apontamentos que hoje vos offereço."
(Excerto do preâmbulo, Aos meus leitores)
Tomás António Ribeiro Ferreira (Parada de Gonta, Tondela, 1 de Julho de 1831 - Lisboa, 6 de Fevereiro de 1901), mais conhecido por Tomás Ribeiro (Thomaz Ribeiro, na época), foi um político, publicista, poeta e escritor ultra-romântico português. Formado em Direito pela Universidade de Coimbra, exerceu advocacia durante pouco tempo, pois cedo enveredou pela carreira política.
Membro destacado do Partido Regenerador, foi Presidente da Câmara Municipal de Tondela, Deputado, Par do Reino, Ministro da Marinha, Ministro das Obras Públicas e Governador Civil dos distritos de Braga e do Porto. Foi ainda secretário-geral do governo da Índia Portuguesa e embaixador de Portugal no Brasil. Eleito sócio da Academia Real das Ciências de Lisboa foi presidente da sua Classe de Letras. Escritor e jornalista multifacetado, Tomás Ribeiro deixou uma obra vastíssima.
Foi pai da poetisa Branca de Gonta Colaço e avô do escritor Tomás Ribeiro Colaço.
Concluiu os seus estudos preparatórios no Liceu de Viseu, tendo de seguida ingressado no curso de Direito da Universidade de Coimbra. Em Coimbra, integrou-se no grupo de O Novo Trovador e no círculo de António Feliciano de Castilho, cultivando amizades e influências que o acompanhariam ao longo das suas carreiras política e literária. Concluiu o seu curso de Direito em 1855.
Já era deputado quando publicou em 1862 a obra D. Jaime ou a dominação de Castela, que tinha escrito, em verso, quando estava no Brasil e antes do exílio do imperador D. Pedro II com a sua família para o Reino de Portugal a quem dirigia. Antecipadamente enaltecia a pátria que depois veio a acolher o monarca, fazendo-lhe recordar a sua grandiosa história comum e a beleza que lá iria encontrar, com a célebre frase "Jardim da Europa à beira-mar plantado”.
Logo depois, com seu consentimento, este poema foi editado com o propósito de parecer inspirado nas rivalidades entre Portugal e Espanha e de carácter marcadamente anti-iberista, o que na ocasião estava longe de ser politicamente correcto. Com esta publicação Tomás Ribeiro foi projectado para a ribalta literária, não apenas devido ao mérito intrínseco da sua obra, mas também devido a uma elogiosa Conversação preambular da autoria de António Feliciano de Castilho que prefaciava a obra. Nesse prefácio, Castilho considera o jovem autor comparável a Luís de Camões, afirmando que o poema é mais adequado ao ensino da língua portuguesa que Os Lusíadas. O poema foi um grande êxito, com sucessivas edições em Portugal e no Brasil. Valeu-lhe logo em 1862 a eleição para sócio correspondente da Academia Real das Ciências de Lisboa.
O louvor de Castilho, num prefácio longo em que exalta a autenticidade nacionalista e a simplicidade natural da obra de Tomás Ribeiro, foi um dos pretextos que levaria anos depois, em 1865, a despoletar o choque latente entre os poetas do Romantismo e a nova geração de intelectuais na célebre Questão Coimbrã. Este conflito literário e cultural opôs, de um lado, os poetas românticos, e de outro, os jovens escritores e poetas que pugnavam pela abertura literária de Portugal ao Realismo, corrente que já dominava na literatura europeia, com destaque para a francesa, a tradicional cultura de referência da intelectualidade portuguesa.
Tomás Ribeiro faleceu em Lisboa no dia 6 de Fevereiro de 1901, tendo sido sepultado no lisboeta Cemitério dos Prazeres."
(Fonte: wikipédia)
Exemplar brochado em bom estado geral de conservação. Capas frágeis com defeitos e pequenas falhas de papel. Assinatura de posse do proprietário, destinatário da oferta do autor, na capa. Deve ser encadernado.
Raro.
75€

22 novembro, 2019

LIMA, Sílvio - NORMAL, ANORMAL E PATOLÓGICO. Separ. de «Biblos», vol. XXII. [Por]... Professor extraordinário da Faculdade de Letras da Universidade de Coimbra. Coimbra, [s.n. - Composto e imp. nas oficinas da «Coimbra Editora, Limitada»], 1947. In-4.º (24 cm) de [4], 49, [3] p. ; B.
1.ª edição independente.
Interessante ensaio exploratório, "texto radicalmente inovador na bibliografia psico-sociológica".
"Neste estudo - de interesse duplamente teorético e prático, espécie de ensaio analítico de microscopia conceitual - proponho-me averiguar:
- que se entende por facto normal e por facto anormal? poderemos identificar anormal com patológico? [...]
A vida - já o descrevemos - é drama e agonia, desenrolo e luta; dum lado, uma série de momentos que se encadeiam, ininterruptos, ao longo do tempo e do espaço, e do outro lado uma luta contra as variações do contorno. E a doença mental? Ainda aqui, tal como no patológico somático (e poderemos por ventura, a não ser como processo artificial de trabalho, investigativo e pedagógico, cindir os dois aspectos, o psíquico e o orgânico?) o estado patológico é rotura de equilíbrio contra o qual o organismo reage, buscando o re-equilíbrio.
Mas como distinguir o estado normal?
A sensação de bem-estar e de mal-estar são, como vimos, critérios qualitativos subjectivos, por natureza precários. Eles constituem pontos de estudo e partida (a clínica nunca pode prescindir deles; «- de que se queixa?» pergunta, ritualmente, o médico), mas já sabemos que nã há correlação positiva entre o estado objectivo de morbidez e a sensação subjectiva de saúde.
O indivíduo pode estar doente... sem doer (a ausência de dor constituindo até, paradoxalmente, sinal negativo de enfermidade); mais, o estado álgico, a existir, nem sempre corresponde ao grau objectivo de morbidez; depois, existe às vezes antagonismo profundo entre o estado subjectivo eufórico e o estado objectivo patológico."
(Excerto do texto)
Sílvio Vieira Mendes Lima (Coimbra, 1904 - Coimbra, 1993). "Foi um professor universitário, investigador da área da psicologia e das ciências da educação e tradutor português. É considerado um dos introdutores da moderna Psicologia em Portugal. Foi um dos professores universitários que em Maio de 1935 foram afastados do ensino por serem considerados oposicionistas ao recém-institucionalizado Estado Novo. [...]
Em 1947 editou o ensaio "Normal, anormal e patológico", obra que considerou como um exame analítico de microscopia conceitual.
Foi um professor de grandes qualidades pedagógicas, com um raro espírito crítico e científico que primava pela exigência do rigor e o respeito pelos factos. Marcou de forma decisiva o desenvolvimento do ensino das ciências sociais no panorama universitário português."
(Fonte: wikipédia)
Exemplar brochado em bom estado geral de conservação. Capas frágeis com defeitos e falhas de papel junto à lombada.
Raro.
20€

21 novembro, 2019

ALMEIDA, Ferreira d' - MANUAL DE PREHISTORIA. [Por]... Bacharel em direito. Lisboa, Livraria Clássica Editora - A. M. Teixeira & Com.ta, 1907. In-8.º (18 cm) de 332, [2] p. ; E.
1.ª edição.
Curioso "manual" sobre a criação e evolução do universo, que inclui um capítulo especulativo acerca da vida noutras paragens siderais.
"A pobreza do nosso meio litterario em publicações d'esta natureza; a deficiencia do ensino d'historia nos institutos nacionaes, encetando os seus registros quando alguns povos se encontravam n'um estadio relativamente adiantado, com civilisações pomposas, tecendo feitos proprios  da edade viril, formando agrupamentos politicos - nações, Egypto, Chaldea, China, etc., tocando de leve, ou mesmo passando em silencio a phaze rude, quazi irracional do homem, a obscuridade da sua origem, como dos seres que o precederam, nas suas relações com o globo onde o Creador os semeou, e ainda os embaraços que se oppõem ao estudioso, provenientes da complexidade dos assumptos, diversidade das doutrinas, tendo a sua consagração e desenvolvimento em sciencias especiaes, determinou a concepção d'um plano d'estudo synthetico, deslocando para aqui, e encadeando logicamente diversas sciencias n'uma especie d'introducção á historia, que partindo da origem do cosmos, acompanhando-o na sua evolução através de todas as transformações successivas, fosse entroncar no homem, preenchendo assim aquellas lacunas."
(Excerto do preâmbulo)
Indice:
Introducção. | Primeira Parte: Cosmogonia. I - Determinação d'esta sciencia. II - Formação do universo. III - As nebulosas. IV - Constituição physica e chimica das nebulosas. V - Questões de cosmogonia. VI - Ordem por que foram creados os seres. VII - Pluralidade dos mundos habitados. Segunda Parte: Geologia. VIII - Evolução do globo. Terceira Parte: Anthropologia. IX - Genealogia do homem.
Encadernação inteira de percalina com ferros gravados a ouro na lombada. Sem capas de brochura.
Exemplar em bom estado de conservação.
Raro.
A BNP dá notícia de apenas dois exemplares, um deles pertencente à Biblioteca João Paulo II (UCP).
Indisponível

20 novembro, 2019

AGUIAR, Prof. Alberto de - JUNTA PATRIOTICA DO NORTE. Pôrto (Portugal). 1916 - 15 Anos de Benemerência - 1931. Relato geral da sua obra e da Casa dos Filhos dos Soldados (Assistência aos Órfãos da Grande Guerra). 20-III-1916 : 31-XII-1931. Pelo... da Faculdade de Medicina do Pôrto, Sócio da Academia das Sciências de Lisboa, etc. Presidente da Comissão Executiva da Junta Patriótica. Titular das Ordens de Cristo, Benemerência e Instrução Pública de França. Pôrto, [s.n. - Emp. Indust. Gráfica do Pôrto, L.da, Porto], 1932. In-4.º (24 cm) de 292 p. ; il. ; B.
1.ª edição.
"Organizada no Porto, em 15 de Março de 1916, a Junta Patriótica do Norte destinava-se a promover propaganda de natureza patriótica e a prestar assistência às vítimas da I Guerra Mundial. Desempenhou um papel de relevo no apoio aos filhos e órfãos dos combatentes da Grande Guerra, materializada na criação, durante o ano de 1917, da Casa dos Filhos dos Soldados. Os seus fundos provinham maioritariamente das cotizações de voluntários e de membros."
Livro ilustrado ao longo do texto com quadros, tabelas e  fotogravuras a p.b.
"A obra da Junta Patriótica do Norte, iniciada em 15-III-916 num ímpeto consolador de patriotismo, tem sido, em sua essência, uma obra de Amor e de Paz: - Amor à Pátria e Amor aos que por ela se bateram, sacrificaram e morreram; Paz e Veneração à memória dêstes; Paz e Amor para as vítimas da Guerra e nomeadamente para os filhos queridos que aqueles nos deixaram.
Foi êsse mesmo incentivo da Paz e Amor que levou à organização dum grupo de senhoras portuenses que, sob a designação de Núcleo Feminino de Assistência Infantil (N. F. A. I.), presidido pela veneranda e virtuosa senhora D. Filomena Nogueira de Oliveira, se votou à superintendência moral e material da obra de assistência aos ófãos da Guerra - a Casa dos Filhos dos Soldados (C. F. S.), como compromisso solene do estatuto da Junta."
(Excerto de Palavras prévias)
Alberto de Aguiar (1868-1948). "Médico, analista e professor universitário. Em 1893 licenciou-se pela Escola Médico-Cirúrgica do Porto. Lecionou diversas cadeiras na Escola Médico-Cirúrgica do Porto e, mais tarde, na Faculdade de Medicina da Universidade do Porto entre 1896 e o ano da sua jubilação, em 1935. Alberto de Aguiar não se absteve de participar na política e de intervir civicamente. Presidiu à comissão executiva da Junta Patriótica do Norte (1916), organismo destinado ao fomento da propaganda patriótica e, mais tarde, a prestar assistência às vítimas da 1.ª Guerra Mundial e a apoiar a governação; foi no âmbito das funções exercidas por esta Junta que ajudou a fundar a Casa dos Filhos dos Soldados, sita na Rua de Cedofeita. O prestígio que adquiriu levou-o a uma fugaz presidência do Senado da Câmara Municipal do Porto entre 2 de Janeiro e 30 de Junho de 1926."
(Fonte: https://sigarra.up.pt/)
Exemplar brochado em bom estado de conservação. Com pequenas falhas de papel nas extremidades da lombada.
Muito invulgar.
Com interesse histórico.
Indisponível

19 novembro, 2019

CALAMANDREI, Piero - ÊLES, OS JUÍZES, VISTOS POR NÓS, OS ADVOGADOS. Tradução que Ary dos Santos fêz do Elogio dei Giudici Scritto da un Avvocato de... Lisboa, Livraria Clássica Editora, 1940. In-8.º (19 cm) de 201, [3] p. ; il. ; B.
1.ª edição.
"No livro “Eles, os Juízes, vistos por um Advogado”, composto por Piero Calamandrei, uma literatura de cunho jurídico, o autor esmiúça as suas experiências como advogado em Itália, na primeira metade do século XX, narrando acontecimentos onde participou e em algumas decisões proferidas. O relato do enredo, transmite-nos, sobretudo, as impressões que teve sobre as condutas e as características comportamentais peculiares dos juízes que conheceu."
(Fonte: Parecer Jurídico-Literário, Me. Jefferson Antonione Rodrigues, João Victor Coelho de Campo)
Livro ilustrado ao longo do texto com bonitas grevurinhas.
Índice:
Introdução. | I - Da confiança nos juízes primeiro dever do advogado. II - Das boas maneiras (ou da discrição) nos tribunais. III - De algumas parecenças e de algumas diferenças entre juízes e advogados. IV - Da pretensa eloqüência do pretório. V - De certa imobilidade dos juízes durante a audiência. VI - De certas relações entre os advogados e a verdade, ou da parcialiddade obrigatória dos primeiros. VII - De certas aberrações dos clientes, das quais os juízes se devem lembrar como atenuantes dos advogados. VIII - Considerações sôbre a chamada "chicana". IX - Das predilecções dos advogados e dos juízes pelas questões de direito ou pelas de facto. X - Do sentimento e da lógica das sentenças. XI - Do amor dos advogados pelos juízes e vice versa. XII - De certas tristezas e de certos heroísmos da vida dos juízes. XIII - De certas tristezas e de certos heroísmos da vida dos advogados. XIV - De uma certa coincidência dos destinos dos juízes e dos advogados.
Exemplar brochado em bom estado de conservação. Assinatura de posse na f. anterrosto.
Invulgar.
10€

18 novembro, 2019

MARQUES, Pedro Correia - VARSÓVIA! Um caso de consciência internacional. Lisboa, Editorial Império, 1944. In-8. (19 cm) de 74, [6] p. ; [1] planta desdob. ; B.
1.ª edição.
Narrativa da 3.ª Batalha de Varsóvia pelo jornalista Pedro Correia Marques (1890-1972). A revolta que teve início a 1 de Agosto de 1944 e durou 63 dias até ser esmagada pelo exército nazi. Morreram mais de 15 mil membros do Exército Clandestino Polaco e cerca de 150 mil civis.
Livro publicado em pleno período bélico, ilustrado extratexto com uma planta desdobrável da cidade de Varsóvia.
"Não há nada nesta guerra mundial, que envolve o Globo num círculo terrível de ferro e fogo, sucesso tão altamente dramático e pungente como a chamada terceira batalha de Varsóvia. Pelo heroísmo com que a empreenderam os heróis do Exército Clandestino da Polónia, pela formidável energia com que a mantiveram desde o primeiro dia até ao fim duma luta sem igual na História, esta batalha fica sendo das páginas mais heróicas e dolorosas da vida da valorosa Nação.
Diga-se desde já que a Polónia não se lançou nela às cegas, sem adequado instrumento de luta. O Exército Clandestino é um verdadeiro exército, uma fôrça armada regular, com seus quadros e sua disciplina, modêlo de organização, pertinácia e coragem patriótica. [...]
O comandante dêste exército é hoje um general, que usa o pseudónimo de «Bór». [...]
Das poucas notícias conhecidas sôbre o general Bór (bór = floresta), sabe-se que é um oficial de carreira, considerado muito brilhante, de 48 anos. Mas a sua identidade é um segrêdo bem guardado pelos polacos. As sombras misteriosas do Exército Clandestino sumiram êste homem singular, devoraram-no. Na penumbra e no pseudonimato, que o envolvem e constituem a sua defesa, nunca, porém, deixou de estar presente no espírito dos soldados do Exército polaco, sempre crescente em número e audácia. Assim viveu o exército «subterrâneo», como, aliás, tôda a vida independente da Polónia, durante cinco anos. Muitas vezes, em actos de uma audácia fulminante, se revelou a sua existência. Sabia-se que existia uma fôrça organizada. Não se conhecia a sua eficácia e extensão. Nêste ano de 1944, revelou-se ela de forma heróica e retumbante."
(Excerto do preâmbulo, Não há neste guerra mundial...)
Índice: «Não há neste guerra mundial...». | Primeira Semana de luta. | Segunda Semana. | Terceira Semana. | Quarta Semana. | Quinta Semana. | Como a Cidade «vive» sob as bombas. | Os pavores da Cidade. | Porque se revoltou Varsóvia. | O auxílio a Varsóvia. | Apêndice. | Epílogo.
Exemplar em brochura bem conservado.
Invulgar.
Com interesse histórico.
Indisponível

17 novembro, 2019

LAMARTINE, A. - CHRISTOPHE COLOMB (1436-1506). Par... Paris, Librairie de L. Hachette & C.ie, 1853. In-8.º (17,5 cm) de [4], 149, [5] p. ; B. Bibliothèque des Chemins de Fer, Deuxième Série : Histoire et Voyages
1.ª edição independente.
Biografia de Cristóvão Colombo. No ano anterior, havia sido publicada juntamente com outros apontamentos biográficos de personalidades históricas em Le Civilisateur : Histoire de l'humanité par les grands hommes, 1.º Ano, 1852, também de Lamartine.
"Colomb, dans sa pensée, aspirait à compléter le globe, qui lui paraissait manquer d'une de ses moitiés. C'éteit le besoin de l'unité géographique terrestre dont il était travaillé. Ce besoin était également une inspiration de son époque. Il y a des idées qui flottent dans l'air comme des miasmes intellectuels, et des milliers d'hommes semblent respirer en même temps."
(Excerto do Cap. II)
Alphonse de Lamartine (1790-1869). "Poeta e político francês, nascido a 21 de outubro de 1790, em Macon, e falecido a 1 de março de 1869, em Paris, foi um dos introdutores da estética romântica em França. O lirismo lamartiniano caracteriza-se pela sentimentalidade e pela melancolia, eivadas de uma tonalidade religiosa e mística, tratando motivos como a fugacidade do tempo, o sentimento da natureza, o amor, o exílio, a condição do poeta como ser excecional."
(Fonte: infopedia)
Exemplar brochado em razoável estado de conservação. Manuseado. Capa apresenta falta de papel no canto superior direito. Carimbo de posse na f. rosto. Manchado na parte inferior do livro, sem contudo afectar a mancha tipográfica.

Raro.
15€

16 novembro, 2019

REIS, Pedro - ENTRE AS CORDAS : relatos de boxe. Ilustrações de Luís Pinto-Coelho. Prefácio de Maria João Avillez. Lisboa, Edição de PR [Autor], 1995. In-4.º (27,5 cm) de 170, [2] p. ; il. ; E.
1.ª edição.
Histórias do boxe. Curtas biografias dos melhores pugilistas de todos os tempos pejados de episódios marcantes da sua vida no ringue.
Pedro Reis, advogado na barra dos tribunais por ofício e gosto, aventurou-se num exercício literário apoiado em relatos de boxe, recreando a realidade, em Entre as Cordas.
Livro belissimamente ilustrado no interior, a cores e em página inteira, com desenhos alusivos ao tema.
"É bom que as coisas fiquem claras. Por isso começo por explicar as razões porque gosto de boxe. Não é que elas não venham a transparecer dos escritos que me proponho fazer. Se assim não fosse era sinal de que estaria a falhar de forma irremediável este exercício. E então, preferível seria dá-lo por terminado. [...]
A verdade é que o boxe contém muitas das histórias que eu gosto e que estão ligadas aos temas centrais da vida das pessoas. A diferença está no facto de as coisas acontecerem mais depressa do que na vida e de um ritmo mais intenso provocar uma emoção maior.
Por isso a aventura está sempre presente no quadrado mágico e com ela todas as coisas boas que a compõem. As mulheres, o poder, o dinheiro, são facetas constantes de uma mesma imagem. Mas também a justiça, a coragem e a solidariedade.
É certo que o boxe não está imune às forças do mal, tal como a vida, e ninguém pode esquecer-se que se trata de um negócio, às vezes de milhões, outras vezes de centavos.. E quando está em causa a fazenda as pessoas tendem a exibir o pior de si próprias.
Mas não haja ilusões. Quem pisar o quadrado mágico sem perseverança e sem fé, depressa conhecerá o sabor da derrota. Quem pisar o quadrado mágico sem impulsionar as suas mais secretas convicções está a um passo de mergulhar no tapete, e assim se faz justiça.
Nesse sentido o quadrado mágico exerce o papel de juiz implacável, ao fazer evidenciar a real personalidade dos homens. Sem concessões a disfarces ou fingimentos. Toda a acção sem consequências, a supremacia conquista-se, o erro paga-se. Nem num julgamento em tribunal, onde o território é disputado palmo a palmo, a verdade releva com tamanha emoção.
Mas também a esperança, e porque não a sorte, marcam de forma mais acentuada do que na vida o destino dos homens. É preciso não esquecer que o boxe é um desporto de pobres, embora produza alguns ricos."
(Excerto do Cap. 1, O Quadrado Mágico)

Índice: Prefácio. | 1. O Quadrado Mágico. 2. Jack Dempsey - A Explosão da América. 3. Marcel Cerdan - O Poder dos Homens. 4. Gene Tunney - A Sabedoria dos Homens. 5. Jake LaMotta - A Culpa. 6. Primo Carnera - A Grande Comédia. 7. Carmen Basilio - Os Bons e os Maus. 8. Joe Louis - A Viragem da História. 9. Sugar Ray Robinson - Deslizando até à Morte. 10. Rocky Marciano - A Odisseia. 11. Randolph Turpin - Uma Saga. 12. Jersey Joe Walcott - O Verão de Pittsburgh. 13. Carlos Monzon - Na Crista da Onda. 14. Sonny Liston - A Magia do Crime. 15. Sugar Ray Leonard - A Obsessão. 16. Cassius Clay - Um Príncipe. 17. Marvin Hagler - Os Anos da Mudança. 18. Joe Frazier - Os Quatro Cavaleiros da Boaventura. 19. Roberto Duran - As Mãos de Ferro. 20. George Foreman - Realidade ou Ficção. 21. Thomas Hearns - Entre o Céu e o Inferno. 22. Larry Holmes - A Hegemonia. 23. Chris Eubank - A Personalidade. 24. Mike Tyson - O Indomável. 25. Julio Cesar Chavez - A Sobreania. 26. Frank Bruno - "For he's a jolly good Fellow". 27. Azumah Nelson - O Pequeno Homem. 28. Os Pesados de Sempre. 29. Pernell Whitaker e James Toney - A Herança. 30. Holyfield e Moorer - Entre as Cordas.
Encadernação editorial em tela com ferros gravados a seco e a negro na pasta anterior e na lombada. Com sobrecapa policromada.
Exemplar em bom estado de conservação.
Invulgar.
20€

15 novembro, 2019

BESSA LUÍS, Agustina - O MANTO. Lisboa, Livraria Bertrand, [1961]. In-8.º (19 cm) de 294 p. ; B. Col. Autores Portugueses
1.ª edição.
Edição original de uma das mais conhecidas e apreciadas obras da autora.
Livro muitíssimo valorizado pela dedicatória autógrafa de Agustina que assina 'Maria Agustina', algo pouco comum, que apenas sucedeu no início da sua carreira literária.
"A História de Job e da sua progenitura irrompe, de onde em onde, por entre lugares recônditos e as muitas personagens: o Porto, com a Ribeira, o Barredo, o Douro, desliza através do olhar de Lourença, das visões de Purinha, de Filipe e de uma memória que percorre gentes, pedras, cheiros, casas e se desdobra num pulsar profundo e secreto em luz, quase sempre coada, para que a cidade se nos descubra, em demora, como um palácio abandonado."
(Excerto do Prefácio)
Exemplar brochado em bom estado de conservação.
Invulgar.
Indisponível

14 novembro, 2019

ELOGIO DO TEN.-COR. AFONSO DO PAÇO. Lisboa, Academia Portuguesa de História, 1980. In-4.º (25 cm) de 96, [2] p. ; [1] f. il. ; B.
1.ª edição.
Homenagem a Afonso do Paço pelo Prof. Fernando de Almeida, onde além do elogio às suas aptidôes como arqueólogo, é enaltecida a sua coragem e recordados episódios protagonizados pelo homenageado na Flandres, integrado nas forças do C. E. P.
Ilustrado com um retrato de Afonso do Paço em separado.
"É este o papel da mulher, o mil vezes bendito papel das Madrinhas de Guerra. Se vós soubesseis, mulheres de Portugal, quantas Cruzes de Guerra colocastes no peito dos nosso soldados, dos vossos afilhados! Ah, se vós soubesseis! Diria que todas, todas elas.
E conta a seguir: que um dia a metralha lhe caía em roda. Um grupo de soldados seus estava longe e em perigo. Hesitou em ir ou não socorrê-los. Automaticamente meteu as mãos nos bolsos dos calções. Toparam com um terço que mãos de mulher lhe haviam dado, para recordação, quando fosse para França. A partir desse momento ficou insensível ao perigo e partiu com a ordenança, indiferente ao perigo. Daí lhe resultou a acção de que mais se orgulharia, no CEP."
(Excerto do Elogio)
Manuel Afonso do Paço (Outeiro, Viana do Castelo, 30 de novembro de 1895 - 1968). "Foi tenente-coronel do Exército Português e um dos mais prestigiados arqueólogos portugueses. Nasceu em 30 de Novembro de 1895 na freguesia de Outeiro, Viana do Castelo. Tirou o curso do Liceu em Viana do Castelo e Braga de 1908 a 1915 matriculando-se de seguida no curso de Filologia Românica na Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa. Porém, em 15 de Maio de 1917 foi incorporado no exército como Aspirante a Oficial Miliciano. Tomou parte na Batalha do Lys, em 9 de Abril de 1918, pertencendo já ao 4º Grupo de Metralhadoras Pesadas. Foi aprisionado pelo Alemães e libertado em 28 de Dezembro de 1918. Regressou a Portugal em 16 de Janeiro de 1919. De 1919 a 1921 serviu como oficial na Guarda Nacional Republicana tendo sido ajudante de campo do Coronel Francisco António Baptista e do General Ernesto Maria Vieira da Rocha. Foi, em 1925, professor provisório no Colégio Militar (Portugal) passando de seguida por desempenhar funções como Tesoureiro da Inspecção do Serviço Telegráfico Militar. Foi ainda Chefe da Contabilidade do Batalhão de Telegrafistas (Braga). Reformou-se da vida militar como o posto de tenente-coronel."
(Fonte: wikipédia)
Exemplar brochado em bom estado de conservação.
Invulgar.
Indisponível

13 novembro, 2019

SALGADO, Heliodoro - A RELIGIÃO DA MORTE. Prefacio de Botto Machado. Lisboa, Editor - Dias da Silva. Deposito : Livraria do Povo, [19--]. In-8.º (19 cm) de [2], 117, [3] p. ; B. Bibliotheca Propaganda Social, N.º 1
1.ª edição.
Ensaio anticlerical, sem data, certamente publicado na primeira década do século XX. Apesar da indicação na f. rosto, o livro não inclui prefácio; a sequência lógica e a paginação, aparentemente sem faltas, configura um descuido na sua composição e(ou) impressão.
"Estudemos a doutrina religiosa nas suas origens, nas suas affirmações dogmaticas, na sua evolução historica, na significação presente, na sua influencia, boa ou má, sobre o progresso da humanidade.
É hoje opinião da maioria dos mythologos que as primeiras manifestações do religiosismo reflectido surgiram em face do problema da morte.
A morte, consequencia fatal do nascimento, visto como tudo o que começa tem de acabar, é devida á inutilisação de qualquer dos orgãos essenciaes á vida. O momento d'essa inutilisação é, poré, afastado graças aos cuidados que expontaneamente o homem toma, aguilhoado pelo instincto da conservação, que oo leva a procurar tudo quanto possa fortalecer-lhe e prolongar-lhe a vida, ao mesmo tempo que a evitar tudo quanto o possa prejudicar. Este instincto, fonte de todo o nosso aperfeiçoamento progressivo, bastou a crear no homem primitivo o horror da morte, horror de que os proprios animaes, na approximação do momento fatal, dão provas bem inequivocas. [...]
Ao tratarmos da Morte, esse espectro demoniaco, que o medo popular tão convulsamente repelle, e que os padres, satanicos exploradores da fá, aproveitam como filão inexhaurivel, vem-nos á mente, por sugestão, a ideia do Suicidio, essa modalidade da morte.
E assim como medo da Morte tem, como dissemos, a sua origem no instincto de conservação da especie, do mesmo modo o suicidio, se baseia n'esse mesmo instincto.
Muito ao contrario do que ordinariamente se julga, o suicida, não põe termo á existencia por que deteste  a vida, mas sim porque a ama.
É paradoxal este reciocinio, mas no fundo muito verdadeiro e logico."
(Excerto do Cap. I, A Morte e o Suicidio)
Matérias:
I – A Morte e o Suicidio; II – Origem e evolução historica do culto dos mortos em Roma; III – O culto e a impiedade da egreja catholica para com os mortos; IV – A alma humana e a Espiritualidade da alma; V – O culto das reliquias / O culto dos Santos / O enterro civil e a cremação; VI – Juizo de Deus após a morte do homem (O Inferno e o Paraizo – Descida de Jesus ao Inferno); VII – Ressurreição dos mortos / Fim do mundo / Immortalidade da alma; VIII – Os milagres; IX – A Inquisição; X – Crimes da seita negra (Giordano Bruno – Etienne Dolet – Vanini – Damião de Goes – Galileu – Sarah de Mattos); [XI] – Matança dos huguenottes em dia de S. Bartholomeu; [XII] – Sarah de Mattos; [XIII] – Consequencias sociaes do ensino catholico; [XIV] – Vida retrospectiva do Christianismo; [XV] – Os jesuitas; [XVI] – O clericalismo e o progresso.
Heliodoro Salgado (1861-1906). "Começou a desenvolver a actividade de jornalista no jornal O Operário de tendências socialistas, porque nessa altura estava inscrito no Partido dos Operários Socialistas. No final da década de oitenta do século XIX começa a aproximar-se cada vez mais das ideias republicanas a que veio a aderir próximo do Ultimato inglês de 1890. Nas eleições realizadas em Março de 1890 apresentou-se como candidato a deputado, mas obteve um resultado decepcionante. Manifestou sempre fortes preocupações sociais destacando-se como defensor da instrução popular, da melhoria das condições de vida das classes trabalhadoras e a veemência dos seus textos valeram-lhe em diversas ocasiões a prisão e a censura dos seus escritos. [...] “Protótipo do proletário intelectual” [David Ferreira, Dicionário de História de Portugal, vol. V, dir. Joel Serrão, Livraria Figueirinhas, Porto, 1992, p. 425-426], Heliodoro Salgado acaba por morrer com 45 anos. Era considerado um grande orador nos comícios organizados pelos republicanos, para defender as causas dos mais fracos e injustiçados socialmente."
(Fonte: arepublicano.blogspot.pt)
Exemplar brochado em bom estado geral de conservação. Capas frágeis com defeitos.
Raro.
Indisponível

12 novembro, 2019

RODRIGUES, Santana - O CRIME E A RESPONSABILIDADE (estudo psico-social). [Por]... Doutor em Medicina, Assistente na Faculdade de Medicina de Lisboa. Coimbra, Imprensa da Universidade, 1928. In-4.º (24 cm) de 70, [2] p. ; B. Separata de «O Instituto», vol. 75.º, n.º 5
1.ª edição.
Importante ensaio, dos primeiros que sobre Psicologia se publicaram entre nós. Obra enriquecida com casos clínicos, alguns do conhecimento directo do autor.
"A psicologia, sciência cujo método scientífico é de aquisição recente, vai já, a bem dizer em avançado grau de desenvolvimento.
Mas embora quási definitivamente metodizada, a psicologia, sciência moderna, vasta e complexíssima, é reservada no que respeita a conclusões, o que dá margem a que sôbre alguns fenómenos tais como consciência, vontade, responsabilidade, se entrechoquem os modos de ver dos observadores.
Liberta, porém, do seu evoluir indeciso, a psicologia será a sciência que directamente há-de presidir à disciplina, à harmonia, ao equilíbrio da vida individual e social.
Integrando a motivação psíquica dos grupos múltiplos e multiformes das perturbações perceptivas elementares, das ilusões perceptivas, das alucinações reflexas e sensitivas, individuais e colectivas, das alterações da inteligência e da sensibilidade moral, das inversões da vida afectiva, das alterações da consciência e da cenestesia, que constituem a escala das alterações psíquicas que conduzem gradualmente e, numa medida insensível, às variadas formas do delírio e da alienação ds indivíduos e as colectividades, a psicologia neste supremo trabalho de explicação e de educação da intrincada fenomenologia do pensamento será a terapêutica e a higiene da vida individual e social."
(Excerto de Preâmbulo histórico)
Índice:
I - Preâmbulo histórico. II - Crime e Responsabilidade. III - Expressão psico-orgânica da Responsabilidade. IV - Interpretação ético-jurídica da Responsabilidade. V - Conceito psicológico do crime. VI - A responsabilidade atenuada. VII - Conclusões médico-sociais.
Santana Rodrigues (Goa, 1887 - Lisboa, 1966). "António Aleixo de Santana Rodrigues nasceu em Vernã, uma freguesia do concelho de Salsete em Goa, a 4 de julho de 1887. Iniciou-se nas letras bastante jovem, possivelmente ainda estudante do Liceu de Pangim, hoje Panaji, quando se tornou articulista do Diário de Goa (1905-1906). Matriculado na Escola Médica de Nova Goa, licenciou-se em 1910 com a tese O Problema da Responsabilidade, aprovada com louvor. Em data incerta viajou para Lisboa para prosseguir os estudos. Repetiu o curso na Faculdade de Medicina de Lisboa e especializou-se em Otorrinolaringologia, formando-se em Medicina Tropical. Em 1919 doutorou-se, em Lisboa, com uma tese em psicologia, com o título A Dinâmica do Pensamento, publicada no mesmo ano e com o parecer positivo de Júlio de Matos (1856-1922) e uma carta laudatória do filósofo francês Henri Bergson (1859-1941). Participou na Primeira Guerra Mundial como tenente-médico miliciano, de 1918 a 1919. Foi assistente na Faculdade de Medicina de Lisboa e no Instituto de Medicina Legal, tornando-se, posteriormente, professor de Medicina Legal na Escola Médica de Goa e chefe de Clínica do Instituto de Medicina Legal."

(Fonte: http://tecop.letras.ulisboa.pt/np4/file/482/Santana_Rodrigues___SITE.pdf)
Exemplar brochado em bom estado de conservação. Capa ligeiramente oxidada nas margens.
Raro.
Com interesse para a história da Psicologia em Portugal.
30€

11 novembro, 2019

NOVOS GRELADOS DE LETRAS. Organização de: Clássicas - Amadeu Soares: Geográficas - Eduino Mota Soares. Germânicas - Augusto Costa Pereira e Eduardo Pinho. Hist. Filosóficas - Augusto Gomes. Românicas - José António Salazar. Direcção artística de: Augusto Mota. Capa - segundo o baixo-relevo «O Pensamento», existente no átrio da Faculdade. Coimbra, [s.n. - Composto e impresso na Tipografia Cávado - Esposende], 1956. In-8.º (18,5 cm) de [180] p. ; il. ; B.
1.ª edição.
Recolha poética dos "grelados" de Letras da Universidade de Coimbra.
Livro ilustrado com bonitos desenhos no interior da autoria de A. Mota, que também assina a capa e a f. rosto.

"Charcos de luz e sombras de arcarias,
Capas Negras que passam, voltejantes,
Mergulhados naquelas nostalgias,
Em que se afundam corações amantes...

Ruas negras, estreitas e sombrias,
Onde chegam as vozes murmurantes
DO Choupal, do Mondego e as alegrias
Que vibram em guitarras de Estudantes...

Ó Coimbra de velhas tradições,
Que o luar conta aos nossos corações,
Em noites de silêncio e esplendor!...

És uma história antiga e sempre querida,
És uma ninfa sempre apetecida,
És uma lenda que se fez do Amor!..."

(F. de Vasconcelos, Retirado da contracapa)

Exemplar brochado em bom estado de conservação.
Raro.
A BNP possui apenas um exemplar no seu acervo (com 71 pp.?).
25€

10 novembro, 2019

O'NEILL, Maria - O AMOR TUDO CONSEGUE. Por... (Na vida e além da morte). Editor: José Pereira de Lima. Lisboa, Composto e impresso na Ottosgrafica, 1929. In-8.º (19 cm) de 374, [2] p. ; il. ; E.
1.ª edição.
Curioso romance espírita. Ilustrado com pequenos desenhos ao longo do texto.
Valorizado pelo autógrafo da autora que certifica a tiragem.
"Êste romance pode não ter primores de estilo nem flores de retórica; mas na sua leal singeleza, encerra a história de dois espíritos que, de muito longe, vêem ligados por fortíssimos laços que hoje nada pode romper porque não hesitam na renúncia e se firmam na pureza, no desejo ardente de se aproximarem do Fim, e do amor nas Verdades que anseiam atingir.
É pela análise da vida que melhor se aprende a viver.
Quem a estudar e meditar encontrará nela uma grande e altíssima lição.
Nada pode ser ais proveitoso ao sêr que deseja atingir, do que ver como os outros atingiram.
Neste romance estão muitas verdades, mais verdades que ficções."
(Excerto de Aos leitores)
"Oriundo duma família humilde, onde nascera, para humilhar o seu orgulho de raça, Pedro Paulo Tavano de Sousa revelou desde a mais tenra idade decidida vocação para o estudo. O pai, dono duma pequena locanda, em Luzo, não queria o filho para sábio e ambicionava que, crescendo junto dêle, tomásse a prática do negócio para o substituir quando os anos o impossibilitassem de trabalhar. Mas o rapaz, precoce e sincero, disse-lhe redondamente que tinha mais altas aspirações e, indo de motu próprio ter com o senhor abade, pediu-lhe que lhe desse a instrução que a família lhe negava. [...]
Pedro Paulo era extremamente ambicioso dos bens terrenos. Bem que educado pelo abade não tinha crenças, mas aparentava-as para o não desgostar. Na ansiedade de saber moldava-se a todos os caprichos do mestre e preguntava tudo constantemente. O velho, encantado com o talento do seu pupilo, desvanecia-se e afirmava a todos que êle era um prodígio. O primeiro a acredità lo foi o próprio Pedro Paulo."
(Excerto do Cap. I, Êle (Descrito por Paula))
[Índice]:
1.ª Parte: O meu ideal na Terra (Incarnado). Aos leitores. | Prólogo. | I - Êle (Descrito por Paula). II -Ela! (Descrita por Paulo). III - Marília. IV - Cléo. V - O estudo do processo. VI - Assusta-a ser madrasta? VII - Uma sessão de espiritismo. VIII - A desilusão de Loreto. IX - Pressentimento. X - A ruína do sonho. XI - Carta a Bárbara. XII - Vinte anos depois. XIII - Quarenta anos depois.
2.ª Parte: A Ressurreição (Desincarnado). Prólogo. | I - Desincarnado. II - A volta da aldeia. III - Durante a sessão e depois dela. IV - Oito dias depois.
Maria da Conceição Infante de Lacerda Pereira de Eça Custance O'Neill (Lisboa, 19 de novembro de 1873 - Costa brasileira, 23 de março de 1932). "Nasceu em Lisboa, a 19 de Novembro de 1873, filha de Carlos Tomás Torlades O'Neill, descendente do clã Clanaboy da dinastia O'Neill da Irlanda do Norte, e Maria Carlota Pereira de Eça Infante de Lacerda, filha do general minhoto José António Pereira de Eça, sendo ambos oriundos de famílias abastadas com longas carreiras militares e proprietárias de vários terrenos e negócios, como a Casa Comercial Torlades, a Quinta dos Bonecos, a Quinta da Saboaria e a Quinta das Machadas em Setúbal. Era prima do escritor José Maria d'Eça de Queiroz. Foi casada com António de Bulhões, e era avó do poeta surrealista Alexandre O'Neill. Para além da actividade literária, colaborou com diversos periódicos e revistas da época, nomeadamente nas edições de Brasil-Portugal (1899-1914), Bem Público, Espiritismo, Actualidades, Alma Feminina (1917-1946), Serões (1910-1911), Illustração Portugueza (1903-), A Sátira (1911), Correio da Europa, Intransigente, Jornal da Mulher, O Soneto Neo-Latino, A Vida Elegante (1915), e Almanaque das Senhoras (1921-1924), da qual foi directora de redacção. Registou referências elogiosas em O Comércio do Porto (1929), na Gazeta de Coimbra (1929), O Primeiro de Janeiro (1929), entre outros. Tornou-se membro da Academia de Ciências de Lisboa, era vegetariana e iniciou-se na Teosofia, uma escola mística ou movimento iniciático que propunha que todas as religiões surgiam a partir de ensinamentos de tronco comum, enquanto buscavam conhecimento sobre os mistérios da existência humana, o começo da vida e da natureza, tendo-se interessado posteriormente pelo espiritismo, ao qual dedicou até ao fim dos seus dias uma grande parte da sua existência. Em 1930 viajou para o Brasil, onde realizou uma série de conferências sobre assuntos literários e espíritas. De regresso a Portugal, foi novamente convidada para regressar ao Brasil, em Fevereiro de 1932, para falar num novo ciclo de conferências sobre o espiritismo, contudo, o seu estado de saúde era bastante grave quando desembarcou em Salvador, na Bahia, tendo decidido retornar com urgência a Lisboa. Faleceu em alto mar a bordo do vapor alemão "General Osório", dois dias depois de ter iniciado a viagem de regresso, perto de Cabo Verde. O seu corpo foi sepultado no mar."
(Fonte: wikipédia)
Encadernação em meia de percalina com ferros gravados a ouro na lombada. Sem capas de brochura.
Exemplar em bom estado de conservação. Com assinatura de posse e endereço de anterior proprietário na f. anterrosto.
Raro.
Indisponível